M-32 Viatura Blindada Esp de Socorro

História e Desenvolvimento.
Na Europa, na segunda metade da década de 1930, o plano de rearmamento implementado pelo governo nacional-socialista Alemão adotava uma nova abordagem ao concentrar-se no desenvolvimento de conceitos e doutrinas militares. Esses conceitos seriam posteriormente integrados no campo de batalha, combinando novas tecnologias em equipamentos e armamentos destinados ao combate terrestre com o devido apoio aéreo. Tal iniciativa culminou na elaboração do conceito de "Guerra Relâmpago" ou Blitzkrieg. Essa tática tinha como um de seus principais pilares o desenvolvimento de carros de combate blindados, os quais se destacavam pela combinação de velocidade, mobilidade, blindagem, controle de tiro e poder de fogo. Nesse contexto, os novos carros de combate alemães eram projetados para serem superiores em todos os aspectos em relação a seus concorrentes disponíveis na época. Embora o Tratado de Versalhes, firmado após o término da Primeira Guerra Mundial, impusesse limitações significativas à Alemanha, os programas de reaparelhamento das forças armadas nazistas avançavam rapidamente. Do outro lado do Oceano Atlântico, o serviço de inteligência dos Estados Unidos informava continuamente o comando do Exército dos Estados Unidos (US Army) sobre esses avanços e as iminentes ameaças que poderiam surgir. As análises preliminares desses relatórios indicavam que os novos carros blindados alemães superariam facilmente os modelos utilizados até então. Para enfrentar essa situação desafiadora, em abril de 1939, foi iniciado um abrangente programa de estudos com o objetivo de desenvolver novos carros de combate, cujo propósito principal era substituir os obsoletos modelos M-1 e M-2, que constituíam a espinha dorsal das forças blindadas da nação. O objetivo primordial deste plano era conceber veículos de combate capazes de rivalizar, em potenciais cenários de conflito, com os novos carros de combate alemães e japoneses que estavam em fase inicial de operação. Em julho de 1939, foi deflagrado um programa de desenvolvimento que ficaria sob a responsabilidade das equipes de projeto de veículos blindados do Departamento de Artilharia do Exército dos Estados Unidos (U.S. Army Ordnance Department), sediado em Fort Lee, Virgínia. Imediatamente, os trabalhos conceituais foram iniciados, estabelecendo diversos parâmetros de projeto com base no carro de combate M-2. Dentre os principais aspectos destacava-se a adoção do novo canhão M-22 de calibre 37 mm e um sistema de blindagem dimensionado para resistir a impactos de munições antitanque do mesmo calibre que a arma principal. Apesar dessa iniciativa, persistia a dúvida sobre a real capacidade de proteção que o nível de blindagem proporcionaria ao "M-3 Light Tank", assim como a efetividade de seu poder de fogo frente aos novos carros de combate alemães e japoneses que estavam em desenvolvimento naquele momento.

Os temores expressos por uma significativa parcela dos oficiais de comando do Exército dos Estados Unidos (US Army) foram confirmados em junho de 1940, com o início da campanha na França. Durante este conflito, os novos carros blindados alemães Panzer III e Panzer IV, operando segundo os princípios da guerra relâmpago (Blitzkrieg), obtiveram vitórias esmagadoras contra os melhores carros de combate franceses e britânicos disponíveis na época. Tornou-se evidente que o canhão M-22 de 37 mm se mostrava completamente ineficaz, tornando necessário equipar os novos carros de combate norte-americanos com um canhão de calibre 75 mm. Entretanto, nem os antigos M-2, nem os novos M-3 poderiam ser adaptados para acomodar essa arma, uma vez que seu peso maior exigiria o desenvolvimento de uma nova torre giratória. Embora essa abordagem estivesse sendo considerada, buscou-se simultaneamente uma solução provisória, que envolveu uma modificação experimental de um M-2, resultando na criação de um obuseiro autopropulsado de 75 mm, com o canhão sendo projetado pelo Watervliet Arsenal. Os testes de campo desse protótipo levaram à conclusão de que o chassi do M-2 existente poderia ser utilizado em combinação com uma superestrutura redesenhada, mantendo ainda a arma de 37 mm instalada em uma torre giratória. O novo carro de combate M-3 apresentava, assim, um design incomum, já que a arma principal, o canhão M-2 de 75 mm, não estava instalado em uma torre giratória, mas sim fixada ao chassi. Essa configuração resultou da falta de experiência da indústria norte-americana na concepção de uma torre que pudesse abrigar uma arma desse calibre. Ressalta-se que a solução de empregar dois canhões foi inspirada em modelos europeus, como o Char B1 francês e o Churchill Mark I britânico. No caso do Char B1, o veículo foi projetado como um canhão autopropulsado, destinado a atacar fortificações, com uma capacidade antitanque adicional proporcionada por um segundo canhão em uma pequena torre. Já o modelo inglês incorporava uma arma montada no casco dianteiro, utilizada principalmente para disparar projéteis de fumaça. O novo M-3 diferia ligeiramente dos padrões europeus, apresentando um canhão principal de dupla finalidade, capaz de disparar um projétil perfurante a uma velocidade suficiente para penetrar efetivamente a armadura, além de lançar um projétil altamente explosivo que era considerável o suficiente para ser eficaz em combate. Contudo, a disposição do canhão de 75 mm comprometeu significativamente o deslocamento lateral da peça, obrigando o veículo a manobrar para otimizar o ângulo de tiro. Por sua vez, o canhão de 37 mm, montado na torre principal, revelou-se de pouca utilidade diante das blindagens mais sofisticadas. Apesar dessas preocupações, o M-3 poderia ser produzido em larga escala e com maior rapidez em comparação aos carros de combate convencionais, atendendo, assim, às demandas emergenciais não apenas dos Estados Unidos, mas também da Grã-Bretanha.
No final de janeiro de 1942, os primeiros tanques M-3 Grant, fornecidos pelos Estados Unidos, chegaram ao Norte da África para reforçar as forças britânicas. As tripulações foram submetidas a um rigoroso programa de treinamento, com o objetivo de prepará-las para confrontos contra as forças do Eixo. O canhão principal M-2 de 75 mm, baseado em um modelo de artilharia de campanha francês, permitiu ao Exército Real Britânico utilizar amplos estoques de munição remanescentes da Primeira Guerra Mundial. Dentre os projéteis disponíveis, destacava-se o perfurante de tiro sólido, capaz de penetrar aproximadamente 50 mm de blindagem a uma distância de 1.000 metros. Embora superior aos canhões de 2 libras equipados nos tanques britânicos da época, o desempenho do M-3 ainda não atendia plenamente aos padrões exigidos para operações de combate. O batismo de fogo do M-3 Grant ocorreu em 27 de maio de 1942, durante a Batalha de Gazala, no Norte da África. Sua introdução representou uma surpresa tática para as forças alemãs, que não estavam preparadas para enfrentar o canhão de 75 mm. O M-3 demonstrou superioridade em relação ao canhão antitanque Pak 38 de 50 mm e ao KwK 39 de 50 mm montado no Panzer III, principal tanque médio alemão. Adicionalmente, o M-3 superou os tanques leves italianos Fiat M13/40 e M14/41, cujo canhão de 47 mm apresentava eficácia limitada a curtas distâncias. Apenas os canhões autopropulsados italianos Semoventi 75/18, utilizando projéteis HEAT, eram capazes de neutralizar o M-3 de forma eficaz. Apesar dessas vantagens iniciais, os M-3 Grant não conseguiram assegurar a vitória na Batalha de Gazala. Foram severamente impactados pelos canhões antiaéreos alemães Flak 18/36/37/41 de 88 mm, que exploraram vulnerabilidades críticas do tanque, incluindo seu perfil elevado, baixa relação peso-potência e armadura rebitada. Esta última apresentava a desvantagem de gerar ricochetes internos dos rebites sob impacto, causando ferimentos às tripulações. Embora concebidos como uma solução temporária para o Exército Real Britânico, enquanto aguardava a entrega dos tanques Crusader Mark III, atrasos na produção deste último tornaram o M-3 Grant o principal veículo blindado das forças aliadas no Oriente Médio. Contudo, suas limitações táticas e técnicas evidenciaram a necessidade urgente de substituição. Para otimizar os recursos industriais disponíveis, decidiu-se desenvolver um novo modelo que preservasse elementos do design do M-3, mas incorporasse melhorias significativas, como uma torre giratória de 360 graus para o canhão de 75 mm.

Em outubro de 1941, o protótipo do Medium Tank M-4, posteriormente conhecido como Sherman, foi concluído na fábrica da Baldwin Locomotive Co., na Filadélfia. Com um peso bruto de 30 toneladas, o M-4 utilizava o eficiente sistema de Suspensão Vertical por Mola Voluta (VVSS) e era equipado com o motor aeronáutico a gasolina Curtiss-Wright Continental R-975E, que entregava 330 hp de potência. Este novo tanque representou um avanço significativo em relação ao M-3, oferecendo maior flexibilidade tática e capacidade de adaptação às demandas do campo de batalha. O projeto do tanque M-4 Sherman foi orientado pela simplicidade estrutural, com o objetivo de facilitar a produção em larga escala para atender à crescente demanda das forças aliadas. A meta inicial previa a entrega de aproximadamente 2.000 veículos por mês. Após extensos testes de campo, foram implementadas correções e melhorias no projeto original, culminando na primeira versão de produção, o M-4A1, cuja fabricação foi iniciada em fevereiro de 1942. Para atender às especificações do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (USMC), foi desenvolvido o modelo M-4A2, que substituiu o motor original a gasolina pelo motor diesel General Motors Twin 6-71. Essa alteração visava unificar o tipo de combustível utilizado pelas forças blindadas com o empregado pela frota naval, otimizando a logística. Posteriormente, a pedido do Exército dos Estados Unidos (US Army), foi criada a variante M-4A3, equipada com o motor a gasolina Ford GAA V-8 de 500 hp, proporcionando maior potência. A versão final de produção, o M-4A4, tornou-se disponível em julho de 1942. Embora visualmente semelhante ao M-4A1, o M-4A4 distinguia-se por seu chassi construído com chapas retas soldadas, em vez de uma peça única fundida. As primeiras unidades apresentavam uma blindagem frontal tripartida, unida por parafusos, característica herdada diretamente do tanque M-3 Lee. O M-4 Sherman teve seu batismo de fogo em 23 de outubro de 1942, durante a Segunda Batalha de El Alamein, no Norte da África, conduzida pelo 8º Exército Britânico. Operado por tripulações britânicas experientes, o M-4 demonstrou superioridade significativa em relação ao M-3 Lee/Grant, enfrentando com êxito os tanques alemães Panzer. Contudo, quando empregado pelo Exército dos Estados Unidos na Batalha de Kasserine, em fevereiro de 1943, o desempenho foi comprometido pela inexperiência das tripulações da 1ª Divisão Blindada, resultando em pesadas perdas. No teatro de operações europeu, o M-4 Sherman foi introduzido durante a Operação Husky, a invasão da Sicília, em julho de 1943. Operando ao lado dos tanques leves M-3 Stuart, os M-4A1 enfrentaram forte resistência dos canhões antitanque alemães e italianos. Em 11 de julho de 1943, os M-4 prestaram apoio crucial à infantaria aliada em Piano Luco. Durante os combates na Itália, as forças aliadas sofreram a perda de centenas de veículos, mas a 3ª Brigada da 1ª Divisão Blindada alcançou êxito ao entrar em Roma.
A introdução em larga escala dos tanques de combate M-4 Sherman possibilitou, no contexto das operações de frente, a substituição dos modelos M-3 Lee e Grant. Nesse cenário, com o objetivo de padronizar a cadeia de suprimentos de peças de reposição, foi decidido o desenvolvimento de uma viatura blindada especializada de socorro, destinada a substituir o M-31, versão de recuperação baseada no M-3. O projeto do novo veículo teve como base o tanque M-4A1 Sherman, caracterizado por escotilhas ovais de dimensões reduzidas para o motorista e seu auxiliar, além de um casco soldado com angulação acentuada, sem a incorporação das blindagens externas suplementares comumente utilizadas. Os primeiros exemplares do M-32 Recovery Vehicle começaram a ser entregues em meados de 1942, sendo majoritariamente construídos a partir de unidades originalmente produzidas como tanques de combate. A estrutura voltada para operações de socorro e manutenção foi integrada à plataforma padrão do M-4 Sherman. Contudo, a prioridade na entrega de tanques de combate limitou significativamente o emprego imediato do M-32 nos teatros de operações europeu e asiático, com sua participação ativa iniciando-se a partir dos desembarques aliados na Itália e na Normandia. Um aspecto notável é que apenas 111 unidades foram fabricadas diretamente como M-32 Recovery Vehicle nas linhas de produção, sendo a maioria das viaturas composta por conversões de tanques M-4 já finalizados. As versões subsequentes, introduzidas após meados de 1942, acompanharam as melhorias implementadas na plataforma do M-4 Sherman, resultando nos modelos M-32, M-32B1, M-32B2 e M-32B3. Até o final de 1944, a produção e conversão dessas viaturas de socorro alcançaram um total superior a 1.500 unidades. Nas fases finais da Segunda Guerra Mundial, a frota de M-32 começou a ser parcialmente substituída pelo M-74 Recovery Vehicle, uma versão de socorro baseada no M-4A3E8 Sherman, equipado com o sistema de suspensão HVSS, que proporcionava desempenho superior. Ao término do conflito, os M-32 remanescentes foram colocados em reserva, sendo posteriormente reativados para uso na Guerra da Coreia (1950-1953). Na década de 1950, grande parte dessas viaturas em reserva foi transferida a nações alinhadas à política geopolítica dos Estados Unidos, no âmbito do Programa de Assistência Militar (MAP). Nessas nações, versões especializadas foram desenvolvidas localmente, e muitas dessas viaturas permaneceram em serviço até meados da década de 1980.

Emprego no Exército Brasileiro.
No início da Segunda Guerra Mundial, o governo dos Estados Unidos passou a considerar com crescente preocupação a possibilidade de uma invasão do continente americano pelas forças do Eixo (Alemanha, Itália e Japão). A capitulação da França em junho de 1940 intensificou essas preocupações, uma vez que a ocupação de colônias francesas, como as Ilhas Canárias e Dacar, poderia proporcionar bases operacionais para as forças nazistas, ampliando a ameaça à América. Nesse cenário, o Brasil emergiu como o ponto mais vulnerável a uma potencial invasão, devido à sua proximidade geográfica com o continente africano, que também estava sob os planos de expansão territorial alemã. Adicionalmente, as conquistas japonesas no sudeste asiático e no Pacífico Sul consolidaram o Brasil como o principal fornecedor de látex para os Aliados, uma matéria-prima essencial para a produção de borracha, indispensável à indústria bélica. Geograficamente, o litoral nordeste brasileiro revelou-se estratégico para o estabelecimento de bases aéreas e portos, sendo o ponto mais próximo entre os continentes americano e africano para o translado aéreo. Assim, a costa brasileira tornou-se fundamental para o transporte de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves destinados aos teatros de operações na Europa e no Norte da África. Diante desse cenário, foi iniciada uma política de maior aproximação entre Brasil e Estados Unidos, resultando em acordos de cooperação econômica e militar. Um dos marcos dessa colaboração foi a adesão do Brasil ao programa de assistência militar conhecido como Lend-Lease Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), cujo objetivo principal era modernizar as Forças Armadas Brasileiras. Naquela conjuntura, o Exército Brasileiro enfrentava desafios significativos, com equipamentos, armamentos e doutrinas operacionais em estado de obsolescência. Os termos do acordo proporcionaram ao Brasil uma linha de crédito inicial de US$ 100 milhões, destinada à aquisição de material bélico. Esse investimento possibilitou o acesso a armamentos modernos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate, fortalecendo a capacidade militar do país. Apesar dos esforços de modernização, os primeiros tanques M-4 Sherman, modelos realmente modernos para os padrões da época foram fornecidos ao Exército Brasileiro somente em julho de 1945, com a entrega inicial de 17 unidades, com mais destes sendo recebidos nos meses seguintes.

A integração dos tanques M-4 e M-4A1 Sherman aos Batalhões de Carros de Combate (BCC) do Exército Brasileiro marcou um avanço significativo no fortalecimento tático das forças blindadas nacionais. Em comparação com os modelos leves M-3 e M-3A1 Stuart, bem como os médios M-3 Lee, utilizados desde 1942, os M-4 Sherman destacavam-se por sua superioridade em desempenho, blindagem e capacidade de fogo, elevando substancialmente o padrão operacional das unidades blindadas. Entre o início e meados da década de 1950, o Exército Brasileiro recebeu, por meio do Programa de Assistência Militar (Military Assistance Program – MAP), promovido pelo governo dos  Estados Unidos, um lote complementar composto por 30 carros de combate M-4A-1 Sherman, acompanhados de 50 motores e um expressivo conjunto de peças de reposição. Esses recursos visavam assegurar índices satisfatórios de disponibilidade operacional da frota. Apesar de sua quantidade reduzida em relação aos tanques M-3 Stuart e M-3 Lee, os M-4 Sherman assumiram um papel de destaque como principal vetor das forças blindadas brasileiras, desempenhando funções centrais nas operações táticas. Nesse período, a frota total de carros de combate do Exército Brasileiro aproximava-se de 500 unidades. Um aspecto relevante a ser destacado é que os contratos de Empréstimo e Arrendamento (Lend-Lease Act) não contemplaram a cessão de veículos especializados em operações de socorro e recuperação de carros de combate, mesmo que derivados dos modelos em uso pelo Exército Brasileiro. Essa ausência gerou uma significativa lacuna operacional, uma vez que as atividades de socorro em campo eram realizadas de maneira precária por veículos sobre rodas, como os caminhões Diamond T-968 G-509 6×6 Wrecker, Chevrolet G-506 NM G-7117 com guincho, NK G-7113 Tractor, GMC CCKW-352 G-138 M-7 e tratores de artilharia Minneapolis Moline GTX-147 6×6. Com o passar dos anos, o envelhecimento progressivo de toda a frota de carros de combate resultou em um aumento na incidência de falhas mecânicas em campo. Esse cenário tornou-se particularmente desafiador devido à inexistência de um veículo blindado de socorro dedicado, o que impactava diretamente a eficiência operacional dos Batalhões de Carros de Combate (BCC), comprometendo sua prontidão e capacidade de resposta.
Cientes e preocupados com este cenário, em meados de 1952, ainda no âmbito do Programa de Assistência Militar (Military Assistance Program – MAP), o adido militar brasileiro em Washington, D.C., formalizou, em 1953, uma solicitação para a cessão de um número limitado de veículos blindados de socorro sobre esteiras. Esse pedido foi atendido por meio de um acordo que resultou na entrega de duas viaturas usadas do modelo M-32 Recovery Vehicle, projetado para operações de socorro em campo e desenvolvido com base no tanque médio M-4A1 Sherman. Evidências baseadas em registros fotográficos sugerem que essas unidades pertenciam às versões iniciais de produção, possivelmente M-32 ou M-32B1. O M-32 Recovery Vehicle era equipado com uma grua hidráulica de lança rebatível para reboque e içamento, além de um guincho hidráulico com capacidade de 30 toneladas. Suas dimensões incluíam 5,9 metros de comprimento (extensível em mais 5,5 metros durante operações de suspensão de veículos danificados), 2,7 metros de largura e 2,94 metros de altura, com um peso bruto de 29.200 kg. O sistema motriz era composto por um motor radial de aviação Continental R-975-C1 ou C4, de 9 cilindros a gasolina, com potência de 350 hp ou 400 hp (261 ou 298 kW) a 2.400 rpm, idêntico aos empregados nos primeiros tanques M-4 Sherman recebidos pelo Brasil na década de 1950. A viatura utilizava o sistema de suspensão Vertical Volute Spring Suspension (VVSS). Para autodefesa, o M-32 estava equipado com uma metralhadora Browning calibre .50, montada na torre do comandante, com 300 cartuchos, uma metralhadora coaxial Browning calibre .30, com 9.000 cartuchos, e lançadores de granadas fumígenas. No Exército Brasileiro, a viatura foi oficialmente designada como M-32 VBE SOC (Viatura Blindada de Socorro) e recebeu as matrículas de frota EB13-115 e EB13-116. Registros não oficiais indicam que os operadores apelidaram as viaturas de "Sansão" e "Dalila". Essas viaturas passaram a ser empregadas em apoio aos Batalhões de Carros de Combate (BCC) equipados com tanques M-4 Sherman e M-3 Lee. Informações sobre sua operação no Exército Brasileiro são escassas, especialmente no que tange às unidades específicas que as utilizaram. Contudo, há registros e relatos que apontam que, em determinado momento, ambas as viaturas foram alocadas ao 1º Batalhão de Carros de Combate (BCC), sediado no Rio de Janeiro (RJ).
Embora o Exército Brasileiro contasse com apenas duas viaturas deste modeli, o Sherman M-32 VBE SOC foi o primeiro veículo blindado de socorro (VBS) operado no Brasil, desempenhando um papel fundamental na consolidação da doutrina operacional para assistência em campo de carros de combate blindados sobre esteiras. Mas apesar disso ainda se mostravam insuficientes para atender a constante demanda, levando o comando da Força Terrestre a negociar junto ao governo dos Estados Unidos a cessão de mais veículos especializados neste tipo de missão. Este pleito seria logo atendido, e em 1957 seriam recebidos três veículos do modelo M-74 Recovery Vehicle, uma evolução do M-32, construídos com base na plataforma do M-4A3 Sherman e equipados com a eficiente suspensão do tipo HVSS (Horizontal Volute Spring Suspension).  Esses veículos, registrados sob as matrículas EB13-243, EB13-244 e EB13-245, passaram a ser operados pelo Regimento de Reconhecimento Mecanizado (R Rec Mec), sediado na cidade do Rio de Janeiro, reforçando a dotação da unidade. Apesar da excelente folha de serviços, durante a década de 1970 estes veículos começaram a apresentar graves problemas de disponibilidade, principalmente devido à falta de peças de reposição, mesmo com o pessoal do Parque Regional de Manutenção da 3ª Região Militar (Pq R Mnt/3) , fazendo uso de processos de canibalização da frota de carros de combate M-4 e M-4A1 Sherman que se encontravam em processo de desativação. Este esforço permitiria uma extensão de vida útil destes carros, com os M-32 e M-74 VBE SOC permanecendo em serviço até o início da década de 1980, quando foram totalmente substituídos pelos M-78 VBE SOC, que foram recebidos juntamente com os últimos lotes dos carros de combate médio M-41 Walker Bulldog. Atualmente, pelo menos uma unidade do M-32 VBE SOC, a viatura "EB13-115 Quebra Galho", encontra-se preservada e em condições operacionais no 8º Batalhão Logístico (8º B Log), localizado em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, sendo utilizada em atividades cerimoniais.

Em Escala.
Para a representação do M-32 VBE SOC Sherman, registrado como "EB 13-115", foi utilizado o kit da Italeri na escala 1/35, reconhecido por sua alta qualidade. Contudo, para retratar com precisão a versão operada pelo Exército Brasileiro, foi necessária a substituição do casco original do kit, correspondente ao M-4A1, pelo casco compatível presente no kit da M-32 produzido pela Tamiya. Adicionalmente, foram realizadas modificações nos pontos de fixação do guindaste, nas caixas de ferramentas e no suporte do rádio localizado na parte frontal do veículo. Para a aplicação das marcações, foram utilizados decais produzidos pela empresa Eletric Products, pertencentes ao set  "Exército Brasileiro 1942-1982".
O padrão de pintura tático descrito a seguir corresponde ao esquema de cores adotado pelos veículos blindados do Exército dos Estados Unidos (US Army) durante a Segunda Guerra Mundial, sendo este o mesmo aplicado aos M-32 VBE SOC recebidos pelo Brasil em 1953. Tal esquema de pintura foi mantido ao longo de todo o período de serviço da viatura no Exército Brasileiro, permanecendo inclusive na unidade preservada no acervo do 8º Batalhão Logístico (8º B Log).

Bibliografia:

- M32 Recovery Veihcle -http://www.usarmymodels.com/AFV%20PHOTOS/M32%20TRV/M32%20TRV.html
- M4 Sherman  – Wikipedia - https://en.wikipedia.org/wiki/M4_Sherman ttps://en.wikipedia.org/wiki/Curtiss_JN-4
- M4 Sherman no Brasil – Helio Higuchi e Paulo R. Bastos Junior.

CAP4 Paulistinha & Taylorcraft Militar

História e Desenvolvimento.
A origem desta vasta linhagem de aeronaves leves de ligação transporte e instrução de grande sucesso mundial, tem início em 1927 com a fundação da empresa Taylor Brothers Aircraft Manufacturing, apresentando como primeiro produto de destaque o Taylor Cub, um pequeno avião biplace de asa alta cuja produção foi iniciada em 1931 atingindo a cifra de mais quatro mil aeronaves produzidas. Em dezembro de 1937 está pujante empresa seria renomeada como Piper Aircraft Company, e rapidamente tornar-se-ia sinônimo de aeronaves leves de treinamento e transporte, com suas vendas sempre se baseando na casa milhares de células comercializadas ao mercado civil. Durante a Segunda Guerra Mundial a companhia teria destaque no esforço de guerra aliado, sendo responsável pela produção de mais cinco mil células das versões militares do Piper J-3 Cub designadas como L-4 Grasshopper, além de produzir diversos componentes para equipamentos de defesa. A simplicidade e a robustez do projeto que o permitia operar em aeroportos com baixa infraestrutura de apoio, levaria a celebração de contratos de exportação para o mundo todo, encontrando um farto mercado nos países em desenvolvimento. Inicialmente as aeronaves eram exportadas prontas sendo montadas nos países de destino, logo em seguida o fabricante começaria a negociar os direitos (licença de produção), permitindo nestes acordos a inclusão de um percentual de componentes produzidos localmente. Esta sistemática iria ampliar o mercado desta notável família de aeronaves, que além do baixo custo de aquisição e operação, apresentavam um grande robustez e simplicidade. A combinação destes fatores permitiria que a aeronave atingisse os países mais distantes e isolados no mundo, entre eles o Brasil. Em 1935, Clarence Gilbert Taylor um dos fundadores da empresa seria destituído da diretoria executiva, e por decisão própria se retiraria do corpo acionário da Piper Aircraft Company, fundando logo em seguida a Taylorcraft Aircraft Co.  Esta nova empresa e passaria a produzir uma aeronave baseada no modelo BC-12 (inspirada em um projeto anterior de sua autoria) e logo galgaria grande êxito em vendas juntos aos mercados civis e militares nos Estados Unidos.

Já em nosso país a carreira das aeronaves inspiradas nos modelos da produzidos pelas empresas Taylorcraft Aircraft Co e Piper Aircraft Company, teria início no final da década de 1930, momento em que o Brasil vivenciava uma grande transformação em seu ciclo de desenvolvimento. Nesta época o entusiasmo do empresário paulista Francisco Pignatari pela aviação, o levaria a associação com o engenheiro italiano Luigi Bresciani, para o desenvolvimento e produção de uma aeronave nacional de pequeno porte. O ponto de partida seriam os modelos norte-americanos de categoria similar, para dois tripulantes com estrutura em metal recobertas por lona. Seriam então produzidos dois protótipos que equipados com motores a pistão Continental A65 com 50 cv. Uma série de voo de testes seriam realizados, e apesar de se mostrar funcional e teoricamente viável, esta iniciativa não projeto não passaria da fase de protótipo, porém experiencias obtidas neste processo serviriam de base para a criação no início do ano de 1942, de uma divisão aeronáutica pertencentes a uma das empresas de Francisco Pignatari, a Laminação Nacional de Metais. Inicialmente esta divisão se destinar-se-ia a produção de planadores para emprego em processos de treinamento e formação de pilotos civis, porém o grande sucesso em vendas destes modelos, vendas encorajaria o empresário a criar uma empresa de construção de aviões independente dos demais negócios do grupo. Desta maneira em agosto do mesmo ano seria fundada a Companhia Aeronáutica Paulista – CAP, apesar de deter o capital para investimento, a empresa necessitava de apoio tecnológico o que levaria a celebração de uma parceria com o Instituto de Pesquisas e Tecnologia (IPT) de São Paulo. Este acordo resultaria no desenvolvimento do primeiro protótipo de uma nova aeronave,  designada como IPT-4,  que posteriormente receberia o nome comercial de CAP-1 "Planalto”, com suas versões subsequentes recebendo as denominações de CAP-2, o CAP-3 e o CAP-3A.
Mas neste mesmo período Francisco Pignatari, não seria o único entusiasta a investir na produção de aeronaves no Brasil, pois por volta de meados de 1931, seria fundada pelos empresários Fritz Roesler, Orthon W. Hoover e Henrique Santos Dumont (sobrinho de Alberto Santos Dumont) a EAY – Empresa Aeronáutica Ypiranga Ltda. Inicialmente esta nova companhia passaria a desenvolver e fabricar planadores, entre eles o modelo EAY-101, estes que seriam as primeiras aeronaves deste tipo a serem 100% projetados no país. No ano de 1934 a empresa resolveria alçar voos maiores,  iniciando assim  o desenvolvimento de uma aeronave motorizada que seria designada como EAY-201 Ypiranga. Este modelo seria totalmente inspirado em seu similar norte-americano, o Taylor Cub, apresentando uma aeronave leve para dois passageiros. O primeiro voo do EAY-201 Ypiranga seria realizado em maio de 1935, estando incialmente equipado com um motor francês Salmson 9 AD radial, de apenas 40 hp que impulsionava uma hélice em madeira. Suas impressões de voo se mostrariam muito positivas, porém o aspecto do desempenho seria insuficiente, levando assim a troca do motor, optando agora pela adoção de um Franklin O-200 com 65 hp de potência. Diversas unidades seriam fabricadas e comercializadas até o ano de 1943,  quando a empresa seria absorvida pela pela Companhia Aeronáutica Paulista – CAP, nesta negociação seriam inclusos todo o ferramental, maquinários, e equipes e direitos de projeto e produção. Durante anos muitas destas aeronaves continuaram a operar pelo pais, com o último voo de um EAY-201 Ypiranga, uma aeronave com a matricula PP-TJR, ocorrendo, no dia 10 de dezembro de 1970, em um transladado realizado pelo Comandante Lucy Lúpia Pinel Balthazar,  entre o  Campo de Marte, em São Paulo, e o Campo dos Afonsos no Rio de Janeiro, oportunidade na qual este avião seria incluso no acervo permanente do Museu Aeroespacial (Musal).

Finalizada a transição, o corpo diretivo da Companhia Aeronáutica Paulista – CAP, firmaria um novo acordo com o Instituto de Pesquisas e Tecnologia (IPT), com o objetivo de revisar e atualizar os planos do projeto do EAY-201 Ypiranga. Neste processo diversas melhorias seriam implementadas unindo soluções existentes em ambas as linhas de desenvolvimento das equipes de engenharia, resultando assim em uma nova aeronave que receberia a designação de CAP-4 Paulistinha.  O primeiro exemplar deste novo avião deixaria as linhas de montagem para iniciar testes e ensaios de voo no dia 2 de abril de 1943, recebendo inúmeros elogios ´pertinentes a suas características de voo. Sem apresentar grande complexidade na sua linha de construção, o CAP-4 Paulistinha se mostrava extremamente robusto, de simples e rápida manutenção, baixo custo de aquisição e operação, além de seu perfil de pilotagem ser assimilado com facilidade. Neste mesmo ano a empresa chegaria a produzir uma aeronave por dia, um feito notável até então para empresas nacionais. A exceção dos motores e principais instrumentos de seu painel importados dos Estados Unidos, praticamente todos os demais componentes eram de fabricação nacional. Sua produção atingiria a cifra de quase oitocentas aeronaves, sendo disposto em três versões destinadas a tarefas de treinamento, duas destinadas a remoção aero médica e uma versão experimental, o “Paulistinha Rádio”, para emprego como aeronave de regulagem de tiro de artilharia. Além das boas qualidades aeronáuticas, o sucesso comercial do CAP-4 Paulistinha deveu-se também à “CNA – Campanha Nacional de Aviação”, ou ainda conhecida como “Campanha para Dar Asas a Juventude Brasileira”, ou pelo slogan “Deem Asas ao Brasil”, idealizada e organizada em 1941, pelo jornalista Assis Chateaubriand, que visava disseminar o conceito do transporte aeronáutico no pais naquele período.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, a demanda por aeronaves de treinamento diminuiu. O mercado militar estava abastecido com o excedente de aviões norte-americanos, enquanto o mercado civil ainda não estava suficientemente desenvolvido para gerar demanda, o que levou a Companhia Aeronáutica Paulista – CAP,  a encerrar suas atividades, em 1949, neste momento os direitos de produção seriam transferidos para a propriedade do Ministério da Aeronáutica (MAer). Em 1955 a Sociedade Construtora Aeronáutica Neiva, negociaria a aquisição destes direitos, com o projeto original da aeronave passando a receber uma série de modificações, entre elas o reposicionamento do tanque e a seletora de combustível, que recebeu uma proteção para evitar o fechamento acidental, a alteração das portas da cabine, as janelas, o capô do motor e os instrumentos, além de utilizar um propulsor mais potente, um Continental C90 8F, de 90 hp. Esta aeronave receberia a designação comercial de P-56 (P de Paulistinha e 56 do ano do projeto - 1956), curiosamente não seria possível para a produção em série fazer uso do motor escolhido, com a empresa passando a adorar o Continental C90 14F, também de 90 hp, que apresentava sistema de partida elétrica, que seria alterado para o processo manual em 1957 para permitir sua certificação. Em setembro do mesmo ano, o Ministério da Aeronáutica (MAer) faria uma encomenda de dezenove P-56, que apresentavam como principal exigência a adoção de motores Lycoming O235B, de 100 hp (que se encontravam nos estoques da Força Aérea Brasileira), esta versão receberia a designação de P-56B. Em 1960, seriam resolvidos os problemas que impediam a importação dos motores um Continental C90 8F, com as novas aeronaves passando a ser designadas como P-56C. Em 1961 seria desenvolvido o  P-56C1 equipado com um motor Lycoming de 115 hp, com esta versão sendo destinada a tarefas de pulverização de lavouras. Por fim o P-56C1 destinado como rebocador de planadores seria lançado em 1963, passando a contar com um motor Lycoming O320, de 150 hp. Ao todo seriam produzidas cerca de 260 aeronaves, com a maioria destas sendo adquiridas pelo Ministério da Aeronáutica (MAer), para serem doadas pelos Departamento de Aviação Civil (DAC) a muitos aeroclubes. 

Emprego nas Forças Armadas Brasileiras.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Brasil passaria a representar no cenário global, uma posição de destaque estratégica dentro do contexto do conflito, representando um importante fornecedor de matérias primas estratégicas (borracha, metais e alimentos). Sendo detentor ainda, de um vasto território continental com pontos estratégicos, extremamente propícios em seu litoral nordeste, para o estabelecimento de bases aérea e operações portuárias. E neste contexto o país, passaria a ser agraciado com diversas contrapartidas comerciais e militares, envolvendo sua adesão ao programa Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), gerando assim para o pais uma linha de crédito da ordem de cem milhões de dólares, destinados a aquisição de material bélico, que permitiria ao pais modernizar suas forças armadas. Neste contexto a aviação passaria a ser muito difundida no pais, principalmente após a criação do Ministério da Aeronáutica (MAer) em janeiro de 1941, neste momento ser faria necessário priorizar a formação de pilotos militares preparando assim a recém criada Força Aérea Brasileira para os desafios que sem mostrariam presentes em um futuro próximo. A fim de atender a esta demanda centenas de aeronaves de treinamento militar como os Fairchild PT-19 e Vultee BT-15 Valiant começariam a ser recebidas no país a partir do ano seguinte. Apesar desta cessão de materiais atender plenamente as necessidades, havia no ar um sentimento de patriotismo exaltado, que motivaria junto a sociedade civil a criação e uma série de movimentos em apoio as forças armadas brasileiras, dentre estas destacam-se as campanhas de arrecadação de fundos que visavam a doação de aviões para a Força Aérea Brasileira. Uma destas iniciativas lideradas pelo Rotary Club do Rio de Janeiro, angariaria junto a comunidade local fundos para a aquisição para doação de uma aeronave CAP-4B Paulistinha, configurada na versão de ambulância para empregos em tarefas de remoção aéreo médica. Após doação a Força Aérea Brasileira esta célula seria batizada como “Anna Nery”, sendo distribuída a Base Aérea do Galeão.

Em maio de 1945, a Subdiretoria Técnica da Aeronáutica (SDTAer), incorporaria um CAP-4A Paulistinha novo de fábrica, com esta aeronave recebendo a designação e matrícula de L-CAP4 3055, passando a ser empregado como aeronave orgânica em tarefas de ligação e transporte. Após o término da Segunda Guerra Mundial a Força Aérea Brasileira dispunha de mais de 1.500 aeronaves dispostas em diferentes tipos de aplicação operacional. Visando maximizar recursos e diminuir custos, buscaria ao máximo padronizar ao máximo os modelos em uso, neste momento haviam somente dois CAP-4 Paulistinha em carga, com este modelo sendo declarado não apropriado para adequação a nova sistemática de racionalização. Desta maneira estas duas aeronaves seriam classificadas como excedentes as necessidades da força área, sendo alienadas para a doação ao segmento civil, assim em 1947 o CAP-4B “Anna Nery”, seria entregue a Fundação Brasil Central, e no ano seguinte no mês de novembro o CAP-4A que pertencia a Diretoria de Material da Aeronáutica (DIRMA) foi transferido ao Departamento de Aviação Civil (DAC) que o repassaria para o aeroclube na cidade de Garça no interior do estado de São Paulo. Já os Taylorcraft BC15 tiveram uma passagem bastante discreta pela Força Aérea Brasileira, com duas aeronaves do modelo civil BC-12 sendo recebidas desmontadas no Parque Aeronáutico dos Afonsos (PqAerAF) com a origem destas células remontando a dúvidas se elas foram  realmente doadas ou foram fruto de apreensão por contrabando. Estas aeronaves seriam montadas e colocadas em condições de voo pelos técnicos do parque, recebendo a designação militar L-2 com as matriculas FAB 3060 e 3061, sendo transferidas as Bases Aéreas do Galeão e Porto Alegre, ficando a disposição do Quartel General da V Zona Aérea,  onde devido a sua baixa capacidade de transporte acabariam  empregadas somente em missões de ligação em prol daquele comando.
Em 1956, estes dois Taylorcraft L-2 seriam retirados do serviço, e após revisão no Parque Aeronáutico dos Afonsos (PqAerAF) foram transferidos ao Departamento de Aviação Civil (DAC), onde foram cedidos a aeroclubes localizados no estado do Rio de Janeiro, se mantendo em uso por muitos anos. Em 1962 uma célula usada do modelo militar Taylorcraft BC12D seria incorporada a Aviação Naval da Marinha, esta aeronave seria adquirida a fim de prover instrução real para a grade do Curso de Observador Aéreo Naval (COAN), porém este programa seria cancelado antes mesmo do recebimento do avião. Assim este Taylorcraft BC12 foi destinado Destacamento Especial de Aeronaves do CIAAN (Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval), onde passaria a passou a realizar missões de ligação e transporte em proveito do pessoal da Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia (BaeNSPA). Em 1964 seria determinado que esta aeronave fosse alocada junto ao 1º Esquadrão Misto de Aeronaves do Núcleo do Comando de Aviação da Força de Fuzileiros da Esquadra juntamente com um CAP-4 Paulistinha, onde permaneceriam em operação até 26 de janeiro de 1966 quando foi assinado o Decreto Presidencial Nº 55.627 que determinava a entrega a Força Aérea Brasileira, de todas as aeronaves de asa fixa. Esta determinação seria atendida na semana seguinte, porém a Diretoria de Material da Aeronáutica (DIRMA), não se interessaria por sua incorporação, sendo a mesma vendida como sucata. Já as duas células do CAP-4 Paulistinha que foram adquiridas também em 1962, seriam também rejeitadas pela Aeronáutica, sendo transferidas ao Departamento de Aviação Civil (DAC) para repasse a aeroclubes.

Na primeira metade da década de 1950, a Força Aérea Brasileira, buscava opções para a substituição de sua frota de aeronaves de ligação leve. Visando fomentar a indústria de defesa nacional, o Ministério da Aeronáutica (MAer) assinaria em 1957, com a Sociedade Aeronáutica Neiva, um contrato para a aquisição de vinte exemplares do modelo P-56B Paulistinha. Esta nova versão apresentava muitas melhorias técnicas quando comparado ao CAP-4 , estando equipado com o motor Continental A-65-8 de 4 cilindros em linha com 90 hp de potência. Deste lote, a primeira aeronave seria destinada ao Centro de Tecnologia da Aeronáutica (CTA), se tratando do primeiro protótipo do modelo, já as doze células seguintes seriam recebidas entre junho de 1959 e janeiro de 1960, sendo destinadas a 3ª Esquadrilha de Ligação e Observação (3º ELO). As aeronaves restantes deveriam distribuídas a 1º Esquadrilha de Ligação e Observação (1ºELO), no entanto os últimos cinco aviões apesar de receberem as matriculas militares, seriam entregues diretamente ao Departamento de Aviação Civil (DAC) onde foram posteriormente destinados a aeroclubes. Em serviço estas aeronaves receberiam a designação militar de L-6 portando as matriculas de FAB 3080 á  FAB 3099. Incialmente tais aviões careciam de equipamentos especializados para as missões de controle aéreo e observação como rádio e lançadores de foguetes de fosforo branco, restringindo assim em muitas suas tarefas a apenas missões de ligação. A partir de meados de 1960 algumas células começaram a ser transferidas para outras unidades entre elas a Escola de Aeronáutica (EAer) e para algumas bases aéreas para emprego como aeronaves orgânicas.
Em  maio de 1963, mais duas células seriam recebidas, ambas entregues ao Grupo de Transporte Especial (GTE), porém tiveram uma vida efêmera, com uma sendo transferida a Base Aérea de Brasília e outra para o Departamento de Aviação Civil (DAC). Neste mesmo ano as últimas aeronaves de modelo seriam retiradas do acervo da 3º Esquadrilha de Ligação e Observação (3ºELO),   e alocadas junto as frotas da Base Aérea de Canoas , Base Aérea de Fortaleza e Base Aérea de Santa Cruz , onde passariam a ser operados por pessoal do 1º/14º Grupo de Aviação - Esquadrão Pampa, 1º/4º Grupo de Aviação - Esquadrão Joker , e 1º Grupo de Aviação de Caça - Esquadrão Jambock. Em agosto de 1965 um P-56D Paulistinha, com motor mais potente seria recebido sendo designado como YL-6A, esta célula seria utilizada como aeronave orgânica pelo pelo Centro de Tecnologia da Aeronáutica (CTA). No ano seguinte quatro aeronaves foram revisadas pelo Parque Aeronáutico dos Afonsos (PqAerAF) e doadas a Força Aérea Paraguaia (FAP). Em meados de 1973 seria iniciado o processo de desativação dos L-6 Paulistinha, passando a ser substituídos pelos novos Neiva L-42 Regente, com as aeronaves remanescentes passando a ser gradativamente transferidas ao Departamento de Aviação Civil (DAC) que procedeu sua doação a diversos aeroclubes brasileiros.

Em Escala.
Para representarmos o CAP-4 Paulistinha N-710 da Aviação Naval da Marinha do Brasil (que posteriormente teve sua matricula alterada para N-505), fizemos uso do antigo kit da Academy na escala 1/48. A similaridade do projeto da Piper com a aeronave nacional nos permite representarmos o modelo em questão, procedendo mínimas alterações. Empregamos decais confeccionados pela FCM Decais presentes no Set 48/07A.

O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o primeiro padrão de pintura de alta visibilidade, empregado nas aeronaves de instrução da Aviação Naval da Marinha Brasileira, durante a sua segunda fase. As aeronaves da Força Aérea Brasileira empregaram outros esquemas de pintura, durante sua carreira.



Bibliografia :

- Averonaves Militares Brasileirsa 1916 – 2015 – Jackson Flores Jr
- História da Força Aérea Brasileira, Professor Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html
- Aviação Naval Brasileira, Professor Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/Asas%20sobre%20os%20mares/index.html

M-4A1 High Speed Tractor

História e Desenvolvimento
A Europa, a partir da segunda metade da década de 1930, presenciaria um forte programa de rearmamento por parte Alemanha, que apesar das limitações impostas pelo Tratado de Versalhes (assinado após o término da Primeira Guerra Mundial) avançava em escaramuças a largos passos. O governo alemão, que era regido partido nacional socialista (Partido Nazista) e liderado pelo chanceler Adolf Hitler, começava a esboçar preocupantes ambições em termos de expansão territorial na Europa. O plano secreto de fortalecimento militar alemão, estava focado no desenvolvimento de novos conceitos e doutrinas militares, que acabariam resultando no tática de combate  "Blitzkrieg" (Guerra Relâmpago), um revolucionário método de guerra ofensiva projetado para desferir um golpe rápido e focado em um empregar em conjunto forças móveis e manobráveis, incluindo tanques blindados e apoio aéreo. Este conceito apresentava como um de seus principais pilares o desenvolvimento de carros de combate blindados, que deveriam apresentar como principal característica a combinação de velocidade, mobilidade, blindagem, controle de tiro e poder de fogo. Assim seus modelos deveriam ser desenvolvidos para serem superiores em todos os aspectos aos seus pares disponíveis na época. Do outro lado do atlântico, estas ameaças não passavam desapercebidas aos olhos do comando do  Exército dos Estados Unidos (US Army), levando nesta mesma época a criação de um ambicioso, programa de estudos, que visava o desenvolvimento de carros de combate que pudessem a rivalizar com os novos carros de combate alemães.  Esta iniciativa além de conceber novos carros de combate, previa a criação de  uma variada gama de veículos, evolvendo carros blindados sobre rodas e também modelos de resgate e socorro para apoio em campo a esta nova geração de veículos militares. Nesta época, os carros de combate leves recém introduzidos M-3 Stuarts passivam a representar o esteio da força de carros de combate norte-americanos, e apesar de estarem disponíveis em números satisfatórios, dúvidas seriam levantadas sobre sua real efetividade contra as novas ameaças, com esta ideia estando principalmente baseada no emprego do canhão de 37 mm como arma principal, oque suscitaria o emprego de armas de maior calibre nos projetos em desenvolvimento. 

Apesar destas duvidas, em função das demandas emergências  de reequipamento do Exército dos Estados Unidos (US Army) seria decidido seguir com a ideia de produção em larga escala dos carros de combate leves M-3 Stuart. Neste contexto este modelo seria o primeiro a ser exportados às pressas para os ingleses, a tempo ainda de serem empregados no enfretamento aos blindados alemães e italianos no deserto africano. Como previsto seu desempenho seria sofrível, porém sua   facilidade de produção em larga escala, poderia suprir a necessidades do esforço de guerra Aliado, com o modelo se mantendo em produção durante todo o conflito. Neste contexto em função das características mecânicas da plataforma seria decidido, fazer uso desta para o desenvolvimento de versões especializadas. Logo no início da participação norte-americana na Segunda Guerra Mundial, seria identificada a necessidade de se dotar o Exército dos Estados Unidos (US Army) com veículos capazes de tracionar no campo de batalha peças de artilharia, devendo ter como requisito básico a capacidade de acompanhar os demais veículos blindados em terrenos irregulares. Uma concorrência seria aberta, com a proposta da empresa Allis-Chalmers Corporation (especializada na produção de tratores, transmissões e implementos agrícolas) ganhando destaque.  Este "trator de artilharia"  seria desenvolvido sob a plataforma básica do blindado leve M-3 Stuart. Este processo seria adotado visando otimizar a produção partindo do emprego mesmo ferramental e também facilitar a manutenção, devido a comunalidade de componentes com blindados leves M-3 Stuart empregados em larga escala pelas forças aliadas. Os dois primeiros protótipos seriam completados na fabrica da empresa  em Milwaukee no estado de Wisconsin, em agosto e setembro de 1942, ostentando a designação inicial de High Speed Tractor (Trator de Alta Velocidade), sendo então apresentando aos militares norte-americanos a fim de serem submetidos a um programa de avaliação pré-operacional. 
Este programa seria conduzido por três meses, com o modelo apresentado excelente desempenho, atendendo plenamente as especificações exigidas, recebendo sua homologação operacional logo em seguida. Um primeiro contrato seria celebrado prevendo a produção de sessenta veículos que receberiam a designação oficial de trator de artilharia M-4 High Speed Tractor. Este modelo seria classificado conforme sua capacidade operacional, sendo enquadrado na categoria de dezoito toneladas, sendo homologado primeiramente a  tracionar uma variada gama de peças de artilharia de grande porte, tal como os obuseiros M-1 de 155 mm e Long Ton de 240 mm, canhões antiaéreos M-1A3 de 90 mm e M-3 de 76 mm. Por questões de segurança veicular, o M-4 High Speed Tractor  seria equipado com um sofisticado e eficiente sistema combinado de freios a ar e elétrico, para assim suportar com segurança as cargas a serem tracionadas, mesmos em quaisquer condições adversas de deslocamento ou terrenos. O veículo fora projetado prevendo uma área de armazenamento em sua parte traseira, pois grande parte das cargas de artilharia a serem empregados, deveriam ser transportados pelo próprio veículo, com estes sendo acondicionados em racks modulares  customizáveis para  projeteis de 90 mm, 155 mm, 200 mm e 240 mm. No caso específico de projéteis de maior porte (e grande peso),  sua movimentação dos racks até a culatra da peça de artilharia era feita com o auxílio de um guindaste mecânico integrado ao veiculo. A capacidade de transporte de munição podia chegar a até cinquenta e quatro projeteis de artilharia e quinhentos cartuchos de metralhadora de calibre .50. O amplo espaço da carroceria permitia ainda confortavelmente o transporte interno de até dez soldados pertencentes a guarnição das peças de artilharia, além do condutor do próprio veículo, enfatizando assim a versatilidade deste veículo. O M-4 High Speed Tractor era ainda equipado com uma metralhadora M-2 Browning calibre. 50, que podia ser montada em um anel giratório no teto, para emprego antiaéreo e antipessoal.

As primeiras unidades do trator de artilharia M-4 High Speed Tractor, começariam a entrar em serviço operacional no Exército dos Estados Unidos (US Army) a partir de março de 1943, sendo destinados a equipar os regimentos de artilharia de campanha alocados no teatro de operações no Pacífico. O incremento da produção em série, possibilitaria equipar mais regimentos não só no Pacifico , mas também nas unidades de artilharia que passavam a ficar estacionadas na Inglaterra, que se encontram em processo de treinamento e preparação para participação na Operação Overlord ( Suserano - Dia D), a invasão da França pelas praias da Normandia. Durante todo o conflito, o M-4 High Speed Tractor, seria empregado em todos os fronts de batalha pelas forças norte-americanas e aliadas. Além da modelo original, mais duas evoluções seriam desenvolvidas e produzidas, com a primeira sendo designada como M-4C, que passava a apresentar de rack reprojetados com maior capacidade de transporte de munições internamente, otimizando a operação durante as tarefas de tiro. Já a segunda versão designada como M-4A1, seria equipada com o novo modelo de esteira mais larga do tipo "duck bill" (bico de pato), otimizada para operação e terrenos adversos, seguindo as mesmas modificações implementadas nos carros de combate M-4 Sherman a partir de 1944. Sua extensa folha de serviço não se encerraria com o término da Segunda Guerra Mundial em 1945, com os robustos M-4 High Speed Tractor, sendo empregados novamente em batalha durante a Guerra da Coréia (1950 - 1953), sendo operados não só pelo Exército dos Estados Unidos (US Army), mas também utilizado em pequeno número pelas Forças Armadas da República da Coreia (Hangul).
Em fins da década de 1940, centenas de unidades do trator de artilharia M-4 High Speed Tractor começariam a ser retiradas do serviço ativo e armazenadas como reserva estratégica, sendo posteriormente  incluídas no portifólio de itens militares a serem disponibilizados nos termos do Programa de Assistência Militar (Military Assistance Program - MAP). Dentre os paises a fazerem uso dos vantajosos termos de programa se encontravam nações como Brasil, Portugal, Nova Zelândia, Paquistão, Iugoslávia e Japão, que receberiam alguns veículos desta família. Além disto muitos veículos deste modelo seriam desmilitarizados e comercializados no mercado civil domestico, para o emprego no segmento de construção pesada, atuando como rebocadores de brocas para perfuração de rochas e transporte de carga. Nesta fase os M-4 High Speed Tractor teriam notada participação na exploração de madeira na Colúmbia Britânica. Ainda durante a década de 1960, quinhentas unidades adquiridas do governo norte-americano pela empresa canadense G.M. Philpott Ltd.  de Vancouver, sendo então reconstruídas como tratores civis, com muitos deste permanecendo em serviço até os dias atuais. Entre março 1943 e junho 1945, sairiam da linha de montagem da Allis-Chalmers Corporation, um total de cinco mil quinhentas unidades desta família de tratores  de artilharia sob esteiras. Em seu país de origem o M-4 High Speed Tractor, se manteve em uso no Exército dos Estados Unidos (US Army)  e no Corpo de Fuzileiros Navais (US Marine Corps) até meados da década de 1960, sendo substituídos pelo novo modelo  M-40 Gun Motor Carriage.

Emprego no Exército Brasileiro.
No início da Segunda Guerra Mundial, o governo norte-americano passaria a considerar com extrema preocupação uma possível ameaça de invasão no continente americano por parte das forças do Eixo (Alemanha – Itália – Japão). Quando a França capitulou em junho de 1940, o perigo nazista a América se tornaria claro se este país estabelecer bases operacionais nas ilhas Canárias, Dacar e outras colônias francesas. Neste contexto o Brasil seria o local mais provável de invasão ao continente pelas potencias do Eixo, principalmente devido a sua proximidade com o continente africano que neste momento também passava a figurar nos planos de expansão territorial do governo alemão. Além disso, as conquistas japonesas no sudeste asiático e no Pacífico Sul tornavam o Brasil o principal fornecedor de látex para os aliados, matéria prima para a produção de borracha, um item de extrema importância na indústria de guerra. Além destas possíveis ameaças, geograficamente o litoral do mais se mostrava estratégico para o estabelecimento de bases aéreas e operação de portos na região nordeste, isto se dava, pois, esta região representava para translado aéreo, o ponto mais próximo entre os continentes americano e africano. Assim a costa brasileira seria fundamental no envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego nos teatros de operações europeu e norte africano. Este cenário demandaria logo sem seguida a um movimento de maior aproximação política e econômica entre o Brasil e os Estados Unidos, resultando em uma série de investimentos e acordo de colaboração. Entre estes estava a adesão do país ao programa de ajuda militar denominado como Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), que tinha como principal objetivo promover a modernização das Forças Armadas Brasileiras, que neste período estavam à beira da obsolescência tanto em termos de equipamentos, armamentos e principalmente doutrina operacional militar. Os termos garantidos por este acordo, viriam a criar uma linha inicial de crédito ao país da ordem de US$ 100 milhões de dólares, para a aquisição de material bélico, proporcionando ao país acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate. Estes recursos seriam vitais para que o país pudesse estar capacitado para fazer frente as ameaças causadas pelas ações de submarinos alemãs a navegação civil e militar que se apresentavam no vasto litoral do país. A participação brasileira no esforço de guerra aliado seria ampliada em breve, pois Getúlio Vargas afirmou que o país não se limitaria ao fornecimento de materiais estratégicos para os países aliados, e que que “o dever de zelar pela vida dos brasileiros obrigados a medir as responsabilidades de uma possível ação fora do continente. De qualquer modo, não deveremos cingir-nos à simples expedição de contingentes simbólicos”.

Apesar do Exército Brasileiro ser amplamente favorecido neste processo, os acordos de fornecimento de veículos militares, curiosamente não incluiriam a imediata cessão dos modernos tratores de artilharia do modelo M-4 e M-5, o que dificultaria as operações de obuseiros de grande calibre no país. Como esperado, o país tomaria parte em um esforço maior junto aos aliados, com está intensão sendo concretizada no dia 09 de agosto de 1943, quando através da Portaria Ministerial nº 4.744, publicada em boletim reservado de 13 do mesmo mês, seria estruturada a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Curiosamente o modernos M-4 High Speed Tractor não seriam disponibilizados aos efetivos brasileiros que lutariam na Itália , com apenas unidades do trator de artilharia sobre esteiras do modelo M-5 seriam fornecidas as tropas brasileiras  para o emprego junto a sua unidade de artilharia de campanha, o 1º Grupo do 1º Regimento de Artilharia Pesada Curta (1º/1º RAP). Após o término do conflito em maio de 1945, os tratores M-5 bem como os demais veículos, armas e equipamentos pertencentes ao Exército Brasileiro seriam encaminhados ao Comando de Material do Exército dos Estados Unidos (US Army) na cidade de Roma. Nesta organização os veículos em melhor estado de conservação seriam armazenados e despachados posteriormente ao Brasil por via naval. Logo após o término da Segunda Guerra Mundial, o governo norte-americano, no objetivo de manter sua influência política e militar junto as nações aliadas, instituiria o Programa de Assistência Militar (Military Assistance Program - MAP). Este programa visava criar linhas de crédito e vantagens econômicas para o fornecimento de material militar de segunda mão, e neste contexto o Brasil seria elencado com uma destas nações a serem beneficiadas. Assim a partir do final do ano de 1948, as Forças Armadas Brasileiras, passariam a receber uma grande quantidade de materiais militares, como armamentos, munições, motores, ferramental e peças de reposição. Em termos de veículos blindados, o Exército Brasileiro receberia um grande lote composto por carros de combate M-3 Sherman e tratores de artilharia do modelo M-4A1 High Speed Tractor.  Este programa englobava a cessão de sessenta e quatro veículos deste modelo. Uma comitiva seria enviada aos Estados Unidos para proceder a escolha dos tratores em melhor estado de conservação, com estes sendo posteriormente submetidos a uma completa revisão mecânica, passando após este processo a serem despachados por via naval ao Brasil, sendo recebidos em lotes entre os anos de 1949 e 1952.
O recebimento e introdução em serviço deste novo modelo de trator de artilharia, viria a melhorar sensivelmente a capacidade de mobilidade da artilharia de campanha do Exército Brasileiro. Neste período a artilharia de campanha brasileira era precariamente tracionada pelos poucos M-5 Tractor veteranos da Campanha da Itália, e dois ou três tratores meia lagarta alemães Hanomag Sd.Kfz-7, recebidos há mais de vinte anos. Estes eram complementados precariamente pelos já  obsoletos de desajeitados tratores de artilharia Mineapolis Monline GTX-147 6X6, que necessitavam ser rapidamente substituídos.  Assim os "novos" M-4 High Speed Tractor seriam destinados inicialmente aos Grupos de Artilharia de Campanha (GAC) e aos Grupos de Artilharia de Costa Motorizado (GACosM), e posteriormente aos Grupos de Canhões Antiaéreo (GC AAe). Entre os principais destinos podemos citar o  5º Grupo de Canhões 90 mm Antiaéreos (5º GCan 90 AAé), 1º Grupo de Canhões 90 mm Antiaéreos (1º GCan 90 AAé) Rio, Escola de Artilharia de Costa (EAC), Escola de Defesa Antiaérea (EsDAAe), 6º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado (6º GACosM), 1º Grupo do 7º Regimento de Obuses 105(1º GA 7º REGOb), 8º Grupo de Artilharia 75 Auto Rebocado (8º GaRec 75), 26º Grupo de Artilharia de Campanha (26º GAC) e o 2º Grupo de Obuses 155 mm (2º GaOb 155 mm). Nestes grupos os M-4 High Speed Tractor, complementariam os M-5 Tractor, passando a substituir finalmente os Mineapolis Monline GTX-147 6X6. Destinados originalmente a tracionar peças de artilharia de grande calibre, estes veículos operariam tracionado  os obuseiros alemães Krupp de 88 mm, ingleses Vickers Armstrong de 152 mm e norte-americanos M-114A2 de 155 mm, além dos pesados canhões antiaéreos M-3 e M-1A3 de 76 mm e 90 mm.

Durante vários anos, os tratores de artilharia M-4A1 High Speed Tractor prestariam grande serviços as unidades de artilharia do Exército Brasileiro, que apesar de apresentarem um grupo motor diferente dos carros de combate leves M-3 Stuart, sempre apresentaram altos índices de disponibilidade operacional. Salientado que estes tratores de artilharia apresentavam grande comunalidade de componentes e peças dos sistemas de suspensão, hidráulica e elétrica com aqueles carros de combate disponíveis em grande quantidade no pais, o que proporcionaria um amplo estoque de peças de reposição,  o que permitiu manter os tratores em constante uso sem afetar capacidade operacional da artilharia de campanha. Esta mesma similaridade de projeto, permitiria o modelo ser incluído nos estudos de modernização e remotorização da frota de carros de combate M-3 Stuart, iniciados em fins da década de 1960 pela equipe técnica do Parque Regional de Motomecanização da 2º Região Militar (PqRMM/2) em São Paulo.  Este processo tinha como alicerce principal, a troca dos motores originais a gasolina (que além de dispendiosos careciam de peças de reposição no mercado, tendo em vista sua produção havia sido descontinuada há quase trinta anos), por novos motores a diesel de fabricação nacional. A exemplo do programa aprovado e aplicado nos carros de combate M-3 e M-3A1 Stuart, o mesmo seria realizado junto a frota destes tratores de artilharia, recebendo o mesmo motor nacional a diesel Scania Vabis D-11 com 205 hp de potência. Os veículos que emergiam deste processo, apresentavam como única diferencial visual perceptível, o posicionamento do cano de escape do motor, sendo este similar aos escapamentos dos caminhões civis a diesel produzidos por esta mesma montadora. Neste processo diversos componentes críticos seriam nacionalizados,  apresentando como destaque os patins de borracha das esteiras.
A desativação dos antigos canhões ingleses Vickers Armstrong de 152,4 mm pertencentes aos Grupos de Artilharia de Costa Motorizado (GACosM) em meados da década de 1970, reduziria drasticamente necessidade do emprego dos veteranos tratores de artilharia M-4A1 High Speed Tractor. Desta maneira a partir de 1980 seria iniciado um gradativo processo de desativação destas viaturas junto ao Exército Brasileiro, com a maioria dos carros sendo armazenados. Neste contexto cerca de dezessete destes veículos desativados seriam destinados a servir como fonte de peças de reposição, principalmente componentes do seu sistema de suspensão, que seria empregado no desenvolvimento dos protótipos e pré-séries dos novos carros de combate leve nacional Bernardini CCL X1 Pioneiro, ajudando assim a viabilizar este importante programa. Poucos tratores de artilharia M-4A1 High Speed Tractor seriam mantidos ainda em operação junto a alguns Grupos de Artilharia de Campanha (GAC) e Grupos de Canhões Antiaéreo (GC AAe), até meados da década de 1990, quando enfim foram desativadas do serviço ativo. Algumas destas viaturas seriam conservadas em museus militares ou ainda preservados em condições de uso para emprego em datas cerimoniais.

Em Escala.
Para representarmos o M-4A1 High Speed Tractor  “EB31-201” em sua versão original, fizemos uso do excelente kit da Hobby Boss, que prima pelo detalhamento e nos brinda com sets em photo etched que trazem ao modelo um excelente nível de acabamento. Para se representar a versão brasileira podemos montar o modelo direto da caixa sem a necessidade de alterações, apesar de algumas fotos de época apresentarem a roda tratora de coroa sólida. Temos informações que o Exército Brasileiro recebeu modelos dos dois tipos. Empregamos decais Eletric Products pertencentes ao set “Exército Brasileiro 1942 - 1982".
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura do Exército Brasileiro aplicado em todos seus veículos militares desde a Segunda Guerra Mundial até a o final do ano de 1982, quando tiveram alterados o brasão do exército e a sistemática de matrículas.  Alguns veículos recebeiram ainda o esquema de camuflagem em dois tons.


Bibliografia :

- O Stuart no Brasil – Helio Higuchi, Reginaldo Bachi e Paulo R. Bastos Jr.
- M-4 Tractor Wikipedia - https://en.wikipedia.org/wiki/M4_Tractor
- Blindados no Brasil Volume I, por Expedito Carlos S. Bastos
- Blindados no Brasil Volume II, por Expedito Carlos S. Bastos

Contratorpedeiros Classe Cannon

História e Desenvolvimento.
No final da década de 1930, o intensificar das tensões na Europa motivados pelas ameaças expansionistas do governo alemão juntamente com as pretensões territoriais do Império do Japão na Ásia, já denunciavam claramente o que estava por vir, com o possivelmente o mundo se encaminhado cada vez mais para um estágio de grande conflagração. Este cenário levaria o governo norte-americano a antecipar estudos criando vários programas de modernização de suas forças armadas, visando assim poder fazer frente as hipotéticas ameaças futuras. No que tange ao poder naval, este representaria uma das maiores preocupações, com este fato sendo potencializado pelo crescimento da armada imperial japonesa e construção de uma grande força de submarinos por parte das marinhas italianas e alemães. Apesar das limitações impostas pelo Tratado de Versalhes, relatórios de inteligência britânicos apresentavam a cada dia, informes mais alarmantes sobres as capacidades da força de submarinos da Marinha Alemã (Kriegsmarine). A possível atuação coordenada deste grande número submersíveis poderia estrangular as linhas de abastecimento naval da Grã-Bretanha, que neste momento tinha uma grande dependência de importações estratégicas oriundas principalmente dos Estados Unidos. Neste período concentrava se muita ênfase no emprego de navios da classificação “Contratorpedeiro” (ou Destroier) tipo este tinha por objetivo empregar sua alta velocidade e manobrabilidade para proporcionar escolta a embarcações de maior porte da frota, comboio ou grupo de batalha, e assim defendê-las contra poderosos atacantes de curto alcance. Estes esforços resultariam no desenvolvimento da Classe Fletcher, que no futuro se provariam ser extremamente eficientes ao realizar uma variada gama de missões durante toda a Segunda Guerra Mundial. No entanto a necessidade de se prover um grande incremento na quantidade de navios da frota, levaria os comandantes navais a passar a analisar o desenvolvimento e adoção de um modelo de embarcação dedicada e este escopo de missões que pudesse apresentar um reduzido custo de construção. Este tipo de navio passaria a ser empregado em grande número junto a Marinha Real (Royal Navy) no final da década de 1930, recebendo a designação de "corveta". Apesar de ser menos capaz que os contratorpedeiros, eram muito mais econômicos de construir e operar do que estes navios mais complexos, podendo ser empregado com relativo sucesso em missões de escolta de comboios de navios mercantes, garantindo proteção antiaérea e antissubmarino.  

Com base neste conceito os especialistas do corpo de engenharia naval  da Marinha dos Estados Unidos (US Navy) desenvolveriam uma nova classe de navios, com muitas caraterísticas e dedicados ao um escopo operacional semelhante ao executo pelas corvetas britânicas. Este novo tipo de embarcação seria classificado como "Destroyer Escorts" (contratorpedeiros de escolta), devendo ser destinado ao emprego para missões de escolta e proteção de comboios de navios mercantes em áreas litorâneas, liberando assim os contratorpedeiros para a proteção de comboios intercontinentais, ou ainda a compor os sistemas defensivos de frota de navios mais valiosos, como os porta-aviões. Este conceito basico derivaria para o desenvolvimento e produção de diversos modelos de contratorpedeiros de escolta, se destacando a Classe Cannon, que apresentava excelentes expectativas operacionais. A fim de atender as demandas emergenciais, no final do ano de 1942, seria celebrado com os estaleiros Dravo Corporation Federal Shipbuilding & Drydock Company,  ambos situados em Newark, New Jersey, contratos envolvendo a aquisiçao de cento e dezesseis navios. Os navios desta classe seriam construídos com chapas de aço médio preto e decapado, de espessura variável de 1/8” até 2”, sistema de construção transversal, sendo longitudinal o travamento o principal, 171 cavernas transversais, dividido em 73 compartimentos estanques e um convés corrido. Possuía as seguintes características principais: 1512 toneladas de deslocamento normal; 1600 toneladas de deslocamento máximo 93,33 m de comprimento total; 90,0 m de comprimento entre perpendiculares; 11,14 m de boca máxima;3,60 m de calado máximo. Deveriam ser equipados com um sistema de propulsão diesel elétrica, distribuída por quatro praças de máquinas, a saber: dois motores diesel principais, General Motors, 16-278A, dois tempos, oito cilindro sem “V”, injeção sólida, 1700 hp de potência cada, 750 rpm, 3.400 hp de potência total, localizados um em cada praça.  Cada motor acionaria diretamente um gerador tipo D.C.2, excitação separada, corrente contínua (CC), 750 rpm, 1.200 kW, 525 volts, 2.290 amperes, que alimentavam quatro motores elétricos principais, dois para cada eixo, ligados em série, modelo D.C.814,5, corrente contínua, 600 rpm, 525 volts, 1.500 hp de potência cada, 3.000 hp de potência total. Em cada praça ficava localizado um motor elétrico e acionavam dois hélices de três pás; dois lemes compensados e conjugados com comando elétrico hidráulico automático, desempenhando 20,2 nós de velocidade máxima em emergência, 19,2 nós de velocidade máxima sustentável, 17 nós a toda força, 15 nós de velocidade padrão e 11 nós de velocidade econômica. 

A propulsão propriamente dita seria feita por quatro motores elétricos principais, sendo dois por eixo, ligados em série, alimentados pelos dínamos principais, também em número de dois por eixo. Eram motores elétricos de corrente contínua, excitação separada, modelo QVDC-8145, fabricados pela Westinghouse, com potência máxima de 1.500 HP e 600RPM cada um, que acionavam dois hélices de três pás. Seus tanques possuíam a capacidade de 32LT de óleo combustível diesel e 18 t de óleo lubrificante. Este grupo propulsor proporcionaria ao navio ainda um  raio de ação na velocidade econômica era de 13.000 milhas náuticas e na velocidade máxima mantida de 8.500 milhas náuticas. A energia elétrica seria gerada por quatro grupos motores diesel geradores General Motors, modelo 8-268A e 3-268A, que acionavam alternadores Westinghouse de 200 kW e 100 kW, respectivamente. A aguada era fornecida por um grupo destilatório de baixa pressão, que produzia 4.000 galões de água por dia, podendo chegar a 5.000 galões em emergência. Os paióis de munição não seriam refrigerados e sim ventilados. Para as comunicações rádio telegráficas, o navio era dotado dos seguintes equipamentos, um transmissor TBL-7 um transmissor TDE, um transmissor de ondas curtas tipo CRV 52093, um receptor de ondas ultracurtas tipo CRV 46068; um receptor RBE-1, um receptor RAO-2, um receptor RAL-6; um receptor RAK-6, um receptor RBL-2; e um receptor RBO. Para as comunicações visuais, possuía dois holofotes de 12”, bandeiras, lâmpadasAldis e escote na verga do mastro principal. Para o serviço de escuta antissubmarino, o navio era equipado com um equipamento tipo QCT-1, similar ao sonar. Para a detecção de alvos na superfície, o navio era dotado de um Radar SL fabricado pela Western Electric & Co, com alcance máximo de 60 milhas náuticas e para a detecção de alvos aéreos, de um Radar SA fabricado pela RCA Manufacturing Co., de alcance máximo de375 milhas náuticas. Para a identificação de aviões ou navios aliados, o navio possuía um sistema de IFF modelo BL-5 e um respondedor modelo ABK-7. Para a manobra, o navio empregava dois lemes compensados e conjugados, governados por um aparelho de governo eletro-hidráulico com controle automático. Além disso, possuía dois ferros tipo Dunn, sistema Hall de 1360 kg cada um, talingados a duas amarras de sete quartéis cada uma. Para a navegação, o navio possuía uma agulha giroscópica mestre, da marca Arma MK X Mod. 0, que ficava situada na PCI e várias repetidoras, um calculador e traçador de derrota (CTD), duas agulhas magnéticas padrão e de governo, situadas no tijupá e passadiço, respectivamente e um radiogoniômetro modelo DP13 e um ecobatímetro modelo NJ 9 fabricado pela Submarine Signal Company. 

Para salvamento de seus tripulantes, o navio dispunha de uma lancha a motor diesel para vinte e quatro homens, quatro balsas de cortiça para cem homens e cinco redes flutuantes com capacidade total de cento e vinte e cinco homens. Cada navio deveria estar equipado com um total de cinco canhões, assim distribuídos: três de calibre 76,2 mm Michele PP & MFG Co, constituindo a bateria principal e dois de calibre 40 mm, constituindo a bateria secundária. Os três canhões de 3”/50 calibre 76,2 mm, tinha um alcance máximo de 1.200 jardas (cerca de 11.000 m) e alcance eficaz de 4.000 jardas (cerca de 3.650 m). Os dois canhões de calibre 40 mm eram montados em reparo duplo com um alcance máximo de 11.000 jardas (cerca de 10.000 m) e alcance eficaz de 2.800 jardas (cerca de 2.550 m).  Seria ainda equipada com oito metralhadoras Oerlikon de calibre 20 mm com o alcance máximo de 4.800 jardas (cerca de 4.400 m) e eficaz de 2.000 jardas (cerca de 1.800 m). Dispunha de um reparo aéreo triplo de tubos lança-torpedos Nordberg Mfg-Co, para lançamento de torpedos Bliss Lewitt, com 21” ou 533 mm.  O primeiro navio desta nova classe, seria comissionado 26 de setembro de 1943 recebendo o nome e designação de USS Cannon (DE-99). Em sequência os primeiros seis navios em serviço, o USS DE-99 Cannon, USS DE-100 Christopher, USS DE-101 Alger, USS DE 102 Thomas, USS DE 103 Bostwick e USS DE 104 Breeman, seriam alocados em ação no oceano atlântico logo em seguida, protegendo o primeiro trecho de comboios de navios mercantes em direção a Europa, executando estas missões com galhardia. Neste contexto o USS DE-189, receberia a Citação da Unidade Presidencial por ação antissubmarino de fevereiro e março de 1944, ao largo das Bermudas no Caribe. Posteriormente ao comissionamento de mais navios desta classe estes logo começariam a ser alocados nas frotas do pacífico e do atlântico. Esta classe de navio seria ainda inclusa com item de portifólio do programa Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), e em 1944 oito destes contratorpedeiros de escola seriam transferidos sobre regime de empréstimo a Marinha Brasileira, com o intuito de auxiliar na proteção dos comboios de navios mercantes que partiam do Brasil carregados com matéria prima para os Estados Unidos.   
Ainda antes do término do conflito seis navios seriam comissionados diretamente para as Forças Francesas Livres para suporte as operações de retomada do controle da França, com início nas operações complementares a invasão da França em junho de 1944. Em 06 de agosto de 1944, seria lançado ao mar o USS Sutton DE-771,  o último navio desta classe ser comissionado, pois neste momento já estava claro que a ameaça inimiga de submersíveis havia cessado tanto no oceano pacífico quanto no atlantico, e com base neste cenário seria decido cancelar a produção dos quarenta e quatro navios restantes. Os setenta e dois navios completados operariam durante todo o conflito, sem sofrer nenhuma perda a avaria significativa. Ao término da Segunda Guerra Mundial a grande maioria destes navios seria colocada na reserva da Marinha dos Estados Unidos (US Navy) para posteriormente serem inclusos como item de portifólio do Programa de Defesa e Assistência Mútua - MDAP (Mutual Defense Aid Program). Em 1950 seis navios seriam cedidos a Marinha da Real da Holanda (RNN), quatro para a Marinha da República da China - Taiwan  (ROCN). Ao longo dos anos seguintes oito seriam transferidos a Marinha Nacional Francesa (Marine Nationale), dois para a Marinha da República da Coreia (ROK), quatro para a Marinha Helênica (ΠΝ), três para a Marinha Militar Italiana (Marina Militare), dois para a  Força de Autodefesa Marítima do Japão (JMSDF), três para a Marinha de Guerra do Peru (MGP), cinco para a  Marinha das Filipinas (PN), dois para a Armada Nacional do Uruguai e por fim um navio para a Marinha Real da Tailândia (RTN).  Muitos destes navios somente seriam desativados a partir da segunda metade da década de 1960. No ano de 1973, os últimos navios ainda na reserva da Marinha dos Estados Unidos (US Navy) seriam retirados da lista de navios, sendo então sucateados. Em 2018 seria descomissionado o penúltimo navio desta classe ainda em operação, o BRP Rajah Humabon PS-11 (Ex-USS Atherton DE-169) da Marinha das Filipinas (PN). Curiosamente o HTMS Pin Klao DE-413 (Ex-USS Hemminger DE-746) ainda se mantem em plena atividade junto a Marinha Real da Tailândia (RTN). 

Emprego na Marinha do Brasil
No início da Segunda Guerra Mundial, o governo norte-americano passaria a considerar com extrema preocupação uma possível ameaça de invasão no continente americano por parte das forças do Eixo (Alemanha – Itália – Japão). Quando a França capitulou em junho de 1940, o perigo nazista a América se tornaria claro se este país estabelecer bases operacionais nas ilhas Canárias, Dacar e outras colônias francesas. Neste contexto o Brasil seria o local mais provável de invasão ao continente pelas potencias do Eixo, principalmente devido a sua proximidade com o continente africano que neste momento também passava a figurar nos planos de expansão territorial do governo alemão. Além disso, as conquistas japonesas no sudeste asiático e no Pacífico Sul tornavam o Brasil o principal fornecedor de látex para os aliados, matéria prima para a produção de borracha, um item de extrema importância na indústria de guerra. Além destas possíveis ameaças, geograficamente o litoral do mais se mostrava estratégico para o estabelecimento de bases aéreas e operação de portos na região nordeste, isto se dava, pois, esta região representava para translado aéreo, o ponto mais próximo entre os continentes americano e africano. Assim a costa brasileira seria fundamental no envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego nos teatros de operações europeu e norte africano. Este cenário demandaria logo sem seguida a um movimento de maior aproximação política e econômica entre o Brasil e os Estados Unidos, resultando em uma série de investimentos e acordo de colaboração. Entre estes estava a adesão do país ao programa de ajuda militar denominado como Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), que tinha como principal objetivo promover a modernização das Forças Armadas Brasileiras, que neste período estavam à beira da obsolescência tanto em termos de equipamentos, armamentos e principalmente doutrina operacional militar. Os termos garantidos por este acordo, viriam a criar uma linha inicial de crédito ao país da ordem de US$ 100 milhões de dólares, destinados a aquisição de material bélico, proporcionando ao país acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate. Estes recursos seriam vitais para que o país pudesse estar capacitado para fazer frente as ameaças causadas pelas ações de submarinos alemãs a navegação civil esta potencializada pelo comercio exterior com o Estados Unidos, transportando diariamente matérias primas para a indústria de guerra daquele país. O maior desafio neste momento era representado pela campanha de guerra antissubmarino (ASW), com as operações aeronavais sendo realizados por grupos de combate da Marinha dos Estados Unidos (US Navy). Posteriormente com o recebimento de aeronaves especializadas neste segmento de atuação, em fins do ano de 1942, a Força Aérea Brasileira passaria a assumir uma grande parcela destas missões, faltava, no entanto, complementar este esforço fazendo uso efetivo de seu braço naval. 

Nesta fase a Marinha do Brasil dispunha em termos de navios dedicados a guerra antissubmarino (ASW), somente seis navios mineiros da Classe Carioca (construídos no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Ilha das Cobra), que foram reclassificados como corvetas após o envolvimento do país no conflito. Estas embarcações apesar de contarem com sensores e radares adequados a detecção de submarinos, estavam armados apenas com um canhão de 102 mm e lançadores de minas marítimas, configuração completamente inadequada para o embate junto aos submarinos italianos e alemães. A fim de sanar esta lacuna operacional, seria necessário disponibilizar a Marinha do Brasil, pelo menos um mínimo de estrutura necessária em termos de meio para a implementação destas missões. Assim dentro dos termos de cooperação, seria determinada a transferência de navios pertencentes a Marinha dos Estados Unidos (US Navy), sendo inclusos caça submarinos das Classes PC-461, SC-497 e por fim de oito contratorpedeiros de escolta da classe Cannon. Estes novos navios introduziriam novos equipamentos táticas e conceitos na Marinha Brasileira à época, sendo considerados a espinha dorsal da esquadra. Eram navios antissubmarino completos para missões de escolta próximas ao litoral, tanto para enfrentar submarinos imersos, como na superfície. Eram extremamente manobráveis; sua propulsão Diesel-elétrica permitia aumento gradual de velocidade permitindo se adequar ao acompanhamento dos comboios.  Assim desta maneira em  01de agosto de 1944 o Contratorpedeiro de Escolta Bertioga - Be 1, ex-USS Pennewill - DE 175 seria entregue à Marinha do Brasil na Base Naval de Natal, no Rio Grande do Norte, em um cerimonia de entrega presidida pelo Vice-Almirante estadunidense Jonas H. Ingram, Comandante da Quarta Esquadra americana. No dia 3 de agosto de 1944, por meio do Aviso Ministerial no  1276, o navio foi incorporado à Força Naval do Nordeste e teve sua Mostra de Armamento passada no dia 4 de agosto de 1944.  Pelo Aviso Ministerial no 1918 de 29 de dezembro de 1946, o Bertioga, que deu nome à classe, foi incorporado à 2ª Flotilha de Contratorpedeiros da Esquadra, juntamente aos demais navios da mesma classe. A partir de 1 de janeiro de 1963, o navio passou à subordinação do 1º Esquadrão de Contratorpedeiros de Escolta (DivCTE 11). Pelo Aviso Ministerial no 219, de 7 de fevereiro de 1964, foi determinada a baixa do Serviço Ativo da Armada, com Mostra de Desarmamento realizada no dia 22 de julho de 1964, no Porto do Rio de Janeiro. Durante os 19 anos, 11 meses e 21 dias em que serviu à Marinha do Brasil, o navio desempenhou diversas comissões, destacando-se aquelas realizadas durante a Segunda Guerra Mundial, no período de 21 de agosto de 1944 a 18 de setembro de 1945, em que cumpriu missões de escolta de comboios, operações de caça antissubmarinos e apoio ao serviço aéreo de evacuação de tropas americanas provenientes da Europa. Navegou 211.977,4 milhas náuticas e fez 921,5 dias de mar
O segundo navio desta classe o O Contratorpedeiro de Escolta Beberibe - Be 2, ex-USS Herzog - DE 178, foi o segundo navio da Marinha do Brasil a ostentar esse nome em homenagem a esse Rio de Pernambuco. O Beberibe foi construído pelo estaleiro Federal Shipbuilding & Drydock Co., em Newark, New Jersey. Foi transferido por empréstimo e incorporado a MB em 1º de agosto de 1944, na Base Naval de Natal (RN), recebendo o indicativo de casco Be 2. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Mário Pinto de Oliveira. No dia  4 de dezembro de 1945, a Esquadra foi restabelecida pelo Decreto n.º 8273, ficando o Beberibe, assim como os demais navios da classe Bertioga à 2ª  Flotilha de Contratorpedeiros atuando em missões de escolta e patrulha até  o dia 18 de setembro de 1945. Em 20 de julho de 1953, foi retirado da lista de unidades pertencentes a Marinha dos Estados Unidos US Navy), sendo definitivamente transferido para o Brasil  sob os termos do Programa de Assistência Mutua (MDAP). Dois anos depois com a  nova padronização dos indicativos de casco da , teve seu indicativo alterado para D 19. No inicio da década de 1960, quando foi reclassificado como Aviso Oceânico, teve todo seu armamento  removido, e seu indicativo visual foi alterado para U 29, permanecendo em operação até o ano de 1968 quando recebeu a baixa do serviço ativo e foi vendido para desmanche. O terceiro navio da classe Cannon a ser cedido a Marinha do Brasil, o Contratorpedeiro de Escolta Bracuí - Be 3, ex-USS Reybold - DE 177, foi o primeiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil. O Bracuí foi construído pelo estaleiro Federal Shipbuilding & Drydock Co., em Newark, New Jersey. Foi transferido por empréstimo e incorporado a Marinha do Brasil em 15 de agosto de 1944, na Base Naval de Natal (RN), recebendo o indicativo de casco Be 3. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Alberto Jorge Carvalhal.  Em 4 de dezembro de 1945, a Esquadra foi restabelecida pelo Decreto n.º 8273, ficando o Bracuí, assim como os demais navios da classe Bertioga à 2ª Flotilha de Contratorpedeiros. Em 1955 com a  nova padronização dos indicativos de casco da , teve seu indicativo alterado para D 23. No inicio da década de 1960, quando foi reclassificado como Aviso Oceânico, teve todo seu armamento  removido, e seu indicativo visual foi alterado para U 23, permanecendo em operação até o ano de 1972 quando recebeu a baixa do serviço ativo e foi vendido para desmanche. 

O Contratorpedeiro de Escolta Bauru - Be 4, ex-USS McAnn - DE 179, seria o primeiro navio da Marinha do Brasil a ostentar esse nome(1) em homenagem a progressista cidade paulista de Bauru. O Bauru foi construído pelo estaleiro Federal Shipbuilding & Drydock Co., em Newark, New Jersey. Foi transferido por empréstimo e incorporado a MB em 15 de agosto de 1944, na Base Naval de Natal (RN), pelo Aviso n.º 1326 do MM, recebendo o indicativo de casco Be 3. Naquela ocasião, assumiria o comando, o Capitão-de-Corveta Sylvio Borges de Souza Motta. No dia 3 de agosto de 1944, por meio do Aviso Ministerial no  1276, o navio foi incorporado à Força Naval do Nordeste e teve sua Mostra de Armamento passada no dia 4 de agosto de 1944. Destacam-se, entre suas missões, as operações de caça antissubmarino, escolta a comboios e apoio ao serviço aéreo de evacuação das tropas aliadas vindas da Europa, durante a Segunda Guerra Mundial. Após o fim do conflito, a Força Naval do Nordeste foi dissolvida e o Bauru foi incorporado à Segunda Flotilha de Contratorpedeiros — anos mais tarde, o Segundo Esquadrão de Contratorpedeiros. Em 5 de junho de 1964, foi reclassificado e transferido para o Esquadrão de Avisos Oceânicos, ostentando o indicativo visual "U-28". Ao longo dos seus 37 anos, 6 meses e 16 dias no Serviço Ativo da Marinha, percorreu 295.428,9 milhas náuticas, totalizando 1.423 dias de mar. Diferentemente dos demais navios da classe Bertioga, desmanchados após suas baixas, o Bauru teve um novo e nobre destino: tornar-se o primeiro navio-museu no pais. Após uma minuciosa reforma, realizada para lhe devolver seu aspecto durante a Segunda Guerra Mundial, o Navio-Museu Bauru foi inaugurado em 21 de julho de 1982, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Em 20 de janeiro de 1996, foi inaugurado o Espaço Cultural da Marinha, seu porto sede até os dias de hoje. O quinto navio desta classe o Contratorpedeiro de Escolta Baependi - Be 5, ex-USS Cannon - DE 99, foi o primeiro navio da Marinha do Brasil a ostentar esse em homenagem a essa cidade de Minas Gerais. O Baependi foi construído pelo estaleiro Dravo Corporation, em Wilmington, Delawere. Foi transferido por empréstimo e incorporado a MB em 19 de dezembro de 1944, na Base Naval de Natal (RN), recebendo o indicativo de casco Be 5. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Raimundo da Costa. Em 1963 esteve entre as unidade destacadas em virtude da crise provocada pela chamada Guerra da Lagosta com a França. Em  1965 transferido para o Esquadrão de Avisos Oceânicos, quando foi reclassificado como Aviso Oceânico, teve todo seu armamento removido, e seu indicativo visual foi alterado para U 27, operando até 1973 quando recebeu a baixa do serviço ativo e foi vendido para desmanche. 
O sexto navio, o Contratorpedeiro de Escolta Benevente - Be 6, ex-USS Christopher - DE 100, foi o primeiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem a um rio do mesmo nome no Estado do Espirito Santo. O Benevente foi construído pelo estaleiro Dravo Corporation, em Wilmington, Delawere. Foi transferido por empréstimo e incorporado a MB em 19 de dezembro de 1944, na Base Naval de Natal (RN), recebendo o indicativo de casco Be 6. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Jorge Campello Maurício de Abreu. Ao ser incorporado à Marinha do Brasil, o Contratorpedeiro Benevente ficou subordinado à Força Naval do Nordeste por meio do Aviso do Estado-Maior da Armada no1.896 de 19 de dezembro de 1944, fazendo parte da Força-Tarefa 27 para efeito de operações. Com a extinção da Força Naval do Nordeste foi considerado navio solto e subordinado ao  Estado-Maior da Armada. Por meio do Aviso Ministerial no1.918, de 29 de dezembro de  1945, ficou incorporado à Segunda Flotilha de Contratorpedeiros.  Em 7 de fevereiro de 1964, recebeu a classificação de Aviso Oceânico (U 30) por  meio do Aviso Ministerial no 221 e da Ordem do Dia no 0008/64, do Comando em Chefe da  Esquadra.  Durante o período em que serviu à Marinha do Brasil, o Contratorpedeiro Benevente percorreu 265.846 milhas e fez 1.132 dias de mar, escoltando durante a Segunda Guerra  Mundial comboios e realizando diversas missões de apoio a transporte aéreo. No dia 22 de dezembro de 1974, em cumprimento ao Aviso Ministerial n° 1.394 de 5  de novembro daquele ano, foi passada à Mostra de Desarmamento do Aviso Oceânico  Benevente. Já o Contratorpedeiro de Escolta, ex USS Alger DE101, construído nos Estaleiros Dravo Corporation, Wilmigton, Delaware nos Estados Unidos. Teve sua quilha batida em 2 de janeiro de 1943, sendo lançado ao mar em 8 de julho de 1943. Foi incorporado à Marinha do Brasil em 10 de março de 1945 pelo Aviso Ministerial nº 503A e incorporado à Força Naval do Nordeste pelo Aviso Ministerial nº 507 de 12 de março de 1945, sendo submetido a Mostra de Armamento em 13 de março de 1945. Recebeu o indicativo visual Be7, posteriormente alterado para D16. Com a criação do Grupamento Naval do Sul, por meio do Aviso Ministerial no 2.106, de 8 de setembro de 1967, o navio foi a ele incorporado . Durante o período em que serviu à Marinha do Brasil, o Contratorpedeiro Benevente percorreu 265.846 milhas e fez 1.132 dias de mar, escoltando durante a Segunda Guerra  Mundial comboios e realizando diversas missões de apoio a transporte aéreo. No dia 22 de dezembro de 1974, em cumprimento ao Aviso Ministerial n° 1.394 de 5 de novembro daquele ano, foi passada à Mostra de Desarmamento do Aviso Oceânico  Benevente. Por fim o Contratorpedeiro de Escolta Bocaina - Be 8, ex-USS Marts - DE 174, foi o primeiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem a serra, rio e vila do mesmo nome do litoral de São Paulo. O Bocaina foi construído pelo estaleiro Federal Shipbuilding & Drydock Co., em Newark (New Jersey). Foi transferido por empréstimo e incorporado a Marinha do Brasil em 20 de março de 1945, na Base Naval de Natal (RN), recebendo o indicativo de casco Be 8.  Em 1955 com a nova padronização dos indicativos de casco  teve seu indicativo alterado para D 22. No inicio da década de 1960quando foi reclassificado como Aviso Oceânico, teve todo seu armamento antissubmarino removido, e seu indicativo visual foi alterado para U32, operando nesta missão até o inicio de 1975 quando foi retirado do serviço ativo e alienado para venda para desmanche. 

Em Escala.
Para representarmos o contratorpedeiro da classe Cannon "B Bertioga" D 18 Bauru, da Marinha do Brasil, fizemos uso do antigo kit da Revell na estranha escala 1/249. Aplicamos pequenas alterações em scratch na estrutura da ilha para  configurarmos o navio quando em serviçono período pós guerra.  Fizemos uso de decais produzidos sob encomenda pela Special Sings nesta mesma escala.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão aplicado em todos os navios da Marinha do Brasil, no período pós guerra mantendo esta sistemática até sua desativação. Salientamos que quando do recebimento em 1944 o navio ostentava o indicativo de casco de Be4, com esta indicação sendo alterada em 1955. Durante seu processo de restauração para transformação em navio museu, o D 18 Bauru receberia novamente sua indicação de casco original  .





Bibliografia : 

- Cannon Class Destroyer Wikipedia - https://enacademic.com/dic.nsf/enwiki/2942971
- Navios de Guerra Brasileiros – Poder Naval https://www.naval.com.br
- Marinha do Brasil - https://www.marinha.mil.br/