Com o final da Segunda Guerra Mundial, e em plena Guerra Fria, o Exército dos Estados Unidos (US Army) sentiu a necessidade de dispor um novo carro de combate leve que pudesse suceder os já antiquados M-24 Chaffe. Este veterano fora colocando em serviço no ano de 1944 em substituição aos M-3 Stuart, e neste período já se demonstravam ineficientes quanto aos carros semelhantes a disposição das forças do Pacto de Varsóvia. A fim de atender a esta demanda, em 1946 seriam iniciados os estudos preliminares para o desenvolvimento deste novo carro de combate leve, com este programa recebendo a denominação oficial de T-37. A fim de se obter reduções de custo na cadeia de produção e manutenção, este novo veículo deveria fazer uso de grande quantidade de peças e componentes automotivos já comuns a outros veículos militares em uso. Deveria apresentar um casco modular capaz de ser convertido para uma variedade de outras funções especializadas, como plataforma de defesa aérea, socorro e transporte. Em termos de perfil operacional, deveria ser extremamente ágil, a fim de ser empregado também em missões de reconhecimento do campo de batalha, sendo capaz ainda de enfrentar a nova geração de tanques soviéticos como os T-44, T-54 e T-55. Uma concorrência seria então deflagrada em meados do ano de 1947, e curiosamente entre as premissas desta demanda se destacava a obrigatoriedade pela adoção de dois modelos gasolina seis cilindros em V refrigerados ar com 500 hp de potência, com as empresas concorrentes podendo optar pelo motor produzido pela Continental Motors Company ou Lycoming Engines. Esta exigência faria do T-37 um dos primeiros carros de combate norte-americanos a a ser projetado em torno de um tipo de motor preexistente, em vez de ser construído primeiro e depois adotar um motor adequado. A seguir seriam apresentas três propostas técnicas comerciais, no entanto as restrições de ordem orçamentária impostas no período pós-guerra atrasariam a liberação de verbas para a construção dos protótipos dos projetos apresentados. Este cenário atrasaria o cronograma original até março de 1949, quando seriam completados os primeiros três carros. Estes protótipos seriam submetidos a um extensivo programa de avaliação comparativa em campo, e neste processo o protótipo apresentado pela Cadilac Automotive Company (uma subsidiaria da General Motors Company), se destacaria, sendo classificado para a segunda etapa desta concorrência, com o modelo recebendo a designação de T-37 FASE II.
De volta ao campo de provas seriam identificadas correções e oportunidades de melhorias, resultando assim na versão de pré-produção, agora designada como T-41E1 pesava 23.500 kg, e poderia ser facilmente classificado como um carro de combate médio, não sendo mais adequado para ser lançado de paraquedas como fora originalmente almejado, porém ainda poderia ser aerotransportado frequentemente. Do ponto de vista técnico tanto o T-41E1 quanto o T-41E2 eram muito parecidos com o M-24 Chaffe, com trem de rolamento de cinco pares de rodas, suspensão com barra de torção, contando, porém, com o novo motor traseiro Continental AOS-895-3 a gasolina de 6 cilindros em V (14.685 cm3) que proporcionava 500 hp a 2.800 rpm, o que lhe concedia uma elevada velocidade em estradas regulares. Suas dimensões eram de 8,05 metros de comprimento (com o canhão a frente) ou 5,60 metros (com o canhão voltado para trás), 3,26 metros de largura e 2,5 metros de altura. Sua blindagem frontal era de 32 mm, com a lateral variando de 19 mm a 25 mm e na torre entre 15 mm a 25 mm. Era fácil de ser reparado e ter componentes substituídos no campo de batalha, estando armado com um canhão M-32 (T138E1) de 76 mm com freio de boca e extrator de fumaça, adaptado para o tiro anti-tanque. Apresentava uma torre bem delgada e inteiramente soldada, de excelente característica. Sua carcaça estava dividida em três partes, na frontal encontrava-se o compartimento do motorista, dispondo de um guidon similar ao de uma bicicleta ou de uma barra de direção, está pouco usual. Já o compartimento de combate, no centro da carcaça era onde local onde estava situada sua torre e abrigava o comandante do carro e o atirador á direita do canhão, com o municiador a esquerda. E por fim a traseira abrigando seu grupo motopropulsor refrigerado ar e sua caixa de mudanças automática Allison CD-500-3, com duas marchas a frente e uma a ré. A celebração do primeiro contrato de aquisição ocorreria em agosto de 1950, porém o início de sua produção em série seria adiado, principalmente a contratempos técnicos da decorrentes da decisão de se incorporar um telêmetro integral diretamente na torre de aço, o que levaria a necessidade de reprojeto de ferramental. Um renovado senso de urgência introduzido pelo início da Guerra da Coréia (1950 - 1953), e as crescentes demandas do Exército dos Estados Unidos (US Army) pela incorporação de mais por mais carros de combate, resultariam na priorização de sua produção. O atendimento a esta demanda emergencial levaria o fabricante a implantar a toque de caixa, reformas em suas instalações localizadas na cidade de Cleveland, transformando este espaço em uma linha de produção exclusiva deste novo carro de combate, envolvendo 3.700 colaboradores.
Este acelerado processo de produção impactaria novamente no projeto original, pois a concepção de seu ferramental envolveria alterações de ordem técnica, resultando em novos atrasos no cronograma original. O modelo receberia a designação de M-41 Little Buldog, mais tarde alterado para M-41 Walker Buldog em homenagem ao General Walton Harris Walker, falecido em um acidente com um jipe na Coréia em 23 de dezembro de 1950. Os primeiros oito carros de produção em série seriam entregues ao Exército dos Estados Unidos (US Army) em julho de 1951. Em março de 1953, mais de novecentos carros de combate já haviam sido entregues, porém seriam disponibilizados para serviço ativo, tarde mais para participar conflito, apesar de alguns carros terem sido enviados para a Coréia antes de julho deste mesmo ano. Em fins do ano seguinte, mais de um e mil e oitocentos carros já haviam sido produzidos, porém seu emprego operacional descortinaria uma série de falhas técnicas, que possivelmente foram originadas de devido à sua produção emergencial. Estudos mais aprofundados realizados entre os anos de 1951 e 1952 apontariam que seria necessário implementar cerca de quatro mil alterações e melhorias no projeto original, levando ao desenvolvimento de uma nova versão. Além disto verificou-se que seu raio de açao era extremamente limitado o que levaria a substituição de seu motor original pelo modelo AOSI-895-5 com sistema de injeção eletrônica, garantindo uma redução de consumo de combustível na ordem de 20%. Deste estudo nasceria a versão M-41A1, que além de atender as demandas de melhoria citadas anteriormente passava a ser equipado com o novo canhão M-76A1 (T138E2), e apresentava aumento da capacidade de armazenamento de munição de 76 mm passando de 24 no M-41 para 44, sendo acondicionadas na torre e 33 na carcaça. Com relação a pontaria, o comandante do carro e o atirador dispunham cada um de um periscópio M-20, cuja ligação balística ao canhão assegurava o alinhamento dos dois campos de visão com o eixo da alma da peça para o alvo selecionado. Além disso, o atirador dispunha de uma luneta M-97 como elemento secundário de pontaria. O municiador contava ainda com um periscópio de observação M-13 no teto da torre. Como armamento secundário mantinha a metralhadora Browning M-2 de 12,7 mm montada sobre a torre e uma coaxial Browning M-1919A4E1 de 7,62 mm, contando com 430 munições de de 12,7 mm e 4.200 de 7,62 mm. Após a aprovação para a produção do M-41A1, seria decidido que pelo menos 1.361 carros do modelo M-41 que se encontravam em uso nas forças regulares, fossem armazenados junto as instalações da Unidade do Corpo de Artilharia (Ordinance Corps Depot), no estado de Ohio, a fim de serem posteriormente elevados para esta nova versão.
Apesar destas melhorias o M-41A1 Walker Bulldog que nesta época já havia substituído completamente os M-24 Chaffe, ainda não se mostraria especialmente popular em serviço no Exército dos Estados Unidos (US Army). Mesmo com o desenvolvimento de suas versões subsequentes como o M-41A2 em 1956 e o M-41A3 em 1958 (que passava a fazer uso do motor a diesel Cummins VTA-903), seu emprego operacional continuaria a frustrar seus operadores. Entre varias observações destacava-se as queixas emitidas por seus condutores a respeito de seu espaço interior limitado, somava-se ainda o fato que sua altura, tamanho e design, afetavam sua capacidade de reconhecimento discreto no campo de batalha. Apesar do desenvolvimento de versões especializadas derivadas de sua plataforma, como o veículo antiaéreo M-42 Duster, obuseiros autopropulsados M-44 e M-52 e por fim o veículo blindado de transporte de tropas M-75, em fins de 1954 sua produção seria encerrada, totalizando 5.467 unidades entregues. Neste momento o comando do Exército dos Estados Unidos (US Army) passaria a focar seus esforços no desenvolvimento do novo carro de combate leve, o M-551 Sheridan. O batismo de fogo do M-41 Walker Buldog ocorreria em abril de 1961, em Cuba durante o preludio da "Invasão da Baía de Porcos", quando cinco destes carros retirados dos estoque do exército foram fornecidos pela Agencia Central de Inteligência (CIA) aos exilados anticomunistas para apoiar a incursão da Brigada 2506 e a subsequente apreensão de locais estratégicos em Cuba que provavelmente seriam patrulhados ou defendidos por blindados, principalmente tanques médios T-34-85 fornecidos pelos soviéticos. Estes seriam transportados para a costa cubana por uma única embarcação de desembarque mecanizada em 17 de abril, depois desembarcaram com o apoio da infantaria em um ataque anfíbio de armas combinadas em Playa Girón. Diversos embates ocorreriam, até que os M-41 tivessem sua munição esgotada, sendo abandonados pelas tripulações. Em 1964, como parte do esforço de apoio e modernização as forças blindadas do Exército da República do Vietnã (ARVN), o Comando de Assistência Militar Norte Americano, determinou o fornecimento de centenas de tanques M-41A3s, que passariam a ser envolver nas maiores operações de combate, ao contrário do ocorrido no Exército dos Estados Unidos(US Army) o modelo de tornou muito popular entre os tripulantes locais, que geralmente eram de menor estatura do que seus contrapartes norte-americanos, e assim não experimentariam o mesmo desconforto proporcionado pelo reduzido espaço interior. Os últimos M-41 Walker Bulldogs foram entregues a este exército em 1972 totalizando 350 carros, e durante a Queda de Saigon entre os dias 28 e 30 de abril de 1975 , muitos destes carros de combate seriam capturados e incorporados ao Exército do Vietnã do Norte sendo mantidos em operação até meados da década de 1990.
O M-41 Walker Bulldog seria o primeiro tanque do pós-guerra a ser adotado pelo Exército Alemão (Bundeswehr) após sua formação em 1955, com 50 desses veículos sendo destinados a compor os batalhões de reconhecimento blindado. No entanto o conceito de carros de combate leves provou ser impopular neste exército, e todos os M-41 seriam desativados em 1966 passando a ser substituídos pelos modelos M-48 Patton e Leopard 1. Em 1958, de 40 a 50 carros do modelo M-41A-3 seriam cedidos as Forças Armadas Libanesa (LAF) a fim de substituírem em sua frota os obsoletos M-4 Sherman Firefly e os carros de combate leves franceses Hotchkiss H35 e Renault R35. Estes seriam amplamente empregados em cenários de conflagração real, atuando desde a crise do Líbano de 1958, a Guerra Civil Libanesa (1975 - 1982) até a Guerra da Montanha (1983 - 1984). Curiosamente além das forças regulares daquele país, vários M-41A-3 capturados seriam utilizados por por facções rebeldes dissidentes, como o Exército Árabe Libanês (LAA), Exército do Libano Livre (AFL), Forças Reguladoras Kataeb (KRF), Milícia dos Tigres e Libertação Popular Exército (PLA). No entanto seu maior usuário seria representando pelo Exército da República da China - Taiwan (ROCA), que começaria receber seus primeiros M-41A3 em 1958, chegando a receber até o ano de 1960 700 carros de combate desta família. Ao longo dos anos uma parcela desta frota seria profundamente modernizada para a versão M-41D, com muitos destes ainda permanecendo operacionais até os dias atuais. O advento da introdução dos novos veiculos blindados de reconhecimento e assalto aerotransportados M-551 Sheridan AR/AAV iniciaria o ciclo de desativação dos M-41A1, M-41A2 e M-41A3 das unidades de linha de frente da cavalaria blindada do Exército dos Estados Unidos (US Army), com estes passando a ser armazenados como reserva técnica. Desta maneira esta família de carros de combate passaria a constar no portifólio do Programa Militar de Assistência - MAP (Military Assistence Program), muito em virtude da grande quantidade armazenada como reserva estratégica. Dentro destes termos deste programa milhares destes carros de combate seriam cedidos ao Brasil, Chile, República Dominicana, Guatemala, Uruguai, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Etiópia, Grécia, Japão, Nova Zelândia, Paquistão, Filipinas, Portugal, Somália, Arábia Saudita, Somália, África do Sul, Espanha, Sudão, Tailândia, Tunísia e Turquia. Diversos programas de modernizações seriam desenvolvidos para esta família de carros de combate, permitindo estender sua vida útil, com muito destes ainda operando em serviço ativo junto as forças armadas da República Dominicana, Guatemala, Taiwan e Uruguai.
Emprego no Exército Brasileiro.
A arma de cavalaria blindada na Força Terrestre seria criada e consolidada no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, período no qual o país após passar a ser signatário do programa de ajuda militar Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos). Nos termos deste acordo seriam recebidos milhares de modernos veículos militares, trazendo ao Exército Brasileiro uma grande mobilidade e poder de dissuasão, se tornando neste período uma grande potência militar regional. Em termos de carros de combate, o país dispunha de uma imponente frota, composta por mais de seiscentos carros de combate leves M-3 e M-3A1 Stuart e médios M-4 e M-4A1 Sherman e M-3A3 e M-3A5 Lee. No entanto este status quo não se manteria por muito tempo, pois logo no final da década de 1950, essa frota passaria a apresentar graves problemas de índice de indisponibilidade, provocada principalmente por problemas na obtenção de peças de reposição, tendo em vista que estes modelos tiveram sua produção descontinuada em meados de 1945. Grande parte ainda destes problemas, estava concentrada no grupo motriz destes veículos blindados, gerando assim estudos de desenvolvimento voltando a implementação de programas de remotorização, substituindo os antigos motores a gasolina por modelos a diesel de fabricação nacional. Apesar de se mostrarem viáveis em termos técnicos e econômicos, estes processos de revisão e modernização efetivados ou ainda em desenvolvimento, apesar de devolverem certa capacidade operativa ao Exército Brasileiro, não atenderiam a demanda de modernização de seus meios blindados. O principal calcanhar de Aquiles da frota de carros de combate M-3 e M-3A1 Stuart, M-4 e M-4A1 Sherman e M-3A3 e M-3A5 Lee repousava em seu natural obsolescência, ficando claro que modelos já se encontravam defasados, considerando ainda que a maior parte desta antiga frota estava composta por veículos armados com os ineficientes canhoes de 37 mm que pouco podiam fazer em um cenário de combate moderno. A solução deste problema passaria obviamente pela aquisição de novos carros de combate (mesmo que em uma pequena quantidade) que possibilitaria assim uma imediata e necessária modernização da força blindada do Exército Brasileira.
Para atendimento a esta demanda o governo brasileiro fazendo uso dos termos do Acordo Militar Brasil - Estados Unidos (que fora celebrado no ano de 1952), acordo este que tinha por objetivo ampliar a influência geopolítica norte-americana, cedendo ao país acesso ao Programa de Assistência Militar (MAP - Military Assistance Program), que garantiria acesso facilitado a modernos equipamentos militares, para assim prover regionalmente uma linha de defesa contra a hipotética ameaça expansionista socialista. Desta maneira em meados do ano de 1959 o adido militar brasileiro baseado na cidade de Washington DC (Distrito Columbia), daria início as tratativas, junto a aquele governo, para a aquisição de veículos militares e carros de combate. Nesta época o Exército dos Estados Unidos (US Army) dispunha em reserva estratégica de uma frota de carros de combate médio da família M-41 Walker Buldog, com estes estando armazenados junto as instalações do Ordinance Corps Depot (Unidade do Corpo de Artilharia) baseado em Lordstown Village, no estado de Ohio. Vale citar que grande parte desta frota contemplava a primeira versão de produção deste modelo, e que foram logo substituídas nas linhas de frente pelas versões melhoradas como o M-41A3, apresentando assim, baixíssimo desgaste operacional. Após a conclusão das negociações burocráticas, uma comitiva formada por oficiais do Exército Brasileiro seria enviada a Ohio, para proceder a escolha de cinquenta carros de combate do modelo M-41 Walker Buldog. Estes seriam separados e então revisados localmente colocados em condições de funcionamento e preparados para transporte por via naval, sendo recebidos no porto do Rio de Janeiro, em 14 de agosto de 1960. Já no país, estes carros seriam preparados para o estágio operacional e treinamento de seus operadores, sendo posteriormente transportados por via terrestre, e distribuídos aos 1º e 2º Regimentos de Reconhecimento Mecanizado (RecMec), que estavam baseados nas cidades de Porto e Alegre e Santo Ângelo no Rio Grande do Sul e ao 3º Regimento de Reconhecimento Mecanizado no Rio de Janeiro, (então Estado da Guanabara). Nestas unidades de imediato os novos carros de combate passariam a substituir os antigos carros de combate leves M-3 e M-3A1 Stuart. Em operação os M-41 naturalmente se mostrariam muito superiores principalmente devido a sua velocidade e poder de fogo, proporcionado pelo moderno canhão M-76A1 (T138E2) de 76 mm.
O grande êxito operacional destes carros de combate levaria o governo brasileiro em 1962 a negociar nos termos do Programa de Assistência Militar (MAP - Military Assistance Program), resultado em um pacote de cessão de 303 carros de combate que deveriam ser recebidos até meados até o final desta mesma década. Estes estariam divididos entre o modelos M-41A1 com 248 blindados e 55 carros da versão mais recente de produção o M-41A3. A principal diferença entre estes novos modelos estava baseada principalmente na motorização, com o último modelo apresentando em seu grupo motriz um, sistema de injeção de combustível, que lhe concedia a mudança de nomenclatura passando a ser designado como Continental AOSI-895-5, além disso possuía um sistema de elevação do canhão de maior ângulo, podendo este ainda ser equipado um conjunto de equipamento de infravermelho, para direcionamento e condução. Apesar destas diferenças, visualmente o M-41A1 e o M-41A3 eram praticamente idênticos com detalhe para os paralamas cortados no primeiro e paralamas retos no último. O recebimento total das quantidades negociadas ampliaria fortemente a força blindada brasileira, permitindo assim proceder o completo reequipamento de suas unidades blindadas de primeira linha permitindo a retirada de serviço dos últimos M-4 e M-4A1 Sherman. Ao substituir os antigos carros de combate, os M-41 Walker Buldog apresentariam aos militares brasileiros inovações tecnológicas de grande monta, como torres com sistema de acionamento hidráulico, maior velocidade de deslocamento, sistemas de mira mais precisos. Seu novo canhão M-32 de 76 mm também era muito superior aos canhões empregados nos carros de combate produzidos durante a década de 1940. A versão M-41A3 estava equipada com um sistema de visão infravermelho, aparato até então inédito no país, e apesar de estar presente em um pequeno número de carros, possibilitou a imersão dos tripulantes em uma tecnologia de suporte a combate realmente nova. Estes se fariam presentes e plenamente operacionais em grandes unidades, como a 5º Brigada de Cavalaria Blindada (Bda C Bld), 1º, 2º, 3º, 4º e 5º Regimentos de Carros de Combate (RCC) e nos 4 º, 6 º, 9 º e 20 º Regimentos de Cavalaria Blindado (RCB). Inclui-se ainda a Escola de Material Bélico (ESMB), berço dos blindados e templo da manutenção do Exército Brasileiro, além do 15 º Regimento de Cavalaria Mecanizado e Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) no Rio de Janeiro.
Este importante movimento reequilibraria a balança de poder terrestre na América do Sul, então neste momento fortemente inclinada para a Argentina, nosso principal hipotético rival que começava a operar em larga escala o modelo TAM (Tanque Argentino Médio). Durante as décadas de 1960 e 1970 caberia ainda ao M-41 Walker Buldog ser o carro de combate responsável pela formação da moderna força blindada no Brasil, consolidando assim a doutrina motomecanizada no Exército Brasileiro. Vale a menção que apesar não haver dados específicos sobre o recebimento de carros do modelo M-41A2, existem alguns documentos internos do Exército Brasileiro que confirma a existência de diversos carros desta versão. Estes veículos devido ao seu tamanho e peso, possuíam a capacidade para serem transportados por via férrea, sem trazer problemas a malha ferroviária brasileira, podendo ser facilmente transportados em pranchas ferroviárias sem grandes modificações. Apenas seriam desenvolvidos alguns tipos de rampas fixas e móveis que facilitavam seu embarque e desembarque. Também poderiam ser transportados em pranchas rodoviárias existentes na Força Terrestre e nas empresas de transporte civil. Este fator possibilitaria seu emprego em âmbito nacional, sendo registrados diversos exercícios de grande monta em diversos pontos do território nacional, comprovando a capacidade de dissuasão da força blindada. Estes carros de combate nunca participaram de combates efetivos, mas tiveram destacada participação em grandes exercícios operacionais, de longa duração simulando cenários reais de combate, proporcionando um amplo aprendizado da tropa na operação com carros de combate, seja na área de logistica, transporte ferroviário, tiros reais e manutenção preventiva e corretiva nas unidades e no campo de treinamento. Os M-41 Walker Buldon seriam eternizados no imaginário popular mediante registros fotográficos obtidos durante os eventos decorrentes da Revolução de 1964, quando foram destacados para a proteção de locais estratégicos principalmente na cidade do Rio de Janeiro e na capital federal em Brasília. Neste período, durante mais de uma semana suas tripulações foram obrigadas a "viver" em seus veículos ou próximos a eles mantendo a prontidão de combate. Porém apesar de sua importância operacional e estratégica, os M-41 Walker Buldog brasileiros, infelizmente nunca receberiam a aplicação dos programas manutenção preventiva e corretivas adequados indicados pelo fabricante. Grande parte das manutenções seriam realizadas fazendo uso de peças de reposição não originais de baixa qualidade, muitas vezes em áreas sensíveis, como retentores, mangueiras e linha hidráulicas.
Este inadequado procedimento de manutenção resultaria a médio e longo prazo em altos índices de desgastes, causando na sequência de quebras de outros componentes vitais, afetando assim a cada vez mais disponibilidade da frota. Esta irresponsável decisão, buscava implementar economias da ordem de algumas centenas de dólares por veículo, colocando em risco um carro de combate que chegava a custar mais de meio milhão de dólares. No início da segunda metade da década de 1970, a frota de M-41 Walker Buldog brasileira já apresentava graves índices de disponibilidade operacional, com este cenário sendo agravado em 1977 após o rompimento do Acordo Militar Brasil - Estados Unidos. As dificuldades na aquisição de suprimentos críticos, agravadas ainda mais pelo fato de seu motor operar com gasolina de alta octanagem, facilmente inflamável e com consumo superior a três litros por quilometro. A este problema se somava o suprimento da munição de 76 mm de seu canhão M-32 que além de não ser fabricado no país foi descontinuada nos Estados Unidos no início da década de 1970. No anseio de resolver estes problemas e objetivando também promover melhorias, seriam conduzidos estudos visando o desenvolvimento de um programa de modernização, onde além da substituição do grupo motriz importado por um nacional, previa-se a alteração do armamento principal, incluindo um canhão de 90 mm. Diversos iniciativas seriam conduzidas a partir de 1977 pela equipe técnica do Parque Regional de Motomecanização da 2º Região Militar (PqRMM/2) de São Paulo, pelo Centro de Tecnologia do Exército (CTEx) e o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (IPD), trabalhando em conjunto com a empresa paulista Bernadini S/A. Após as parametrizações de projeto e assinatura de contrato, em meados de 1978, os primeiros carros seriam encaminhados para a modernização, nascendo assim a versão nacional M-41B. Curiosamente em 1982 seriam adquiridos 53 M-41A3 no Japão , oriundos de excedentes do Exército dos Estados Unidos (US Army) que estavam armazenados em Tóquio e que nunca foram incorporados , visto que não entraram no processo de modernização. Este carros ficariam guardados no então Parque Central de Motomecanização (PqCMM) no Rio de Janeiro e acabariam servindo somente como fonte de peças de reposição. Muitos destes acabariam sendo transformados em monumentos em quarteis ou outros locais.
Em Escala.
Para representarmos o M-41A3 Walker Buldog "EB11-793" optamos pelo kit da AFV na escala 1/35, sendo este o modelo mais indicado para compor a versão empregada no Brasil com kit podendo ser montado diretamente da caixa. Este modelo apresenta ainda um excelente padrão de qualidade (oferecendo inclusive o tubo do canhão em metal). Empregamos decais confeccionados pelo fabricante Decal & Book pertencentes ao "Set Forças Armadas Brasileiras 1942/1982".
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático do Exército Brasileiro, que seria aplicado em todos seus veículos militares desde a Segunda Guerra Mundial até a o final do ano de 1982. . Os M-41, M-41A1 e o M-41A3 Walker Buldog brasileiros, mantiveram este padrão até serem submetidos ao processo de modernização, onde emergiram ostentando o esquema de camuflagem tático em dois tons adotado pela Força Terrestre a partir do ano de 1983.
Bibliografia :
- M-41 Walker Buldog - http://pt.wikipedia.org/wiki/M41_Walker_Bulldog
- Blindados no Brasil Volume I, por Expedito Carlos S. Bastos
- Blindados no Brasil Volume II, por Expedito Carlos S. Bastos
- M-41C Rede de Tecnologia & Inovação do Rio de Janeiro - http://www.redetec.org.br/inventabrasil/caxias.htm
- Carro de combate M41 no Exército Brasileiro - http://www.defesanet.com.br