A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) serviria para expor o estado da Esquadra Brasileira. A força-tarefa enviada para participar do esforço de guerra (Divisão de Operações Navais de Guerra) fracassou estrategicamente, porque era incapaz de apoio à guerra antissubmarino aos alemães, devido às condições de material da armada. Por volta de 1920, a discussão da construção de um novo Arsenal, e do recorrente tema da reestruturação do pessoal técnico da Marinha do Brasil, seria revitalizada pela conjunção da deterioração da esquadra e a disposição do governo dos Estados Unidos, em manter certo “equilíbrio” militar no seu flanco sul, principalmente entre a Argentina, Brasil e Chile). Ao fim da década de 1920, contávamos com dezessete vasos principais de emprego de alto-mar, todos adquiridos a partir da reforma naval de Alexandrino: dois couraçados, três cruzadores de escolta, seis contratorpedeiros, três torpedeiros e três submarinos. Somados ao que sobrou da Marinha do fim do século XIX, um amálgama de frota de emprego costeiro, a tonelagem total de 59.193. Os britânicos adiantaram-se aos demais possíveis interessados em suprir esta modernização, logo após a Primeira Guerra Mundial, enviando uma missão naval-comercial-diplomática, cuja meta era de fazer negócios e suplementar a esquadra brasileira por vendas. Aparentemente, os Estados Unidos restabeleceriam a dianteira e tomariam contatos para suprir o Brasil com uma reforma no seu aparato naval. Nesse contexto se daria a assinatura do contrato com a Missão Naval Americana ao Brasil (1922-26) para criar as condições da expansão da esquadra brasileira que, obviamente, teria neste país seu fornecedor e parâmetro tecnológico e o Brasil como consumidor de modelos e itens da indústria norte-americana. Desde sua implantação este programa passaria por entraves de ordem burocrática, comercial e cultural, com somente o primeiro grande passo sendo realizado no início década seguinte, com a estruturação do Programa de Reaparelhamento Naval de 1932 (Programa Naval 32), que envolveriam grandes obras de infraestrutura que culminariam no estabelecimento operacional de fato do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) como uma organização dedicada a manutenção efetiva dos navios da Esquadra. Neste contexto em originalmente estavam previstas a incorporação de dois cruzadores, nove contratorpedeiros, seis submarinos, seis navios mineiros e três navios tanque, com a intenção de realizar estas aquisições junto a estaleiros ingleses e italiano. Entretanto, os problemas orçamentários decorrentes da Depressão Mundial e políticos (Revolução Constitucionalista de 1932) atrasaram fortuitamente sua execução.
Este programa somente seria retomado a partir do ano de 1935, porém o intensificar das tensões na Europa prejudicariam a importação dos navios ingleses e submarinos italianos, pois neste momento estas nações estavam priorizando o fortalecimento de suas armadas em face a eclosão de um possível conflito naquele continente. Desta maneira somente três submarinos italianos seriam recebidos e posteriormente a eminência de uma nova guerra logo também se mostraria um entrave para a efetivação das entregas dos seis destroieres da classe H, contratados junto ao estaleiro inglês J. Samuel White & Co., que seriam designados para exportação como classe J ou Javary. Uma solução a este problemático cenário passaria pela construção naval nacional, com esta iniciativa sendo capitaneada pelo Almirante Henrique Aristides Guilhem ao assumir ao Ministério da Marinha, em 1935. Neste momento de posse de recursos consideráveis decorrentes de parte das rendas com o comércio marítimo, fincaria o pé no processo de recuperação das construções navais no Brasil, usando como argumento a própria estrutura do Arsenal da Marinha que ao ser recuperada e potencializada, diminuiria a dependência de material estrangeiro. Por seu turno, o então Governo Vargas viu nisso a oportunidade de encaixar o programa nas necessidades da implantação do modelo de substituição de importações, e de revitalização da indústria local. E como toda nucleação aleatória, na falta da excelência organizacional, a política encontrou a liderança técnica para a tarefa, sendo importados diversos maquinários para o emprego nesta tarefa. Entre as demandas existentes e viáveis de construção local se encontravam os navios mineiros, com esta missão sendo dada ao Capitão de Mar e Guerra Engenheiro Naval Júlio Régis Bittencourt. Este programa deveria contemplar a construção no Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras de seis navios mineiros que receberiam os nomes de Carioca, Caravelas, Cabedelo, Cananéia e Camaquã). Este projeto seria norteado por um meticuloso e demorado estudo que buscasse obter características que harmonizassem as exigências militares próprias do tipo, com o fator econômico da época. Sua estrutura geral do caso seria concebida em dentro de um conceito mais simples possível, que seriam aliviadas de todas as maneiras, as partes da superestrutura que formam o passadiço e as gaiutas da praça de máquinas.
Seu projeto dimensionaria estas embarcações em 550 toneladas de deslocamento normal; 57,5 metros de comprimento total; 7,5 metros de boca máxima e 2,4 metros de calado máximo. Desta maneira estes navios deveriam ser construídos de chapas de aço doce Siemens Martin, no sistema de construção das cavernas transversal com reforços nas partes em que deveriam sofrer maior esforço, sendo todo ele rebitado e soldado, com duplo fundo, onde se localizavam os tanques de óleo, água e dejetos. Suas cavernas possuíam oito anteparas dividindo o navio em nove compartimentos estanques. Deste modo seriam reduzidos os pesos altos, obtendo-se assim melhores condições de estabilidade em alto mar para a pequena embarcação, permitindo assim carregamento máximo de minas navais. Seu sistema de fundeio era baseado em dois ferros de leva de 560 kg cada um, talingados a cinco quartéis de amarra, com 25 metros cada quartel e em dois ancorotes tipo almirantado de 200 kg cada um. O sistema de propulsão do navio seria formado por duas máquinas motoras instaladas numa mesma praça de máquinas, sendo do tipo alternativa a vapor de tríplice expansão, com três cilindros fundidos separadamente, fabricados pela Thornycroft, com 650 HP a 320 RPM, correspondente a uma velocidade máxima de 14,25 nós e raio de ação de 1.120 milhas náuticas. Sua velocidade econômica era de 10 nós a 210 RPM e seu raio de ação, nessa velocidade, era de 1.820 milhas náuticas. O vapor era fornecido por duas caldeiras aquatubulares tipo Yarrow, de circulação acelerada, queimando óleo combustível, fabricadas pela Thornycroft e situadas em praças de caldeira separadas, sendo uma a vante e outra a ré. O navio possuía um grupo destilatório a vapor, com capacidade de produzir 6 t/dia em regime normal e 8 t/dia em regime máximo. A aguada era fornecida por um grupo destilatório tipo Weir de 3 êmbolos com produção máxima de 3,6 t de água. Para navegação, o navio era dotado de duas agulhas magnéticas Kelvin, sendo um padrão no tijupá e uma de governo no passadiço. Para as embarcações miúdas, possuía duas agulhas pequenas, de líquido fabricadas por Otto Meister. Como complemento, possuía dois hodômetros de superfície Cherub MK II e Walker Trident, uma máquina manual de sondar Kelvin 10810-A, um ecobatímetro modelo EB-1, um radiogoniômetro modelo AR 8709 e um radar SF-L, posteriormente instalado em 1945.
Para as comunicações rádio telegráficas, o navio era dotado de dois transmissores de Cacique AB-200 AF-B2 de 200 W e Cacique AB-50-AFI-B2 de 50 W e três receptores Cacique AB-307 AF, AB-108-FI e AB-405-AFI. Para as comunicações exteriores visuais, possuía bandeiras, escote na verga do mastro e dois holofotes de 12 polegadas e um holofote de 24 polegadas. A sua energia elétrica seria fornecida por um dínamo (gerador) principal Sunderlard Force, de 30 kw de potência, de corrente contínua, que era acionado por uma máquina a vapor tipo vertical, carter fechado. Como complemento, possuía um dínamo (gerador) secundário, de 40 kw de potência, corrente contínua, movido por um motor diesel. Para converter a corrente contínua em alternada, possuía três alternadores. Como sistema de salvamento, o navio seria dotado de duas embarcações a motor, sendo uma lancha e uma baleeira, com capacidade para vinte e cinco homens cada, dois escaleres a remo e vela e uma chalana. A manobra do navio era feita por um leme simples, não compensado, retangular, comandado por uma máquina do leme, alternativa a vapor de dois cilindros, que era capaz de movimentar o leme até um ângulo máximo de 35º. Possuía duas estações de governo, sendo uma no passadiço e outra a ré, para manobra do leme em emergência. Para o fundeio, possuía dois ferros tipo Hall de 560 kg cada um, talingados a amarras de seis quartéis de 25 metros e um ancorote de 160 kg tipo Smith. A sua lotação seria, originalmente constituída pelos seguintes oficiais e praças: quatro Oficiais, dez Sargentos, sete Cabos, trinta e seis Marinheiros, quatro Grumetes e sete Taifeiros, totalizando sessenta e oito homens. Em termos de armamentos esta classe de navio mineiros deveriam ser equipados com um canhão inglês Armstrong de 101,6 mm, três metralhadoras francesas Madsen de 20 mm. Possuía ainda dois morteiros, tipo Derby em Y na popa, duas calhas - lança minas e ou bombas de profundidade MK III, na popa a boreste e a bombordo e dois lança-bombas foguetes MK XX montadas a boreste e a bombordo, também na popa. Os paióis de munição eram refrigerados. O tiro seria dirigido por um telêmetro norte-americano Barr & Stroud’s, tipo FT 32. Era governado por um leme vertical do tipo compensado, com ângulo máximo de 35º. Havia duas estações de governo, sendo a principal situada no passadiço e a de emergência, com manobra à mão, situada no convés da superestrutura da embarcação. Com a aprovação do projeto de construção dos navios mineiros, este programa receberia a designação de Classe Carioca, com seus trabalhos sendo logo iniciados junto as instalações dos Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras.
Emprego na Marinha do Brasil.
Para o atendimento ao cronograma de construção deste classe em particular, seriam realizados investimentos adicionais no processo estruturação das instalações do Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras. Essa iniciativa possibilitaria acelerar o processo de construção da primeira do primeiro navio mineiro que receberia o nome de "Carioca", com esta navio passando a ser a quinta embarcação a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao rio homônimo e aos habitantes da cidade do Rio de Janeiro. Sua quilha seria batida no dia 06 de junho de 1937 em uma cerimonia onde estariam presentes o Presidente da República Getúlio Dornelles Vargas, Ministros e autoridades da República. Seria lançado ao mar em 22 de outubro de 1938, tendo como Madrinha a Sra. Maria da Glória Carvalho Guilhem, esposa do Ministro da Marinha Henrique Aristides Guilhem. Pelo Aviso Ministerial no 1.463, de 16 de setembro de 1939 foi incorporado à Armada no mesmo dia, no referido Arsenal, em cerimônia solene, onde novamente estariam presentes o Presidente da República, o Ministro da Marinha e autoridades civis, recebendo o indicativo visual C 1. Em julho de 1940, passaria a ser incluído na recém criada Flotilha de Navios Mineiros, operando com sede na Ilha de Mocanguê Grande, comandada pelo então Contra-Almirante Gustavo Goulart. Porém em 1942, o navio foi incorporado à Divisão de Cruzadores, sendo dissolvida a Flotilha de Navios Mineiros. Em cumprimento à Resolução 11/42, aquela divisão de Cruzadores foi extinta e no dia 5 de outubro foi criada pelo Aviso n° 1.661 a Força Naval do Nordeste, a qual foi incorporada o Navio-Mineiro Carioca juntamente com os demais navios da sua classe. A Força Naval do Nordeste era originalmente composta pelos Cruzadores Rio Grande do Sul – C 11 e Bahia - C 12, Navios Mineiros Cabedelo - C 4, Caravelas - C 5 e Camaquã - C 6 e pelos Caça Submarino Guaporé - G 1 e Gurupi - G 2. Essa força foi depois acrescida de outros navios adquiridos nos Estados Unidos, além dos submarinos classe T, do Tender Belmonte, e dos Contratorpedeiros da classe M, constituindo assim Força-Tarefa 46, da Força Naval do Atlântico Sul, sendo dissolvida apenas no final da guerra. No período em que esteve no Serviço Ativo da Marinha do Brasil, a Corveta Carioca navegou 182.230,5 milhas náuticas e fez 994,5 dias de mar, sendo que, no período de maio de 1941 a novembro de 1945, em operações de guerra, participou, efetivamente, durante a Segunda Guerra Mundial da patrulha do litoral brasileiro e águas ao largo da costa do Brasil, comboiando cerca de setecentos e cinquenta navios mercantes brasileiros e estrangeiros, como reforço da escolta e ataques a submarinos alemães em curso nas águas brasileiras.
O segundo representante o Cananéia - C 2, seria o terceiro navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem a cidade homônima do litoral de São Paulo. Foi construída no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Teve sua quilha batida em 6 de novembro de 1937, seria lançada ao mar em 22 de outubro de 1938 e foi incorporada em 16 de setembro de 1939. Naquela ocasião, assumiria o comando, o Capitão-de-Corveta Raul Reis Gonçalves de Sousa. O batimento de quilha o lançamento e a Mostra de Armamento das duas primeiras unidades da classe, a Carioca e a Cananéia, seriam realizadas em cerimonias oficiais conjuntas. Em julho de 1940, seria incluída na recém criada Flotilha de Navios Mineiros, posteriormente em outubro de 1942 seria incorporada a Força Naval do Nordeste, participando da Força-Tarefa 46, da Força Naval do Atlântico Sul, sendo dissolvida apenas no final da guerra. Durante sua permanência no serviço ativo da Marinha do Brasil, o navio sofreu inúmeras alterações estruturais para modernização e adaptação para as operações de guerra. Seria substituída parte de seu armamento, instalado um radar SF-L. A sua estabilidade foi melhorada, houve alterações nos tanques de água e óleo. Parte das máquinas auxiliares foi retirada e substituída, os compartimentos habitáveis foram alterados. seria feita ainda a retubulação das caldeiras e substituição dos grupos motores geradores elétricos. Pelo Aviso Ministerial no1.452, de 26 de junho de 1959, foi decretada a baixa do serviço ativo da Marinha da Corveta Cananéia juntamente com o Carioca, com a sua Mostra de Desarmamento sendo realizada no dia 7 de julho de 1960, na doca 11 de Junho, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. O terceiro representante deste classe o Camocim - C 3, segundo navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao rio e a cidade homônimos do Ceará. Teve sua quilha batida em 11 de dezembro de 1937, foi lançada ao mar em 28 de outubro de 1939 e foi incorporada em 7 de junho de 1940. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Américo Jacques Mascarenhas da Silveira. A exemplo dos demais navios desta classe teria intensa participação durante o conflito. Em 1949 seria retirado todo o seu armamento e instalado um ecosondador da Submarine Signal Co., sendo o navio foi reclassificado como Navio Hidrográfico. No ano de 1950 foi instalado um radiogoniômetro, em 1952 foi instalado um ecobatímetro EB-4 e por fim, em 1953 foi retirado o sonar. No período de 1949 a 1959, realizou inúmeras comissões hidrográficas e de sinalização náutica, ao longo da costa brasileira. Pelo Aviso Ministerial nº 1 452 de 26 de junho de 1959, o navio foi desincorporado do serviço ativo da Marinha do Brasil, como parte do Programa de Modernização da Esquadra Brasileira. A sua Mostra de Desarmamento foi passada em 7 de janeiro de 1960, na Doca 11 de junho, no Rio de Janeiro. Durante a sua permanência no serviço ativo da Marinha, o navio navegou 130.240,9 milhas e fez 662,5 dias de mar.
O Navio Mineiro Cabedelo C 4, seria o segundo navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem a cidade portuária homônima da Paraíba. Teve a sua quilha batida em 12 de março de 1938, sob a presença do Presidente da República Getúlio Dornelles Vargas, ministros e autoridades militares e civis. O Cabedelo e o Caravelas não foram lançados ao mar, pelo fato da água alcançar o seu nível normal ao serem terminados os trabalhos de dragagem da Doca 11 de Junho em frente a Carreira nº 2 do Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras, e os dois navios acabaram flutuando. No dia 16 desetembro de 1939 foi batizado pela Sra. Maria Carmela Dutra, esposa do General Eurico Gaspar Dutra. No dia 7 de junho de 1940 foi incorporado à Armada, naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Edmundo Williams Muniz Barreto. Em julho de 1940, seria incluída na recém criada Flotilha de Navios Mineiros, com sede na Ilha de Mocanguê Grande, comandada pelo então Contra-Almirante Gustavo Goulart. Com a declaração de estado de beligerância do Brasil aos Países do Eixo, coube a Marinha do Brasil patrulhar o Atlântico Sul e proteger os comboios de navios mercantes que trafegavam entre o mar do Caribe e o litoral sul brasileiro contra a ação de submarinos inimigos. Assim, foi criada a Força Naval do Nordeste, em 5 de outubro de 1942, sob o comando do Capitão de Mar e Guerra Alfredo Soares Dutra. Durante a sua permanência no serviço ativo da Marinha do Brasil, a Corveta Cabedelo navegou 184.534 milhas e fez 889,5 dias de mar, sendo que, no período de dezembro de 1941 a novembro de 1945, em operações de guerra, participou, efetivamente, durante a Segunda Guerra Mundial do patrulhamento do litoral brasileiro e águas ao largo da costa do Brasil, comboiando navios mercantes brasileiros e estrangeiros, como reforço da escolta e ataques a submarinos alemães surtos em águas brasileiras. Por meio do Aviso n° 1452 de 26 de junho de 1959 teve baixa do Serviço Ativo da Marinha. O quinto representante deste classe o Caravelas C 5 seria segundo navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem a cidade homônima do litoral da Bahia. Foi construída no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Teve sua quilha batida em 12 de março de 1938, foi lançada ao mar em 16 de setembro de 1939 e foi incorporada em 7 de junho de 1940. Naquela ocasião, assumiu o comando, o Capitão-de-Corveta Horácio Brás da Cunha. Em julho do mesmo ano, seria incluída na recém criada Flotilha de Navios Mineiros, e em 1942 a exemplo dos demais navios de sua classe seriam reclassificados como Corvetas, passando a servir junto a Força Naval do Nordeste. constituindo assim parte da Força-Tarefa 46, da Força Naval do Atlântico Sul, sendo dissolvida apenas ao final da guerra.
Por fim o Navio Mineiro Camaquã C 6, seria a terceira embarcação a ostentar esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao rio homônimo do Rio Grande do Sul. Teve sua quilha batida em 22 de outubro de 1938 em uma cerimonia com a presença do Presidente da República Getúlio Dornelles Vargas, Ministros e autoridades da República. Seria lançada ao mar em 16 de setembro de 1939 e foi incorporada em 7 de junho de 1940, assumindo seu comando o Capitão-de-Corveta Nereu Chalréu Correia. Juntamente com os demais navios de sua classe seria incorporado a Flotilha de Navios Mineiros com sede na Ilha de Mocanguê Grande, comandada pelo então Contra-Almirante Gustavo Goulart. Em 5 de outubro de 1942 , passou a subordinação da Força Naval do Nordeste (FNNE), criada pelo Aviso n.º 1661, do mesmo dia, para substituir a Divisão de Cruzadores, comandada pelo Capitão-de-Mar-e-Guerra Alfredo Carlos Soares Dutra, e subordinada ao Comandante da 4ª Esquadra Norte-Americana e das Forças Navais do Atlântico Sul, Contra-Almirante (USN) Jonas H. Ingram. Neste mesmo ano seria submetida a um processo de modificações no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), partindo do Rio de Janeiro, já na escolta de um comboio. Na sequência realizou patrulhas antissubmarino no trecho Bahia - Pernambuco - Rio Grande do Norte - Fernando de Noronha. No dia 18 de julho de 1944 suspendeu da Ilha das Cobras, Rio de Janeiro como capitânia do Grupo de Escolta do comboio JT-18, que também incluía CS Jutaí - CS 52 e Graúna - G 8. Às 09:00h do dia 21 de julho, chegou ao ponto de encontro com a escolta norte-americana, ao largo de Recife, que iria conduzir o comboio até Trinidad. Depois de entregar a escolta e já demandando o porto a Corveta seria atingida por três grandes ondas que a fizeram adernar violentamente para boreste. As duas primeiras fizeram o navio adernar perigosamente levando-a a perder velocidade e recuperar momentaneamente o equilíbrio, mas o terceiro vagalhão a fez soçobrar às 09:30h a cerca de 12 milhas a nordeste de Recife, 48 horas depois do naufrágio do NA Vital de Oliveira. O CS 52 Jutaí, mais rápido, chegou a área do naufrágio em cerca de meia hora e por pouco na abriu fogo contra o casco emborcado, confundindo-o com um submarino. Além de seu comandante, Capitão-de-Corveta Gastão Monteiro Moutinho, perecerem trinta e três homens, inclusive um Oficial do Exercito e dois civis, sendo os sobreviventes resgatados pelos CS Jutaí - CS 52 e Graúna - G 8, que faziam parte do mesmo Grupo de Escolta. Até essa data havia, a corveta Camaquã C 6, teria escoltado em serviço de guerra, mais de seiscentos navios mercantes em comboio na costa brasileira.
Durante sua permanência no serviço ativo da Marinha do Brasil, estas embarcações seriam submetidas a inúmeras alterações estruturais para modernização e adaptação para as operações de guerra. A sua estabilidade seria melhorada, houve alterações nos tanques de água e óleo. Parte das máquinas auxiliares foi retirada e substituída, os compartimentos habitáveis foram alterados. Seria feita ainda retubulação das caldeiras e substituição dos grupos motores geradores elétricos. Em abril de 1942, seriam retiradas todas as minas e respectivos trilhos sendo instalados dois lança bombas e dois cabides com capacidade para três bombas de profundidade cada um. Posteriormente, foram instalados mais dois lança bombas e vinte e três cabides de bombas de profundidade. Em termos de eletrônica estes navios receberiam a instalação de um radar de superfície norte-americano SF-L e rádios mais potentes e modernos. No inicio do ano de 1945, as cinco corvetas remanescentes, C 1 Carioca, C 2 Cananéia, C 3 Camocim, C 4 Cabedelo e C 5 Caravelas, seria ao longo deste ano gradativamente docados para modernização de seus sistemas de armas. Neste momento seu armamento principal passaria a ser composto por dois canhões, sendo um de 76,2 mm MK XXII, L/50 Mod.4, a vante e outro de 76,2 mm MK XIV, Mod.5, L/23 a ré; suas três metralhadoras originais Madsen de 20 mm seriam substituídas por três metralhadoras antiaéreas Oerlikon de 20 mm, reparo fixo, MKIV, sendo uma no tijupá e as outras duas a BE e a BB. Apesar de não serem navios especializados na missão de guerra antissubmarino (ASW), os navios mineiros - corvetas da Classe Carioca teriam grande participação no teatro de operações sul-americano. Porém sua maior contribuição se daria no segmento da construção naval pois representaria a primeira classe de navios especializados construídos em série no no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, apresentando as futuras potencialidades que seriam referendadas logo em seguida na construção de navios mais modernos, como os contratorpedeiros da Classe Amazonas.
Em Escala.
Para representarmos a Corveta C 1 da Classe Carioca, fizemos uso do excelente kit em resina produzido pela Piron Models na escala 1/350. Modelo de boa qualidade e grande nível de detalhamento, apresentando peças em photo etched. Apesar do modelo dispor de decais para a representação do esquema de identificação inicial deste navios, optamos por empregar decais produzidos pela Duarte Models, padrão implementado após a redesignação destes de navios mineiros para corvetas.
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão aplicado em todos os navios da Marinha do Brasil entre as décadas de 1940 a 1970, salientando que este esquema foi o segundo a ser implementado nesta classe de navios. Ao longo de sua carreira, estas embarcações sofreriam várias alterações em seus sistema de identificação visual de casco.
Bibliografia :
- A Marinha entre Guerras - Sylvio dos Santos Val
- Cesare Laurenti – https://pt.wikipedia.org/wiki/Cesare_Laurenti
- Navios de Guerra Brasileiros – Poder Naval https://www.naval.com.br
- Marinha do Brasil - https://www.marinha.mil.br/