Viatura Blindada Esp de Engenharia M-4


História e Desenvolvimento
Na Europa, na segunda metade da década de 1930, o plano de rearmamento implementado pelo governo nacional-socialista Alemão adotava uma nova abordagem ao concentrar-se no desenvolvimento de conceitos e doutrinas militares. Esses conceitos seriam posteriormente integrados no campo de batalha, combinando novas tecnologias em equipamentos e armamentos destinados ao combate terrestre com o devido apoio aéreo. Tal iniciativa culminou na elaboração do conceito de "Guerra Relâmpago" ou Blitzkrieg. Essa tática tinha como um de seus principais pilares o desenvolvimento de carros de combate blindados, os quais se destacavam pela combinação de velocidade, mobilidade, blindagem, controle de tiro e poder de fogo. Nesse contexto, os novos carros de combate alemães eram projetados para serem superiores em todos os aspectos em relação a seus concorrentes disponíveis na época. Embora o Tratado de Versalhes, firmado após o término da Primeira Guerra Mundial, impusesse limitações significativas à Alemanha, os programas de reaparelhamento das forças armadas nazistas avançavam rapidamente. Do outro lado do Oceano Atlântico, o serviço de inteligência dos Estados Unidos informava continuamente o comando do Exército dos Estados Unidos (US Army) sobre esses avanços e as iminentes ameaças que poderiam surgir. As análises preliminares desses relatórios indicavam que os novos carros blindados alemães superariam facilmente os modelos utilizados até então. Para enfrentar essa situação desafiadora, em abril de 1939, foi iniciado um abrangente programa de estudos com o objetivo de desenvolver novos carros de combate, cujo propósito principal era substituir os obsoletos modelos M-1 e M-2, que constituíam a espinha dorsal das forças blindadas da nação. O objetivo primordial deste plano era conceber veículos de combate capazes de rivalizar, em potenciais cenários de conflito, com os novos carros de combate alemães e japoneses que estavam em fase inicial de operação. Em julho de 1939, foi deflagrado um programa de desenvolvimento que ficaria sob a responsabilidade das equipes de projeto de veículos blindados do Departamento de Artilharia do Exército dos Estados Unidos (U.S. Army Ordnance Department), sediado em Fort Lee, Virgínia. Imediatamente, os trabalhos conceituais foram iniciados, estabelecendo diversos parâmetros de projeto com base no carro de combate M-2. Dentre os principais aspectos destacava-se a adoção do novo canhão M-22 de calibre 37 mm e um sistema de blindagem dimensionado para resistir a impactos de munições antitanque do mesmo calibre que a arma principal. Apesar dessa iniciativa, persistia a dúvida sobre a real capacidade de proteção que o nível de blindagem proporcionaria ao "M-3 Light Tank", assim como a efetividade de seu poder de fogo frente aos novos carros de combate alemães e japoneses que estavam em desenvolvimento naquele momento.

Os temores expressos por uma significativa parcela dos oficiais de comando do Exército dos Estados Unidos (US Army) foram confirmados em junho de 1940, com o início da campanha na França. Durante este conflito, os novos carros blindados alemães Panzer III e Panzer IV, operando segundo os princípios da guerra relâmpago (Blitzkrieg), obtiveram vitórias esmagadoras contra os melhores carros de combate franceses e britânicos disponíveis na época. Tornou-se evidente que o canhão M-22 de 37 mm se mostrava completamente ineficaz, tornando necessário equipar os novos carros de combate norte-americanos com um canhão de calibre 75 mm. Entretanto, nem os antigos M-2, nem os novos M-3 poderiam ser adaptados para acomodar essa arma, uma vez que seu peso maior exigiria o desenvolvimento de uma nova torre giratória. Embora essa abordagem estivesse sendo considerada, buscou-se simultaneamente uma solução provisória, que envolveu uma modificação experimental de um M-2, resultando na criação de um obuseiro autopropulsado de 75 mm, com o canhão sendo projetado pelo Watervliet Arsenal. Os testes de campo desse protótipo levaram à conclusão de que o chassi do M-2 existente poderia ser utilizado em combinação com uma superestrutura redesenhada, mantendo ainda a arma de 37 mm instalada em uma torre giratória. O novo carro de combate M-3 apresentava, assim, um design incomum, já que a arma principal, o canhão M-2 de 75 mm, não estava instalado em uma torre giratória, mas sim fixada ao chassi. Essa configuração resultou da falta de experiência da indústria norte-americana na concepção de uma torre que pudesse abrigar uma arma desse calibre. Ressalta-se que a solução de empregar dois canhões foi inspirada em modelos europeus, como o Char B1 francês e o Churchill Mark I britânico. No caso do Char B1, o veículo foi projetado como um canhão autopropulsado, destinado a atacar fortificações, com uma capacidade antitanque adicional proporcionada por um segundo canhão em uma pequena torre. Já o modelo inglês incorporava uma arma montada no casco dianteiro, utilizada principalmente para disparar projéteis de fumaça. O novo M-3 diferia ligeiramente dos padrões europeus, apresentando um canhão principal de dupla finalidade, capaz de disparar um projétil perfurante a uma velocidade suficiente para penetrar efetivamente a armadura, além de lançar um projétil altamente explosivo que era considerável o suficiente para ser eficaz em combate. Contudo, a disposição do canhão de 75 mm comprometeu significativamente o deslocamento lateral da peça, obrigando o veículo a manobrar para otimizar o ângulo de tiro. Por sua vez, o canhão de 37 mm, montado na torre principal, revelou-se de pouca utilidade diante das blindagens mais sofisticadas. Apesar dessas preocupações, o M-3 poderia ser produzido em larga escala e com maior rapidez em comparação aos carros de combate convencionais, atendendo, assim, às demandas emergenciais não apenas dos Estados Unidos, mas também da Grã-Bretanha.
No final de janeiro de 1942, os primeiros tanques M-3 Grant, fornecidos pelos Estados Unidos, chegaram ao Norte da África para reforçar as forças britânicas. As tripulações foram submetidas a um rigoroso programa de treinamento, com o objetivo de prepará-las para confrontos contra as forças do Eixo. O canhão principal M-2 de 75 mm, baseado em um modelo de artilharia de campanha francês, permitiu ao Exército Real Britânico utilizar amplos estoques de munição remanescentes da Primeira Guerra Mundial. Dentre os projéteis disponíveis, destacava-se o perfurante de tiro sólido, capaz de penetrar aproximadamente 50 mm de blindagem a uma distância de 1.000 metros. Embora superior aos canhões de 2 libras equipados nos tanques britânicos da época, o desempenho do M-3 ainda não atendia plenamente aos padrões exigidos para operações de combate. O batismo de fogo do M-3 Grant ocorreu em 27 de maio de 1942, durante a Batalha de Gazala, no Norte da África. Sua introdução representou uma surpresa tática para as forças alemãs, que não estavam preparadas para enfrentar o canhão de 75 mm. O M-3 demonstrou superioridade em relação ao canhão antitanque Pak 38 de 50 mm e ao KwK 39 de 50 mm montado no Panzer III, principal tanque médio alemão. Adicionalmente, o M-3 superou os tanques leves italianos Fiat M13/40 e M14/41, cujo canhão de 47 mm apresentava eficácia limitada a curtas distâncias. Apenas os canhões autopropulsados italianos Semoventi 75/18, utilizando projéteis HEAT, eram capazes de neutralizar o M-3 de forma eficaz. Apesar dessas vantagens iniciais, os M-3 Grant não conseguiram assegurar a vitória na Batalha de Gazala. Foram severamente impactados pelos canhões antiaéreos alemães Flak 18/36/37/41 de 88 mm, que exploraram vulnerabilidades críticas do tanque, incluindo seu perfil elevado, baixa relação peso-potência e armadura rebitada. Esta última apresentava a desvantagem de gerar ricochetes internos dos rebites sob impacto, causando ferimentos às tripulações. Embora concebidos como uma solução temporária para o Exército Real Britânico, enquanto aguardava a entrega dos tanques Crusader Mark III, atrasos na produção deste último tornaram o M-3 Grant o principal veículo blindado das forças aliadas no Oriente Médio. Contudo, suas limitações táticas e técnicas evidenciaram a necessidade urgente de substituição. Para otimizar os recursos industriais disponíveis, decidiu-se desenvolver um novo modelo que preservasse elementos do design do M-3, mas incorporasse melhorias significativas, como uma torre giratória de 360 graus para o canhão de 75 mm.

Em outubro de 1941, o protótipo do Medium Tank M-4, posteriormente conhecido como Sherman, foi concluído na fábrica da Baldwin Locomotive Co., na Filadélfia. Com um peso bruto de 30 toneladas, o M-4 utilizava o eficiente sistema de Suspensão Vertical por Mola Voluta (VVSS) e era equipado com o motor aeronáutico a gasolina Curtiss-Wright Continental R-975E, que entregava 330 hp de potência. Este novo tanque representou um avanço significativo em relação ao M-3, oferecendo maior flexibilidade tática e capacidade de adaptação às demandas do campo de batalha. O projeto do tanque M-4 Sherman foi orientado pela simplicidade estrutural, com o objetivo de facilitar a produção em larga escala para atender à crescente demanda das forças aliadas. A meta inicial previa a entrega de aproximadamente 2.000 veículos por mês. Após extensos testes de campo, foram implementadas correções e melhorias no projeto original, culminando na primeira versão de produção, o M-4A1, cuja fabricação foi iniciada em fevereiro de 1942. Para atender às especificações do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (USMC), foi desenvolvido o modelo M-4A2, que substituiu o motor original a gasolina pelo motor diesel General Motors Twin 6-71. Essa alteração visava unificar o tipo de combustível utilizado pelas forças blindadas com o empregado pela frota naval, otimizando a logística. Posteriormente, a pedido do Exército dos Estados Unidos (US Army), foi criada a variante M-4A3, equipada com o motor a gasolina Ford GAA V-8 de 500 hp, proporcionando maior potência. A versão final de produção, o M-4A4, tornou-se disponível em julho de 1942. Embora visualmente semelhante ao M-4A1, o M-4A4 distinguia-se por seu chassi construído com chapas retas soldadas, em vez de uma peça única fundida. As primeiras unidades apresentavam uma blindagem frontal tripartida, unida por parafusos, característica herdada diretamente do tanque M-3 Lee. O M-4 Sherman teve seu batismo de fogo em 23 de outubro de 1942, durante a Segunda Batalha de El Alamein, no Norte da África, conduzida pelo 8º Exército Britânico. Operado por tripulações britânicas experientes, o M-4 demonstrou superioridade significativa em relação ao M-3 Lee/Grant, enfrentando com êxito os tanques alemães Panzer. Contudo, quando empregado pelo Exército dos Estados Unidos na Batalha de Kasserine, em fevereiro de 1943, o desempenho foi comprometido pela inexperiência das tripulações da 1ª Divisão Blindada, resultando em pesadas perdas. No teatro de operações europeu, o M-4 Sherman foi introduzido durante a Operação Husky, a invasão da Sicília, em julho de 1943. Operando ao lado dos tanques leves M-3 Stuart, os M-4A1 enfrentaram forte resistência dos canhões antitanque alemães e italianos. Em 11 de julho de 1943, os M-4 prestaram apoio crucial à infantaria aliada em Piano Luco. Durante os combates na Itália, as forças aliadas sofreram a perda de centenas de veículos, mas a 3ª Brigada da 1ª Divisão Blindada alcançou êxito ao entrar em Roma.
O M-4 Sherman desempenhou um papel decisivo na Operação Overlord, o desembarque na Normandia, em junho de 1944. Apesar de sofrerem pesadas perdas contra os avançados tanques alemães Tiger e Panther, os M-4 foram fundamentais no confronto com os Panzer ao longo da campanha europeia. No teatro de operações do Pacífico, o M-4 Sherman tornou-se a principal arma blindada do Corpo de Fuzileiros Navais (USMC). Centenas de unidades foram empregadas, incluindo versões especializadas equipadas com lança-chamas, marcando a primeira adaptação em larga escala da plataforma M-4 para funções específicas. A simplicidade de projeto e a robustez mecânica do tanque M-4 Sherman consolidaram-no como o principal carro de combate médio das forças aliadas durante a Segunda Guerra Mundial, substituindo integralmente os modelos M-3 Stuart e M-3 Lee nas linhas de frente. Com o objetivo de padronizar a logística de suprimentos, incluindo peças de reposição e processos de manutenção, foi decidido o desenvolvimento de uma família de veículos especializados e utilitários baseados na plataforma do M-4 Sherman. O primeiro modelo derivado a entrar em serviço foi o M-32 Recovery Vehicle, projetado para realizar operações de recuperação de veículos pesados no campo de batalha. As primeiras unidades do M-32 foram introduzidas no início de 1943. Subsequentemente, outras variantes foram desenvolvidas, incluindo o obuseiro autopropulsado M-7 Priest e o M-4 equipado com lança-chamas, ampliando a versatilidade da plataforma para atender às diversas demandas operacionais.Após o término da Segunda Guerra Mundial, milhares de tanques M-4 Sherman foram desativados pelas forças aliadas. Muitos desses veículos foram doados a nações europeias, que, em diversos casos, os revenderam como sucata para outros países, como Argentina e Israel. Nos Estados Unidos, os M-4 remanescentes continuaram em serviço ativo até meados de 1957, quando foram gradualmente retirados das unidades operacionais e transferidos para a reserva tática. A partir desse período, os tanques passaram a ser fornecidos a nações alinhadas com a política externa norte-americana por meio do Programa de Assistência Militar (Military Assistance Program – MAP). Em diversos países beneficiados pelo MAP, novas versões especializadas do M-4 Sherman foram desenvolvidas localmente, adaptadas às necessidades regionais. Essas variantes prolongaram a vida útil do tanque, com muitos permanecendo em serviço ativo até meados da década de 1980, demonstrando a durabilidade e a flexibilidade da plataforma. O M-4 Sherman destacou-se não apenas por sua eficácia no campo de batalha durante a Segunda Guerra Mundial, mas também por sua capacidade de adaptação a diferentes funções por meio de variantes especializadas. Sua ampla distribuição pós-guerra e o desenvolvimento de versões regionais consolidaram seu legado como um dos tanques mais influentes do século XX, com impactos significativos nas forças armadas de diversas nações até décadas após o conflito.

Emprego no Exército Brasileiro.
No início da Segunda Guerra Mundial, o governo dos Estados Unidos passou a considerar com crescente preocupação a possibilidade de uma invasão do continente americano pelas forças do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).  Nesse cenário, o Brasil emergiu como o ponto mais vulnerável a uma potencial invasão, devido à sua proximidade geográfica com o continente africano, que também estava sob os planos de expansão territorial alemã. Adicionalmente, as conquistas japonesas no sudeste asiático e no Pacífico Sul consolidaram o Brasil como o principal fornecedor de látex para os Aliados, uma matéria-prima essencial para a produção de borracha, indispensável à indústria bélica. Geograficamente, o litoral nordeste brasileiro revelou-se estratégico para o estabelecimento de bases aéreas e portos, sendo o ponto mais próximo entre os continentes americano e africano para o translado aéreo. Assim, a costa brasileira tornou-se fundamental para o transporte de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves destinados aos teatros de operações na Europa e no Norte da África. Diante desse cenário, foi iniciada uma política de maior aproximação entre Brasil e Estados Unidos, resultando em acordos de cooperação econômica e militar. Um dos marcos dessa colaboração foi a adesão do Brasil ao programa de assistência militar conhecido como Lend-Lease Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), cujo objetivo principal era modernizar as Forças Armadas Brasileiras. Naquela conjuntura, o Exército Brasileiro enfrentava desafios significativos, com equipamentos, armamentos e doutrinas operacionais em estado de obsolescência. Os termos do acordo proporcionaram ao Brasil uma linha de crédito inicial de US$ 100 milhões, destinada à aquisição de material bélico. Apesar dos esforços de modernização, os primeiros tanques M-4 Sherman foram fornecidos ao Exército Brasileiro somente em julho de 1945, com a entrega inicial de 17 unidades. Entre o início e meados da década de 1950, o Exército Brasileiro recebeu um lote suplementar de 30 tanques M-4 Sherman, fornecidos no âmbito do Programa de Assistência Militar (Military Assistance Program – MAP), promovido pelos Estados Unidos. Apesar de sua quantidade inferior em comparação com os tanques M-3 Stuart e M-3 Lee, os M-4 Sherman assumiram a posição de vanguarda na força blindada brasileira, desempenhando um papel central nas operações táticas. Contudo, ao final da década, ficou evidente que o M-4 Sherman estava tecnologicamente obsoleto, exigindo sua substituição urgente para atender às necessidades operacionais modernas. A resposta a essa demanda concretizou-se em 14 de agosto de 1960, com a chegada dos primeiros 50 tanques M-41 Walker Bulldog ao porto do Rio de Janeiro, marcando o início de um processo gradual de substituição dos M-4 Sherman. 

Nos anos subsequentes, foram incorporadas 275 unidades da versão modernizada M-41A1 e 55 unidades da versão mais avançada, M-41A3. Com a introdução desses novos veículos, a maior parte da frota de M-4 Sherman foi transferida para a reserva estratégica, reduzindo sua utilização em operações ativas. A partir de meados da década de 1960, o governo brasileiro passou a priorizar a redução da dependência de fornecedores estrangeiros para a aquisição de equipamentos militares. Nesse contexto, foram iniciados estudos conceituais voltados ao projeto e desenvolvimento de veículos blindados de fabricação nacional. Em 1967, foi criado um grupo de trabalho no Parque Regional de Motomecanização da 2ª Região Militar (PqRMM/2), em São Paulo, com a missão de coordenar essas iniciativas. Esse grupo evoluiu posteriormente para o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Blindados (CPDB), consolidando-se como um marco no avanço tecnológico militar do país. Os trabalhos iniciais do CPDB concentraram-se na substituição de motores a gasolina por modelos a diesel em diversos veículos, incluindo os M-3 Stuart, M-3 Lee e M-5 White (meia-lagarta). O sucesso dessas modificações incentivou a equipe a progredir na nacionalização de sistemas mais complexos, com o objetivo de estabelecer as bases para a produção seriada de veículos blindados sobre rodas e lagartas. O primeiro estágio desse processo envolveu estudos para a modernização da frota de tanques obsoletos, como os M-3, M-3A1 Stuart e M-4 Sherman, visando adaptá-los às ameaças e exigências táticas da década de 1960. Em meados de 1969, os primeiros passos práticos para a modernização de veículos blindados brasileiros foram iniciados. Nesse contexto, dois tanques M-3A1 Stuart e um M-4 Sherman Composite Hull foram transferidos para o Parque Regional de Motomecanização da 2ª Região Militar (PqRMM/2), localizado em São Paulo. Essas unidades foram destinadas ao início das atividades do programa de remotorização, marcando o começo de um esforço estratégico para atualizar a frota de carros de combate do Exército Brasileiro e prolongar sua vida útil operacional. Apesar conceitualmente, haver a possibilidade de se trocar motor original a gasolina do M-4  Sherman pelo MWM Diesel de quatro tempos, com facilidade, este programa seria suspenso temporariamente, visando assim focar esforços e recursos nos programas de modernização da frota de carros de combate leves M-3 Stuart, modelo do qual o Exército Brasileiro dispunha de uma grande frota. O programa de modernização do M-4 Sherman foi retomado em 1974, motivado pelos notáveis resultados obtidos em combate pelos M-4  modernizados das Forças de Defesa de Israel (IDF) contra forças árabes. Liderado pelo Tenente-Coronel Walter Catharino Finato, no âmbito do Parque Regional de Motomecanização da 2ª Região Militar (PqRMM/2), o veículo EB11-721 foi novamente utilizado como protótipo, sendo remotorizado com o motor MWM Diesel TD232 V12 de quatro tempos.
O motor, em sua configuração original, apresentava uma potência de 406 cavalos-hp (hp). Em resposta à solicitação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Blindados (CPDB), o fabricante implementou modificações que elevaram a potência para 500 hp. Para acomodar esse motor, que possui 1,69 metros de comprimento, além do turbocompressor e do sistema de refrigeração, foram necessárias adaptações internas no veículo. No mês de maio de 1975, o veículo foi submetido a uma série de testes, cujo resultado final confirmou um desempenho satisfatório, atingindo assim o objetivo de nacionalização do motor. Uma limitação notável do carro de combate M-4 Sherman era a largura reduzida de suas lagartas, o que frequentemente resultava em atolamentos em terrenos irregulares. Para mitigar essa problemática, decidiu-se pela substituição das lagartas por modelos de maior largura, associadas ao sistema de suspensão HVSS (Horizontal Volute Spring Suspension), que é mais moderno e eficiente, conforme adotado na linha de produção dos M-4 Sherman nos Estados Unidos. Dentre as opções adotadas, o Exército Brasileiro optou por utilizar um conjunto de suspensão proveniente do veículo blindado de engenharia e socorro VBE Soc M-74, que havia sido recentemente desativado. Nesse mesmo período, iniciaram-se estudos voltados à modernização da frota de carros de combate médios M-41 e M-41A3 Walker Bulldog. Considerando que o último modelo mencionado é mais recente, seus resultados operacionais se mostraram mais promissores, tornando-o uma opção mais atrativa para investimentos em recursos. Em face dessa análise, o comando do Exército Brasileiro determinou que, caso ocorresse uma modernização dos M-4 Sherman, estes deveriam ser convertidos em veículos de serviço, dado que seu conceito como carro de combate já se apresentava obsoleto. Essa proposta foi reavaliada no início da década de 1980, quando surgiu a possibilidade de converter os M-4 Sherman em veículos especializados destinados a funções como caça-minas ou viaturas de engenharia. O principal objetivo dessa iniciativa era atender à demanda do Exército Brasileiro por veículos desse tipo, uma vez que, na época, a força blindada dispunha de um número reduzido de unidades dos modelos M-74 e M-578. Nesse contexto, em maio de 1982, foi formalizada uma parceria entre o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e a empresa Moto Peças S/A, localizada em São Paulo, para o desenvolvimento de uma versão especializada em atividades de engenharia de campo, baseada no chassi do M-4A1 Sherman. Essa versão experimental foi designada como Viatura Blindada Especial de Engenharia M-4 de 30 toneladas (VBE-ENG-M4-30t-Lag). Para garantir a padronização de componentes, optou-se pelo motor a diesel Scania DI-11 Ex1, de seis cilindros e 500 cavalos de potência, já utilizado no programa de modernização dos M-41C Caxias, realizado pela empresa Bernardini. Sob a perspectiva estrutural, a nova viatura passou por significativas alterações de projeto, especialmente em função do deslocamento do motor para o lado direito do veículo, o que permitiu a inclusão de uma porta traseira, facilitando o acesso ao interior. Ademais, a adoção do novo motor, de dimensões superiores, levou à necessidade de abandonar o chassi original do carro de combate M-4 Sherman. Como consequência, foi desenvolvido um design de carroceria completamente novo, construído em aço soldado e com formato semelhante ao do veículo blindado de transporte de pessoal M-113 VBTP, embora em uma escala maior. Notavelmente, a nova viatura poderia ser equipada com as mesmas placas de blindagem soldadas à carroceria da versão original, proporcionando uma continuidade nas características de proteção.
Na parte superior, foi instalado um guincho hidráulico com capacidade de 20 toneladas, além de uma grua hidráulica dotada de lança rebatível, capaz de içar até 10 toneladas. O veículo também foi equipado com uma lâmina frontal, a qual é intercambiável com um dispositivo de caça-minas. Esta configuração permitia o transporte de, além do condutor e do chefe do carro, uma guarnição composta por até cinco homens, todos totalmente equipados para a realização de missões de engenharia de combate. Para autodefesa, a viatura estava equipada com uma metralhadora Browning M2HB, calibre .50, e quatro lançadores de granadas fumígenas, de produção nacional. Conforme mencionado anteriormente, estava previsto o desenvolvimento de um novo sistema antiminas para ser acoplado na parte frontal do veículo, substituindo a lâmina de terraplanagem. Esse sistema consistia em duas pás dotadas de várias garras, destinadas a revolver o solo à frente do veículo, com a intenção de extrair minas do terreno. Contudo, durante os testes realizados, esse sistema mostrou-se ineficaz, uma vez que não era capaz de varrer minas enterradas em terrenos compactados, o que resultou em sua eventual descontinuidade. O projeto inicial e o contrato firmado com a Moto Peças S/A previam a construção de quinze unidades desse veículo; no entanto, obstáculos no andamento do projeto e limitações orçamentárias resultaram na produção de apenas um protótipo, que recebeu a matrícula EB3460224584, além de cinco unidades de produção. Após a entrega dos VBE-ENG-M4-30t-Lag, estes foram submetidos a um rigoroso programa de testes finais em campo, realizado nas instalações do Centro de Avaliações do Exército (CAEx) e do Centro de Tecnologia do Exército. Posteriormente, essas viaturas foram incorporadas a diversas unidades, como a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), o 5º Batalhão de Engenharia de Combate Leve, a 11ª Companhia de Engenharia de Combate Leve, o 7º Batalhão de Engenharia de Combate Leve e o 12º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado, onde permaneceram em operação durante vários anos. No final da primeira década dos anos 2000, os quatro veículos blindados de engenharia VBE-ENG-M4-30t-Lag ainda registrados no inventário do Exército Brasileiro, embora não operacionais, estavam armazenados no 5º Batalhão de Engenharia de Combate Leve, na 11ª Companhia de Engenharia de Combate Leve e no 12º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado. Além destas, existe ainda uma unidade que oficialmente pertence ao acervo do Museu Militar de Conde de Linhares, localizado no Rio de Janeiro, atualmente armazenada no Parque Regional de Manutenção (Pq R Mnt/5), aguardando uma futura restauração para ser exposta no museu. Embora não tenham sido produzidos em larga escala, o projeto do VBE-ENG-M4-30t-Lag representou um importante avanço no processo de conversão e modernização de veículos blindados no Brasil.

Em Escala.
Para a representação do VBE-ENG-M-4 30 toneladas LAG , sob a matricula "EB 3460224898", decidimos utilizar como base o kit da Tamiya na escala 1/35. Aproveitamos, para tal, os componentes fundamentais, como suspensão, esteiras, bogies e casco, sendo que o restante da construção foi realizado em plasticard, no método conhecido como scratch build. Para a conversão, utilizamos desenhos e fotografias da época, o que pode resultar em um modelo em escala que  talvez não reproduza fielmente a estrutura do casco ou os detalhes complementares. Utilizamos também decalques elaborados pela Decal e presentes no conjunto "Forças Armadas do Brasil".
O esquema de cores (FS) delineado abaixo representa o segundo padrão de pintura camuflada em dois tons, utilizado em todos os veículos blindados de combate do Exército Brasileiro a partir de meados da década de 1980. Contudo, existe uma unidade desse modelo, localizada no 12º Batalhão de Engenharia de Combate Blindado, em Alegrete (RS), que foi preservada no padrão anterior de pintura, caracterizado por um acabamento em verde oliva total.

Bibliografia :

- Viatura Blindada Especial de Engenharia - Expedito Carlos S. Bastos - http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/VBE.pdf
- M-4 Sherman no Brasil – Helio Higuchi e Paulo Roberto Bastos Jr
- Blindados No Brasil Volume I, por Expedito Carlos Stephani Bastos

Boeing 737-2N3 Advanced VC-96

História e Desenvolvimento. 
A Boeing Airplane Company, seria fundada em 09 de maio de 1917 pelo pioneiro da aviação William E. Boeing, empresário que já desde o início desta década já operava pequenos negócios neste segmento de mercado. No final deste mesmo ano o Estados Unidos entraria na I Guerra Mundial, com a companhia passando a postar como um grande fornecedor para as forças armadas norte-americanas. Após o término do conflito, um grande volume excedente de aviões militares usados e baratos inundou o mercado de aviões comerciais, limitando as vendas de novas aeronaves, levando muitas empresas entre elas a Boeing a derivar seu segmento de atuação, passando a fabricar móveis e barcos de fundo plano chamados de Sea Sleds. Durante as duas próximas década a empresa viria a conquistar notoriedade passando a fornecer uma grande gama de aeronaves de caça e bombardeio, esta experiencia culminaria em projetos fundamentais ao esforço de guerra aliado durante a Segunda Guerra Mundial como os bombardeiros pesados Boeing B-17 e B-29, elevando a empresa para um patamar nunca antes alcançado por qualquer construtor aeronáutico. Após o término do conflito, o mercado de aviação civil de transporte entrou em efervescência devido ao grande excedente de aeronaves militares disponíveis no pós-guerra que seriam vendidas a preço simbólico a diversos empreendedores tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. Este processo iria popularizar o transporte de passageiros em todo mundo. O avançar da tecnologia com o emprego levaria a criação do primeiro avião comercial em 1949, quando o protótipo do Havilland DH 106 Comet alçou voo no Hatfield Aerodrome na cidade de Hertfordshire, na Inglaterra. Este novo conceito de propulsão trazia melhor conforto aos passageiros tornando ainda as viagens mais curtas e prazerosas elevando assim a De Havilland a conquistar um amplo sucesso em vendas em um curto espaço de tempo. A exemplo deste fabricante inglês, logo os renomados fabricantes norte-americanos Douglas Aircraft Company  e Convair Aircraft Company  iniciariam estudos para o desenvolvimento de aeronaves semelhantes ao jato britânico. 

Esta movimentação não passaria desapercebida aos olhos da diretoria da Boeing Aircraft Corporation, empresa está que neste período  nos Estados Unidos, era considerada de pouca expressão no mercado de aeronaves comerciais de passageiros, tendo imenso foco e sucesso no mercado militar, sendo neste momento responsável pelos famosos bombardeiros Boeing B-47 e B-52. O despertar para este novo nicho de mercado levaria a empresa de Seattle, a canalizar seus recursos financeiros e esforços de sua equipe de projetos no segmento da aviação comercial, iniciando assim o desenvolvimento de uma nova aeronave que marcaria para sempre a história da aviação mundial. Como a empresa possuía o viés natural construído segmento militar, a ideia natural se baseava em desenvolver uma plataforma de uma aeronave a jato comum para ser empregado nos dois segmentos. Este projeto seria totalmente bancado com recursos da própria companhia, tendo como ponto de partida as linhas originais do Boeing 367 (KC-97), com as definições acertadas o próximo passo seria a produção dos primeiros protótipos que receberiam as designações de Boeing 367-80 ou Dash80. O primeiro voo da aeronave de testes com a matrícula N70700 alçaria voo propulsado por seus quatro motores a jato Pratt & Whitney JT3C, em 15 de julho de 1954, em Seattle no estado de Washington. O primeiro contrato seria celebrado em 13 de outubro de 1955 com a Pan American World Airways, englobando a aquisição de vinte aeronaves, que deveriam começar a ser entregues em fins do ano fiscal de 1958. Em meados da década de 1960 a Boeing Aircraft Corporation já havia se estabelecido como a principal fabricante de aeronaves a jato do mundo. Com seus programas B-707 e B-727 atendendo as rotas de longa e média distância. A empresa, entretanto, ficaria atrás na corrida por atender um mercado que parecia bastante promissor: a utilização de aeronaves a jato para rotas de curta distância.
No começo de 1965, quando a empresa se decidiu por levar adiante o projeto do B-737, suas principais concorrentes a Douglas Aircraft Company e British Aircraft Corporation, já estavam bastante avançadas em seus programas do DC-9 e do One Eleven, com o primeiro já dispondo de mais de 200 encomendas e o segundo com quase 100, com o primeiro protótipo deste já tendo realizado seu primeiro voo. Isso sem contar os Sud Aviation Se-210 Caravelle e de Havilland Trident, que já operavam em rotas de pequena densidade há algum tempo. Mas antes da decisão do “board” da Boeing em autorizar o B-737, muitas discussões haviam sido travadas entre seus principais executivos e engenheiros, quanto à viabilidade e conveniência de se lançar um novo projeto, tanto mais para um mercado já disputado e que consumiria preciosos recursos financeiros e de pessoal da indústria. É que o B-737 teria de concorrer com outros projetos da empresa que já estavam em fase mais adiantada de estudos, como o projeto do supersônico (SST) B2707 (cancelado em 1971), o programa do transporte militar CX-HLS (vencido ao final pela Lockheed, com seu C-5 Galaxy), o Boeing 747 e a versão alongada do 727, que viria a ser conhecida como 727-200. Entretanto, dois membros do conselho de diretores da fabricante eram totalmente favoráveis ao lançamento do 737: O engenheiro Jack Steiner – que anos antes ficara conhecido como o “pai do 727” e o diretor Crowford Greenewalt (que fora durante muitos anos CEO da gigante DuPont). Ambos viam no novo projeto um enorme potencial e acreditavam que a Boeing Aircraft Corporation deveria explorá-lo o quanto antes, se não quisesse perder o lugar de destaque que ocupava entre as fabricantes de aviões comerciais. Para eles, o Boeing 737 serviria como um produto “de entrada” para novos clientes que depois poderiam vir a encomendar outros produtos – o que mais tarde acabou se verificando uma realidade. Já do lado oposto, encontrava-se nada menos do que o lendário CEO da Boeing, William Allem, que ocupava a posição de chefia da gigante aeroespacial desde 1945 e que fora o incentivador e responsável por autorizar a construção de diversos aviões desde o Boeing 377 Stratocruiser, passando pelo B-52, família 707/KC-135 e 727. “Bill Allem”, como era conhecido, achava que a empresa já estava bastante ocupada com sua linha de aeronaves comerciais e que, ademais, o 737 entraria muito tarde na competição pelas linhas de curta distância.

Era o conceito de “família” de aeronaves. Neste sentido, Steiner advogava utilizar a mesma largura de fuselagem no 737, que teria então a capacidade de transportar passageiros em filas de 3+3 (ao invés da usual 2+3 dos DC-9/Caravelle/BAC 1-11). O problema de definir a localização dos motores no 737 foi resolvido por Joe Sutter, que depois ficou famosos como o engenheiro chefe responsável pelo programa 747. Embora os desenhos iniciais do 737 tivessem adotado a usual configuração de motores traseiros com cauda em T, quando Steiner definiu-se por utilizar a mesma largura de fuselagem do 707/727, a questão tomou nova dimensão. É que neste caso, como o avião tivesse a forma de “bola de futebol americano” – muito curto e largo – o bordo de fuga da asa ficaria muito próximo da entrada de ar dos motores, recebendo o fluxo turbulento da asa. Além disso, a fim de evitar o fluxo do arrasto parasita criado pela própria da fuselagem, os motores teriam de ficar bastante afastados da mesma de forma a não comprometer a ingestão do ar – o que exigira pylons maiores e mais pesados, trazendo indesejado aumento do peso do avião. Sutter achava que deveria haver outra solução mais “elegante”. Um dia em seu escritório ele pegou os desenhos do 737 com cauda em T, recortou os motores e começou a estudar a melhor posição para os mesmos. Intuitivamente ele pensou: “porque não colocar os motores novamente na asa, pendurados em pylons” (como no 707)? Essa solução, entretanto, trazia dois problemas: primeiramente os motores ficariam muito próximos da entrada de passageiros – considerando-se o cumprimento da fuselagem inicialmente estudada (menor ainda que a da primeira versão construída 737-100). Por outro lado, o trem de pouso teria de ser dotado de pernas bastante altas, a fim de possibilitar a instalação do conjunto motor/pylons e dar a necessária altura em relação ao chão. Num avião destinado a operar rotas de curta distância, que poderia efetuar de 6 a 8 voos por dia, sua altura elevada acarretaria um maior tempo de solo, com a retirada de escadas mais altas, carregadores de bagagem e caminhões de catering. Uma terceira e revolucionária configuração pareceu a melhor para Sutter: Instalar os motores bem abaixo das asas em uma carenagem “colada” ao seu introrso, sem o tradicional uso do pylon. Isso faria com que o 737 ficasse próximo ao chão, facilitando a manutenção dos motores e o carregamento de malas nos porões e deixando um fluxo corrente de ar nos motores. Antes, entretanto, de aprovar essa configuração Jack Steiner estabeleceu um “time vermelho” e um “time azul”, composto cada um por dois engenheiros, sendo o primeiro chefiado por ele mesmo e o segundo por Sutter. O primeiro time ficaria responsável por estudar as vantagens pela opção original de cauda em T e o segundo pela configuração desenvolvida por Sutter. 
Ao final ficou claro que a segunda opção era a melhor, propiciando a utilização da parte traseira da fuselagem onde normalmente ficariam instalados os motores para levar mais passageiros. Assim, ao final de 1964 a configuração básica do 737 estava definida – faltava somente uma encomenda firme para lançar o projeto. Umas das primeiras empresas a despertar interesse no modelo foi a alemã Lufthansa, que almejava seu emprego em linhas regionais, e sugeriu ao fabricante que a capacidade ideal de transporte deveria ser da ordem de 100 passageiros. Desta maneira o projeto foi modificado para o atendimento desta demanda. O voo inaugural do protótipo do Boeing 737-100 ocorreu em 9 de abril de 1967 e veio a superar todas as expectativas, liberando assim sua produção em série imediatamente, sendo destinados a Lufthansa onde entrariam em operação já em 10 de abril de 1968. Com base nas necessidades de se ampliar o número de passageiros transportados, levaram ao desenvolvimento da variante 200, que teve sua fuselagem aumentada para o transporte de até 130 passageiros. O primeiro 737-200 efetuou seu voo inaugural em 8 de agosto de 1967, e esta nova versão obteve grande êxito no mercado civil, tendo sido comercializadas 1.114 unidades até o encerramento de sua produção em 1988. As séries 100 e 200 eram identificáveis pelas naceles tubulares de motor (turbofans Pratt and Whitney JT8D)  que eram integradas às asas, com projeções à frente do bordo de ataque e atrás do bordo de fuga, a partir da versão 737-300 , que teve seu primeiro voo em 28 de fevereiro de 1984 o design básico do modelo passou a incorporar as inovações tecnológicas aerodinâmicas, novas versões como 400 e 500 foram lançadas respectivamente em 1988 e 1989. O 737 continua em produção atualmente em sua nova variante agora denominada Next Generation – 600, -700, -800 e 900, e sua produção total já ultrapassou a casa das 9.000 unidades entregues, que se encontram em emprego em 500 companhias áreas ao redor do mundo. o Boeing 737 é o jato de passageiros de maior sucesso no mundo. 

Emprego na Força Aérea Brasileira.
O transporte presidencial por aeronaves a reação no Brasil teve início em 1968 quando a Ministério da Aeronáutica (MAer), procedeu a aquisição de duas células do jato inglês BAC 1-11 One-Eleven , da série 400 (VC-92), para assim substituir os Vickers Viscount, no transporte do Presidente da República, esta mudança se daria  principalmente devido a maior segurança e autonomia que este tipo de aeronave poderia proporcionar. Estas aeronaves de transporte VIP (Very Important Person) na Força Aérea Brasileira receberam a designação militar VC-92 e serviram com maestria por quase dez anos. Porém na primeira metade da década de 1970 na administração do presidente Ernesto Geisel, o comando Grupo de Transporte Especial (GTE), emitiu uma diretiva na qual determinava que as aeronaves presidenciais deveriam pertencer as famílias de aeronaves predominantes nas frotas das empresas comerciais brasileiras, como esta medida sendo adotada principalmente para redução de custos de operação e manutenção. Este movimento também previa a incorporação de uma nova aeronave que possuísse uma maior autonomia do que aquela proporcionada pelos jatos ingleses, BAC 1-11 One Eleven VC-92, que se encontravam em uso desde 1967, vindo assim a substituir estes vetores. Neste período a aviação civil de transporte no Brasil se encontrava em plena efervescência, no qual os modelos da Boeing Aircraft Corporation detinham esmagadora liderança, levando então a decisão por uma aeronave produzida por esta empresa norte americana. Desta maneira em meados de 1975 seria assinado um contrato para a aquisição de duas células do modelo Boeing 737-2N3 Advanced (onde no código alfanumérico de produção da Boeing , o número 2 representava a aeronave como pertencente a série 200 e o código N3 referia-se ao governo brasileiro).

As aeronaves deveriam ser entregues na configuração de transporte VIP ( Very Important Person), com três ambientes separados. Na parte da frente ficariam localizadas as instalações dos ajudantes da ordem e demais tripulantes incluindo a galley. A seguir ficara disposta a sala de reuniões e despacho, onde o presidente podia realizar suas reuniões durante a jornada aérea. Contigua a esta sala, estava localizada a suíte presidencial, com cama e banheiros de uso exclusivo do presidente. A terceira divisão estaria localizada na parte traseira da fuselagem, com trinta e seis poltronas, onde eram transportados os demais membros da comitiva presidencial. Além da configuração especial as aeronaves destinadas a Força Aérea Brasileira deveriam ser dotadas com a adoção de escadas independentes embutidas, para assim permitir a operação em aeródromos com pouca infraestrutura, muito comuns no interior do país. Após ser concluída, a primeira célula designada oficialmente como VC-96 com a matrícula FAB 2115 realizaria seu voo inaugural em 5 março de 1976 nas instalações do fabricante na cidade de Seattle, sendo posteriormente seguida pelo primeiro voo em 19 de agosto de 1976 da segunda célula matriculada como FAB 2116. Após a realização das inspeções formais para sua aceitação pela Força Aérea Brasileira, após finalizado este processo, estas aeronaves seriam declaradas oficialmente entregues, e preparadas para serem transladada ao Brasil. A primeira célula seria recebida na Base Aérea de Brasília  em 8 de setembro, sendo imediatamente incorporados ao 1º Esquadrão do Grupo de Transporte Especial (GTE).
Inicialmente os dois Boeing 737-200 Advanced Presidencial  VC-96 tiveram sua operação destinada somente para missões dentro do território brasileiro e América Latina, principalmente devido a  sua autonomia em voo direto. Porém posteriormente passariam também a executar missões de deslocamento em todo o mundo, realizando quantos pousos técnicos (escalas) fossem necessários. Neste tipo de missão era realizado o deslocamento das duas aeronaves para apoio mútuo em caso de pane na aeronave principal. Em 2003, um dos Boeing VC-96 transportaria o presidente Luis Inácio Lula da Silva ao Oriente Médio e Norte da África, passando pelas Ilhas Canárias, Espanha, Marrocos, Líbia, Egito, Emirados Árabes, Síria, Líbano e Tunísia. Dentre estas missões de longo alcance, a mais longa viagem seria registrada entre os dias 22 e 29 de maio de 2005, quando os  Boeing VC-96 em viagem ao Japão lograram um percurso de cinquenta e quatro horas de voo. Para manter as aeronaves em condições de atingir qualquer ponto do planeta, as duas células seriam em 1997 submetidas uma ampla modernização, que lhes aplicou o que havia de mais moderno em termos de navegação naquele momento. Este processo seria conduzido pela empresa norte-americana Associated Air Center Dallas, contemplando a  instalação de equipamentos para gerenciamento de voo  (FMS, Flight Management System) e para prevenção de colisão em voo (TCAS, Trafic Collision Avoidance System), atualizando assim as aeronaves as exigências de segurança em voo. Este processo abrangeria ainda um completo retrofit estrutural e do interior dos Boeing VC-96.

Durante trinta e quatro anos os Boeing VC-96 que popularmente ficaram conhecidos como “Sucatinhas” (devido a sua associação com o Boeing KC-137E presidencial que eventualmente apresentava falhas), estiveram a serviço de sete presidentes da república a contar Ernesto Geisel, João Figueiredo, José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Quando alguma comitiva presidencial visitava o Brasil e não dispunha de aeronave própria, era comum o governo brasileiro colocar uma das aeronaves à disposição dos ilustres visitantes, entre estas missões a mais relevante seria o transporte do Papa João Paulo II em sua visita pelo Brasil no ano de 1980 quando o mesmo se deslocou por onze cidades em diversas regiões do pais. Apesar do pejorativo apelido, os Boeing VC-96 jamais apresentaram nenhum tipo de problema ao transportar as autoridades e terminaria seus dias atingindo a marca de mais cinquenta mil de horas de voo. A decisão de substituição seria decidida não pelo estado de conservação das células e sim pela idade delas, o que as tornavas desaconselhável sua operação em missões de transporte VIP (Very Important Person). As duas aeronaves seriam oficialmente retiradas de serviço ativo da  Força Aérea Brasileira em abril de 2010, em uma cerimônia realizada nos hangares do Grupo de Transporte Especial (GTE) na Base Aérea de Brasília,  quando passaram ser substituídos pelos novos Embraer E-190 VC-2.
Durante sua carreira o Boeing VC-96 FAB 2115 voaria 26.356 horas com 20.120 pousos já o Boeing VC-96 FAB 2116 perfez 27.105 horas e 20.586 pousos. Após sua desativação as aeronaves seriam armazenadas na Base Aérea de Cumbica em Guarulhos – São Paulo, sendo que em 4 de novembro de 2011 o Boeing VC-96 FAB 2116 faria seu último voo com destino ao Museu Aeroespacial (MUSAL), sediado no Campo dos Afonsos no Rio de Janeiro onde seria preservado. A segunda aeronave o Boeing VC-96 FAB 2115 seria estocada e vendida posteriormente para uma empresa particular que a transportou em 2016 a aeronave desmontada até a cidade de Foz do Iguaçu no estado do Paraná, onde seria remontada, reformada e exposta no portão do Parque Nacional do Iguaçu.

Em Escala.
Para representarmos o VC-96 " FAB 2116 “fizemos uso do antigo e raríssimo kit da Aurora na escala 1/72 , modelo este que era a única opção nesta escala, antes do surgimento do excelente modelo em resina da Charlenger Modelismo. Para configurar a versão nacional (Model 200)  é necessário proceder uma série de alterações em scratch (principalmente nas turbinas), empregamos decais presentes no kit da Charlenger para finalizar o modelo.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o segundo padrão de pintura empregado em todas as aeronaves do Grupo de Transporte Especial (GTE) adotado no final da década de 1990, que veio a substituir o esquema original em que as aeronaves foram recebidas em 1976.


Bibliografia :

- O Boeing 737 e a História de seu Nascimento – Marcelo Magalhães
- Aeronaves Presidenciais a Jato – A. Camazano Alamino – Revista Asas Edição 94
- História da Força Aérea Brasileira, Prof Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html
- Aviação Militar Brasileira 1916 / 1984 - Francisco C. Pereira Netto

Bell Model 205 UH-1H Huey

História e Desenvolvimento. 
A Bell Helicopter Company uma divisão especializada na produção de helicópteros, teria suas origens fundamentadas no início da década de 1940, quando as forças armadas norte-americanas passariam a demonstrar interesse nos possíveis potenciais operacionais de aeronaves de asas rotativas. Uma proposta neste âmbito seria apresentada em 03 de setembro de 1941 pela diretoria da Bell Aircraft Company ao comando da Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF). Este programa receberia um pujante financiamento governamental, que envolvia inicialmente a produção de dois protótipos da aeronave, agora designada como Bell Model 30. Seu primeiro voo ocorreria no dia 26 de junho de 1943, e logo seria submetido a um extenso programa de ensaios e testes de voo. Os resultados obtidos deste processo serviriam para o desenvolvimento de uma aeronave aprimorada, que receberia a designação de Bell Model 47. Seu projeto logo despertaria o interesse das forças armadas norte-americanas, com este programa um novo orçamento governamental para seu desenvolvimento final. Assim em abril de 1945, seria estabelecida na sede da empresa em Forte Worth no estado do Texas, uma nova unidade de negócios dedicada a produção de helicópteros. O primeiro modelo Bell Model 47 de pré-produção alçaria voo no dia 8 de junho de 1945, com as primeiras versões militares, como o Bell  OH-13, entrando em serviço nas forças armadas norte-americanas em fins do ano seguinte. Durante a década seguinte a companhia registraria um grande sucesso comercial tanto no mercado civil quanto militar, com sua produção atingindo a casa de mais de cinco mil células. Durante a Guerra da Coréia (1950-1953) estas aeronaves seriam empregadas em larga escala no conflito, atuando em missões de ligação, observação e principalmente no transporte de feridos da linha de frente diretamente para os centros médicos de campanha, recebendo esta tarefa a denominação de MEDEVAC (Medical Evacuation – Evacuação Aero médica). Em 1952, o comando do Exército dos Estados Unidos (US Army) identificaria a necessidade de um novo helicóptero para atuar em missões de Evacuação Médica, no intuito de suprir as deficiências dos primeiros modelos de asas rotativas empregados anteriormente. Umas das principais exigências desta concorrência, era que este novo helicóptero fosse propelido com rotor bipá acionado por turbina, substituindo assim o conceito de aeronaves de asas rotativas com motor a pistão, como o próprio Bell H-13 ou ainda os helicópteros de médio porte como o Sikorsky UH-34.  

Os parâmetros do seu projeto seriam revisados novamente em novembro de 1953, resultando no lançamento de uma concorrência nacional, que receberia propostas técnicas e comerciais de vinte fabricantes aeronáuticos.  Estudos comparativos seriam realizados, resultando em uma seleção de apenas dois potenciais projetos, sendo liberados recursos governamentais para a produção de seus respectivos protótipos. Desenvolvido com base nestes parâmetros, o primeiro protótipo do Bell XH-40 alçaria voo em 20 de outubro de 1956, sendo equipado com um rotor principal bipá semirrígido, acionado por uma única turbina Lycoming T53-L1, de 700 shp de potência. Assim em abril de 1954 seria iniciado um programa comparativo de testes entre os modelos Bell Model 204 e Kaman H-43, com modelo da Bell Helicopter Company sendo declarado vencedor em 23 de fevereiro de 1955. Com o modelo sendo designado como XH-40 pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e XHU-1 pelo Exército dos Estados Unidos (US Army). Desta maneira seria celebrado um primeiro contrato, envolvendo a produção de três protótipos, que deveriam ser empregados em um programa de desenvolvimento.  Os primeiros resultados obtidos após a realização de um novo programa de testes em voo, se mostrariam muito promissores, levando a contratação para a produção de mais três células da aeronave que apresentariam grandes modificações e melhorias, com estas sendo entregues e empregadas entre os anos de 1957 e 1959. Seu primeiro contrato de produção em série, acabaria sendo celebrado incialmente com o Exército dos Estados Unidos (US Army) em março de 1960, com o modelo recebendo a denominação militar de HU-1A, e o nome de batismo de “Iroquis” em alusão as tribos indígenas do meio oeste dos Estados Unidos. No entanto ao longo dos anos seguintes este helicóptero se tornaria mais popularmente conhecido como “Huey”. Os primeiros helicópteros designados como HU-1A começariam a ser entregues a diversas unidades aviação do exército em janeiro de 1961, iniciando o processo de substituição dos modelos Sikorsky UH-34 e H-19D.  Já as versões especializadas na missão de evacuação aero médica MEDEVAC (Medical Evacuation) designadas como SHU-1A seriam alocadas junto a 101º Divisão Aerotransportada, a 82º Divisão Aerotransportada e ao 57º Destacamento Médico. Seu primeiro emprego em um cenário de conflagração real se daria em meados de 1964, durante as fases iniciais da participação norte-americana na guerra do Vietnã. Desta experiencia seriam identificadas algumas deficiências operacionais do helicóptero, entre esta sua insatisfatória potência nominal, o que limitava em muito seu emprego tático. 
Com vistas a atender a esta deficiência, seria adotado um motor turbo eixo mais robusto, o Lycoming T53-L-5 que chegava a proporcionar 960 shp de potência, nascia assim a versão Bell UH-1B. Esta modificação no grupo propulsor permitiria ainda estender as dimensões da fuselagem aumentando capacidade de transporte da aeronave para até sete soldados totalmente equipados ou quatro macas e um médico. A primeira aeronave de produção seria entregue em março de 1964, e neste interim seria decido também elevar uma grande parte das células produzidas anteriormente a esta nova versão. Apesar da significativa melhoria em desempenho apresentada, no entanto, o ciclo de aprimoramento da aeronave estava apenas começando. No segundo semestre do mesmo ano, o corpo técnico da aviação do Exército dos Estados Unidos (US Army), apresentaria ao fabricante, uma relação envolvendo inúmeras sugestões de opções de melhorias, com muitas destas demandadas da necessidade de se corrigir deficiências aerodinâmicas do modelo Bell UH-1B, apresentadas em sua versão especializada de plataforma de armas. Neste contexto, novamente o grupo propulsor seria alvo de estudos para melhoria de performance, com a aeronave passando a receber o motor um Lycoming  T53-L-11 com 1.100 shp de potência. Seria adotado também um novo desenho de cauda com estabilizador destinado a fornecer a energia necessária para elevar todos os sistemas de armas em uso ou em desenvolvimento. O aumento da potência e um rotor de diâmetro maior exigiram que os engenheiros da Bell Helicopter Company projetassem uma nova lança traseira de cauda, este componente passaria a incorporar uma aleta vertical de corda mais larga no pilão do rotor de cauda e elevadores sincronizados maiores.  Esta nova versão receberia a designação de UH-1C e seu novo sistema de rotor permitiria a aeronave dispor de velocidades de ar de cruzeiro mais altas, reduzindo incidência de estolagem de lâminas em retirada durante atividades de mergulho. Esta modificação ainda resultaria em uma melhor manobrabilidade e um ligeiro aumento de velocidade final.  Além de receber novas encomendas de produção a empresa seria agraciada ainda com contratos de atualização dos primeiros UH-1B para esta nova configuração. Apesar de satisfeitos com os resultados operacionais, os militares norte-americanos ainda almejavam por uma aeronave com maior capacidade de transporte de tropas, levando a apresentação formal desta demanda ao fabricante. Assim em atendimento a este pedido, o corpo técnico da empresa, optaria por estender em 104 cm a fuselagem da versão Bell UH-1C, passando a adotar portas maiores deslizantes com duas janelas, com esta variante passando a dispor de quinze assentos.   

O protótipo do novo modelo agora designado como Bell UH-1D, realizaria seu primeiro voo em 16 de agosto de 1965, e logo seria submetido a um completo programa de ensaios em voo, que resultaria em sua homologação operacional, validando sua produção em série. Desta maneira, em dezembro deste mesmo ano seria celebrado um contrato envolvendo a produção de duzentas células, com as primeiras aeronaves sendo entregues a partir de março de 1966, sendo destinadas as principais unidades de asas rotativas do Exército dos Estados Unidos (US Army). Neste contexto a seguir a aeronave também seria adotada pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) e pelo Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (US Marine Corps). A partir de meados de 1967, os novos Bell UH-1D começariam a ser empregados maciçamente no conflito do Vietnã, chegando a ser destacadas mais de três mil células do modelo, operando inclusive junto a Força Aérea do Vietnã do Sul (VNAF). Esta experiencia operacional iria consolidar uma nova doutrina operacional em aeronaves de asas rotativas, envolvendo desde missões de evacuação aero médica (MEDEVAC), busca e salvamento (SAR), assalto aéreo, transporte de tropas, apoio aéreo aproximado, comando, controle e até transporte de cargas. No entanto caberia ao modelo ser o difusor em definitivo do emprego de aeronaves de asas rotativas, como plataforma de ataque e apoio aproximado. Neste emprego estas aeronaves passariam a ser equipadas com um par de metralhadoras M-60D com calibre .50 instaladas nas portas laterais, duas metralhadoras M-60 de tiro frontal no casulo M-59, um canhão de 20 mm, lançadores de foguetes na guiados de 70 mm ou 40 mm ou ainda lançadores de misseis guiados por fio M-11 ou M-22. Nesta configuração armada, os Bell UH-1D seriam primordialmente empregados em missões de apoio aproximado, abrindo caminho e protegendo o desembarque das tropas aerotransportadas. Estas aeronaves seriam imortalizadas no imaginário popular neste perfil operacional, principalmente nos filmes e séries com a temática militar produzidos durante as décadas seguintes. Apesar de uma longa lista de qualidades e êxitos operacionais, ainda recaia sobre a aeronave problemas relacionados a potência, que continuavam a limitar o desempenho do Bell UH-1D. Novamente estudos seriam conduzidos pela equipe de engenharia da Bell Helicopter Company, resultando na adoção do novo modelo um novo modelo de motor, o  Lycoming T53-L-13 (LTC1K-4) que passava a oferecer 1.400 shp de potência ao helicóptero. Neste mesmo processo, o tubo de pitot seria transferido do nariz da aeronave para o teto da cabine, no intuito de se evitar danos durante as operações de pouso em terrenos de difícil acesso. 
Estas mudanças gerariam uma nova versão, que passaria a ser designada como Bell UH-1H, que além de apresentar maior potência, passava a dispor maior capacidade de transporte de carga útil. Neste momento a existência de muitas células da versão do Bell UH-1D em carga nas forças armadas norte-americanas, seria criado um programa de modernização elevando assim todas as aeronaves para o modelo UH-1H. Rapidamente o Bell UH-1H ser tornaria a principal aeronave de asas rotativas das forças armadas norte americanas. Seu sucesso operacional conquistaria logo os primeiros contratos de exportação para o Japão e a Austrália, tendo este último pais a ser o segundo operador a empregar a aeronave em combate real, quando aeronaves da Esquadrão 9º da Real Força Aérea da Australia (RAAF) operariam na guerra do Vietnã dando suporte as forças terrestres da 1ª Força-Tarefa Australiana. Até o ano de 1987, seriam produzidas mais de dezesseis mil células dispostas desta família de aeronaves, dispostas em várias versões, incluindo aeronaves montadas sob licença pelas empresas italiana Augusta Spa., alemã Dornier Flugzeugwerke e japonesa Fuji Heavy Co. Apesar da excelente e longa folha de serviços, em meados da década de 1970 seria lançado pelo comando do Exército dos Estados Unidos (US Army), o programa “Sistema de Aeronave de Tático Utilitário e Transporte UTTAS” (Utility Tatical Transport Aircraft System), que visava desenvolver um substituto, que culminaria na criação do projeto Sikorsky S-70A Black Hawk. Estes novos helicópteros passariam a ser entregues na primeira metade da década de 1980, gerando assim uma grande quantidade de aeronaves excedentes do modelo Bell UH-1H, que passariam a ser disponibilizadas em programa de ajudas militar a diversos países como Argentina, Brasil, Alemanha, El Salvador, Israel, Líbano, Nova Zelândia, Filipinas, Rodésia, Espanha, Portugal e Yemen. Já no início do ano de 1989, o Exército dos Estados Unidos (US Army), daria início ao processo de retirada destas aeronaves das unidades de primeira linha, transferindo cerca de setecentas células para o emprego em tarefas de treinamento. Com os Bel UH-1H se mantendo em operação neste escopo de missão até o início do ano de 2005, quando foram substituídos pelos Eurocopeter UH-72 Lakota.  Junto a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) o modelo se manteria em operação até meados do ano de 2016 sendo totalmente substituídos pelos novos Sikorsky UH-60L Blackhawk. Atualmente somente o Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (USMC), mantém em operação, algumas centenas de células da versão UH-1N. Muitas aeronaves do modelo UH-1H ainda se encontram em operação ao redor do mundo, porém dificilmente deverão estar se manter em uso ainda nos primeiros anos da década de 2030.   

Emprego na Força Aérea Brasileira.
A utilização de aeronaves de asas rotativas na Força Aérea Brasileira, tem seu início durante o mês de março de 1952, quando seria celebrado o primeiro contrato junto a Bell Helicopter Company, para a aquisição de quatro células do modelo Bell Model 47 D1 H-13D. Estes helicópteros na época, representava a versão mais avançada da aeronave em produção, trazendo ao país o emprego de um modelo no estado da arte naquele momento. Apesar de comporem uma minúscula frota, estas aeronaves seriam empregadas em um variado leque de missões, como ligação, transporte especial (VIP) e busca e salvamento SAR (Searching and Rescue). Neste último pacote de missão podiam operar ainda no ambiente naval, tendo em vista que as células brasileiras vieram equipadas com kits especiais de flutuação, com este perfil de missão resultando na criação na força de um embrião doutrinário para a realização deste tipo de missão em todos os ambientes. Estes esforços seriam muito importantes, pois desde o ano de 1944 nosso país passava a ser signatário da "Convenção sobre Aviação Civil Internacional”, com os termos deste acordo determinando que o Brasil deveria dispor de uma completa infraestrutura especializada em missões de busca e salvamento – SAR (Searching and Rescue), para cobertura das áreas geográficas continentais e marítimas sob sua responsabilidade. Para atendimento a esta demanda, em 16 de novembro de 1950, o Ministério da Aeronáutica (MAer), procederia a criação oficial do "Serviço de Busca e Salvamento". Como braço aéreo deste serviço, seriam incorporadas aeronaves especializadas neste tipo de missão, como os quadrimotores Boeing SB-17G e os anfíbios bimotores  Consolidated PBY5A Catalina.  Apesar de serem aeronaves com grande raio de ação e capacidade de operação anfíbia, havia ainda uma lacuna a ser preenchida, a de aeronaves de asas rotativas, vetor considerado indispensável para o emprego com sucesso deste tipo de missão. Em 1958 seriam incorporadas quatro células do Sikorsky H-19D, passando assim a substituir os pequenos limitados Bell Model 47 D1 H-13D nas missões de busca e salvamento SAR (Searching and Rescue). Neste mesmo período seria criada primeira unidade brasileira a ser dedicada especial para este escopo de missão, o 2º/10º Grupo de Aviação – Esquadrão Pelicano, estabelecido em 6 de dezembro de 1957. Ao longo dos anos seguintes os Sikorsky H-19D apresentariam destacado papel na consolidação da doutrina operacional das missões de busca e salvamento – SAR (Searching and Rescue) junto a Força Aérea Brasileira. No entanto seu limitado número de células e seu intensivo emprego, logo cobrariam um alto preço em termos de desgaste, reduzindo em muito a capacidade operacional da unidade. 

Neste contexto se fazia necessário a curto prazo, prover a aquisição de um novo vetor de asas rotativas para o leque de missões especializadas desenvolvidas pelo 2º/10º Grupo de Aviação – Esquadrão Pelicano. Paralelamente o comando do Ministério da Aeronáutica (MAer)  passava a desenvolver estudos referentes a aquisição de modernas aeronaves de asas rotativas, que deveriam ser empregadas em missões de transporte de tropa, ligação e ataque. Assim nada mais natural, do que se buscar um modelo de helicóptero que pudesse em uma unica plataforma atender a todas estas finalidades, criando assim um vetor comum de asas rotativas na Força Aérea Brasileira. Desta maneira em meados do ano de 1965, uma concorrência internacional seria aberta pela Diretoria de Material da Aeronáutica (DIRMA), visando a aquisição de uma nova aeronave de asas rotativas de médio porte, devendo obrigatoriamente ser equipada com motores turbo eixo. Diversas propostas seriam apresentadas, de destacando a oferecida pela empresa norte-americana Bell Helicopter Company, apresentando o Modelo 205, disposto na variante militar mais moderna, o  UH-1D Huey. Esta proposta englobava ainda soluções de financiamento e um pacote mais atrativo em termos de custo-benefício.  Tratativas seriam então realizadas, culminando em maio de 1964 na assinatura de um contrato para a aquisição de seis células novas de fábrica, especialmente configuradas para missões de busca e salvamento – SAR (Searching and Rescue) e evacuação aero médica (MEDVAC). Estas aeronaves seriam recebidas a partir de 1967, recebendo a designação de SH-1D e as matrículas de FAB 8530 a 8535, sendo destinadas ao 2º/10º Grupo de Aviação – Esquadrão Pelicano. Estes helicópteros seriam recebidos ostentado um padrão de pintura de alta visibilidade com atendendo as marcações internacionais padrão para este tipo de missão. Em 1970, o Ministério da Aeronáutica (MAer) aumentaria a frota deste modelo de aeronave, passando a incorporar mais oito células novas de fábrica do Bell UH-1D que receberiam as matrículas FAB 8536 a 8542, que passariam a operar junto aos recém ativados 4º e 5º Esquadrões Mistos de Reconhecimento e Ataque (EMRA), inicialmente em tarefas de transporte, ligação e reconhecimento, constituindo assim a doutrina inicial de operações desta aeronave. Apesar destas missões de transporte e apoio, o viés guerreiro dos Bell UH-1D Huey começaria a tomar forma a partir de 1972 quando as equipagens passaram a serem adestradas no emprego da aeronave como plataforma de armas para missões de ataque. Posteriormente estes esquadrões começariam a realizar missões de missões de Combate SAR (C-SAR). 
As qualidades operacionais observadas principalmente em missões de contra insurgência (COIN) durante a guerrilha do Araguaia, motivaram o comando da Força Aérea Brasileira a aumentar novamente sua frota de aeronaves, com esta demanda se materializando na compra de vinte quatro células usadas, agora do modelo Bell UH-1H, oriundas dos estoques Exército Americano (US Army). Estas “novas” aeronaves seriam recebidas a partir do início de 1973, sendo distribuídos ao 1º EMRA- Esquadrão Falcão, 2º EMRA - Esquadrão Poti, 3º EMRA – Os Polivalentes e ao 4º EMRA- Esquadrão Dragão. Posteriormente em 1976 mais duas células também da versão UH-1H seriam incorporadas, visando assim repor perdas operacionais. Apesar de se tratar de aeronaves usadas, encontravam-se em excelente estado de conservação e, algumas células, permaneceriam operacionais na Força Aérea Brasileira até a primeira década dos anos 2000. No início do ano de 1979, visando uma melhoria na performance e padronização em processo de manutenção, a Força Aérea Brasileira optou por modernizar as células remanescentes dos Bell SH-1D e UH-1D, elevando-as para a versão UH-1H. Este processo se daria não só pelo objetivo de ser estender a vida útil destas aeronaves, mas também fato de se eliminar a necessidade de manutenção de dois tipos distintos de motores, melhorando o processo logístico no fluxo de peças de reposição. Em 9 de setembro de 1980 a portaria Ministerial Nº 239/GM3 desativaria todos os Esquadrões Mistos de Reconhecimento e Ataque (EMRA), criando em seu local o 1º/8º Grupo de Aviação – Esquadrão Falcão, 2º/8º Grupo de Aviação – Esquadrão Poti e o 5º/8º Grupo de Aviação – Esquadrão Pantera, já o 3º EMRA seria desmembrado entre o 1º/13º Grupo de Aviação que passaria a atuar como se fosse uma ELO (Esquadrilha de Ligação e Observação), e o 3º/8º Grupo de Aviação – Esquadrão Puma, que passaria a operar com helicópteros na Base Aérea dos Afonsos, a até a chegada dos CH-33 Puma, em 1981. Paralelamente o 1º/8º Grupo de Aviação seria transferido para Manaus, levando os Bell UH-1H a operar na floresta amazônica, onde permaneceriam até sua desativação em 1987.  Ainda no mesmo ano de 1980 o Ministério da Aeronáutica (MAer), visando repor novas perdas operacionais efetuaria a aquisição de mais oito células, agora oriundas dos estoques da Força Aérea de Israel (Heyl Há´Avir), com cinco destas produzidas originalmente como UH-1D, porém posteriormente modernizadas, e as restantes de origem italiana, fabricadas sob licença pela Augusta Spa. 

Todas estas aeronaves possuíam os tubos de pitot no nariz, com os modelos italianos apresentando o rotor de cauda do lado esquerdo, sendo necessária a inversão da caixa de transmissão de 90º por motivo de padronização. Como estas aeronaves israelenses foram anteriormente empregas em situação de conflagração real, seriam encontradas nestas células inúmeros buracos de bala, sendo necessário promover detalhada análise e reparo. Após esta revisão completa nas oficinas do Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos (PAMAAF), estes helicópteros seriam distribuídos para suas respectivas unidades operacionais. Em meados da década de 1990, o Ministério da Aeronáutica (MAer) começou a considerar a substituição de sua frota de helicópteros Bell UH-1H pelos novos Sikorsky UH-60 Blackhawk, representando está uma demanda urgêncial, pois durante toda sua carreira, estas aeronaves seriam exigidas muito operacionalmente, o que resultaria em um grande número de acidentes e o consequente desgaste das células remanescentes, reduzindo assim drasticamente os índices de disponibilidade da frota de aeronaves de asas rotativas da Força Aérea Brasileira. Porém os custos relativos a esta substituição se mostrariam muito distantes da realidade orçamentaria, levando o Comando da Aeronáutica (COMAER) a considerar alternativas paliativas, resultando na aquisição de vinte aeronaves usadas do modelo Bell UH-1H, dispostas na Alemanha, que pertenciam anteriormente a unidades de cavalaria aérea do Exército Americano (US Army). Após a seleção das células, seria acordado o fornecimento nos vantajosos termos do programa de Vendas Militares a Estrangeiros – FMS (Foreing Military Sales). Estas aeronaves seriam transladas ao Brasil em aeronaves de carga da Força Aérea Americana (USAF), após sua entrada em operação, possibilitariam a introdução e o desenvolvimento da doutrina de emprego do sistema Night Vison Goggles (NVG – Óculos de Visão Noturna) na aviação de asas rotativas da Força Aérea Brasileira. O 5º/8º Grupo de Aviação - Esquadrão Pantera seria escolhido como unidade padrão para a implantação e disseminação operacional desta nova doutrina, recebendo assim inicialmente todas as aeronaves recebidas.















Posteriormente a este processo, estas células seriam distribuídas também ao 2º/10º Grupo de Aviação - Esquadrão Pelicano e ao 7º/8º Grupo de Aviação - Esquadrão Harpia. Além de serem empregados em missões transporte de tropas e busca e salvamento (SAR) os Bell UH-1H seriam empregados em inúmeras missões de apoio a população em catástrofes naturais em missões de saúde como campanhas de vacinação de populações indígenas e ribeirinhas e tarefas de apoio ao levantamento cartográfico de regiões inóspitas do país. Em 2006 a aeronave teria sua designação alterada para H-1H, e durante muitos anos este modelo de aeronave representaria o esteio da aviação de asas rotativas da Força Aérea Brasileira, operando desde a quente e úmida floresta amazônica, até os frios e secos pampas gaúchos. O total de aeronaves empregadas na versão UH-1H (considerando as modernizações) atingiram a cifra de sessenta e duas aeronaves (seis UH-1D não chegariam a ser modernizados), e apesar do alto nível de profissionalismo desenvolvido na manutenção das células e seus motores pelos Parque de Aeronáutica dos Afonsos (PAMAAF) e Parque de Aeronáutica de São Paulo (PAMASP), o modelo já estava próxima ao seu limiar de obsolescência operacional. Neste contexto as análises do Ministério Defesa, apontariam para a substituição derivando por dois modelos distintos de aeronaves, sendo eleitos os Sikorsky UH-60 Blackhawk e os Eurocopter EC725 Caracal. Um gradual processo de substituição e desativação teria início no ano de 2010, com as últimas células (todas pertencentes ao lote incorporado em 1997) sendo concentradas no 2º/10º GAv Esquadrão Pelicano. Durante este processo, quatro aeronaves seriam doadas a Força Aérea Boliviana (FAB) e duas para a Secretaria de Segurança do Estado do Rio de Janeiro. Em 22 de outubro de 2018, após cinquenta e um anos de operação, durante uma cerimônia realizada na Base Aérea de Campo Grande – MS, seria finalmente realizado o corte de motor final, encerrando assim a gloriosa carreira do famoso “Sapão” na Força Aérea Brasileira. 

Em Escala.
Para representarmos o Bell UH-1H "FAB 8691" optamos pelo modelo produzido pela Italeri na escala 1/48 que representa inicialmente a versão “Delta”. Como as diferenças externas quanto ao modelo se resumem na alteração do posicionamento do tubo de pitot, a conversão para a versão UH-1H é simples, bastando acrescer alguns itens em scratch (dispositivos corta fios, antenas, sistema de visão noturna -  NVG). Para finalizar o conjunto da obra empregamos decais confeccionados pelo fabricante FCM Decais presentes no antigo set 48/10.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático de baixa visibilidade empregado pelas aeronaves de asas rotativas do Exército dos Estados Unidos (US Army), esquema este que foi mantido pela Força Aérea Brasileira até a gradativa desativação das células, as aeronaves pertencentes aos lotes originais recebidos ostentavam o padrão americano “Southeast Asia” em dois tons de verde e marrom.


Bibliografia:
- Bell UH-1D/H   Wikipédia - https://en.wikipedia.org/wiki/Bell_UH-1_Iroquois
- 2º/10º GAV Esquadrão Pelicano 50 anos, por Mauro Lins de Barros e Oswaldo Claro Junior
- História da Força Aérea Brasileira por, Prof. Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916/ 2016 – Jackson Flores Jr

Boeing Model 707-320 KC-137E

História e Desenvolvimento.
A Boeing Airplane Company, seria fundada em 09 de maio de 1917 pelo pioneiro da aviação William E. Boeing, empresário que já desde o início desta década já operava pequenos negócios neste segmento de mercado. No final deste mesmo ano o Estados Unidos entraria na I Guerra Mundial, com a companhia passando a postar como um grande fornecedor para as forças armadas norte-americanas. Após o término do conflito, um grande volume excedente de aviões militares usados e baratos inundou o mercado de aviões comerciais, limitando as vendas de novas aeronaves, levando muitas empresas entre elas a Boeing a derivar seu segmento de atuação, passando a fabricar móveis e barcos de fundo plano chamados de Sea Sleds. Durante as duas próximas década a empresa viria a conquistar notoriedade passando a fornecer uma grande gama de aeronaves de caça e bombardeio, esta experiencia culminaria em projetos fundamentais ao esforço de guerra aliado durante a Segunda Guerra Mundial como os bombardeiros pesados Boeing B-17 e B-29, elevando a empresa para um patamar nunca antes alcançado por qualquer construtor aeronáutico. Após o término do conflito, o mercado de aviação civil de transporte entrou em efervescência devido ao grande excedente de aeronaves militares disponíveis no pós-guerra que seriam vendidas a preço simbólico a diversos empreendedores tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. Este processo iria popularizar o transporte de passageiros em todo mundo. O avançar da tecnologia com o emprego levaria a criação do primeiro avião comercial em 1949, quando o protótipo do Havilland DH 106 Comet alçou voo no Hatfield Aerodrome na cidade de Hertfordshire, na Inglaterra. Este novo conceito de propulsão trazia melhor conforto aos passageiros tornando ainda as viagens mais curtas e prazerosas elevando assim a De Havilland a conquistar um amplo sucesso em vendas em um curto espaço de tempo. A exemplo deste fabricante inglês, logo os renomados fabricantes norte-americanos Douglas Aircraft Company  e Convair Aircraft Company  iniciariam estudos para o desenvolvimento de aeronaves semelhantes ao jato britânico. 

Esta movimentação não passaria desapercebida aos olhos da diretoria da Boeing Aircraft Corporation, empresa está que neste período  nos Estados Unidos, era considerada de pouca expressão no mercado de aeronaves comerciais de passageiros, tendo imenso foco e sucesso no mercado militar, sendo neste momento responsável pelos famosos bombardeiros Boeing B-47 e B-52. O despertar para este novo nicho de mercado levaria a empresa de Seattle, a canalizar seus recursos financeiros e esforços de sua equipe de projetos no segmento da aviação comercial, iniciando assim o desenvolvimento de uma nova aeronave que marcaria para sempre a história da aviação mundial. Como a empresa possuía o viés natural construído segmento militar, a ideia natural se baseava em desenvolver uma plataforma de uma aeronave a jato comum para ser empregado nos dois segmentos. Este projeto seria totalmente bancado com recursos da própria companhia, tendo como ponto de partida as linhas originais do Boeing 367 (KC-97), com as definições acertadas o próximo passo seria a produção dos primeiros protótipos que receberiam as designações de Boeing 367-80 ou Dash80. O primeiro voo da aeronave de testes com a matrícula N70700 alçaria voo propulsado por seus quatro motores a jato Pratt & Whitney JT3C, em 15 de julho de 1954, em Seattle no estado de Washington. As análises dos primeiros resultados do programa de ensaios em voo, se mostrariam muito promissores, concedendo a empresa a motivação para prosseguir com o desenvolvimento derivando para duas vertentes uma para o transporte civil com a designação de B707 e uma militar (como reabastecedor em voo e transporte de cargas) denominada como B717, que posteriormente receberia na Força Aérea Americana (USAF) a designação de KC-135E Stratotanker. Com a definição da versão civil finalizada em fins do mesmo ano e sua consequente homologação pela Administração Federal de Aviação (Federal Aviation Administration – FAA), a empresa iniciaria o planejamento comercial e de marketing para o lançamento internacional do modelo. O primeiro contrato seria celebrado em 13 de outubro de 1955 com a Pan American World Airways, englobando a aquisição de vinte aeronaves, que deveriam começar a ser entregues em fins  do ano fiscal  de 1958.
O primeiro voo oficial ocorreu em 17 de outubro de 1958, com a presença do presidente Eisenhower e outras personalidades importantes, percorrendo o trajeto entre a cidade Baltimore nos Estados Unidos e a cidade de Paris na França, com a primeira linha comercial transcontinental do Boeing 707 sendo inaugurada em 26 de outubro do mesmo mês. O sucesso da operação junto a Pan Am, motivaria rapidamente novas encomendas de empresas norte-americanas como American Air Lines, TWA, Delta e United. Já em 1960 a Qantas Airlines australiana seria a primeira empresa estrangeira adquirir o modelo. O Boeing 707 rapidamente se tornaria o avião mais popular de seu tempo, sendo responsável por todo o desenvolvimento em infraestrutura aeroportuária para operação destes grandes jatos.  Durante sua produção entre os anos de 1957 a 1979 seriam construídas 865 células dispostas nas versões B707-100, B707-200, B707-300 e B707-400, com a versão Série 300 sendo considerada a mais produzida atingindo 580 células aeronaves. A linhagem desta aeronave tem o mérito de ser o divisor de aguas no transporte de passageiros, pois antes da entrada em operação uma viagem transcontinental tinha uma duração mínima de 18 horas em aeronaves apertadas com motor a pistão, barulhentas e que sacolejavam muito a ponto de causar mal-estar nos passageiros.  Dificuldades superadas estas pelas novas aeronaves com motores a jato que voavam mais alto e com velocidade superior com uma duração de viagem 50% inferior a seus antecessores. O Boeing 707 em sua configuração original podia transportar confortavelmente até 110 passageiros divididos em duas classes, em uma velocidade de cruzeiro de 920 km/h até um raio de 5.000 a 9.000 quilômetros (dependendo da versão). Chegaram a ser operados em mais de 120 companhias áreas em  79 países, com sua operação se estendendo até os dias atuais, com centenas de células operando como aeronaves de carga, comprovando assim a excelência de seu  projeto. 

A versão militar do jato Boeing 707, seria derivada do demonstrador de "prova de conceito" de transporte a jato Boeing 367-80, que era comumente chamado de "Dash-80. Esta variante militar chamada pelo fabricante como Model 717 possuía aparência semelhante modelo civil, porém apresentava uma fuselagem mais estreita e mais curta. No mesmo período de seu desenvolvimento em 1954 o Comando Aéreo Estratégico (SAC) lançaria uma concorrência para o desenvolvimento de a uma aeronave a reação com grande autonomia para emprego em missões de reabastecimento aéreo. Entre as propostas apresentadas encontrava-se a da empresa Lockheed Aircraft Co., que nada mais era que uma versão derivada do jato L-193, que seria declarada vencedora de imediato, porém o projeto ainda se encontrava na fase inicial, o que poderia atrasar sensivelmente o cronograma de entregas. Como a proposta da Boeing já estava em andamento, o KC-135 (designação militar da versão 717) poderia ser entregue dois anos antes do modelo do concorrente, o comandante da Força Aérea Americana (USAF) o General Brigadeiro Harold E. Talbott, celebraria com a empresa um primeiro contrato prevendo a aquisição de 29 células, cobrindo assim a lacuna temporal até a entrada em serviço da aeronave da Lockheed Aircraft Co. A entrada em serviço dos primeiro Boeing KC-135A provaria as qualidades do modelo, levando assim ao cancelamento do contrato junto a concorrencia em meados do ano de 1956. O modelo militar diferia do modelo civil ainda por contar com motores mais potentes, inicialmente desenvolvidos para aeronaves de transporte e reabastecimento em voo. Devido a versatilidade da plataforma começaram a ser desenvolvidas versões especializadas destinadas as missões de guerra eletrônica, transporte VIP (Very Important Person), reconhecimento, alarme aéreo antecipado, comando e controle, meteorologia e interferência eletrônica. A produção total de aeronaves militares desta família atingiria a cada de 850 células, das quais cerca de 400 ainda permanecem em serviço no Estados Unidos, França, Turquia, Cingapura e Chile.
Durante os anos seguintes o Boeing 707 passaria a ser suplantado por aeronaves mais modernas, com muitas empresas aéreas retirando o modelo de suas frotas, este fato geraria uma grande oferta de células poucas horas de voo e amplo estoque de peças de reposição, desta família no mercado internacional. Assim com base principalmente no B-707 Série 300 seriam desenvolvidas variantes militarizadas destinadas principalmente a tarefas de reabastecimento em voo como os CC-137, KC-137E, EB 707, KC-707 e KE-3A. Um grande numero de aeronaves seria empregadas em versões de transporte de carga, sendo empregados por países como Arábia Saudita, Austrália, Canada, Colômbia, Irã, Israel, Itália e Venezuela. Durante o conflito das Falklands Malvinas a Força Aérea Argentina empregou aeronaves Boeing 707 de transporte para tarefas de localização dos navios ingleses, buscando assim vetorar o ataque de caças bombardeiros argentinos. As operações dos Boeing 707 seriam ameaçadas pela promulgação de regulamentos internacionais do ruído em 1985, porém a  empresa Shannon Engineering de Seatle desenvolveria um kit de silenciadores para os motores, sendo estes implementados em 172 aeronaves. Apesar de muitas restrições vigentes, ainda existem centenas de Boeing 707 convertidos em cargueiros em operação no mundo em aéreas onde não existem as mesmas normas restritivas. As versões do Boeing KC-135 passariam por diversas atualizações entre elas a remotorização com os JT8D-219 que permitirá as aeronaves da Força Aérea Americana (USAF) e da OTAN nas versões E-3 Sentry e E-8 Joint Stars continuem em serviço por mais uma década.

Emprego na Força Aérea Brasileira. 
As operações de reabastecimento em voo na Força Aérea Brasileira, tiveram início em 1976,  quando do recebimento duas aeronaves especializadas neste tipo de missão, do modelo Lockheed KC-130H Hércules. Estas passariam a atuar em conjunto com os novos caças táticos Northrop F-5E Tiger II, que também se encontravam em processo de introdução na força aérea. Por traz destas aquisições estava o objetivo principal de se construir a doutrina operacional deste binômio de aeronaves, permitindo assim aumentar a autonomia da ação da Força Aérea Brasileira, em um país de dimensões continentais. A partir do início da segunda metade da década de 1980, o Ministério da Aeronáutica (MAer) programava o aumento da frota de aeronaves de ataque com futuro recebimento dos caças bombardeiros Embraer A-1 AMX, este novo processo demandaria a necessidade do aumento da capacidade da força aérea para prover missões de reabastecimento aéreo a uma frota de aeronaves que logo ultrapassaria 100 aviões de ataque. Estudos seriam desenvolvidos com o objetivo de aumentar a frota de aeronaves Lockheed KC-130H Hercules, porém os custos de aquisição de aeronaves novas deste modelo em muito superava a questão orçamentaria, a este fato aliava-se a necessidade premente do Comando da Aeronáutica (COMAer) em dispor de aeronaves de transporte executivo VIP (Very Important Person) e estratégico de longo alcance. Novamente de volta aos estudos vislumbrava-se a necessidade de dispor de um novo vetor que pudesse atender simultaneamente estas três demandas. Outro ponto decisório é que o novo vetor teria de ter a capacidade de realizar missões de reabastecimento em voo (REVO) a grandes altitudes e elevadas velocidades mais aptas aos caças supersônicos. A somatória destes parâmetros apontaria para a necessidade de a nova aeronave possuir motores a reação, com as escolhas obvias recaindo sobre modelos como o Boeing KC-135 e o Lockheed L1011 Tri Star. Infelizmente o custo de aquisição destas aeronaves eram maiores que os projetados para os novos Lockheed KC-130H Hércules, superando em muito a dotação orçamentaria vigente naquele período, levando assim a eliminação desta alternativa.

No desenvolver destes estudos após consultas a diversos fabricantes, seriam analisadas várias propostas de aeronaves civis usadas convertidas para reabastecimento em voo, se pautando a preferência principalmente confiável na plataforma do Boeing 707.  As propostas selecionadas eram das versões C-137 e KC-137 que até então eram operadas ao menos por seis países, como África do Sul, Austrália, Espanha, Itália, Marrocos e Peru. Com foco na análise da relação custo-benefício, como principal parâmetro de análise, a proposta apresentada pela empresa norte americana Boeing Military Company, se sagraria vencedora. Resultando assim na formalização de um acordo segundo semestre de 1985, para a aquisição de quatro aeronaves Boeing 707 da série 300C que estavam em uso no país, junto a frota da Varig S/A, e que deveriam ser convertidas pela empresa norte americana para a versão KC-137E. O contrato oficial firmado no valor de U$ 36 milhões de dólares seria assinado em novembro do mesmo ano, e previa a conversão das aeronaves civis, fazendo uso da adição dos sistemas de reabastecimento em voo, retrofit estrutural das células, oito motores sobressalentes, kit de transporte presidencial VIP e treinamento para os pilotos e mecânicos nos Estados Unidos. Neste período a Varig S/A era uma das maiores operadoras do Boeing 707 no hemisfério sul, permitindo assim ao Ministério da Aeronáutica (MAer) escolher entre sua frota as células em melhor estado de conservação.  Assim seriam separadas as seguintes aeronaves, um B-707-320C com a matrícula PP-VJH, um B707-379C PP-VJK, um 707-345C PP-VJK e 707-345C PP-VJX.  Infelizmente o B-707-379 PP-VJK sofreria um acidente fatal antes da entrega a Força Aérea Brasileira, sendo substituído na sequência pelo 707-324C PP-VLK. Entre estas quatros células, duas na versão Boeing 707-345C-H, haviam sido adquiridas originalmente pela Seaboard World Air Lines em fevereiro de 1968 e vendidas à empresa brasileira em agosto do mesmo ano, uma outra o B-707-324C-H, havia sido originalmente encomendado pela Continental Air Lines e foi vendido à Varig S/A em 1972. Por fim, um 707-320C-H seria adquirido diretamente do fabricante  em 1969.
Após serem retiradas da frota da companhia, estas aeronaves seriam enviadas ao Centro de Manutenção da Varig S/A na cidade de Porto Alegre, onde seriam totalmente revisadas e preparadas para a conversão, com três células recebendo o padrão tático de pintura em cinza estratégico, recebendo as matrículas FAB 2402, FAB 2403 e FAB 2404. Já a quarta célula de matrícula FAB 2401 seria configurado no esquema de transporte executivo VIP (Very Important Person), recebendo padrão de pintura similar as aeronaves do Grupo de Transporte Especial (GTE). Após este processo cada aeronave seria transladada em voo para as instalações da Boeing Modification Center em Wichita, no estado do Kansas para aplicação ao processo de conversão para a versão de reabastecimento em voo. Neste processo receberiam o sistema completo em forma de kit, sendo composto por dois pods de reabastecimento em voo Beech 1080 do tipo probe and drogue (mangueira e cesta), um conjunto de APU (Auxiliary Power Unit), sistemas de comunicação e missão e pôr fim a inclusão porta de acesso para a tripulação por meio da bequilha da roda frontal. Todas as aeronaves mantiveram a porta de carga dianteira que permitiam operar tanto em missões de transporte de tropas, carga reabastecimento em voo ou combo reversível. Como citado anteriormente o Boeing KC-137E "FAB 2401" recebeu o kit de transporte VIP (Very Important Person), equipamento este que poderia ser facilmente configurado nas demais aeronaves. A primeira aeronave a ser entregue foi o Boeing KC-137E "FAB 2403", no dia 1 de dezembro de 1986 fazendo o voo de translado para o Brasil, partindo de Seattle ao Rio de Janeiro, sendo oficialmente incorporado ao 2º/2º Grupo de Transporte (2º/2º GT) - Esquadrão Corsário em 2 de dezembro do mesmo ano.

O Boeing KC-137E FAB 2401 estava dotado com uma suíte presidencial e, entre os anos de 1986 a 2000, seria a principal aeronave a desempenhar missões de transporte do mandatário da nação. A primeira missão presidencial seria realizada em 1986, transportando o então Presidente da República, Exmo. Sr. José Sarney em um deslocamento internacional. Desde então, aproximadamente 2.500 horas de vôo foram realizadas em prol de missões presidenciais. A primeira missão de reabastecimento em voo com os Boeing KC-137E, ocorreria em 18 de maio de 1987, quando a aeronave de matrícula FAB 2403 realizou esta missão junto aos Northrop F-5E Tiger II do 1º Grupo de Aviação de Caça - Esquadrão Jambock. Até 1990 os Northrop F-5E Tiger II foram os únicos “clientes” das aeronaves do Esquadrão Corsário em missões de reabastecimento em voo. Em 17 de julho do mesmo ano se realizaria a primeira missão de reabastecimento em voo com os novos caças bombardeiros Embraer A-1 AMX do Esquadrão Adelphi, porém em 1993 este processo seria interrompido pois verificou-se que a cesta reabastecedora causava diversos danos a parte frontal da fuselagem da aeronave. Este problema somente solucionado em agosto do ano 2000, quando a cesta original seria substituída por uma do tipo soft drogue (drogue macio) produzido pela empresa norte americana Aero Union. Além das tarefas internas cotidianas e exercícios multinacionais como as operações "Cruzex" e "Mistral" os Boeing KC-137E foram fundamentais nas participações brasileiras em exercícios internacionais como as edições da "Red Flag" nos Estados Unidos e "Salitre" no Chile. Também seria agregado ao esquadrão as missões de transporte estratégico de cargas e tropas, muito delas de grande importância como apoio as tropas brasileiras em missões da Organização das Nações Unidas - ONU, no Haiti, Líbano e Timor Leste, missões humanitárias no Brasil e América Latina.
A introdução em serviço dos Boeing KC-137E na Força Aérea Brasileira aumentaria em muito a sua capacidade operacional, tanto no que diz respeito à capacidade de transporte logístico, como também a possibilidade de realizar a importante missão de reabastecimento em voo (REVO) em maiores velocidades e altitudes. Além disso, a flexibilidade da aeronave permitia sua utilização em diferentes missões, tanto as de caráter estritamente militar, como também em apoio a atividades científicas, desportivas e sociais de interesse do Brasil. No entanto a idade e o desgaste natural das células começaram a se mostrar evidentes, principalmente quando o  KC-137E FAB 2401 passou a sofrer constantes panes em operações de transporte VIP a partir do ano de 1999. Isso implicaria na imposição de uma série de restrições de voo visando a segurança, com a aeronave reduzindo em muitas suas missões, esta realidade perduraria até o ano de 2005 quando seria incorporada a nova aeronave presidencial o Airbus A-310 ACJ ou VC-1.  Para sanar problemas com o suprimento de peças de reposição cada vez mais escassos no mercado internacional, a Força Aérea Brasileira procederia a aquisição de três células usadas dos Boeing 707 entre os anos de 1996 e 2010, passando a servir como fonte de peças. Já entre os anos de 2000 e 2004 a frota seria submetida a uma completa revisão estrutural realizada em parceria entre o fabricante e o Parque de Material Aeronáutico do Galeão (PAMA-GL) buscando estender a vida útil das aeronaves. Porém em 2013 um acidente de leve monta ocorrido no aeroporto de Porto Príncipe no Haiti, determinaria o encerramento da carreira do modelo na Força Aérea Brasileira, com as células remanescentes retiradas do serviço ativo em outubro do mesmo ano.

Em Escala.
Para representarmos o Boeing KC-137E " FAB 2402", empregamos o kit da Heller na escala 1/72, para compor a versão brasileira procedemos a inclusão dos dois pods de reabastecimento em voo confeccionados em scratch e a marcação da porta de carga frontal. Fizemos uso de decais produzidos pela FCM presentes no set 72/02, salientando que deve se alterar a matrícula da aeronave, pois o decal original representa o KC-137E "FAB 2401".
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura estratégico empregado nos Boeing  KC-137E 2402, 2403 e 2404, no ano de 2000, o KC-137E FAB 2401 também recebeu este padrão, porém foi novamente repintado no padrão transporte VIP (Very Important Person) a partir de 2004, mantendo o mesmo até a sua desativação.




Bibliografia :

- Boeing 707 -  Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Boeing_707
- Aeronaves Militares Brasileiras 1916 – 2015 – Jackson Flores
- História da Força Aérea Brasileira por :  Prof. Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html
- A Melhor Opção KC-137E - Revista Força Aérea Nº 17