História e Desenvolvimento.
No início da década de 1950, a introdução de caças supersônicos de alta performance revelou a necessidade de aprimorar os processos de treinamento e conversão de pilotos. A significativa disparidade entre as aeronaves de treinamento avançado disponíveis e os caças de primeira linha demandava a adoção de soluções que facilitassem a transição para os novos vetores a jato. Após análises detalhadas de efetividade operacional e custo-benefício, optou-se pela introdução de aeronaves de transição operacional equipadas com motores a reação, projetadas para preparar pilotos para o desempenho exigido pelos jatos supersônicos. Nesse contexto, diversas nações desenvolveram aeronaves a jato específicas para treinamento avançado e transição operacional. Entre os modelos notáveis, destacam-se o francês Fouga Magister CM-170, o norte-americano Cessna T-37 Tweet, o britânico BAC Jet Provost e o tchecoslovaco Aero L-29 Delfin. Paralelamente, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) abriu uma concorrência internacional de grande relevância para selecionar um treinador avançado que equiparia as forças aéreas de seus países membros na Europa, visando uniformizar capacidades e otimizar recursos. Atenta a essa oportunidade de mercado, a empresa italiana Aermacchi-Aeronautica Macchi iniciou o desenvolvimento de uma aeronave voltada para atender a essa demanda, designada M.B. 326. Apesar de seus méritos, a proposta italiana não foi selecionada na concorrência da OTAN. Contudo, no mesmo período, a Força Aérea Italiana (Aeronautica Militare Italiana – AMI) também buscava uma aeronave com perfil operacional semelhante, planejando a aquisição de um número expressivo de unidades para modernizar seu sistema de treinamento. O Ministério do Ar Italiano estabeleceu requisitos rigorosos para o novo treinador avançado, que deveria atender aos seguintes critérios: - Suportar uma carga máxima de 7G durante manobras de treinamento; - Decolar com uma carga útil máxima de até 1.600 kg em uma pista de apenas 800 metros, superando obstáculos de até 16 metros; - Pousar em uma distância mínima de 450 metros; - Alcançar uma velocidade máxima de 700 km/h; - Apresentar uma taxa de subida de 15 metros por segundo. Além disso, a aeronave deveria oferecer custos reduzidos, tanto em termos de aquisição quanto de operação, garantindo alta disponibilidade e eficiência com o melhor custo-benefício possível. Estes requisitos estabelecidos pela Força Aérea Italiana refletem o compromisso com a eficiência operacional e a preparação de pilotos para os desafios das novas tecnologias aeronáuticas.
Atendendo às especificações estabelecidas pelo Ministério da Aeronáutica Italiano (AMI), a equipe de engenharia da Aermacchi, sob a liderança do renomado engenheiro Ermanno Bazzocchi, desenvolveu uma aeronave de treinamento a jato que se destacava pela simplicidade, robustez e eficiência operacional. O projeto resultou em uma aeronave monomotora de asas baixas, equipada com tanques de combustível na fuselagem e tanques suplementares nas pontas das asas. O cockpit (cabine) em tandem, com assentos ejetáveis, era coberto por um único canopy em forma de bolha, proporcionando excelente visibilidade para ambos os tripulantes. A propulsão era fornecida pelo motor turbojato britânico Armstrong Siddeley Viper Mk 8, que desenvolvia 1.750 libras de empuxo. Originalmente concebido para uso em drones-alvo descartáveis, o turbojato Viper Mk 8, demonstrou ser mais confiável e eficiente do que o previsto, sendo adaptado para uso em aeronaves tripuladas. A estrutura da aeronave, inteiramente metálica, era leve e de fácil manutenção, características que contribuíram para sua adoção em diversas forças aéreas ao redor do mundo. Em 1954, o engenheiro Ermanno Bazzocchi apresentou os primeiros conceitos da aeronave ao Ministério da Aeronáutica Italiano, que rapidamente demonstrou interesse no projeto. Isso levou à assinatura de um contrato para a construção de três protótipos destinados a ensaios em voo. O primeiro protótipo, matriculado como MM.57-1, realizou seu voo inaugural em 10 de dezembro de 1957, sob o comando do piloto de testes Guido Carestiato. Durante os testes, a aeronave superou as expectativas, destacando-se por sua capacidade de suportar cargas de até +7,6 G e -3,3 G, proporcionando um ambiente de treinamento eficaz para os futuros pilotos da Aeronautica Militare Italiana (AMI). O sucesso do Aermacchi MB-326 consolidou a reputação de Ermanno Bazzocchi como um dos principais engenheiros aeronáuticos da Itália. Ao longo de sua carreira, ele contribuiu significativamente para o desenvolvimento de diversas aeronaves, incluindo o MB-308, MB-323, MB-339 e outros modelos que desempenharam papéis importantes na aviação italiana. A combinação de design eficiente, desempenho confiável e facilidade de manutenção fez do Aermacchi MB-326 uma das aeronaves de treinamento a jato mais bem-sucedidas de sua época, sendo adotada por várias forças aéreas ao redor do mundo.

As primeiras células do Aermacchi MB-326 foram entregues no final do ano de 1961 à Escola de Voo Básico Inicial em Jatos – SVBIA "Lecce-Galatina", passando a equipar o 214º Gruppo, unidade encarregada da formulação da doutrina operacional do novo modelo. Inicialmente, todo o efetivo do grupo foi temporariamente alocado na Base Aérea de Brindisi, localizada na região da Apúlia. Em 22 de março de 1962, o Aermacchi MB-326 foi oficialmente incorporado ao serviço ativo, sendo empregado em tarefas de instrução junto ao 43º Gruppo de Instrução, onde passou a substituir os já obsoletos treinadores North American T-6 Texan. Pouco tempo depois, novas unidades foram adicionadas à frota, possibilitando a ampliação do escopo de instrução para missões de treinamento intermediário e avançado. Como treinador, o MB-326 era consideravelmente mais caro, mas foi recebido com entusiasmo entre os alunos; além disso, quando usado em combinação com o treinador avançado Fiat G.91T, permitiu a promulgação de um curso de treinamento "totalmente a jato" para pilotos italianos, além disso, eram aeronaves projetadas e produzidas nacionalmente De acordo com a publicação aeroespacial Flight International, durante o início dos anos 1960, o programa de treinamento de voo da Força Aérea Italiana (Aeronautica Militare Italiana – AMI) foi fortemente influenciado pela iminente entrada em serviço do Lockheed F-104G Starfighter. Destaca-se que, ao menos cinco aeronaves pertencentes ao último lote de produção foram entregues configuradas para instrução de ataque equipados com o motor Viper 11 Mk 200 e não o Viper 20 Mk 540 original. Essas aeronaves estavam equipadas com quatro pontos duros sob as asas, permitindo o emprego de armamentos como casulos de metralhadoras, bombas de queda livre e foguetes não guiados. Essa configuração ampliava a versatilidade do MB-326, possibilitando seu uso também como aeronave de ataque ao solo. As excelentes características de desempenho, manobrabilidade e confiabilidade operacional do MB-326 despertaram amplo interesse internacional, levando à sua adoção por diversas forças aéreas ao redor do mundo, em distintas versões. O primeiro contrato de exportação foi firmado com o governo da Tunísia, envolvendo a aquisição de oito aeronaves configuradas para ataque a solo. Em seguida, novas exportações foram realizadas: nove unidades MB-326F para a Força Aérea de Gana e oito aeronaves da versão MB-326GG para a Aviação Naval da Marinha Argentina (ARMADA).
As condições favoráveis à produção sob licença abriram caminho para a fabricação em larga escala do Aermacchi MB-326 por diversos países. Neste período a África do Sul passava a enfrentar o ápice de sansões internacionais, seja de ordem econômica ou politica, com este processo decorrente da politicas raciais em vigor naquele pais, o conhecido regime Apartheid. A partir da década de 1970, vários países impuseram embargos à venda de armas para a África do Sul, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia e outros países. Esses embargos visavam pressionar o governo sul-africano a desmantelar o sistema de apartheid e a promover a igualdade racial, porém este movimento levava a fragilização de sua estrutura de defesa, criando um complexo cenário, tendo em vista que o pais frequentemente estava envolvido em conflitos regionais. Neste contexto buscava-se o máximo de independência em sua indústria de defesa, e campo aeronáutico buscou o desenvolvimento de uma aeronave de ataque, que pudesse ser fabricado localmente, com estudos derivando para uma versão do treinador avançado Impala MK1 (MB-326M) que fora montado sob licença pela Atlas Aircraft Corporation a partir do ano de 1966. Este processo resultaria no modelo Aermacchi MB-326K um jato monoplace de ataque, equipado com dois canhões orgânicos de DEFFA 553 de 30 mm e com capacidade para até 1814 kg de carga útil, dispostas em seis pontos duros sob as asas. A aeronave seria ainda equipada sistema de defesa passiva como receptores de aviso de radar (radar warning receiver - RWR) e lançadores de chaff e flares. Esta configuração concederia ao Atlas Impala MK2 um excelente poder de fogo para o emprego em missões de ataque a solo ou interceptação. Um contrato seria então celebrando entre as partes em 1974, envolvendo 13 células que seriam produzidas na Itália e 86 a serem montados na África do Sul. Em serviço foram extensivamente empregados pela Força Aérea Sul Africana (SAAF), dotando seis esquadrões em missões de combate as guerrilhas de Angola e Namíbia. Fora usados também esporadicamente em missões de interceptação, e ao longo do ano de 1985 lograram êxito abatendo seis helicópteros Mi-8 e Mi-24. Nesta configuração além de fazerem uso de seus dois canhoes orgânicos também era armados com mísseis ar-ar Matra R550 Magic para autodefesa, para eventuais confrontos contras caças Mig 19 e Mig 21. Durante a década de 1990 estas aeronaves seriam retiradas das missões de ataque passando a atuar juntamente com os Atlas MK1 biplaces na Escola de Treinamento de Vôo em Langebaanweg e na 85 Escola de Combate. Esta aeronave seriam desativadas a partir de 2002 com a introdução dos treinadores avançados BAE Systems Hawk 127.
O AT-26 Xavante, fabricado pela Embraer sob licença da Aermacchi, consolidou-se como uma plataforma fundamental na doutrina de formação de pilotos de combate da Força Aérea Brasileira (FAB), desempenhando também papéis cruciais em missões de patrulha armada, dissuasão aérea e segurança nacional. Durante a primeira metade da década de 1970, o modelo foi distribuído aos 3º, 4º e 5º Esquadrões Mistos de Reconhecimento e Ataque (EMRA), com foco em operações de contrainsurgência. Posteriormente, o 1º/10º Grupo de Aviação – Esquadrão Poker substituiu os bombardeiros Douglas A-26 Invader pelo Xavante, que foi adaptado para missões de reconhecimento fotográfico com a integração de um casulo equipado com quatro câmeras Vinten, marcando a introdução da capacidade de reconhecimento aéreo a jato na Força Aérea Brasileira (FAB). A partir de 1988, com a entrada em serviço das aeronaves Embraer A-1A AMX, os Xavante remanescentes foram realocados para o 1º/4º Grupo de Aviação – Esquadrão Pacau e o 2º/5º Grupo de Aviação – Esquadrão Joker. Contudo, na década de 1990, o modelo começou a apresentar obsolescência técnica e dificuldades de manutenção, agravadas pela escassez crônica de peças de reposição. Muitos componentes, incluindo os motores turbojatos Rolls-Royce Viper 20 MK540, haviam sido descontinuados, com produção encerrada na Inglaterra há mais de duas décadas, resultando na ausência de estoques no mercado internacional. Para manter a frota operacional, o Parque de Material Aeronáutico de Recife (PAMARF) recorreu frequentemente ao canibalismo de células, utilizando peças de aeronaves inativas para manter outras em condições de voo. Esse cenário comprometeu a disponibilidade das aeronaves, ameaçando a eficiência do treinamento de pilotos de caça, especialmente porque os novos treinadores avançados Embraer EMB-314 AT-29 Super Tucano, embora em processo de entrega, ainda não estavam plenamente integrados para assumir as funções do Xavante. A cada dia, os índices de disponibilidade do AT-26 diminuíam, projetando uma desativação prematura antes da chegada de substitutos em quantidade suficiente. Diante desse contexto, o Comando da Força Aérea Brasileira (FAB) priorizou a restauração da capacidade operacional do Xavante, iniciando consultas com nações que haviam operado versões semelhantes da aeronave Aermacchi MB-326. Nesse período, a Força Aérea Sul-Africana (SAAF) estava concluindo a desativação de sua frota de Atlas Impala MB-326K, nas versões MK-1 e MK-2, o que abriu oportunidades para a aquisição de peças ou soluções que poderiam prolongar a vida útil do AT-26 Xavante no Brasil.


Emprego na Força Aérea Brasileira.
Na segunda metade da década de 1960, a Força Aérea Brasileira (FAB) atravessava uma grave crise operacional, decorrente, sobretudo, da desativação precoce de sua frota de caças de primeira geração, os Gloster Meteor F-8 e TF-7, entre os anos de 1966 e 1968. Tal desmobilização gerou uma lacuna preocupante na capacidade de defesa aérea do país, restando somente poucos Lockheed F-80C Shooting Star que equipavam o 1º/4º Grupo de Aviação (1º/4º GAv) – Esquadrão “Pacau” que se encontrava baseado no nordeste do pais. Diante das persistentes limitações orçamentárias, a aquisição de caças supersônicos modernos revelou-se inviável, e no intuito de suprir essa deficiência, o Ministério da Aeronáutica (MAer), valendo-se dos dispositivos do Programa de Assistência Militar (Military Assistance Program - MAP), solicitou ao governo dos Estados Unidos a cessão de mais células de Lockheed AT-33A e TF-33A Thunderbird, aeronaves de treinamento adaptadas para missões de ataque. Além de serem modelos usados (oriundas dos estoques da Força Aérea dos Estados Unidos - USAF), já apresentavam sinais claros de obsolescência e aproximavam-se do final de sua vida útil, tornando evidente a necessidade de uma substituição em curto prazo. Paralelamente a esse cenário, o país encontrava-se no processo de aquisição de sua primeira aeronave supersônica, que culminaria na escolha do Dassault Mirage IIIEBR (designado F-103E na Força Aérea Brasileira), cuja introdução exigiria a implementação de novos padrões de treinamento. Diante disso, tornou-se imprescindível selecionar uma aeronave intermediária que viabilizasse a transição operacional dos pilotos brasileiros para os modernos interceptadores franceses, em especial no que tange ao domínio de aeronaves de alta performance. Além da demanda por uma aeronave de transição, as condições de segurança nacional vigentes naquele período também impunham a necessidade de substituição dos monomotores North American AT-6 Texan. Esses modelos equipavam as Esquadrilhas de Reconhecimento e Ataque (ERA) e os Esquadrões Mistos de Reconhecimento e Ataque (EMRA), envolvidos em operações de combate a movimentos de guerrilha interna de orientação comunista. A soma desses fatores levou à especificação de uma aeronave versátil, capaz de cumprir missões de ataque leve e reconhecimento, com baixa complexidade operacional e que exigisse mínima adaptação por parte de pilotos recém-formados nos jatos de treinamento Cessna T-37C da Academia da Força Aérea (AFA). Em resposta a essas necessidades, foi lançada, em 1968, uma concorrência internacional visando à aquisição de uma aeronave com tais características. De forma inédita, o edital previa como critério diferenciador a apresentação, por parte dos fabricantes, de propostas que incluíssem condições econômicas e contratuais favoráveis podendo até serem eventualmente produzidas sob licença no Brasil. Tal possibilidade visava fomentar a autonomia tecnológica nacional, transferir tecnologia de engenharia de processos em produção seriada e consolidar a capacidade industrial aeronáutica brasileira, representada pela recém criada empresa estatal Embraer S/A.
A concorrência internacional aberta pelo Ministério da Aeronáutica (MAer), em 1968, atraiu ampla atenção da indústria aeronáutica global, dada sua magnitude e potencial estratégico. O processo previa a aquisição de 10 a 20 interceptadores supersônicos e até 100 aeronaves de treinamento avançado, o que motivou diversos fabricantes a apresentarem propostas, compondo um amplo leque de opções a serem avaliadas pelas autoridades brasileiras. Dentre os modelos avaliados no processo, figuravam os seguintes pares de aeronaves: o Saab 35 Draken e o treinador Saab SK 60, o Dassault Mirage IIIE e o Fouga CM.170 Super Magister, o English Electric Lightning F.6 e o BAC Jet Provost, bem como o Aeritalia F-104S Starfighter em conjunto com o Aermacchi MB-326. Desde as fases iniciais da análise, tornou-se evidente que a aquisição de dois modelos distintos de um mesmo país fornecedor não atenderia, de forma eficaz, às necessidades operacionais integradas da Força Aérea Brasileira (FAB). Assim, a escolha do interceptador recaiu sobre o Mirage IIIE, de origem francesa, em razão de sua superioridade técnica e alinhamento com os objetivos estratégicos da defesa aérea brasileira. No que se refere à seleção do treinador avançado, a proposta apresentada pela Aermacchi mostrou-se particularmente atraente. O plano italiano previa uma abordagem em duas etapas para a produção sob licença: na primeira fase, seriam fornecidos kits para montagem local das aeronaves; na segunda, ocorreria a nacionalização progressiva da fabricação das células e de seus componente. A aeronave em questão atendia satisfatoriamente aos requisitos operacionais estipulados pela Força Aérea Brasileira (FAB), sendo considerada ideal para as necessidades da época em razão de suas características aerodinâmicas e versatilidade de emprego. O modelo permitia o transporte de dois tripulantes em configuração tandem (com os assentos dispostos em linha, um atrás do outro), e era capaz de operar com cargas externas em até seis pontos de fixação sob as asas, totalizando uma capacidade máxima de 2.500 kg de armamentos. Adicionalmente, havia a possibilidade de instalação de um casulo para reconhecimento fotográfico sob a asa direita. O desempenho da aeronave incluía uma velocidade máxima de Mach 0.82 e capacidade de suportar cargas estruturais de +7,5G e -3G, atributos que, aliados à sua longa vida útil, consolidavam sua adequação ao cenário operacional brasileiro. A primeira unidade operacional da Força Aérea Brasileira (FAB) a empregar o AT-26 Xavante foi o 1º Grupo de Aviação de Caça (GAvC), que começou a receber suas aeronaves em 1972. Isso possibilitou a substituição gradual dos desgastados Lockheed AT-33A e TF-33, que foram desativados até o final de 1975, quando o esquadrão passou a operar os novos caças bombardeiros supersônicos Northrop F-5E Tiger II. A segunda unidade a adotar o AT-26 Xavante foi o 1º/4º Grupo de Aviação – Esquadrão Pacau, que, a partir de 1973, passou a utilizá-lo em substituição aos Lockheed AT-33A e TF-33, desempenhando funções de instrução e formação de pilotos de caça. Em seguida, o Centro de Aplicações Táticas e Recompletamento de Equipagens (CATRE) incorporou o modelo, voltando-se para a formação específica de pilotos de ataque.

Aproveitando esta possível oportunidade, negociações foram conduzidas entre o Ministério da Defesa Brasileiro e o governo Sul Africano, resultando na aquisição de um lote de vinte e duas células do Atlas Impala MK1 e MK2 e quarenta e oito motores Rolls Royce Viper 20 MK540. Estas aeronaves foram desmontadas e juntamente com os motores e componentes de reposição, foram transportados por aeronaves Lockheed C-130H Hercules da Força Aérea Brasileira, sendo recebidos em lotes a partir de maio de 2002. Estas células seriam remontadas pela equipe do Parque de Manutenção Aeronáutica do Recife (PAMARF), e logo em seguida foram submetidas a uma completa e detalhada análise estrutural e mecânica. Nesta oportunidade verificou-se então que muitas destas aeronaves apresentavam ainda excelentes condições de conservação com poucas horas de voo, algo em torno de cerca de duas mil a três mil horas, gerando assim pelo Comando da Aeronáutica (COMAER), a decisão de colocar em condições de voo, dez células da versão Impala MK2 (monoplace). Inicialmente a primeira aeronave Atlas Impala MK-2 a ser posta em serviço receberia as marcações nacionais, mantendo a pintura original sul africana, recebendo a designação de AT-30 Impala e a matrícula "FAB 4628" (dando sequência as matrículas do Embraer AT-26 Xavante). Porém logo seria decidido que a aeronave, não se tratava de um tipo totalmente novo no inventário da Força Aérea Brasileira, mas sim de uma versão de modelo já em uso, alterando a designação oficial para AT-26A Impala, com suas matrículas sendo iniciadas a partir do numeral “FAB 4630”. O plano de manutenção também seria adequado e padronizado às exigências brasileiras, e em as modificações básicas estavam relacionadas as alterações nos sistemas de voo e avionica, passando pela retirada do sistema de navegação original do tipo Tactical Air Navigation (TACAN) e instalação dos sistemas completos de pouso por instrumentos padrão de emprego no Brasil como ILS, navegação aérea VOR - LSVOR , GPS, transponder e um novo equipamento de rádio. Após a implementação deste processo junto ao Parque de Manutenção Aeronáutica do Recife (PAMARF), as aeronaves foram preparadas e disponibilizadas para uso junto ao 1º/4º Grupo de Aviação - Esquadrão Pacau, sediado na Base Aérea de Natal, no estado do Rio Grade do Norte. Como citado anteriormente, os Atlas MK-326 K2 Impala adquiridos receberam as matrículas "FAB 4630 á 4643", porém somente as aeronaves de matrículas "FAB 4630, FAB 4631, FAB 4632 e FAB 4635" seriam destinadas ao serviço ativo no Esquadrão Pacau. Curiosamente os AT-26A Impala com as matrículas de "FAB 4637 e FAB 4639", apesar de serem submetidos a voos de ensaio, não chegaram a ser disponibilizados para serviço, por fim a última aeronave a ser montada o "FAB 4634”, nem chegaria a voar, sendo logo armazenada. Inicialmente a primeira aeronave Atlas Impala MK-2 a ser posta em serviço receberia as marcações nacionais, mantendo a pintura original sul africana, recebendo a designação de AT-30 Impala e a matrícula "FAB 4628" (dando sequência as matrículas do Embraer AT-26 Xavante).

Porém logo seria decidido que a aeronave, não se tratava de um tipo totalmente novo no inventário da Força Aérea Brasileira, mas sim de uma versão de modelo já em uso, alterando a designação oficial para AT-26A Impala, com suas matrículas sendo iniciadas a partir do numeral “FAB 4630”. O plano de manutenção também seria adequado e padronizado às exigências brasileiras, e em as modificações básicas estavam relacionadas as alterações nos sistemas de voo e avionica, passando pela retirada do sistema de navegação original do tipo Tactical Air Navigation (TACAN) e instalação dos sistemas completos de pouso por instrumentos padrão de emprego no Brasil como ILS, navegação aérea VOR - LSVOR , GPS, transponder e um novo equipamento de rádio. Após a implementação deste processo junto ao Parque de Manutenção Aeronáutica do Recife (PAMARF), as aeronaves foram preparadas e disponibilizadas para uso junto ao 1º/4º Grupo de Aviação - Esquadrão Pacau, sediado na Base Aérea de Natal, no estado do Rio Grade do Norte. Como citado anteriormente, os Atlas MK-326 K2 Impala adquiridos receberam as matrículas "FAB 4630 á 4643", porém somente as aeronaves de matrículas "FAB 4630, FAB 4631, FAB 4632 e FAB 4635" seriam destinadas ao serviço ativo no Esquadrão Pacau. Curiosamente os AT-26A Impala com as matrículas de "FAB 4637 e FAB 4639", apesar de serem submetidos a voos de ensaio, não chegaram a ser disponibilizados para serviço, por fim a última aeronave a ser montada o "FAB 4634”, nem chegaria a voar, sendo logo armazenada. As aeronaves Atlas Impala MK- 2 AT-26A que foram disponibilizadas para o uso junto ao 1º/4º Grupo e Aviação - Esquadrão Pacau (1º/4º GAv) tiveram curiosamente uma vida operacional efêmera na Força Aérea Brasileira. Registra-se que diversos fatores levariam a decisão da suspensão do seu emprego após pouquíssimas horas de voo. Extraoficialmente comenta-se que várias falhas mecânicas acometiam os motores, sendo estas as mesmas identificadas nos Embraer AT-26 Xavante, não sendo recomendada assim sua manutenção em uso. Após este processo de desativação gradual ser concluído, uma célula da versão monoplace Atlas Impala MK-2 seria preservada Museu Aerospacial - Musal, no Rio de Janeiro, outras seis aeronaves da versão biplace Atlas Impala MK-1 foram transformadas em monumentos, sendo dispostas na ordem de duas aeronaves no Rio de Janeiro - RJ, uma em Brasília - DF, uma em Boa Vista - RO, uma em Recife - PE e uma em Vinhedo, no interior de São Paulo. Estas aeronaves receberam matrículas fictícias, que originalmente foram aplicadas anteriormente nos caças britânicos Gloster Meteor F8. Já as demais células bem como os motores sobressalentes foram armazenadas junto ao Parque de Manutenção Aeronáutica do Recife (PAMARF), servindo como fonte de peças de reposiçao, o que possibilitaria a contento a extensão da vida útil dos Embraer EMB-326 AT-26 Xavante até o ano de 2013.
Em Escala.
Para representarmos o Atlas Impala MK-2 AT-26A "FAB 4635", empregamos o antigo kit produzido pela ESCI na escala 1/48 (salientando que a Italeri relançou este modelo em 2012 já contando com decais para a versão brasileira). Para se configurar a versão operada pela Força Aérea Brasileira é necessário proceder a troca dos tanques auxiliares das asas, pelos utilizados no kit Italeri do Aermacchi MB-326A. Empregamos decais confeccionados pela FCM Decais presentes no Set 48/37.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático da Força Aérea Sul Africana (SAAF), quando do recebimento das células dos Atlas Impala MK-1 e MK-2 no Brasil. Algumas aeronaves mantiveram este padrão durante seu período inicial de avaliação em voo, e posteriormente receberam o mesmo esquema de pintura tático com camuflagem em três tons, empregado nos Embraer EMB-326 AT-26 Xavante.
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Bibliografia :
- Aermacchi MB-326 Wikipédia - https://en.wikipedia.org/wiki/Aermacchi_MB-326
- História da Força Aérea Brasileira por : Prof. Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html
- AT-26A Atlas Impala - http://freepages.military.rootsweb.ancestry.com/~otranto/fab/impala.htm
- AT-26A Atlas Impala - http://freepages.military.rootsweb.ancestry.com/~otranto/fab/impala.htm
- Breve Relato Sobre Compra dos Impalas pela FAB - http://www.gpformodelismo.com