M-59A1 FMC - VBTT


História e Desenvolvimento.
A origem e o emprego dos carros blindados de transporte de tropas em larga escala ocorreu durante o transcurso da Segunda Guerra Mundial, fazendo uso de veículos com tração do tipo meia lagarta, com destaque para o modelo  Hanomag  Sd.Kfz. 251 no Exército Alemão (Wehrmacht). Já junto aos exércitos norte-americanos e britânicos, a predominância deste tipo de veiculo no campo de batalha seria representada pela família de meias lagartas dos  modelos M-2, M-3 e M-5 Half Track Car, produzidos pela montadora White Motors Company, sendo empregados em grandes quantidades em todos os fronts do conflito. Apesar de seu importante papel no esforço de guerra na execução das tarefas de transporte de tropas e carga, repousava sobre o modelo norte-americano uma grave deficiência, que era representada pela ausência de uma estrutura de cobertura blindada. Esta falha de projeto tornava os infantes desprotegidos quando expostos de armas leves e estilhaços de projéteis, a fim de se sanar esta problema ainda durante a últimas fase do conflito, seria desenvolvido o projeto M-44 (T16), um veículo blindado de transporte de tropas originalmente derivado do carro de combate M-18 Hellcat. Seu conceito inicial estava focado principalmente em prover proteção total a seus ocupantes, resultando em um veículo de dimensões muito superiores aos carros meia lagarta em uso naquele momento, apresentando uma capacidade de transporte de até 24 soldados totalmente equipados, com um peso total de combate de 23 toneladas. Três protótipos seriam construídos, passando a ser submetidos a ensaios e teste em campo, e neste processo de verificaria  que seu peso total limitava em muito sua velocidade  capacidade de transpor terrenos irregulares, levando a decisão de cancelamento de projeto em junho de 1945. Apesar disto a ideia não seria abandonada sendo reformulados os parâmetros de projeto para este tipo de blindado,  e em setembro do mesmo seria deflagrada um concorrência, que visava o desenvolvimento de um novo veiculo blindado dedicado a tarefa de transporte de tropas com capacidade para até 10 soldados. Dentre suas especificações destacava-se a necessidade deste novo modelo ser baseado na plataforma e chassi do veiculo de  transporte de carga T-43 Cargo Carrier. Diversas montadoras  apresentariam suas propostas em meados do ano de 1946, com estes sendo avaliados pelo comando de material do Exército dos Estados Unidos (US Army). Os resultados finais apontavam para o modelo conceitual T-18EI apresentado pela empresa  International Harvester Companu (IHC), levando a celebração de um contrato para a produção de  quatro protótipos iniciais. Estes seriam completados e disponibilizados para testes a partir do inicio do ano de 1947, com este programa se estendendo por mais de oito meses, resultando em uma série de demandas de melhorias ao fabricante

Após a implementação destas alterações, os quatro protótipos seriam novamente ensaiados, recebendo na sequência sua homologação para a produção em série. Um primeiro contrato para aquisição de  mil unidades seria celebrado em maio de 1950, com o modelo recebendo a designação oficial de M-75 Veículo de Infantaria Blindado (Personnel Carrier - APC). Os primeiros blindados deste modelo começariam a ser disponibilizados as unidades de infantaria do Exército dos Estados Unidos (US Army) a partir de 1952, passando de imediato a substituir os blindados meia lagarta White M-3 e M-5 Half ainda em operação. Apesar de serem mais leves que os protótipos do modelo M-44, este novo veículo de infantaria blindado, apresentava um peso total de combate de dezoito toneladas, e durante seu emprego em exercícios operacionais, verificou-se que estes  não conseguiam acompanhar no campo de batalha a velocidade dos demais carros de combate. Este cenário infringia uma importante regra básica da mobilidade, a qual rezava a sincronia na movimentação das unidades motorizadas de uma força terrestre. Esta realidade causaria extrema preocupação no Comando Exército dos Estados Unidos (US Army), levando assim  a decisão de ser cancelar o contrato de produção ainda em vigência. Emergencialmente esta medida demandaria a reativação de algumas centenas de veículos meia lagarta White M-3 e M-5 que anteriormente haviam sido transferidos para a reserva . A fim de se resolver este problema em dezembro de 1953, uma nova concorrência seria lançada , objetivando o desenvolvimento de um novo veículo desta categoria, prevendo a aquisição de pelo menos cinco mil unidades, destinados a substituir não só os  derradeiros carros meia lagartas e os recém introduzidos M-7. Este novo veículo blindado manteria a premissa básica de prover adequada proteção a seus ocupantes, porém deveria apresentar menor peso total de deslocamento, garantindo  assim maior agilidade no campo de batalha. Deveria ainda possuir relativa capacidade anfíbia para transposição de rios e pequenos cursos de água, podendo ainda ser aerotransportado nos futuros aviões de transporte  de grande porte que se encontravam em desenvolvimento naquela época. Em janeiro de 1954, começariam a ser entregues as propostas técnicas e comerciais de pelo menos seis empresas do ramo automotivo, sendo então conduzidas as primeiras avaliações por parte do comando de material do Exército dos Estados Unidos (US Army). Deste processo seria criada uma lista final (short list) envolvendo os modelos apresentados pelas empresas  International Harvester Corporation (IHC) e Food Machinery and Chemical Corporation (FMC).

Seria financiada e encomendada a produção de um protótipo de cada veículo blindado presente na concorrência a  para fim de serem submetidos a ensaios de campo comparativos, com estes sendo disponibilizados por seus fabricantes ao Exército dos Estados Unidos (US Army) até o final de abril de 1953. Neste programa o modelo T-59 apresentado pela Food Machinery and Chemical Corporation (FMC) se destacaria sobre seu rivais, com  sua escolha sendo  assim definida pelos militares norte-americanos. Umas das primícias dos requisitos originais da concorrência visavam proporcionar um baixo custo de produção e manutenção, e para isto na construção do novo veículo seriam empregados muitos componentes do carro de combate médio M-41 Walker Buldog, com a comunalidade de componentes melhorando ainda a gestão do fluxo de peças de reposição. O  FMC T-59 fazia uso de dois motores comerciais a gasolina General Motors GMC-302, que geravam em conjunto 7.200 hp de potência, sendo este grupo motriz ligado a uma transmissão hidramática Cadilac 301MG, que melhorava o aspecto de condução pelo motorista da viatura. Seu conceito original contemplava ainda mesmo que limitada, uma certa capacidade de operação anfíbia, sendo dotado com sistema de vedação de borracha em todas as portas e escotilhas, desenvolvendo em águas calmas uma velocidade máxima de 6,9 km/h.  Seu grande porte lhe proporcionava uma excelente capacidade de transporte de soldados completamente equipados ou carga, com significativa proteção contra armas leves. Seu casco soldado composto em aço, apresentava uma espessura 0,375 polegadas (0,95 cm) na parte superior a 1 polegada (2,49 cm) de espessura na barriga, com a espessura média sendo de 0,625 polegadas (1,59 cm). Curiosamente era possível acomodar e transportar internamente um veículo do tipo Jeep Willys MB. Para condução o motorista fazia uso de um periscópio de visão noturna infravermelho M-19 e vários periscópios M17 para dirigir em uma posição abotoada. Em termos de autodefesa o modelo estava equipado com um torre automática M-13 armada com uma metralhadora Browning M-2 calibre .50, com 2,205 cartuchos armazenados no interior do veiculo. 

Neste momento seria celebrado um contrato prevendo a produção de oito carros pré-série, para serem submetidos a um segundo programa de ensaios operacional, com este planejado para ocorrer entre os meses de setembro e outubro de 1953.  Após a implementação dos testes de campo seriam identificadas necessidade de melhorias que seriam efetivadas pelo fabricante, com o modelo logo em seguida sendo liberado pelos militares para a produção em série. Em seguida seria firmado um contrato para a aquisição de seis mil e trezentos unidades do agora designado M-59 Veículo de Infantaria Blindado (Personnel Carrier - APC). O cronograma contratual se apresentava extremamente ousado,  prevendo a entrega total do lote adquirido  até fins do ano de 1960. Os primeiros carros de série, passariam a ser incorporados as unidades de infantaria do Exército dos Estados Unidos (US Army) em agosto de 1954, sendo recebidos com muito entusiasmo devido ao seu porte imponente e modernas linhas. A fim de se prover o  desenvolvimento das doutrinas de operação deste novo veículo, os M-59 passariam a ser integrados aos regimentos de carros de combate médios  M-41 Walker Buldog, objetivando assim verificar o potencial do modelo em cenário simulado de batalha de alta mobilidade. No entanto este programa de operação conjunta evidenciaria uma grave deficiência relacionada a potência do M-59, com este cenário sendo causado principalmente devido ao seu alto peso de deslocamento. Apesar de ser equipado com dois potentes motores a gasolina GMC Model 302 de seis cilindros em linha a gasolina com 146 cv de potência cada, sua velocidade máxima aferida era de 32 km/h o que lhe impedia de acompanhar os M-41 Walker Buldog  que chegavam a atingir 45 km/h.   Sua baixa autonomia  de apenas 150 km (proporcionada pelo peso do veículo) também o limitava a missões de média distância, impactando seu desempenho em missões que envolvem um extenso raio operacional. Apesar de ser equipado com um sistema de blindagem superior a qualquer veículo anterior de sua categoria, o FMC M-59 logo se mostraria vulnerável frente as novas munições perfurantes de médio calibre, que passavam a ser  empregadas naquele momento pelos exércitos dos países pertencentes ao bloco soviético.  Estas deficiências de projeto despertariam grande preocupação por parte do comando do Exército dos Estados Unidos (US Army), evidenciando a real eficiência e capacidade de sobrevivência do FMC M-59 em um cenário de conflagração real moderno que hipoteticamente poderia ocorrer na Europa.  Apesar destes pontos negativos o contrato de produção tendo em vista que grande parte dos veiculos já havia sido entregue, e visando otimizar estra frota, a partir de 1957 seria estudado adaptar o M-59  APC para versões especializadas como posto de comando, porta morteiro e ambulância. 
Destes o projeto do porta morteiro ganharia destaque, sendo validado, o que levaria a conversão nas linhas de produção do fabricante de mais de seiscentos veículos, recebendo a designação de M-84 Mortar Carrier. Seu interior seria modificado, com piso recebendo um reforço estrutural para a instalação da placa de base M-24A1 e de um morteiro M-30 de 81 mm equipado com um sistema de mira ótico M-53. Receberia ainda racks para internamente acomodar 88 munições e todo este conjunto seria operado por uma guarnição composta por seis soldados para a condução e operação da arma.  Seu peso final de deslocamento carregado, chegaria a 21.400 kg, superior a sua versão original por transportar toda a munição, o que tornaria esta nova versão mais lenta no campo de batalha do que o modelo de transporte de tropas. Este fato porém não seria considerado tão negativo,  devido ao perfil desta modalidade de artilharia em campo, se mantendo como principal porta morteiro do  Exército dos Estados Unidos (US Army), até o final da década seguinte quando passariam a ser substituídos pelos novos FMC M-106 Mortar Carrier. Voltando ao veiculo blindado de transporte de tropas padrão, os militares norte-americanos em 1958 passariam a estudar alternativas para o desenvolvimento de um novo modelo que pudesse superar as deficiências do M-59.  Estes parâmetros resultariam no conceito AAM-PVF - Veículo Multiuso Blindado Aerotransportado (Airborne Armored Multi-Purpose Vehicle), que se materializaria em 1960 no projeto T-113 ou M-113. Este novo blindado de transporte de tropas fazia uso em sua construção de sistema de blindagem em duralumínio mais leve e eficiente, que além de aliviar significativamente seu peso final proporcionava pela primeira vez uma velocidade final compatível com o carros de combate.   O Advento da introdução deste novo carro blindado de transporte de tropas no Exército dos Estados Unidos (US Army), em fins da década de 1960, determinaria o imediato repasse de grande parte da frota dos M-59 para as unidades reserva da Guarda Nacional (National Guard). Posteriormente um grande numero destes veiculos seriam cedidos a nações  alinhadas com a geopolítica norte-americana nos vantajosos termos do  Programa de Assistência Militar (MAP - Military Assistance Program). A Turquia ser tornaria o maior operador recebendo mais de 1.500 M-59,s seguido pela Republica do Vietnã com 866 veiculos, neste mesmos moldes menos 420 seria distribuídos entre Etiópia, Brasil, Grécia, Líbano,  Vietnã do Sul e Venezuela, onde se mantiveram em operação até o início da década de 1990.

Emprego no Exército Brasileiro.
O processo de motomecanizaçao da Força Terrestre brasileira teve seu inicio durante a década de 1920, quando seriam incorporados os primeiros caminhões, passando a realizar em uma escala muito limitada o  transporte de cargas e soldados. Durante a década seguinte a frota de veiculos de transporte do Exército Brasileiro seria reforçada, porém ainda com o emprego de modelos civis levemente militarizados. No inicio da década de 1940, os militares brasileiros iniciariam um movimento de modernização de seus meios, e entre os equipamentos almejados se encontravam veiculos blindados de transporte de tropas, que começavam a se despontar no emprego junto as forças armadas alemães e norte-americanas. Este anseio passaria a ser materializado a partir do ano de 1942, quando o Exército Brasileiro passaria a receber nos termos do programa de ajuda militar  Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos). Neste contexto seriam recebidos os primeiros carros blindados de transporte de tropa dos  modelos M3-A1 Scout Car sobre todas e meias lagartas M-2 e M-3 Half Track. Curiosamente apesar de concebidos para missão de transporte de tropas no front de batalha, não seriam  imediatamente empregados nesta missão, sendo destinados a tração de peças leves de artilharia. Este desvio de finalidade foi influenciado pela total imersão da força terrestre nacional na doutrina militar francesa que era fundamentada nas táticas da Primeira Guerra Mundial que era adepta da operação hipomóvel.  O aumento da influência norte-americana no país durante o conflito irá impactar na mudança de mentalidade e doutrina da Força Terrestre, principalmente motivada pelo recebimento de um grande lote de veículos meia lagarta M-3, M-3A1 e M-5, o que possibilitaria  pela primeira vez implementação de táticas de infantaria motorizada junto ao Exército Brasileiro.  No inicio da década de 1950 passaria o comando da Força Terrestre passaria a avaliar a real efetividade e chances de sobrevivência de suas forças mecanizadas em um moderno cenário de conflagração. Ficava evidente a necessidade de se promover um amplo processo de modernização de meios, necessidade esta que começaria a ser viabilizada a partir de 15 de março de 1952, quando foi assinado entre os presidentes Getúlio Vargas e Harry Truman,  o Acordo Militar Brasil - Estados Unidos. Com o título oficial de "Acordo de Assistência Militar", esta parceria bilateral, estabeleceria basicamente o fornecimento em vantajosas condições econômicas  de material bélico norte-americano atualizado para as Forças Armadas Brasileiras, buscando assim promover uma substituição dos meios atuais,  que foram cedidos na década de 1940 durante a Segunda Guerra Mundial. 

Assim o Brasil passaria a integrar o grupo de países beneficiados nos termos do  Programa de Assistência Militar (MAP - Military Assistance Program), que garantiria acesso facilitado a modernos equipamentos militares, para assim prover regionalmente uma linha de defesa contra a hipotética ameaça expansionista socialista. Desta maneira caberia ao Exército Brasileiro a destinação de grande parcela deste acordo, passando a ser fornecidos a partir de agosto de 1960, os primeiros cinquenta carros de combate médio M-41 Walker Buldog, dois veículos de socorro M-74 Sherman Recovery Vehicle e vinte viaturas blindadas de transporte de pessoal do modelo FMC M-59APC. Estes últimos apesar se tratarem de veiculos usados,  encontravam-se em excelente estado de conservação registrando baixa quilometragem de uso, pois se encontravam armazenados desde 1959  junto as instalações da Unidade do Corpo de Artilharia (Ordinance Corps Depot), no estado de Ohio. Alguns destes apresentavam menos de 1.000 milhas rodadas, pois foram logo retirados do serviço após a verificação de suas limitações operacionais em campo. Os carros cedidos ao Brasil pertenciam a versão  M-59 A1, que  contemplavam pequenas melhorias frente a primeira versão de produção em série, entre estas destacava-se o  processo de soldagem do casco de aço no sistema com uma espessura de blindagem de 25 mm. Como diferencial tecnológico estes blindados  dispunham além do eficiente sistema de periscópio M-17 do dispositivo infravermelho M-19, destinado a condução do veículo em ambiente noturno ou com as escotilhas fechadas. Para sua autodefesa o M-59 A1 estava equipado com torre com acionamento hidráulico,  armada com uma metralhadora automática Browning  calibre .50,  apresentando um sistema de torre automático até então inédito no país, pois pela primeira vez se provia no Exército Brasileiro uma proteção adequada ao operador desta arma. Os vinte carros blindados M-59 A1 APC destinado ao Exército Brasileiro seriam  separados e então revisados localmente colocados em  plenas condições de funcionamento, passando a ser  preparados para transporte por via naval. Estes seriam recebidos no porto do Rio de Janeiro, em 14 de agosto de 1960 juntamente com os primeiros carros de combate M-41 Walker Buldog. Já no país, estes carros seriam inspecionados e  preparados para o estágio operacional e treinamento de seus operadores, sendo posteriormente transportados por via terrestre, e distribuídos em dezembro deste mesmo ano  em proporções iguais, ao 15º Regimento de Cavalaria Mecanizada (RecMec) e ao 16º Regimento de Cavalaria Mecanizada (RecMec) ambos baseados na cidade do Rio de Janeiro. 
Já em uso no Exército Brasileiro, estes blindados receberiam a designação oficial de VBTT - Veículo Blindado de Transporte de Tropas M-59. Nestas unidades operativas,  estes veículos tiveram o importante papel de desenvolver a doutrina de emprego deste tipo de carros de transporte de tropas sob esteiras junto à forca blindada do Exército Brasileiro, operando em conjuntos com carros de combate como os M-41 Walker Buldog e M-3 Stuart. Apesar de não poderem acompanhar no campo de batalha os carros de combate, os M-59 A1 APC seriam fundamentais no processo de elevação do patamar de atuação operacional. Apesar de possuir certas limitações em termos de velocidade e autonomia , estes "novos" blindado superariam em muito,  as capacidades operacionais proporcionadas pelos veículos blindados meia lagarta White M-2, M-3 e M-5 norte-americanos presente em grande numero neste período na Força Terrestre. Os oficiais brasileiros, ficariam impressionados com a capacidade de transporte dos VBTT M-59 que além de serem utilizados em sua configuração normal de transporte de tropas com até 10 sodados totalmente equipados, passariam a ser frequentemente usados em exercícios para transporte de peças leves de artilharia como os canhões M-1 de 57 mm, M-3 de 37 mm ou ainda um Jeep Willys ou Ford 4X4 para a linha de frente, possibilitando assim melhorar capacidade ofensiva da força terrestre com segurança adequada.  Os VBTT M-59A1 passariam a operar em conjunto com os carros de combate leves M-3 e M-3A1 Stuart (que na época representavam o esteio da força de blindados do Exército Brasileiro), e nestas frequentes manobras militares, estes veículos blindados de transporte de tropa conseguiam acompanhar relativamente os  Stuarts pertencentes aos  Batalhões de Carros de Combate Leve (BCCL).  Porém este cenário logo seria alterado, pois o recebimento de mais lotes de carros de combate médios M-41A1 e M-41A3 Walker Buldog permitiria prover  a substituição dos M-3 Stuart como o principal carro de combate da Força Terrestre. E nos primeiros exercícios conjuntos entre o VBTT M-59A1 e o M-41, confirmar-se-ia o ocorrido  junto as operações no Exército do Estados Unidos (US Army), onde o M-59 nao era capaz de acompanhar a dinamicidade dos M-41 no campo de batalha. Além disso eles apresentariam também grandes limitações em deslocamentos de média e grande distância no pais,  pois seu peso bruto excedia a capacidade da infraestrutura viária brasileira, como pontes, viadutos, estradas e  principalmente pranchas ferroviárias. 
A soma destes fatores levaria o Ministério do Exército a declinar de mais ofertas para cessão de novos carros M-59A1 VBTT, como solução intermediaria seriam iniciados estudos prevendo o repotenciamento dos antigos carros meia lagarta White M-2 , M-3 e M-5, visando assim estender sua vida útil até a incorporação de um possível substituto. Esta demanda logo seria atendida, pois a partir de 1965 dentro do termos do  Programa de Assistência Militar (MAP - Military Assistance Program), seria negociada a cessão de mais de cinco centenas de  veículos blindados de transporte de tropa FMC M-113A0 (modelo que fora desenvolvido nos Estados Unidos como substituto aos M-59). Esta grande quantidade a ser recebida permitiria prover um ciclo total de renovação dos meios em operação naquele momento permitindo desativar todos os M-2, M-3 e M-5 Half Track. Em 1969 a partir do momento que os M-113A0 APC atingiram seu status operacional pleno, tanto o 15º Regimento de Cavalaria Mecanizada (RecMec) e ao 16º Regimento de Cavalaria Mecanizada (RecMec), passariam a ser equipados com este novo blindado. Neste momento os M-59A1 seriam relegados a tarefas de treinamento e cerimoniais, com a destaque sua participação em  setembro de 1972, no transporte dos restos mortais do imperador Dom Pedro I e de sua primeira esposa a Imperatriz Leopoldina na cidade de São Paulo. No início da década de 1980 a empresa paulista  Moto Peças Transmissões S/A de Sorocaba, em conjunto com técnicos do Parque Regional de Motomecanização da Segunda Região Militar de São Paulo (PqRMM/2) iniciaram estudos visando a implementação de um possível programa de repotenciamento dos VBTT M-59A1. O principal esforço se baseava se na troca dos dois motores originais a gasolina GMC-302 por equivalentes nacionais a diesel (a exemplo de outros programas deste tipo realizados com êxito pelo PqRMM/2). No entanto estudos econômicos do projeto apresentaram problemas de viabilidade econômica, pois não haveria escala suficiente, pois  sua frota era composta por apenas vinte  carros, levando assim ao cancelamento do programa. O M-59A1 APC figuraria ainda como base de inspiração para o projeto de um carro nacional de transporte de tropas blindado sob esteiras que receberia o batismo de Charrua. Apesar de estar disponível em pouca quantidade na frota, a incorporação dos FMC M-59, seria de grande importância no processo de modernização da força terrestre, pois viriam a descortinar uma série de oportunidades de emprego operacional da infantaria blindada.  A partir de 1990 os veículos que não foram preservados em museus ou unidades do Exército Brasileiro, foram vendidos como sucata, encerrando assim sua carreira militar no Brasil.

Em Escala.
Não existe no mercado um kit específico para este modelo, então para  podermos representar o Veículo Blindado de Transporte de Tropas  M-59A1 "EB10-414”, pertencente ao 15º Regimento de Cavalaria Mecanizada, optamos por desenvolver um projeto em scratch building. Partimos como base do kit original do carro de combate M-41 produzido pela Tamiya na escala 1/35, fazendo apenas dos chassis rodas, suspensão, esteiras e acessórios, construindo todo o restante em scratch. Detalhes referente a processo e todas suas etapas, podem ser vistos em nossa secção de reviews "PROJETO M-59”. Empregamos decais produzidos pela Eletric Products, presentes no set  "Veículos  Militares Brasileiros 1944 - 1982 "
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático do Exército Brasileiro, que seria aplicado em todos seus veículos militares desde a Segunda Guerra Mundial até a o final do ano de 1982.  Durante toda sua carreira os VBTT M-59A1 fariam uso somente deste esquema de pintura, com a maioria do veículos preservados ostentando ainda este padrão. 



Bibliografia :

- Blindados no Brasil Volume I,  -  por Expedito Carlos S. Bastos
- M-59 APC Wikipedia - http://en.wikipedia.org/wiki/M59_(APC)
- M-113 no Brasil - por Expedito Carlos S. Bastos