M-3 e M-3A1 Stuart CCL

História e Desenvolvimento. 
A Europa, a partir da segunda metade da década de 1930, presenciaria um forte programa de rearmamento por parte Alemanha, que apesar das limitações impostas pelo Tratado de Versalhes (assinado após o término da Primeira Guerra Mundial) avançava em escaramuças a largos passos. O governo alemão, que era regido partido nacional socialista (Partido Nazista) e liderado pelo chanceler Adolf Hitler, começava a esboçar preocupantes ambições em termos de expansão territorial na Europa. O plano secreto de fortalecimento militar alemão, estava focado no desenvolvimento de novos conceitos e doutrinas militares, que acabariam resultando na tática de combate "Blitzkrieg" (Guerra Relâmpago), um revolucionário método de guerra ofensiva projetado para desferir um golpe rápido e focado em um empregar em conjunto forças móveis e manobráveis, incluindo tanques blindados e apoio aéreo. Este conceito apresentava como um de seus principais pilares o desenvolvimento de carros de combate blindados, que deveriam apresentar como principal característica a combinação de velocidade, mobilidade, blindagem, controle de tiro e poder de fogo. Assim seus modelos deveriam ser desenvolvidos para serem superiores em todos os aspectos aos seus pares disponíveis na época. Do outro lado do oceano atlântico, estas ameaças não passariam desapercebidas aos olhos do comando do Exército dos Estados Unidos (US Army), que deflagaria um abrangente programa de estudos, que visava o desenvolvimento novos carros de combate que teriam por objetivo principal substituir os já obsoletos carros de combate leves dos modelos M-1 e M-2. Estes novos carros de combate deveriam ainda em hipotéticos cenários de conflagração, poder rivalizar com os novos carros de combate alemães e japoneses que se encontravam em fase inicial de operação. Esta importante demanda resultaria em julho de 1940, no estabelecimento de um programa dedicado a criar uma nova família de carros de combate, que receberia a designação militar oficial de  M-3 Light Tank. Este programa ficaria inicialmente sob a gestão do U.S. Army Ordnance Department (Departamento de Artilharia do Exército dos Estados Unidos), com seu projeto conceitual sendo baseado no emprego de uma nova arma principal de 37 mm, o canhão M-22. 

Seu sistema de blindagem seria projetado para poder oferecer resistência a tiros de armas antitanque do mesmo calibre de sua arma principal. Esta premissa levaria ao emprego de um novo sistema de suspensão muito diferente do utilizado no M-2 Light Tank, sendo dimensionado para assim suportar o peso excedente proveniente da nova blindagem. Para melhoria da equalização do peso total do veiculo, seria adicionado nas lagartas uma polia extensora traseira de maior diâmetro, aumentando assim a superfície de contato com o solo. A fim de se abrigar a nova peça de artilharia, uma nova torre com potencial de giro de 360º seria desenvolvida, sendo inicialmente soldada e rebitada em formato oitavado. No intuito de se acelerar a produção, seria decidido modificar novamente a torre, utilizando agora uma única chapa laminada moldada de espessura de 31,75 mm na frente e lateral. No entanto ao longo dos anos seguintes a torre do canhão  seria , alvo de diversas alterações ao longo de sua produção.  Este novo carro de combate leve seria projetado para operar com uma tripulação reduzida de quatro homens, composta por motorista, comandante, municiador e auxiliar. Nos primeiros modelos concebidos, o comandante do carro , desempenharia também a tarefa de artilheiro do canhão de 37 mm. Já nos modelos mais modernos, após a adoção do conjunto de periscópicos para uso dos dois tripulantes da torre, a posição do comando do carro seria posicionada ao lado direito, passando a atuar também na  função de municiador. O modelo seria testado em campo, e apesar de um certo ceticismo por parte de um grupo de analistas mais críticos que avaliavam que quando comparado a seus adversários, o modelo apresentava uma duvidosa capacidade de proteção, devido sua fina blindagem, e questionava-se também a real eficácia da arma de 37 mm frente a couraça dos carros de combate alemães de nova geração. Apesar destas importantes ressalvas, a necessidade de se atender rapidamente as demandas norte-americanas de de seu possíveis aliados levaria a decisão de se iniciar imediatamente a produção em larga escala junto as  linhas de montagem da empresa Baldwin Locomotive Works  American Locomotive Company. Ao ser introduzido em serviço a partir maio de 1941, o M-3 Light Tank passaria a ser o mais moderno carro de combate do Exército dos Estados Unidos (US Army).
Neste momento o novo carro de combate leve, receberia o nome de batismo de M-3 'Stuart", em homenagem a James Ewell Brown “Jeb” Stuart, um renomado oficial das Forças Confederadas dos Estados Unidos. Este nome de batismo seria também adotado pela Grã-Bretanha, que logo se tornaria o primeiro cliente de exportação do modelo, com uma grande encomenda sendo firmada nos termos do programa de Leand & Lease Act Bill (Lei de Empréstimos e Arrendamentos). Neste contexto a produçao de exportação seria priorizada em detrimento as necessidades norte-americanas, muito em função de dotar o Exército Real (Royal Army) de uma capacidade numérica capaz de enfrentar as unidades blindadas do África Korps, pertencentes ao Exército Alemão (Wehrmacht), no teatro de operações da África do Norte. Ao todo seriam entregues aos britânicos um total 5.532 destes carros de combate, dispostos em diversas versões. Dentro deste mesmo programa, um total de 1.676 carros de combate leve M-3 Stuart seriam cedidos a União Soviética, tornando o Exército Vermelho de Trabalhadores e Camponeses o segundo maior operador do modelo. Apesar de apresentar uma série de deficiências face a seus adversários, o M-3 Stuart teria destacado papel nesta fase inicial do conflito, vindo a reforçar provisoriamente as debilitadas forças blindadas aliadas, ganhando tempo para a aceleração da capacidade industrial norte-americana. Os temores identificados por parte dos oficiais do Exército dos Estados Unidos (US Army), sobre as reais capacidades da força blindadas inimigas, seriam totalmente confirmados ao eclodir da Segunda Guerra Mundial em setembro de 1939, durante a invasão da Polônia. Esta tese seria reforçada no ano seguinte, durante a campanha da França, quando os novos carros blindados alemães dos modelos Panzer III e Panzer IV obtiveram esmagadoras vitorias em enfrentamentos com os melhores carros de combate franceses e ingleses disponíveis até então. O batismo de fogo em mãos norte-americanas se daria a partir de 8  de dezembro de 1941, quando dos enfrentamentos decorrentes da invasão japonesa a Filipinas. Porém estes estavam disponíveis em um número inferior ao necessário e pouco contribuiriam no esforço de defesa das ilhas, com os veículos remanescentes sendo capturados após a rendição das forças norte-americanas em março do ano seguinte. 

Já seu emprego contra os carros de combate alemães e italianos ocorreria em meados do ano de 1943 no deserto da Tunísia, quando viriam a sofrer pesadas perdas. Estes resultados negativos não podiam ser creditados apenas a inferioridade do equipamento, mas de maneira fundamental proporcionados pela inexperiência de suas tripulações, que se defrontariam com oponentes detentores de vasta experiência. Os ensinamentos adquiridos em combate, obrigariam os projetistas a proceder uma série de melhorias e modificações, entre estas destacava-se a alteração do motor, pois a escassez de motores radiais a gasolina (que eram destinados com prioridade a indústria aeronáutica), obrigariam o fabricante a empregar motores a diesel. A insegurança sobre a efetividade operacional desta mudança de motor, definiria o emprego de grande parte destes carros somente no continente norte-americano, sendo destacados para o treinamento de tripulações. Muitos destes carros seriam ainda exportados para nações aliadas, com sua produção atingindo um total de 1.285 veículos com esta motorização. Sendo considerado nas fases iniciais do conflito o principal carro de combate leve das forças aliadas, a grande quantidade de veículos em campo levaria a oportunidade de se aproveitar a possível comunalidade da plataforma, criando versões de serviço que fariam uso do mesmo fluxo logística de peças de reposição, facilitando ainda a manutenção em campo. Este cenário proporcionaria o campo para desenvolvimento de versões especializadas (viaturas novas ou modificadas), resultando na criação dos modelos M-3 e M-5 Command Tank (Carro Comando), T-8 Reconnaissance Vehicle – (Carro de Reconhecimento Leve sob Esteiras), M-5 Dozer (Veículo de Engenharia), M-8 e M-8A1 Scott (Obuseiro Autopropulsado de 75 mm), M-3 e M-3A1 Flame Gun (Lança Chamas), Stuart Race (versão britânica para reconhecimento). Estas versões especializadas começaram a entrar em serviço no início de 1942 e estima-se que um total de 2.450 veículos foram produzidos ou convertidos durante a Segunda Guerra Mundial. Estas versões especializadas proporcionaram um novo alento na contribuição da família de carros de combate blindados leves M-3 e M-5 Stuart no esforço de guerra aliado se desdobrando em diversas tarefas de apoio. 
Já durante a segunda fase da campanha do Pacífico, esses carros blindados leves dominariam o campo de batalha. pois quando operados por tripulações experientes, passariam a exercer superioridade perante qualquer blindado japonês, e seu perfil leve facilitava em muito seu deslocamento nas ilhas tropicais. Apesar de todas as modernizações implementadas no projeto, o veículo havia chegado ao limite de sua capacidade blindada, com seu projeto não permitindo a adoção de um canhão de maior calibre, com suas versões posteriores, passando a ser substituídas pelos novos carros de combate leves  M-24 Chaffe. Sua produção seria encerrada em junho do ano de 1944, totalizando  13.859 unidades dispostas nas versões M-3, M-3A1 e M-3A3. Após o término da Segunda Guerra Mundial, os carros remanescentes agora presentes em unidades da reserva e da Guarda Nacional, seriam retirados do serviço ativo do Exército dos Estados Unidos (US Army), passando  compor o portfolio dos programas de ajuda militar. Assim passaria a ser  cedidos aos milhares a nações amigas, como  Austrália, Bélgica, Bolívia, Canada, Chile, China, Colômbia, Cuba, Republica Dominicana, Equador, El Salvador, França, Haiti, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Holanda, Nova Zelândia, Nicarágua, Filipinas, Polônia, Portugal Romênia,  Rodésia do Sul, Turquia, Venezuela, Iugoslávia, Uruguai , Venezuela e por fim o Paraguai que ainda mantem pelo menos dez  M-3 Stuart em operação até os dias atuais. 

Emprego no Exército Brasileiro.
A carreira dos carros de combate leves M-3 e M-3A1 Stuart no Brasil, tem seu início durante as primeiras fases da Segunda Guerra Mundial, quando o governo norte-americano passaria a considerar com extrema preocupação uma possível ameaça de invasão no continente americano por parte das forças do Eixo (Alemanha – Itália – Japão). Após a capitulação da França em junho de 1940, a ameaça nazista a América se tornaria real, se este país passasse a estabelecer bases operacionais nas ilhas Canárias, Dacar e outras colônias francesas. Neste contexto o Brasil seria o local mais provável de invasão ao continente, principalmente devido a sua proximidade com o continente africano, que neste momento também passava a figurar nos planos de expansão territorial do governo alemão. Além disso, as conquistas japonesas no sudeste asiático e no Pacífico Sul tornavam o Brasil o principal fornecedor de látex para os aliados, matéria prima para a produção de borracha, um item de extrema importância na indústria de guerra. Além destas possíveis ameaças, geograficamente o litoral brasileiro se mostrava estratégico para o estabelecimento de bases aéreas e operação de portos na região nordeste. Isto se dava, pois, esta região representava para translado aéreo, o ponto mais próximo entre os continentes americano e africano, se tornando fundamental no envio de tropas, veículos, suprimentos e aeronaves para emprego nos teatros de operações europeu e norte africano. Este cenário demandaria logo sem seguida a um movimento de maior aproximação política e econômica entre o Brasil e os Estados Unidos, resultando em uma série de investimentos e acordo de colaboração. Entre estes estava a adesão do país ao programa de ajuda militar denominado como Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), que tinha como principal objetivo promover a modernização das Forças Armadas Brasileiras, que neste período estavam à beira da obsolescência tanto em termos de equipamentos, armamentos e principalmente doutrina operacional militar. Os termos garantidos por este acordo, viriam a criar uma linha inicial de crédito ao país da ordem de US$ 100 milhões de dólares, para a aquisição de material bélico, proporcionando ao país acesso a modernos armamentos, aeronaves, veículos blindados e carros de combate.  Estes recursos seriam vitais para que o país pudesse estar capacitado para fazer frente as ameaças causadas pelas ações de submarinos alemãs a navegação civil e militar que se apresentavam no vasto litoral do país. A participação brasileira no esforço de guerra aliado seria ampliada em breve, pois Getúlio Vargas afirmou que o país não se limitaria ao fornecimento de materiais estratégicos para os países aliados, e que que “o dever de zelar pela vida dos brasileiros obrigados a medir as responsabilidades de uma possível ação fora do continente. De qualquer modo, não deveremos cingir-nos à simples expedição de contingentes simbólicos”.

O cronograma de recebimento de grande parte dos veículos destinados ao pais previstos neste acordo estava programado para ocorrer entre os meses de novembro e dezembro de 1941, porém para fins de divulgação o governo brasileiro procederia a aquisição de um lote inicial de dez carros de combate da versão  M-3 Stuart, com sua compra sendo custeada a vista pelo Ministério da Guerra.  Estas viaturas seriam recebidas a tempo de participar do desfile da Independência no dia 7 de setembro do mesmo, reforçando assim as ações de propaganda positiva do governo do presidente Getúlio Vargas, sobre a participação brasileira no esforço de guerra. A introdução deste modelo provocaria a geração de um novo ciclo operacional em termos do emprego carros de combate blindados, abandonando assim a doutrina militar francesa da qual o Brasil era signatário. Conceitos operacionais militares estes, que já estavam há ultrapassados, pois eram oriundos da experiência daquele país na Primeira Guerra Mundial. Os novos tanques substituíram nas tarefas de linha frente os carros leves italianos Fiat Ansalvo CV3-35 e alguns remanescentes franceses tanques Renault FT-17, que até então representavam o sustentáculo da força motomecanizada de blindados no Brasil.  A partir de fins do ano de 1941 começaram a ser recebidos no país primeiros os lotes de veículos militares destinados as forças armadas brasileiras constantes neste programa de ajuda militar, entre estes caminhões, utilitários leves, médios e veículos blindados sobre rodas e meia lagarta. No inicio do mês de fevereiro do ano seguinte seriam entregues mais vinte carros de combate leves do modelo M-3 Stuart, que seriam complementados por mais duzentos carros desta família, divididos em lotes recebidos até fins do ano de 1944. Até o término do conflito,  o Exército Brasileiro viria a receber um total de 437 carros desta família, sendo sendo dispostos em várias versões, entre elas, M-3 Type 2 Stuart MK I, M-3 Type 4/5 Stuart MK I/II, M-3 Type 6/7 Stuart Hybrid, M-3 Type 8/9 Stuart Hybrid e  M-3A1 Stuart MK III/IV.  Como esperado, o país tomaria parte em um esforço maior junto aos aliados, com está intensão sendo concretizada no dia 09 de agosto de 1943, quando através da Portaria Ministerial nº 4.744, publicada em boletim reservado de 13 do mesmo mês, seria estruturada a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Apesar deste contexto este contingente nacional não iria operar com unidades blindadas de combate. 
Inicialmente os carros de combate leve  M-3 Stuart seriam  deslocados para a região nordeste, visando assim guarnecer as novas instalações militares edificadas ou ampliadas pelos norte-americanos, sendo então  destinados a 1º e 2º Companhias Independentes de Carros de Combate Leve, que posteriormente passaria a ter sua denominação alterada para  1º e 2º Batalhão de Carros de Combate (BCC), sendo sediados em Recife e Natal. Outras unidades de carros e combate sediadas nas regiões sudeste e sul, também receberiam algumas unidades dos modelos M-3 e M-3A1 Stuart . Em agosto de 1945, o Brasil tornar-se-ia signatário do programa de reorganização militar com os Estados Unidos. Sob a denominação de "Inter American Cooperation Program" (Programa de Cooperação Inter Americana), o Exército Brasileiro passaria a apresentar uma organização nos moldes norte-americanos, já recebendo neste processo a implementação de treinamentos com os equipamentos recém recebidos. Embora antes mesmo, durante o período inicial da Segunda Guerra Mundial, as unidades de combate brasileiras já haviam sido implantadas em regime de urgência, espelhando assim a doutrina operacional empregada no Exército dos Estados Unidos (US Army). Nestes moldes, seria criada uma divisão motomecanizada, composta por seis batalhões,  sendo três de carros de combate (BCC) e três de carros de combate leve (BCCL),  dispostas em seis unidades que seriam baseadas nas regiões sudeste, sul e nordeste, se atendo ainda as limitações de infraestrutura ferroviária e rodoviária existentes naquele momento e necessárias ao deslocamento de blindados no território nacional.  Os Batalhões de Carros de Combate (BCC) seriam operados pela Cavalaria e os Batalhões de Carros de Combate Leve (BCCL) pela Infantaria, seguindo este o padrão norte-americano implementado a partir de 1942, onde os primeiros se equivaliam aos Mediuns Tanks Batallion (batalhões de tanques médios) e os segundos aos Light Tank Batalion (batalhões de tanques leves)

Apesar de nunca ter entrado em combate no Exército Brasileiro, os carros de combate da família M-3 Stuart, se fizeram presentes como agentes de dissuasão em vários momentos de crise políticas na vida nacional.  Entre estes o primeiro de destaque ocorrido em outubro de 1945, quando a fim de forçar o fim da ditadura Vargas, conhecida como “Estado Novo”, carros de combate M-3 Stuart dos 1º e 2º Batalhões de Carros de Combate (BCC), sob ordens do comandante da Divisão Motomecanizada , ocuparam as ruas do Rio de Janeiro. Em agosto de 1954, logo após o suicídio do presidente Getúlio Vargas , os M-3A1 do 6º Esquadrão de Reconhecimento Mecanizado (EsqRecMec), seriam acionados para reprimir manifestantes na cidade de Porto Alegre no estado do Rio Grande do Sul. Em novembro de 1955 os M-3 Stuart seriam novamente empregados quando do estabelecimento de garantia de condições, para que o recém-eleito presidente Juscelino Kubitschek fosse oficialmente empossado, assim carros de combate M-3A1 Stuart do 3º Esquadrão de Reconhecimento Mecanizado (EsqRecMec) foram colocados nas ruas do Rio de Janeiro. Entre setembro de 1957 e julho de 1962 os M-3 Stuart participariam de mais crises políticas internas, entre elas a “Caravana da Liberdade”, “Renúncia do Presidente Jânio Quadros”, movimento “Cadeia da Legalidade” e por fim o “Plano de Manutenção da Ordem Pública” em julho de 1962. Porém talvez o período mais importante de sua  participação na Historia politica do pais, ocorreria  entre março e abril de 1964 durante os eventos resultantes da contra revolução deflagrada contra a ascensão da esquerda comunista, onde os M-3 Stuart seriam empregados em várias frentes, como São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul.  O registro  mais emblemático desta participação durante esta crise, caberia a um  M-3 Stuart pertencente ao 1º Batalhão de Carros de Combate Leve (BCCL), fotografado em posição de guarda junto a entrada do Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo (USP) em dezembro de 1968.
Desde os primeiros anos de operação, os  M-3 e M-3A1 Stuart conquistariam  a simpatia e preferência dos militares brasileiros,  mais notadamente por sua simplicidade de operação,  manutenção e por sua agilidade e velocidade, recebendo o apelido carinhoso de “Perereca”. Em fins da década de 1960, a frota de carros de combate leves M-3 e M-3A1 Stuart completava quase vinte anos de operação no Exército Brasileiro, tendo a marca de ter sido o percursor dos modernos carros de combate a entrar em serviço na força terrestre nacional, sendo empregado inclusive em uma grande quantidade de viaturas. No entanto esta considerável frota já vinha há alguns anos apresentando índices críticos de disponibilidade, resultado este ocasionado principalmente por problemas de obtenção de peças de reposição no mercado internacional. Com este fato mais notadamente concentrado nos antigos e obsoletos motores pela falta de um fluxo adequado logístico de peças de reposição, mais notadamente aquelas destinadas aos antigos e obsoletos motores a gasolina Continental AOS 895-3 e Guiberson T-1020A , que haviam tido sua produção descontinuada há mais de vinte anos. Sua sobrevida operacional seria proporcionada pela implementação do Plano Impere”, porém representaria apenas uma  solução paliativa apesar da recuperação de quase 300 carros. A adoção de grandes lotes dos novos carros de combate M-41 Walker Buldog selaria o destino dos M-3 e M-3A1 Stuart no país, sendo que na metade da década de 1970 muitos carros foram recolhidos ao Parque Regional de Motomecanização da Terceira Região Militar de Santa Maria (PqRMM/3) no Estado do Rio Grande do Sul. Este processo visava proceder uma triagem para assim se identificar  oas viaturas em melhores condições de conservação que seriam empregados no processo de produção do Carro Combate Leve Nacional MB-1. O 16° Regimento de Cavalaria Mecanizado, (16ºRCMec) baseado na cidade Bayeux (Paraíba), seria o ultimo grupamento a operar os o M-3 Stuart, com sua dotação de dezesseis carro sendo retirados de serviço somente em  fins de 1987, encerrando assim uma carreira de 46 anos junto ao Exército Brasileiro.

Em Escala.
Para representarmos o M-3 Stuart “EB11-464” fizemos uso do excelente kit da Academy na escala 1/35, lembrando que na caixa o mesmo o modelo se apresenta como M-3A1, o que na verdade não é, pois refere-se a versão M-3 Type 6/7/8/9. Empregamos decais confeccionados pela  Eletric Products pertencentes ao set  "Exército Brasileiro 1942 - 1982".
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura empregados em todos os modelos dos M-3 e M-3A1 Stuart operados pelo Exército Brasileiro, sendo as cores originais do fabricante denominadas “ Vitrolack Cor 7043-P-12 ” (padrão do Exército dos Estados Unidps - US Army), sendo este esquema mantido durante toda a sua carreira.


Bibliografia :
- O Stuart no Brasil – Helio Higuchi, Reginaldo Bachi e Paulo R. Bastos Jr.
- M-3 Stuart Wikipedia - http://en.wikipedia.org/wiki/M3_Stuart
- Blindados no Brasil Volume I, por Expedito Carlos S. Bastos


Bell 47G2 H-13H e OH-13H

História e Desenvolvimento. 
O emprego de aeronaves militares de asas rotativas na Segunda Guerra Mundial remonta a meados do ano de 1940, quando o modelo alemão Flettner FL 282 “Kolibri”, um aparelho de cockpit aberto e rotores entrelaçados e assento único,  seria liberado pela Força Aérea Alema (Luftwaffe) para produção. Inicialmente pretendia-se usar esta aeronave para realizar o transbordo de cargas e passageiros entre os navios da Marinha Alemã (Kriegsmarine). Em seguida seria desenvolvida a versão  FL 282 B-2,  equipada com um segundo assento, para ser ocupado por um observador, que deveria ser encarregado de prover o reconhecimento avançado do campo de batalha.  A cada fase do programa de ensaios em voo, este conceito de aeronave se mostrava cada vez mais promissor, levando o governo a encomendar a produção de mil células a empresa Bayerische Motoren Werke AG - BMW. Porém a forte campanha de bombardeio aliado a máquina industrial nazista, arrasaria grande parte do parque fabril aeronáutico alemão, levando assim a priorização de recursos para a produção de aeronaves de combate, resultando em apenas vinte e quatro helicóptero efetivamente entregues. Já no lado dos Aliados, o desenvolvimento de aeronaves de asas rotativas apresentaria grandes avanços perto do final do conflito, com os primeiros helicópteros realmente funcionais os Sikorsky R-4, sendo destacados para operação no teatro de operações do Pacífico em junho de 1945. Mesmo neste curto espaço de tempo, ficaria claro o potencial operacional deste tipo de aeronave nos conflitos futuros. Neste momento, outros fabricantes norte-americanos ensaiavam sua participação neste novo nicho mercadológico, entre estes a Bell Aircraft Company, que passaria a investir recursos, em um projeto liderado pelo engenheiro aeronáutico Arthur Young. Oficialmente apresentado ao comando da Força Aérea do Exército dos Estados Unidos (USAAF) no dia 03 de setembro de 1941, este projeto visava o desenvolvimento de uma aeronave de asas rotativas de pequeno porte. Este programa receberia um pujante financiamento governamental, que envolvia inicialmente a produção de dois protótipos da aeronave agora designada como Bell Model 30. Seu primeiro voo ocorreria em 26 de junho de 1943, e logo seria submetido a um extenso programa de ensaios e testes de voo. Deste processo emergiria uma nova versão aprimorada, o  Bell Model 47. 

As expectativas a cerca deste novo modelo de aeronave, levariam a empresa a criar um divisão industrial especializada a Bell Helicopter Company, com suas instalações sediadas no Forte Worth no estado do Texas. O primeiro Bell Model 47 alçaria voo no dia  8 de junho de 1945, apresentando um sistema de rotor simples com duas hélices de madeira, motor convencional, uma seção tubular de aço soldado desprovida de carenagem e com o cockpit coberto com uma bolha em de plexiglass.  Esta seção superior poderia ainda ser removida transformando a aeronave em um helicóptero conversível, posteriormente esta bolha em plexiglass passaria a ser moldada em uma peça só, se tornando visualmente a marca registrada do modelo. Este design de cabine de comando, apresentaria uma ampla e excelente visibilidade, oque tornava mais seguro sua condução. Sua versão inicial de produção o Bell Helicopter Model 47A, receberia sua homologação para o mercado civil (classificação H1) no dia 08 de março de 1946, oficialmente se tornaria a primeira aeronave comercial de asas rotativas do mundo. Sua capacidade de transporte de um piloto e mais dois passageiros e sua confiabilidade mecânica,  tornariam o modelo rapidamente um sucesso comercial no mercado civil e governamental. Neste meio tempo, encontrava-se em curso o desenvolvimento da versão militar, com via a atender as demandas das forças armadas norte-americanas que buscavam a incorporação de uma aeronave de  leve de asas rotativas para o emprego em  missões de ligação e observação. Baseado no modelo civil, esta versão se distinguia visualmente pela adoção de um cone de cauda coberto com tecido e trem de pouso com quatro rodas. Em termos de conjunto mecânico, a nova aeronave estaca equipada com um motor mais potente o Franklin 6V4-178-B3 de 178 hp. O primeiro protótipo seria entregue para avaliação em abril de 1946, e deste programa de ensaios em voo emergiria a versão militar inicial  de produção o Bell H-13 Sioux. Um primeiro contrato envolvendo  vinte e oito helicópteros seria celebrado, com as primeiras células sendo entregues ao Exército dos Estados Unidos (US Army) em dezembro do mesmo ano.
Após definida sua doutrina operacional, os primeiros Bell H-13 seriam colocados em serviço ativo atuando em tarefas de ligação e observação, e seus excelentes resultados em açao despertariam a atenção do comando da aviação naval da  Marinha dos Estados Unidos (US Navy) e da Guarda Costeira dos Estados Unidos (US Coast Guard). Após tratativas seriam firmados os primeiros contratos de produção para estes ramos das forças armadas, inicialmente se limitando a um pequeno número de aeronaves, com estas sendo idênticas a versão empregada pelo Exército dos Estados Unidos (US Army). As primeiras aeronaves destinadas a aviação naval seriam entregues no início do ano de 1948, e após o início das operações verificaria-se a necessidade de customização do modelo para atendimento aos parâmetros de operação naval. Suas missões geralmente compreendiam voos de longa duração sobre o mar aberto sem possibilidade de pousos de emergência, e neste contexto deveria-se priorizar o desempenho e consequente segurança. Com base nestas exigências a equipe de projeto da  Bell Helicopter Company desenvolveria a versão Bell 47D1, que passava a ser equipada com o novo motor Franklin O-335-3 que apresentava agora 200 hp de potência nominal. Apesar de manter sua capacidade de transporte de duas pessoas, teria sua carga útil aumentada para 225 kg e voltava a equipado com trem de pouso do tipo esqui, dispensando ainda a cobertura de lona na fuselagem.  As hastes horizontais de suporte dos esquis eram retas formando ângulos retos entre as hastes e os esquis, o que permitiria a colocação de uma maca em cada lado externo da aeronave para o transporte de feridos, agregando as tarefas originais de treinamento e emprego geral, a missão de evacuação aero médica o que potencializaria o valor militar da nova aeronave. Este novo modelo logo conquistaria novos contratos de produção, elevando rapidamente o número de células em serviço militar ativo nos anos seguintes. 

Seu batismo de fogo ocorreria na Guerra da Coreia (1950 a 1953), quando os novos Bell H-13D  das três forças armadas norte-americanas, seriam empregados em larga escala no conflito atuando em missoes de ligação, observação e principalmente no transporte de feridos da linha de frente diretamente para os centros médicos de campanha, recebendo esta tarefa a denominação de MEDEVAC (Medical Evacuation – Evacuação Aero médica).  Este novo escopo operacional demandaria o aumento de aeronaves de asas rotativas naquele teatro de operações, levando assim a celebração de novos contratos de aquisição envolvendo centenas de células. A grande disponibilidade destas aeronaves de asas rotativas aliadas ao desenvolvimento de uma doutrina operacional de socorro aero médico resultaria em um enorme registro de resgates de feridos, transporte e salvamento, atingindo a impressionante cifra de mais de quinze mil soldados norte-americanos salvos durante este conflito. Em seu país de origem o Bell H-13D viria a se tornar o primeiro treinador padrão primário de aeronaves de asas rotativas desempenhando esta missão junto a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), Exército dos Estados Unidos (US Army), Marinha dos Estados Unidos (US Navy) e Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (US Marine Corps). Além da formação de uma geração inteira de pilotos estas aeronaves seriam vitais no desenvolvimento da doutrina operacional de emprego de helicópteros. A fabricação do Bell 47D em suas versões militares e civis, alcançaria a cifra de mil células produzidas até o ano 1953, quando começaram a ser desenvolvidas e fabricadas novas variantes para o atendimento de demandas de clientes internacionais nos mercados civil e militar. Dentre estes destacamos os modelos Bell 47E, Bell 47F, Bell 47G, Bell 47G2 e Bell 47H, esta última desenvolvida para o transporte de até três pessoas contando com  o canopy totalmente fechado. As oportunidades internacionais levariam no transcorrer das décadas de 1950 e 1960 a empresa a licenciar a produção dos modelos da família Bell Model 47. Um total de mil e duzentas aeronaves das versões Bell 47G e Bell 47J seriam entregues pela empresa italiana Augusta SpA e mais quatrocentos e vinte e dois helicópteros produzidos pela inglesa Westland Aircraft Company. 
Em 1952 um acordo de produção sob licença seria celebrado entre a Bell Helicopter Company e a empresa japonesa Kawasaki Aircraft Enginnering, envolvendo principalmente as versões Model 47D e do Model 47G, com sua produção sendo efetivamente iniciada somente no início do ano de 1954. Este acordo contemplava as  versões militares e civis, tanto para o mercado doméstico quanto para exportação. Este programa seria descontinuado no Japão somente em meados do ano de 1976 com quatrocentos e quarenta e sete helicópteros produzidos. Esta família de aeronaves de asas rotativas se manteria em produção ininterrupta por vinte e sete anos, com a última linha sendo descontinuada somente no ano 1977. O Bell Model 47 pode ser considerado o modelo pioneiro de aeronave de asas rotativas de alta produção e operação. Sua imagem seria eternizada no imaginário popular na série de TV Mash que retratava o dia a dia do serviço médico militar norte-americano durante a Guerra da Coréia. Ao todo até fins da década de 1970 seriam entregues entre versões civis e militares mais de cinco mil células, com muitas destas se mantendo operacionais até o ano de 1998. Seriam empregadas no serviço militar na  Alemanha Ocidental, Argentina, Austrália, Brasil, Canada, Colômbia, Dinamarca, Espanha, Cuba, El Salvador, Egito, Sudão, Senegal, Bolívia, Estados Unidos, Franca, Grécia, Israel, Itália, México, Noruega, Nova Zelândia, Paquistão, Paraguai, Peru, Reino Unido, Brasil, Suécia, Tailândia, Turquia e Vietnã do Sul. 

Emprego na Força Aérea Brasileira.
Ao final da Segunda Guerra Mundial, a Força Aérea Brasileira contava com mais de mil e quinhentas modernas aeronaves militares, com quase a sua totalidade sendo recebida a partir de 1942, nos termos do programa Leand & Lease Act Bill (Lei de Empréstimos e Arrendamentos). Em termos de capacidade ofensiva dispunha-se de um grande número de células de aeronaves de primeira linha, como os famosos caças bombardeiros Republic P-47D Thunderbolt, Curtiss P-40 Warhawk e aeronaves de ataque Douglas A-20 Havoc e North American B-25 Mitchel. Esta combinação de aeronaves de combate combinada com modelos de transporte e patrulha marítima e guerra antissubmarino (ASW), tornavam está a segunda maior força aérea das Américas, e a maior arma aérea do hemisfério sul do planeta. Apesar deste cenário se mostrar aceitável de imediato, as perspectivas futuras de médio prazo, seriam drasticamente alteradas pela evolução tecnológica aeronáutica observada no fim desta mesma década. Além da crescente participação de aeronaves movidas com motores de reação, começava a se destacar a introdução e operação dos primeiros modelos de aeronaves de asas rotativas, principalmente nas forças armadas norte-americanas, com o emprego dos primeiros Sikorsky R-4 e Bell 47D Sioux . Inclusive com sua versatilidade sendo testada e aprovada em cenários de conflitos reais em missões de transporte de pessoal, ligação, observação de campo de batalha e evacuação aero médica , como observado no transcorrer da Guerra da Coreia (1950 – 1953). Atento a estas mudanças, no início da década de 1950, o comando do Ministério da Aeronáutica (MAer) empreenderia estudos envolvendo o planejamento e estruturação do seu primeiro grande plano de modernização. Entre os pontos focais deste processo estava a aquisição vetores, e a criação e operação de um núcleo destinados ao emprego de aeronaves de asas rotativas. Seria definido neste estudo, que a primeira missão deste grupo seria focada principalmente para prestar serviços de transporte  aéreo especial (VIP – Very Important Person) aos mais altos escalões do governo federal. O programa de aquisição de aeronaves de asas rotativas, seria deflagrado pelo Ministério da Aeronáutica (MAer)  em fins do ano de 1951, e após análises técnicas, a escolha recaindo sobre o fabricante Bell Helicopter Company através do seu modelo Bell 47D1. 

Esta versão estava equipada com motor Franklin O-335 de 178 HP de potência, representando neste momento o modelo militar mais atualizado em produção, equipando o braço aéreo de todas as forças armadas norte-americanas. Após tratativas comerciais, em 25 de março de 1952, seria celebrado com o representante da marca no país, um contrato para a aquisição de quatro aeronaves novas de fábrica, englobando neste pacote os serviços de treinamento e fornecimento de peças de reposição. Em novembro do mesmo ano seria concluída a produção da última aeronave, sendo estas oficialmente inspecionadas por oficiais da Aeronáutica nas instalações da Bell Helicopter Company,  em Fort Worth no estado do  Texas. Em seguida seriam desmontados e preparados para o transporte ao Brasil por via marítima, sendo recebidos no porto do Rio de Janeiro nos primeiros dias do ano de 1953. Após serem descarregadas, seriam transportadas por via terrestre até o aeroporto do Galeão, onde passariam a ser montadas nas instalações da Fábrica do Galeão (FGL) por técnicos do fabricante em conjunto com o pessoal técnico da empresa estatal brasileira. Porém neste processo observou-se que uma das células infelizmente havia sido extremamente danificada na operação de transporte ao Brasil. Este helicóptero passaria a ser designado na Força Aérea Brasileira como H-13D, recebendo as matrículas 8500 a 8502. Suas operações seriam iniciadas a partir do Aeroporto Santos Dumont, onde ficavam concentradas as estruturas e aeronaves pertencentes a Seção de Aeronaves de Comando (SAC), que era subordinada ao Quartel General da III Zona Aérea, organização esta criada para uso exclusivo no transporte das autoridades do governo brasileiro. Esta unidade evoluiria no futuro, se tornando o Esquadrão de Transporte Especial (ETE) e que posteriormente seria o embrião para a formação do Grupo de Transporte Especial (GTE), com a operação de aeronaves de asas rotativas destinadas ao 2º Esquadrão. Vale salientar que estes helicópteros  foram recebidos com a provisão para emprego de kits flutuadores intercambiáveis (equipamento até então inédito no país) com os tradicionais esquis de pouso. 
Poderiam ainda ser empregados em tarefas de Evacuação Aero médica (MEDEVAC), pois eram equipadas com suporte laterais para instalação de um par de macas externos, destinados ao transporte de feridos. Este pacote de equipamentos especiais, possibilitaria o emprego destes helicópteros no processo de desenvolvimento inicial da doutrina operacional de missões de busca e salvamento (SALVAEREO). Visando garantir maior conforto no transporte especial, o Ministério da Aeronáutica (MAer) efetivaria no ano de 1955 a compra de aeronaves do modelo Bell 47J, versão especializada para as tarefas de transporte VIP (Very Important Person). O recebimento destas aeronaves em 1956, possibilitaria concentração dos Bell H-13D em missões de busca e salvamento SAR (Searching and Rescue). Neste momento estas aeronaves seriam transferidas para o Quartel General da 3º Zona Aérea no Rio de Janeiro (QG3ºZAé), onde operariam até março de 1958, quando foram distribuídos para a 2º Esquadrilha de Ligação e Observação (2ºELO), sediada na Base Aérea do Galeão.A criação do 2º/10º Grupo de Aviação (2º/10ºGAv) - Esquadrão “Pelicano” em 1957, com sede na Base Aérea de Cumbica na cidade de Guarulhos, determinaria que todo o processo de formação dos pilotos de asas rotativas da Força Aérea Brasileira passaria a ficar sob responsabilidade desta nova unidade. Desta maneira, durante o transcorrer do ano de 1958, as três células remanescentes dos Bell H-13D seriam transferidos para este novo grupo de aviação. Seguindo no processo de formação, estas aeronaves seriam empregadas exaustivamente, porém infelizmente em maio de 1959 o Bell H-13D  "FAB 8500" sofreria um acidente com perda total e vítimas fatais, reduzindo a frota do modelo para somente duas aeronaves. Com a crescente demanda por mais aeronaves de asas rotativas de treinamento, formação de pilotos e também para a realização de missões em apoio ao Exército Brasileiro e a Marinha do Brasil, o Ministério da Aeronáutica (MAer) verificaria a necessidade de aumento de sua frota. Assim em meados do ano de 1959 seria negociado junto a Bell Helicopter Company a aquisição de treze novas aeronaves agora dispostas na versão mais atual o Bell H-13G2.  

Estes helicópteros começariam a ser entregues em lotes, a partir do início do ano seguinte, passando a ser distribuídos incialmente ao 2º/10º Grupo de Aviação (2º/10ºGAv) - Esquadrão “Pelicano” para o emprego em tarefas de treinamento e busca e salvamento (SAR). Posteriormente seriam distribuídos a 1 º e 3 º Esquadrilhas de Ligação e Observação (ELO) operando em proveito do Exército Brasileiro e também a 2º Esquadrilha de Ligação e Observação (ELO) que apoiava as atividades operacionais da Marinha do Brasil. Duas aeronaves operariam temporariamente junto 1º Grupo de Aviação Embarcada (GAE). A partir de 1967 todas as células voltariam a ser concentradas no 2º/10º GAv - Esquadrão “Pelicano” na Base Aérea de Cumbica em Guarulhos em São Paulo. Neste mesmo ano decidiu se que esta unidade focaria todo seu escopo operacional em missões de busca e salvamento – SAR (Searching and Rescue), operando principalmente o elemento de asas rotativas com o Sikorsky H-19, modelo este de porte médio que eram indiscutivelmente mais adequados a este tipo de missão. Para a formação de novos pilotos neste mesmo ano, em 8 de setembro foi criado o Centro de Instrução e Emprego de Helicópteros (CIEH) baseado na cidade de Santos SP. Com vistas a reforçar a frota de Bell H-13H e recompor as perdas operacionais, em 6 de maio de 1971 seriam adquiridas trinta e seis células usados do modelo Bell H-13H que eram oriundas dos estoques do Exército Americano (US Army) e se encontravam até pouco tempo em operação junto as unidades daquela força terrestre baseadas na Alemanha Ocidental. Após vistoriadas as células seriam desmontadas e transportadas por aeronaves Lockheed C-130E Hercules da Força Aérea Brasileira. Estas aeronaves passariam a ser montadas e revisadas nos primeiros meses de 1972 junto as instalações do Parque de Aeronáutica dos Afonsos (PqAerAF), passando a ser disponibilizadas para operação entre os meses de abril e maio do mesmo ano. Este processo abrangeria ainda a conversão de algumas aeronaves para a versão de instrução com a adoção de duplo comando onde mantiveram a designação de Bell H-13H, já as aeronaves originais dotadas com um único comando receberam a designação de Bell OH-13H.
Além de serem destinadas operar junto ao  Centro de Instrução de Helicópteros (CIEH) no programa de formação de pilotos de aeronaves de asas rotativas, uma parte destas “novas” células atuariam em missões de busca e resgate e emprego geral, sendo distribuídas ao Centro de Formação de Pilotos Militares (CFPM), a Academia da Forca Aérea (AFA) , 1º Ala de Defesa Aérea (ALADA), Base Aérea de Fortaleza (BAFZ) e  a Base Aérea de Canoas (BACO).  Em 1973, o Centro de Instrução de Helicópteros (CIEH) seria renomeado como Centro de Instrução de Helicópteros (CIH), e em 1973 teria sua denominação alterada para ALA-435 e finalmente em julho de 1979 receberia o nome de 1º/11º Grupo de Aviação (1º/11º GAv), mantendo como seu principal vetor o Bell OH-13H. Em 1981 uma aeronave seria foi transferida para o Centro Técnico Aeroespacial (CTA) na cidade de São José do Campos, a fim de apoiar o Curso de Pilotos de Ensaios de Helicóptero. A partir de 1980, mais células dos novos Helibras HB-350 Esquilo UH-12, passariam a ser incorporadas na Força Aérea Brasileira, sendo distribuídas a diversas unidades aérea para atuação como aeronave orgânica, permitindo assim concentrar novamente as células remanescentes dos Bell  OH-13H e H-13H no 1º/11º Grupo de Aviação (1º/11º GAv) – Esquadrão Gavião. Neste contexto seriam mantidas no programa de formação e treinamento de pilotos, sendo desativadas  no dia 12 de setembro de 1990, perfazendo em Santos um total de 47.500 horas de voo, formando cerca de quinhentos pilotos e novecentos mecânicos especializados em aeronaves de asas rotativas.

Em Escala.
Para representarmos o Bell 47 H-13H "FAB 8612" fizemos uso do excelente kit da Italeri na escala 1/48, para se compor a versão empregada na Força Aérea Brasileira não é necessário proceder nenhuma alteração.   Optamos por apresentar uma aeronave  pertencente ao 1º/11º Grupo de Aviação (1º/11º GAv), fazendo uso assim de decais confeccionados pela FCM Decais, oriundos de diversos sets.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o segundo padrão de pintura empregado, sendo adotado após a primeira revisão em âmbito de parque IRAN (Inspection And Repair as Necessary). Originalmente os helicópteros foram recebidos em 1972 na cor verde oliva padrão do Exército dos Estados Unidos (US Army). A aplicação da cor amarelo ouro com combinações esporádicas da cabine em vermelho e azul se mostrariam tradicionais neste tipo de aeronave durante sua operação na Força Aérea Brasileira, com este esquema permanecendo até sua desativação em 1990.


Bibliografia :

- Esquadrao Pelicano 50 anos de Historia - Mauro Lins Barros & Oswaldo Cruz
- Sikorsky H-19 Chicksaw - Wikipedia - https://en.wikipedia.org/wiki/Sikorsky_H-19_Chickasaw
Sikorsky H-19D Na FAB, por Aparecido Camazano Alamino - Revista Asas Nº 32
- Historia da Força Aérea Brasileira – Prof Rudnei Dias Cunha
- Historia da Força Aérea Brasileira por :  Prof. Rudnei Dias Cunha - http://www.rudnei.cunha.nom.br/FAB/index.html

Engesa EE-3 Jararaca no Brasil


História e Desenvolvimento.
Em 1958, o engenheiro mecânico-eletricista José Luiz Whitaker Ribeiro marcou a história industrial brasileira ao liderar a fundação da ENGESA (Engenheiros Especializados S/A). Sob sua direção, a empresa reuniu um grupo seleto de engenheiros recém-formados, muitos dos quais oriundos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Inicialmente, a ENGESA concentrou suas atividades na fabricação de componentes e ferramentas voltadas para a exploração de petróleo, tendo como principal cliente a estatal Petrobras. A alta qualificação de seu quadro técnico permitiu à empresa destacar-se rapidamente no setor de petróleo e gás, ampliando seu volume de negócios. Durante o processo de expansão, a ENGESA enfrentou desafios logísticos relacionados ao desempenho de sua frota de caminhões em estradas de terra e barro, comuns nas regiões de operação no litoral brasileiro. Para superar essas dificuldades, José Luiz Whitaker Ribeiro liderou o desenvolvimento de uma caixa de transferência com tração total, caracterizada por sua simplicidade e robustez. Esse sistema podia ser facilmente adaptado a diversos veículos utilitários da época. Após testes bem-sucedidos em sua frota, que demonstraram desempenho significativamente superior em condições off-road, a ENGESA decidiu investir na comercialização do sistema. Em 1966, o “Sistema de Tração Total Engesa” foi lançado no mercado civil, conferindo a caminhões comerciais modificados uma capacidade off-road inédita no Brasil. O sucesso comercial do sistema de tração total chamou a atenção do Exército Brasileiro, que, na mesma época, buscava nacionalizar sua frota de caminhões de transporte. Em resposta a essa demanda, a ENGESA produziu quatro protótipos equipados com o sistema, os quais foram submetidos a testes de campo. Os resultados foram altamente satisfatórios, culminando na homologação operacional do sistema. Em 1967, o Ministério do Exército classificou a solução como de “Interesse para a Segurança Nacional”. Em 1969, a ENGESA apresentou outra inovação: o sistema de tração dupla traseira, batizado de “Boomerang”. Esse mecanismo tornou-se fundamental para o desenvolvimento de diversos veículos militares, consolidando a posição da ENGESA como uma das principais empresas do setor de defesa no Brasil. Com o objetivo de substituir os caminhões militares norte-americanos com tração integral, recebidos na década de 1940, o Exército Brasileiro abriu uma concorrência para o fornecimento de caminhões nacionais “militarizados” equipados com tração total. O modelo escolhido foi o Chevrolet C-60 e D-60, nas configurações 4x4 e 6x6, equipado com o sistema da ENGESA. A participação da empresa como fornecedora do Exército expandiu-se rapidamente, com a entrega de 960 caminhões em 1968 e additional 1.371 unidades dois anos depois. Esses contratos geraram recursos significativos, que foram reinvestidos no desenvolvimento de novos projetos. Em 1969, a ENGESA (Engenheiros Especializados S/A) apresentou o sistema de tração dupla traseira, denominado “Boomerang”. Este sistema tornou-se um marco na história da empresa, sendo essencial para o desenvolvimento de diversos veículos militares e desempenhando um papel crucial na expansão internacional de seus produtos na década de 1970. 

O projeto do Boomerang destacava-se por sua construção simples, robustez e baixo custo, características que garantiam excepcional desempenho off-road. Diferentemente dos sistemas tradicionais, que utilizavam dois eixos traseiros suportados por feixes de molas, o Boomerang operava com um único eixo de tração. Nas extremidades desse eixo, eram instaladas duas caixas de engrenagens – cujo formato remetia ao bumerangue australiano – responsáveis por distribuir o movimento para as quatro rodas traseiras. Essas caixas, independentes e com ampla variação angular em relação ao solo, asseguravam o contato contínuo das rodas com terrenos irregulares e desagregados, conferindo aos veículos uma capacidade ímpar de mobilidade. O sistema foi amplamente adotado pelas Forças Armadas Brasileiras, sendo integrado a veículos utilitários militares. Paralelamente, o Parque Regional de Motomecanização da 2ª Região Militar (PqRMM/2), localizado em São Paulo, dedicava esforços ao desenvolvimento da Viatura Blindada Brasileira 1 (VBB-1), um veículo blindado sobre rodas com tração 4x4. O programa VBB-1 teve início no segundo semestre de 1968, com a produção de uma maquete em escala e a construção do primeiro protótipo funcional, concluídas no primeiro semestre de 1970. Apesar dos resultados promissores, o Comando do Exército Brasileiro demonstrou maior interesse em um veículo com tração 6x6, alinhado ao padrão estabelecido pelo blindado Ford M-8 Greyhound, utilizado com sucesso pela Força Expedicionária Brasileira (FEB) durante a Segunda Guerra Mundial. Inicialmente, considerou-se a possibilidade de adaptar o protótipo do VBB-1, estendendo sua carroceria para uma configuração 6x6. Contudo, limitações técnicas inviabilizaram essa abordagem, levando à decisão de desenvolver um novo veículo. No início de 1970, a Diretoria de Motomecanização (DMM) do Exército Brasileiro definiu as especificações para um novo veículo blindado de reconhecimento com tração 6x6, dando origem ao programa Viatura Blindada Brasileira 2 (VBB-2). A ENGESA foi convidada a participar do desenvolvimento, trazendo sua expertise em sistemas de tração e engenharia militar. O primeiro protótipo do VBB-2 foi concluído em 1970 e submetido a um extenso programa de testes de campo, que demonstrou resultados altamente satisfatórios. Com base no desempenho do protótipo, o Exército autorizou, em maio de 1971, a produção de uma série inicial de cinco veículos pré-série, número posteriormente elevado para oito unidades, conforme contrato firmado com a ENGESA. O desenvolvimento do ferramental e dos desenhos de engenharia necessários para a produção em série enfrentou desafios, resultando em atrasos no cronograma original. A finalização do último veículo da série pré-série ocorreu apenas em 1975.
Os veículos pré-série do programa Viatura Blindada Brasileira 2 (VBB-2) foram submetidos a um rigoroso programa de testes e avaliação, percorrendo 32.000 km entre as cidades de São Paulo, Uruguaiana e Alegrete. Durante essa fase, diversas modificações foram implementadas, incluindo a substituição da torre original por uma versão derivada do blindado Ford M-8 Greyhound, com alongamentos laterais e traseiros. Após a conclusão bem-sucedida dos testes e a homologação, o veículo foi oficialmente designado Carro de Reconhecimento Médio (CRM) EE-9 Cascavel M1. Em 1974, foi formalizado um contrato para a aquisição de 110 unidades, com as primeiras entregas destinadas aos Regimentos de Cavalaria Mecanizada (RCC) e Esquadrões de Cavalaria Blindada (EsqdCMec) do Exército Brasileiro. O sucesso operacional do EE-9 Cascavel no Exército Brasileiro incentivou a diretoria da ENGESA a explorar o mercado internacional. Estudos foram conduzidos para adaptar o veículo às demandas de exportação, incluindo a incorporação de um canhão de 90 mm. Essa estratégia revelou-se eficaz, resultando na venda de 20 unidades para as Forças Terrestres do Catar (Qatari Emiri Land Forces). O desempenho excepcional do Cascavel em operações atraiu o interesse de outras nações, culminando, em 1977, na assinatura de um contrato com os Emirados Árabes Unidos para o fornecimento de 200 unidades. Esses contratos reforçaram a reputação da ENGESA no mercado global de defesa. Paralelamente, a ENGESA avançava no desenvolvimento do Carro de Transporte de Tropas Anfíbio (CTTA), posteriormente designado EE-11 Urutu. Em 1973, as primeiras seis unidades foram entregues ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN). O sucesso do Urutu no mercado interno abriu portas para exportações, com contratos firmados para o fornecimento de 40 unidades à Líbia e 37 ao Chile, além de outras negociações concretizadas nos anos subsequentes. Tanto o EE-9 Cascavel quanto o EE-11 Urutu alcançaram notável sucesso comercial, sendo adquiridos por diversas nações e gerando recursos significativos para o desenvolvimento de novos projetos pela empresa. Apesar do desinteresse do Ministério do Exército Brasileiro por veículos blindados com tração integral 4x4, a diretoria comercial da ENGESA identificou uma oportunidade promissora no mercado de exportação para viaturas com essa configuração. Assim, foram estabelecidos os parâmetros iniciais para o desenvolvimento de um novo veículo leve blindado, concebido para atender às seguintes especificações Tripulação: Composta por motorista, comandante e atirador Tração: Sistema integral 4x4, Direção: Hidráulica, com opção de acionamento mecânico em emergências, Grupo motriz: Motor diesel posicionado na traseira, acoplado a uma transmissão mecânica com cinco velocidades à frente e uma à ré e Sistema elétrico: 24 volts, com circuitos de iluminação civil e militar Esse projeto visava atender às demandas de mercados internacionais, capitalizando a expertise da ENGESA em veículos off-road e blindados. O Engesa EE-3 Jararaca, desenvolvido pela ENGESA (Engenheiros Especializados S/A), foi concebido como um veículo leve blindado com tração integral 4x4, projetado para atender às demandas do mercado internacional de defesa. 

Apesar do desinteresse do Exército Brasileiro por veículos nesta configuração, a ENGESA identificou oportunidades significativas no mercado de exportação, culminando na criação de um veículo compacto, versátil e economicamente viável. Este documento detalha as especificações técnicas, características operacionais e esforços de comercialização do EE-3 Jararaca. O EE-3 Jararaca foi projetado com foco na agilidade, mobilidade e baixo custo operacional, incorporando componentes amplamente utilizados na indústria automotiva nacional para facilitar a logística de manutenção e reposição de peças. Suas principais características incluem: Armamento principal: Metralhadora de 7,62 mm ou 12,7 mm, instalada em uma torreta giratória blindada, complementada por quatro lançadores de granadas fumígenas, Capacidade anticarro: Compatibilidade com o sistema de mísseis MBDA Milan 1A2, permitindo operações contra alvos blindados e Proteção: Blindagem leve, pneus à prova de balas com sistema automático de enchimento e conjunto ótico de periscópios para observação. Como opcional, o veículo podia ser equipado com um sistema passivo de visão noturna.  Visando a agilidade e velocidade no campo de batalha, o modelo seria concebido como de porte  extremamente compacto, apresentando um peso máximo era da ordem de apenas 5.800 kg, com uma autonomia projetada de 700 km, com baixo consumo de diesel (na ordem de 6 km/l). Deveria ainda alcançar uma velocidade máxima de 100 km/h, podendo subir rampas de 60% e inclinação máxima lateral de 30%, superando obstáculos verticais na ordem de 400 mm, podendo transpor vãos de até 800 mm. Conforme citado anteriormente a busca pela melhor relação de custo-benefício, levaria ao emprego de grande parte de seus componentes mecânicos oriundos da indústria automotiva nacional, principalmente utilizados em caminhões comerciais, o que facilitava a logística de peças de reposição. Foi escolhido o comprovado motor turbo diesel Mercedes Benz OM-314A de quatro cilindros em linha acoplado a uma caixa de mudanças Clark Equipamentos M240V operando com uma caixa de redução Engesa de engrenagens helicoidais, engrenamento constante e relação 1,0:1. Seu sistema de direção hidráulica Modelo 8058 era produzido pela ZF do Brasil e sua suspensão de tipo eixo rígido, flutuante, com molas semielípticas e amortecedores de dupla ação, sistema de freio Bendix a tambor com acionamento a ar sobre o hidráulico e freio de estacionamento mecânico. Com recursos próprios, a ENGESA concluiu a construção dos dois primeiros protótipos do EE-3 Jararaca no final de 1979. Em 1980, os veículos foram apresentados ao Comando do Exército Brasileiro em uma cerimônia protocolar. Apesar da falta de interesse da Força Terrestre Brasileira, que priorizava veículos com tração 6x6, o Jararaca recebeu elogios dos oficiais presentes pela sua concepção inovadora e desempenho. A diretoria comercial da ENGESA lançou uma campanha internacional para promover o EE-3 Jararaca, seguindo a tradição da empresa de nomear seus veículos com referências a cobras venenosas da fauna brasileira. Pesquisas de mercado conduzidas pelo departamento de marketing identificaram o Exército Iraquiano como o principal cliente em potencial, refletindo o foco estratégico da empresa em mercados com alta demanda por veículos leves blindados.
O Engesa EE-3 Jararaca, um veículo leve blindado com tração integral 4x4 desenvolvido pela empresa (Engenheiros Especializados S/A), foi projetado para atender às demandas do mercado internacional de defesa. Apesar de expectativas iniciais de sucesso comercial, o projeto enfrentou obstáculos contratuais, geopolíticos e concorrenciais que limitaram sua penetração no mercado global. Este documento detalha o processo de exportação, os desafios enfrentados e o legado operacional do EE-3 Jararaca. A Engesa S/A conduziu negociações que culminaram na assinatura de um contrato para a exportação de 280 unidades do EE-3 Jararaca ao Exército Iraquiano. Esse acordo gerou otimismo, com projeções de mercado indicando que o veículo poderia se tornar um dos principais produtos do portfólio da empresa a longo prazo. No entanto, a inadimplência do Iraque em contratos anteriores com a empresa levou à suspensão de todas as entregas, representando um revés significativo para o projeto. Apesar do contratempo inicial, a ENGESA manteve sua confiança no projeto e alcançou seu primeiro êxito comercial em 1983, com a assinatura de um contrato para o fornecimento de 15 unidades do EE-3 Jararaca à Guarda Nacional Cipriota (Εθνική Φρουρά, Ethnikí Frourá). A aquisição fez parte de um amplo plano de modernização das forças armadas do Chipre, motivado pelas tensões decorrentes da declaração de independência do norte do país. Diferentemente de sua função original de reconhecimento e exploração, os Jararacas foram utilizados em missões antitanque, equipados com mísseis guiados MBDA Milan, operando em conjunto com os blindados Engesa EE-9 Cascavel. A Engesa S/A iniciou novas negociações com o governo da Líbia, que exigiu a integração de um sistema completo de proteção contra ameaças nucleares, químicas e biológicas (NBC) para garantir a segurança dos tripulantes em ambientes hostis. A equipe de engenharia da empresa atendeu prontamente a essa demanda, incorporando kits especializados de origem norte-americana que cumpriam as especificações do Alto Comando das Forças Armadas Líbias (al-Qiyada al-ulya lil-quwwat al-musallaha). Contudo, a transação foi vetada pelo governo dos Estados Unidos, que identificou a Líbia como um possível intermediário para a transferência dos veículos a países sob embargos internacionais, interrompendo a venda. O final da década de 1980 foi marcado por transformações no cenário geopolítico, com o arrefecimento da Guerra Fria e a consequente redução global nos investimentos em defesa. Nesse contexto, a diretoria da ENGESA constatou que o EE-3 Jararaca enfrentava dificuldades para competir em concorrências internacionais, especialmente devido à crescente oferta de blindados sobre rodas com tração 6x6 e 8x8. Essas condições limitaram significativamente as oportunidades de exportação do modelo. Ao todo, foram produzidas 63 unidades do EE-3 Jararaca, com as seguintes exportações: Uruguai: 16 unidades, Gabão: 12 unidades, Guiné-Bissau: 10 unidades, Equador: 10 unidades e Chipre: 15 unidades. Diversas dessas viaturas permanecem em operação, com destaque para as unidades do Exército Nacional do Uruguai, que foram amplamente empregadas em missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), notadamente na Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH).

Emprego no Exército Brasileiro.
Os esforços iniciais para o desenvolvimento de um veículo leve blindado com tração integral 4x4, destinado à Força Terrestre Brasileira, tiveram origem na década de 1970. Esse período foi marcado por um movimento de modernização das forças motomecanizadas do Exército Brasileiro, que buscava substituir equipamentos obsoletos recebidos durante a Segunda Guerra Mundial. Este documento detalha o contexto histórico, os objetivos iniciais e os desafios enfrentados no desenvolvimento de tais viaturas, bem como o impacto da priorização de outros projetos. Na década de 1970, o Exército Brasileiro enfrentava a obsolescência de sua frota motomecanizada, composta majoritariamente por veículos adquiridos por meio do programa Lend-Lease Act (Lei de Empréstimos e Arrendamentos) durante a Segunda Guerra Mundial. Esses equipamentos, incluindo jipes Willys MB e Ford GPW, utilizados pelos Regimentos de Cavalaria Mecanizada (RC Mec) em missões de exploração, careciam de blindagem, expondo seus ocupantes a alta vulnerabilidade em cenários operacionais modernos. A modernização da frota militar brasileira foi parcialmente atendida na década de 1960, com a aquisição de novos equipamentos sob os termos do Acordo Militar Brasil-Estados Unidos. Entre os veículos recebidos, destacam-se: carros de combate M-41 Walker Bulldog; veículos blindados de transporte de pessoal M-59 e M-113; aminhões de transporte REO M-35 e M-34 e diversos modelos de utilitários leves. Apesar dessas aquisições, a necessidade de viaturas mais adequadas às demandas contemporâneas persistia, especialmente para missões de reconhecimento e exploração. Nesse contexto, a equipe técnica do Parque Regional de Motomecanização da 2ª Região Militar (PqRMM/2), sediada em São Paulo, apresentou, na década de 1970, as primeiras propostas para o desenvolvimento de um veículo leve blindado com tração integral 4x4, designado inicialmente como “Autometralhadora 4x4”. O objetivo principal era substituir os jipes Willys MB e Ford GPW, oferecendo maior proteção e capacidade operacional aos Regimentos de Cavalaria Mecanizada. O Comando do Exército Brasileiro, à época, optou por priorizar o desenvolvimento de um veículo blindado sobre rodas com tração 6x6, em detrimento das propostas com tração 4x4. Essa decisão redirecionou os esforços do programa VBB, que foi reformulado para atender à nova demanda. O resultado foi o desenvolvimento do Engesa EE-9 Cascavel, um blindado leve que se consolidou como o maior sucesso da indústria nacional de defesa. O EE-9 Cascavel demonstrou eficácia excepcional em missões de combate, reconhecimento e exploração, atendendo plenamente às necessidades operacionais do Exército Brasileiro. Seu sucesso inviabilizou a continuidade do desenvolvimento de um veículo leve blindado 4x4 para funções semelhantes, uma vez que as capacidades do Cascavel supriram as demandas estratégicas da Força Terrestre.

Na década de 1970, a Engesa S/A, sediada em São Paulo, consolidava-se como um dos principais fornecedores das Forças Armadas Brasileiras e um relevante ator no mercado internacional de defesa. Com contratos significativos para o fornecimento de veículos como os caminhões EE-15 (4x4), EE-25 (6x6) e os blindados sobre rodas EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu (ambos 6x6), a empresa buscava expandir sua presença no segmento de viaturas blindadas. Apesar da relutância do Exército Brasileiro em adotar blindados com tração integral 4x4, a Engesa aproveitou sua sólida relação com os comandos militares para iniciar um programa de cooperação, retomando conceitos do projeto Viatura Blindada Brasileira 1 (VBB-1). Este documento detalha o desenvolvimento do Engesa EE-3 Jararaca, os esforços para atender ao mercado interno e externo, e os testes realizados pelo Exército Brasileiro. A Engesa identificou uma oportunidade estratégica no mercado de exportação e em uma potencial concorrência nacional, prevista para a aquisição de aproximadamente 1.200 viaturas blindadas leves sobre rodas. Essas viaturas seriam divididas em variantes especializadas, incluindo: Reconhecimento; Anticarro; Radar; Posto de comando; Observador avançado e Porta-morteiro. Para se posicionar competitivamente, a Engesa propôs o desenvolvimento de um veículo com alta comunalidade de componentes com os já consagrados EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu. Essa estratégia visava oferecer ao Exército Brasileiro uma solução com excelente relação custo-benefício, reduzindo os custos de operação e manutenção. O projeto também se baseava em estudos anteriores do programa VBB-1, conduzidos pela equipe técnica do Parque Regional de Motomecanização da 2ª Região Militar (PqRMM/2), em São Paulo. Apesar do desinteresse inicial do Ministério do Exército por viaturas 4x4, a Engesa demonstrou iniciativa ao financiar, com recursos próprios, a construção de dois protótipos funcionais do novo veículo. Esses protótipos, concluídos no final de 1979, foram submetidos a testes internos pela equipe de avaliação da empresa. Os resultados iniciais revelaram diversos problemas técnicos, exigindo uma revisão abrangente do projeto, que se estendeu por todo o ano de 1980. Em abril de 1981, os dois protótipos do EE-3 Jararaca foram entregues ao Exército Brasileiro e transportados para o Campo de Provas de Marambaia, no Rio de Janeiro, onde foram submetidos a um rigoroso programa de testes de campo. O objetivo era avaliar o desempenho das viaturas em condições operacionais extremas, levando-as aos seus limites máximos. O programa de testes foi concluído em meados de março de 1982, fornecendo dados valiosos sobre as capacidades e limitações do veículo.
O Engesa EE-3 Jararaca, um veículo leve blindado com tração integral 4x4 desenvolvido pela Engesa S/A, representou um esforço ambicioso para atender às demandas do mercado de defesa. Apesar do potencial inicial, o projeto enfrentou desafios técnicos e comerciais que culminaram em seu fracasso no mercado interno e em exportações limitadas. Este documento analisa o relatório final de avaliação do Exército Brasileiro, as dificuldades comerciais enfrentadas pelo Jararaca e os fatores que levaram à falência da Engesa S/A. Após extensos testes realizados no Campo de Provas de Marambaia, no Rio de Janeiro, entre abril de 1981 e março de 1982, o relatório final de avaliação do Exército Brasileiro não recomendou a adoção do EE-3 Jararaca. A decisão não foi motivada pelo conceito de um veículo com tração 4x4, mas pelas falhas mecânicas recorrentes observadas durante a operação em diversos tipos de terreno. Especula-se que essas deficiências tenham origem em falhas de engenharia negligenciadas durante a fase de projeto, possivelmente devido à pressão para cumprir o cronograma de apresentação dos protótipos a potenciais clientes. Essa avaliação negativa eliminou qualquer perspectiva de aquisição do EE-3 Jararaca pelo Exército Brasileiro, encerrando a possibilidade de adoção de viaturas blindadas leves 4x4 no país. Em junho de 1981, os dois protótipos foram devolvidos à Engesa S/A. Apesar do revés no mercado interno, a diretoria da Engesa optou por concentrar esforços na exportação do EE-3 Jararaca. Contudo, o mercado internacional de defesa na década de 1980 mostrava uma clara preferência por veículos blindados com tração 6x6 e 8x8, limitando as oportunidades de vendas em larga escala. Até meados da década, apenas 63 unidades foram produzidas para exportação, distribuídas entre países como Uruguai, Gabão, Guiné-Bissau, Equador e Chipre. Esse volume representou um fracasso comercial significativo, considerando as expectativas iniciais para o projeto. A partir de meados da década de 1980, a Engesa S/A começou a enfrentar sérias dificuldades financeiras, caracterizadas por déficits em capital de giro e fluxo de caixa. Esses problemas foram agravados por dois fatores principais: Investimento no EE-T1 Osório: O desenvolvimento do Carro Principal de Combate (Main Battle Tank - MBT) EE-T1 Osório consumiu recursos substanciais, mas o projeto não resultou em contratos de produção, comprometendo a saúde financeira da empresa. Inadimplência do Iraque: Contratos anteriores de fornecimento de veículos blindados e caminhões militares ao governo iraquiano geraram uma inadimplência de aproximadamente US$ 200 milhões, impactando severamente a liquidez da Engesa. A empresa depositava esperanças em uma possível assistência financeira do Governo Federal. No entanto, em um contexto de busca por equilíbrio fiscal, esse apoio não se materializou. Entre os muitos credores da massa falida, se destacava o  Governo Federal  como principal, com dividas alicerçadas em empréstimos bancários e impostos,  e assim seria decidido que grande parte dos ativos, veículos e peças de reposição deveriam ser incorporados ao Exército Brasileiro por autorização judicial. Após a devolução dos dois protótipos funcionais do Engesa EE-3 Jararaca pela Engesa S/A ao Exército Brasileiro em 1981, os veículos foram submetidos a revisões e alocados para uso operacional limitado. 
Apesar das limitações técnicas e da rejeição inicial para adoção em larga escala, os protótipos foram empregados em missões específicas e demonstraram potencial para operações urbanas e táticas especializadas. Este documento detalha a alocação, o emprego operacional, as características únicas dos protótipos e o contexto de sua substituição no Exército Brasileiro. Em 1981, os dois protótipos do EE-3 Jararaca foram designados para o 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado (13º RC Mec), sediado em Pirassununga, São Paulo. Antes de sua transferência, os veículos passaram por uma revisão completa nas oficinas do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP) para restaurar sua plena capacidade operacional. Após a conclusão desse processo, os blindados foram trasladados à unidade de destino, onde foram integrados a missões de reconhecimento em conjunto com os blindados Engesa EE-9 Cascavel. Um dos protótipos apresentava uma configuração especializada para operações em cenários de guerra nuclear, química e biológica (NBC). Este veículo foi projetado com a missão de identificar e sinalizar a presença de substâncias tóxicas no campo de batalha, utilizando um sistema de dispenser de bandeirolas coloridas instalado em sua parte traseira. Equipado com um sofisticado sistema de proteção NBC, o protótipo contava com filtros de ar condicionado avançados e máscaras de proteção química, garantindo segurança à tripulação em ambientes contaminados. A existência de apenas duas unidades do EE-3 Jararaca no Exército Brasileiro impunha severas restrições ao seu emprego operacional. Em 2012, foi decidido que um dos protótipos seria retirado de serviço e incorporado ao acervo do Museu Blindado do Centro de Instrução de Blindados General Walter Pires (CIBld), no Rio de Janeiro, para preservação histórica. O segundo protótipo permaneceu em serviço restrito no 13º RC Mec, com uso limitado devido à sua condição de unidade única. Apesar das críticas e da rejeição inicial pelo Exército Brasileiro, o EE-3 Jararaca apresentava características que poderiam ter sido vantajosas em cenários específicos. Suas dimensões compactas e mobilidade o tornavam ideal para operações em áreas urbanas, especialmente em missões de segurança pública e operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), como as realizadas em comunidades do Rio de Janeiro. Nessas situações, o Jararaca oferecia proteção blindada adequada e capacidade de manobra superior, evitando a necessidade de empregar veículos maiores, como blindados 6x6 ou sobre esteiras. No contexto militar tradicional, o veículo poderia ter sido empregado em unidades de ataque rápido, com a possibilidade de ser transportado por aeronaves de carga Lockheed C-130H Hercules da Força Aérea Brasileira, ampliando sua versatilidade em operações aerotransportadas.A lacuna deixada pela ausência de um veículo blindado leve 4x4 no Exército Brasileiro somente foi preenchida em 2022, com a entrega das primeiras unidades do Iveco LMV Lince MK2. Essas viaturas fazem parte do programa estratégico Viatura Blindada Multitarefa, Leve Sobre Rodas (VBMT-LR), que visa modernizar a frota de veículos leves blindados da Força Terrestre, atendendo às demandas operacionais contemporâneas. Os protótipos do Engesa EE-3 Jararaca, embora limitados em número e enfrentando desafios técnicos, representaram uma oportunidade perdida para o Exército Brasileiro no que diz respeito a operações urbanas e táticas especializadas. A configuração NBC de um dos protótipos demonstrou inovação, mas a falta de escala impediu sua plena utilização. A incorporação do Iveco LMV Lince MK2 em 2022 finalmente supriu a necessidade de um veículo blindado leve 4x4, destacando a relevância contínua desse tipo de viatura. O legado do Jararaca permanece como um marco da engenhosidade da Engesa S/A e da evolução da indústria de defesa brasileira.

Em Escala.
O único modelo disponível para representar o EE-3 Jararaca é um kit artesanal em resina na escala 1/35, caracterizado por sua construção rústica e simplificada. Devido à sua natureza espartana, o kit apresenta imperfeições que exigem reparos e correções significativas para alcançar um nível aceitável de realismo. Observa-se que o modelo parece ter sido inspirado no Engesa EE-9 Cascavel, também produzido pela Engesa, mas em uma versão encurtada. Essa semelhança implica a necessidade de diversas modificações, incluindo correções estruturais, mudanças de design e inclusão de detalhes adicionais para refletir com precisão as características do Jararaca. Para aprimorar a representação do veículo, foram utilizados decais do conjunto “Forças Armadas do Brasil 1983-2002”, produzido pela Decal e Books. Esses decais contribuem para a autenticidade visual, reproduzindo marcações específicas do período em que o EE-3 Jararaca esteve em serviço ou avaliação pelo Exército Brasileiro.
O Exército Brasileiro adota esquemas de pintura t (FS - Federal Standard) específicos para seus veículos blindados, visando otimizar a camuflagem e a identificação tática em operações. Este documento descreve o padrão de pintura tático em dois tons, implementado a partir de 1983 para todos os carros blindados da Força Terrestre Brasileira, bem como as variações observadas nas viaturas recebidas. Apesar da adoção do padrão de dois tons a partir de 1983, as viaturas blindadas entregues ao Exército Brasileiro apresentavam dois esquemas de camuflagem distintos. Essas variações indicam possíveis diferenças nos processos de fabricação, adaptações específicas para unidades ou ajustes realizados durante a manutenção das viaturas.


Bibliografia : 

- EE-3 Jararaca 4X4 Um Conceito Esquecido, por Expedito Carlos Stephani Bastos
- Engesa EE-3 Jararaca, Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/EE-3_Jararaca
- Uma Realidade Brasileira - por Expedito Carlos Stephani Bastos