L-118 Light Gun AR 105 mm

História e Desenvolvimento.
Durante as fases iniciais da Segunda Guerra Mundial, os regimentos de artilharia de campanha do Exército Real (Royal Army) faziam uso em grande parte de peças de médio calibre produzidos pelos arsenais da Fábrica de Artilharia Real (Royal Ordnance Factories – ROF), entre estes os canhões QF 6 Pounder de 57 mm, QFM4 Pounder de 84 mm, QF Pounder 25-pr de 87,6 mm. A partir de março de 1941, o estabelecimento do programa norte-americano de ajuda militar denominado como Leand & Lease Act Bill (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), permitiria aos britânicos o fornecimento de uma grande quantidade de armas e equipamentos de origem norte-americana, entre estas centenas de obuseiros M-2 AR 105 mm e M-1 Howitzer 155 mm, garantindo a sua força terrestre uma importante efetividade no campo de artilharia de campanha. Em fins da década de 1950, o Exército Real (Royal Army) em conjunto com o Corpo de Fuzileiros Reais (Royal Marines) iniciaria um programa visando a adoção de um novo obuseiro leve, a fim de substituir a curto prazo em seus regimento de artilharia os  antigos canhões nacionais de calibre 75 mm, 87,6 mm e morteiros de 110 mm. Estudos seriam conduzidos neste intuito,  analisando diversas opções de desenvolvimento de novas armas de artilharia  ou  a aquisição de sistemas já existentes em usos em outros países. O norteamento da decisão seria definido pela segunda opção, muito em função de necessidade de implementação a curto prazo. Neste contexto, após estudo e avaliações de diversas opções, a escolha recairia sobre o modelo italiano Oto Melara Mod 56, um obuseiro de campanha que fora originalmente projetado e desenvolvido para o atendimento das demandas do Exército Italiano (Esercito Italiano), visando seu emprego nas unidades de artilharia de montanha. Como este sistema de armas fora desenvolvido para o emprego neste terreno de operações, apresentava um peso final extremamente leve, o que permitiria ser aerotransportado pelos helicópteros Westland Wessex HC.2 e facilmente rebocado por viaturas leves com tração integral como os utilitários Land Rover Defender e outros, se ajustando assim as demandas britânicas. Negociações seriam conduzidas logo em seguida, resultando da celebração de um contrato envolvendo a compra de menos quinhentas peças, customizadas para o emprego de munição norte-americana M-1 (designada como "105 mm How" no Reino Unido).   

Este novo sistema de artilharia receberia a designação local britânica de  L-5 105 mm, com as primeiras peças sendo declaradas operacionais no Exército Real (Royal Army) e no Corpo de Fuzileiros Reais (Royal Marines) a partir de meados do ano de 1961, com seu cronograma final de recebimento previsto para quarenta e oito meses. No entanto nos primeiros dois anos de emprego operacional, seriam identificadas deficiências graves, entre estas seu baixo alcance, que o tornava potencialmente vulnerável ao fogo de contra-bateria e sua insuficiente taxa de disparo e tempo de resposta. A combinação destes dois fatores prejudicava a letalidade operacional deste tipo de armamento em um cenário e conflagração real, impactando na efetividade de sua arma de artilharia de campanha. A fim de se solucionar esta situação problemática, em 1965 seria emitido pelo departamento de Estado Maior do Reino Unido, um requerimento visando o desenvolvimento de um novo sistema de armas de calibre 105 mm, que receberia a designação de L-118 Light Gun. Este documento estabelecia como requisitos básicos um peso máximo de 1.600 kg, operação em 360º, capacidade de disparar imediatamente após ficar sob a água por trinta minutos, e dimensões compatíveis para serem aerotransportados pelos novos helicópteros Boeing HC Chinook e aeronaves de transporte Hawker Siddeley HS 780 Andover. Em termos de munição, este novo obuseiro deveria fazer uso de projéteis de fabricação nacional Fd Mk 1 e Fd Mk 2 de calibre  105 mm e munição norte-americana How (M-1) calibre 105 mm para treinamento.  No entanto, em 1964, esta definição seria alterada, permitindo assim que uma variante designada como  L-119 pudesse operar com a munição de 105 mm padrão norte-americana a US 1935 (M-1). Definidos os requisitos básicos, diversas propostas seriam apresentadas em 1965,  com o melhor estudo conceitual sendo deferido como plataforma de desenvolvimento, ficando seu projeto final a cargo do Centro Real de Pesquisa e Desenvolvimento de Armamentos (RARDE), baseado no centro de pesquisas militares de Fort Halstead na região de Kent no sul da Inglaterra. Seus primeiros protótipos foram completados em meados do ano de 1968, sendo logo submetidos a testes práticos de campo, com seus primeiros resultados apontando para a necessidade de reavaliação de projeto. Neste contexto, seriam revistos uma série de itens críticos, pois a concepção original na arma não apresentava o índice de robustez almejado em seus requisitos operacionais. Como solução seria necessário reforçar a sua estrutura básica o resultaria em um aumento de seu peso final. 

Este processo culminaria em um novo modelo de obuseiro leve, com seus primeiros protótipos sendo completados janeiro de 1974, com estas peças sendo submetidas a um novo programa de testes práticos de campo e disparo operacional.  Entre as características marcantes deste novo modelo estavam sua culatra de bloco deslizante vertical com mecanismo de disparo elétrico, operando em conjunto com uma trilha de caixa em vez de uma trilha dividida, fazendo uma plataforma transversal, com recuo hidropneumático. Seu peso final de 1.858 kg (4.096 lb), em função do porte da peça podia ser considerado relativamente leve, com este fator sendo atribuído ao aço usado no carro e no cano do canhão, com este fato sendo facilitado pela estreita distância entre eixos. Porém este sistema impedia a peça de girar no ângulo de 180º necessário para 'desdobrar' a arma. Devido a este fator, o L-118 Light Gun estava equipado com um cubo de desmontagem em um lado, permitindo que o material bélico seja girado removendo uma roda. Contando com uma equipe de artilharia bem treinada, este procedimento podia ser realizado em apenas trinta segundos. Em manobra de transporte com a peça desdobrada, podia-se ser tracionada nesta posição em uma velocidade máxima de até 64 km/h, já em operações de deslocamento de longa distância ou em terrenos acidentados, o barril passava a ser é invertido e preso ao final da trilha. Desta vez a arma receberia sua aprovação técnica com sua homologação para produção em série sendo emitida em maio de 1975. Sua produção junto a Fábrica de Artilharia Real (Royal Ordnance Factories – ROF), teria início em junho de 1975. As primeiras entregas aos regimentos de artilharia de campanha do Exército Real (Royal Army), tiveram início em abril de 1976, sendo seguidas em setembro de entregas para o Corpo de Fuzileiros Reais (Royal Marines). Os primeiros lotes de produção estavam equipados com visores L7 ou L-7A1, incorporando uma escala de elevação integral e iluminação interna alimentada por fontes de luz do tipo Trilux, que seriam empregados para apontar o canhão durante operações de disparo de fogo indireto. Havia também a opção de emprego de um sistema de telescópio de fogo direto com um sistema para uso noturno, fazendo uso de um conjunto de intensificação de imagem.   

Apesar do novo obuseiro L-118 Light Gun 105 mm apresentar um peso final superior as peças de artilharia antecessoras, que impossibilitam ser aerotransportado pelos Westland Wessex HC.2, já se encontrava em pleno processo de implantação nas forças armadas britânicas os novos helicópteros de grande porte, como os Westland Puma HC Mk 1 e Westland WS-61 Sea King que dispunham de capacidade carga para o transporte com facilidade destas novas peças de artilharia. Já no modal terrestre o L-118 Light Gun passaria a ser tracionado pelos novos Land Rover 101 Forward Control, um veículo desenvolvido especialmente para o emprego no transporte dos lançadores de misseis terra ar Rapier. Ao longo dos anos seguintes este obuseiro de campanha passaria a representar o esteio da da artilharia britânica da faixa de calibre 105 mm. Seu batismo de fogo ocorreria durante a Guerra das Falklands – Malvinas em 1982, quando cinco baterias, totalizando trinta obuseiros seriam intensivamente empregados durante a operação de retomada das ilhas após os desembarques das forças britânicas. Nas fases finais desta campanha durante o cerco a capital de Port Stanley, estes canhões disparariam até quatrocentos tiros por peça por dia, principalmente fazendo uso de "carga super", um sistema propulsor de projetil de artilharia mais poderoso que proporcionava mais efetividade e alcance a arma. Neste breve conflito pode-se conferir ao obuseiro leve L-118 Light Gun 105 mm uma contribuição significativa na vitória britânica durante a campanha terrestre. A partir deste momento com base nos excelentes resultados obtidos em um cenário de conflagração real, este modelo ganharia notoriedade internacional, passando a conquistar importantes clientes de exportação, chegando a equipar as forças armadas do Bahrein, Benim, Bósnia-Herzegovina, Botswana, Brasil, Irlanda, Quênia, Malawi, Marrocos, Nepal, Nova Zelândia, Omã, Portugal, Espanha, Tailândia, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Austrália, Holanda e Suíça. Uma importante conquista seria marcada pela assinatura de um contrato para sua produção em série nos Estados Unidos, com a versão M-119 passando a equipar o Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (US Marine Corps). A seguir um acordo semelhante seria firmado com a Austrália para a versão L-119 Light Gun.  Sua fabricação seria descontinuada somente no ano de 1987, totalizando mais de mil e quinhentos obuseiros entregues. 
Os excelentes resultados operacionais classificariam a família de obuseiros L-118 - L119 Light Gun a receber a implementação de programa de extensão de vida, passando ao longo dos anos a serem submetidos a processos de aprimoramento e modernização. Neste intuito no início da década de 1990, os L-118 Light Gun do Exército Real (Royal Army) e do Corpo de Fuzileiros Reais (Royal Marines) passariam a ser equipados com um dispositivo de medição de velocidade de focinho (MVMD), um radar e sua fonte de alimentação. Em 1999 um novo programa nestas peças seria implementado envolvendo agora substituição de suas miras ópticas pelo sistema de apontamento de artilharia LINAPS (APS) montado acima do cano. Este novo sistema fazia uso de giroscópios a laser de três anéis para determinar o azimute, o ângulo de elevação e o ângulo de inclinação do canhão, e incluía também recursos para navegação e auto levantamento usando um sistema de posicionamento global (GPS), e medição de direção inercial e medição de distância. Em 2007 um novo programa seria implementado, agora visando reduzir o peso total da peça e aprimoramento de componentes críticos, envolvendo a troca de componentes de aço por ligas de titânio. Por volta de 2010, novas miras de tiro direto (com função e visão noturna) para uso de longo alcance seriam introduzidas em obuseiros L-118 Light Gun destinados a operar no Afeganistão. Este programa envolvia também a adoção de uma nova unidade de controle (LCDU) com uma tela sensível ao toque um pouco maior, sendo integrada ao sistema de transferência de eletrônica de dados do tipo FC-BISA padrão empregado pelos países da  OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para tiro direto. Já as peças de artilharia em serviço no Exército dos Estados Unidos (US Army), seriam atualizadas a partir do ano de 2013, resultando na versão M-119A3, que passava a ser equipada com um sistema de controle de fogo digital e unidade de navegação inercial auxiliada por GPS usando software derivado do M-777A2. 

Emprego nas Forças Armadas Brasileiras.
A moderna artilharia de campanha seria estabelecida no Exército Brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial, quando nosso país se alinhou ao esforço de guerra aliado. Desta maneira o Brasil passaria a  ser signatário do programa norte-americano de ajuda militar denominado como Leand & Lease Bill Act (Lei de Arrendamentos e Empréstimos), que garantiria um crédito na ordem de US$ 100 milhões para a cessão as Forças Armadas Brasileiras de modernos equipamentos, veículos, embarcações, aeronaves  e sistemas de armas. Neste momento seria recebida uma variada gama de peças de artilharia com calibres oscilando entre 37 mm a 305 mm, passando assim a substituir nas unidades de primeira linha, os antigos canhões de campanha de origem francesa, alemã e inglesa. Principalmente neste contexto, a introdução dos modernos obuseiros M-1 Howitzer 105 mm e M-2 Howitzer 155 mm, representariam grande avanço tecnológico e operacional para a artilharia da força terrestre brasileira, que até então operavam com equipamento completamente defasado e de questionável efetividade operacional, se empregados no moderno cenário de enfrentamento terrestre. Em termos de formação doutrinaria, seria edificado um processo que teria início com os treinamentos ministrados pelo corpo técnico do Exército dos Estados Unidos (US Army) e sedimentado pelo calor da batalha. No front guerra italiano a Artilharia Divisionária da Força Expedicionária Brasileira (FEB), composta por quatro batalhões de obuseiros (Grupos de Obuses), sendo três deles com doze obuseiros M-2 105 mm cada, e um Batalhão de Artilharia (IV) com doze  M-1 155 mm participariam ativamente da campanha da Itália (1944-1945).  Este poder de dissuasão seria reforçado a partir da segunda metade da década de 1960, quando mais obuseiros dos modelos M-2 e M-2A1 AR de 105 mm, M-102 AR 105 e M-1 AR de 155 mm seriam cedidos nos termos do programa do “Acordo de Assistência Militar Brasil Estados Unidos”, não só ao Exército Brasileiro, mas também ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN). Em termos de renovação de peças de artilharia mais modernas, este movimento infelizmente seria mínimo, com o Exército Brasileiro recebendo apenas dezenove obuseiros atualizados do modelo M-102 AR 105 mm Howitzer entre os anos de 1967 e 1968. Devido a este fato decidiria-se por concentrar todas estas "novas" peças de artilharia no 25º Grupo de Artilharia de Campanha - Bagé (25º GAC), sediado na cidade de Bagé no interior do Rio Grande do Sul. 

No início da década de 1980, ficava clara a necessidade de aquisição de novos obuseiros de 105 mm para a Força Terrestre, tendo em vista que os M-101AR (M-2 e M-2A1) se encontravam em operação há mais de quarenta anos. Estes veteranos apesar da idade apresentavam plena disponibilidade operacional, com esta proporcionada pelo esmerado trabalho de manutenção frequente e implementação de processos de atualização técnica, envolvendo ainda com a produção local de peças de reposição, junto aos Arsenais de Guerra. Apesar desta certa independência ficava notório que o M-101AR 105 mm não atendia mais as às necessidades operacionais principalmente de alcance e amplitude de campo de tiro exigidas no combate moderno. A fim de atender esta importante demanda, o comando do Exército Brasileiro iniciou estudos visando a possível aquisição e uma novo obuseiro de campanha com calibre de 105 mm, com este processo englobando a possível de até cinquenta peças. Estas após sua incorporação deveriam substituir as peças mais desgastadas dos obuseiros M-101AR 105, e complementar o inventário dos Grupo de Artilharia de Campanha Leve, Grupos de Artilharia de Campanha Paraquedista e Brigadas de Infantaria. Diversas opções seriam analisadas envolvendo armas francesas, italianas, britânicas e norte-americanas, com a escolha recaindo sobre o obuseiro leve L-118 Light Gun de 105 mm que apresentava as melhores relações de custo-benefício atrelado a uma excelente linha de financiamento. Desta maneira seria celebrado em abril de 1982 um contrato entre o Ministério do Exército e a empresa estatal britânica Royal Ordnance Factories – ROF, visando a aquisição de quarenta destas peças de artilharia auto rebocáveis novas de fábrica, compreendendo o reparo L17 A1 e boca de fogo L-19 A1, componentes de reposição, munição específica e bocas de fogo intercambiáveis L-20 A1, permitindo converter este modelo na versão L-119 Light Gun para emprego com munição padrão de origem norte americana do tipo M-1. Estes novos obuseiros estariam equipados com Sistemas de Pontaria Direta, composto com uma Luneta para o tiro direto, graduada para o uso das granadas anticarro (HESH) e munições explosivas  HE L31A3 para emprego contra todos os tipos de alvos. Também seriam recebidos com lunetas de  pontaria noturna - usada somente com a granada anticarro, alças e massa de mira do aparelho de pontaria, para uso no caso da luneta cotovelo está inoperante e luneta panorâmica - usada para alvos estáticos. Este conjunto era indicado para uso em alvos a grande distância. 
Em termos de munições, seriam empregadas as granadas dos tipos: Explosiva (HE L31A3), Granadas 105 mm, Fumígenas de Cobertura (SMK BE L45A2), Granadas 105 mm, Fumígenas de Sinalização, (MARKER RED L37A2/MARKER ORANGE L38A2), Granadas Iluminativas, (ILUM BE L43A2), Granadas 105 mm, de Exercício (PRAC FLASH RO38-05A1) e Granadas Anticarro (HESH L42). Com todas estas sendo posteriormente produzidas no país. Apesar de fazer uso de munição de mesmo calibre dos antigos obuseiros M-2 AR 105 mm (M101), o cano do canhão desta nova arma era mais longo, refletindo assim em um melhor aproveitamento da queima do propelente da granada levando a um maior alcance balístico. Assim, o L-118, pode atingir um alvo a 17,2 km de distância, que representa um tremendo incremento em relação ao seu antecessor. Este obuseiro possuía ainda um sistema de recuo hidropneumático com a culatra deslizante vertical, facilitando seu emprego operacional. Por ser um equipamento auto rebocado, a guarnição da peça seria composta pelo Chefe de Peça (CP), Cabo Apontador e Atirador (C1), Soldado Carregador (C2), Soldado Municiador (C3), Soldado Municiador-Chefe (C4), Soldado Municiador (C5), Soldado Municiador-Chefe (C6) e Motorista (Mot). Embora esta equipe normal de operação tenha seis homens, até quatro homens bem treinados podem operar a função de tiro e conseguir uma cadência de até oito tiros por minuto. No início de 1985, seriam recebidos no porto do Rio de Janeiro os primeiros obuseiros L-118 Light Gun 105 mm, sendo alocados inicialmente junto a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), a fim de se estabelecer a doutrina operacional e consequente elaboração do Manual de Campanha “Serviço da Peça do Obuseiro L118”. Após este processo estas peças seriam distribuídas ao 2º Grupo de Artilharia de Campanha Leve (2º GAC L), 8º Grupo de Artilharia de Campanha Paraquedista (8º GAC Pqdt), 10º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva (10º GAC Sl), 20° Grupo de Artilharia de Campanha Leve – Aeromóvel (20º GAC L – Amv), 26° Grupo de Artilharia de Campanha (26º GAC) e ao 32° Grupo de Artilharia de Campanha (32º GAC), com cada bateria sendo composta por 4 peças sendo geralmente tracionadas por caminhões Mercedes Benz LAK 1418 - VTNE (Viatura de Transporte Não Especializada). 

Ao longo dos anos seguintes estes obuseiros teriam uma operação profícua na Força Terrestre, qualidades estas que levariam o comando da Marinha do Brasil em 1995, a negociar junto ao fabricante a compra de  dezoito peças do modelo L-118 Light Gun 105 mm. Estas armas seriam destinadas ao emprego da artilharia de campanha de sua força anfíbia, sendo alocados junto Batalhão de Artilharia de Fuzileiros Navais (BtlArtFuzNav), Unidade subordinada a Divisão Anfíbia. Neste contexto estes novos obuseiros teriam a missão de prestar apoio cerrado e contínuo aos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais, proporcionando a concentração de fogo em uma determinada aérea, e podendo ainda transferir seu tiro rapidamente de um alvo para outro sem necessidade de mudança de posição, neutralizando assim forças ou instalações inimigas. Poderia ainda lançar cortinas de fumaça, iluminar áreas determinadas e atingir alvos em posições desenfiadas. Tanto a serviço do Exército Brasileiro quanto no Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil, estas peças de artilhariam operariam sendo frequentemente helitransportados ou aerotransportados, demonstrando extrema capacidade de mobilidade em qualquer terreno e localidade do território nacional. A partir do final da década de 2010, o comando da Força Terrestre verificaria  a necessidade de se prover a recuperação destes obuseiros britânicos, visando assim manter sua plena operacionalidade. Inicialmente os estudos seriam conduzidos pelo Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), focando a modernização do antigo conjunto de vedação do seu sistema de freio recuperador, pois este apresentava muitas falhas de estanqueidade, mistura de fluidos e desgaste acentuado, o que provocava problemas de desempenho e o comprometimento da disponibilidade da frota. Neste contexto o Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), desenvolveria  uma configuração moderna e consagrada, como caso de sucesso em equipamentos de alto desempenho. Esta solução faria uso de  materiais de última geração como ligas de teflon, poliuretano e aço inox, permitindo alto desempenho ao sistema com o mínimo de desgaste a seus componentes, resultando em períodos de disponibilidade muito maiores sem a necessidade de troca dos componentes. Oportunamente foi concluída a avaliação dos discos de embreagem do mecanismo de elevação do obuseiro L-118 Light Gun nacionalizados, bem como a validação do funcionamento da primeira versão do conjunto de vedação para o sistema do freio recuperador do obuseiro, fabricado no Brasil pela Vedabrás Indústria e Comércio Ltda.
Em dezembro do ano de 2020, começariam a ser entregues as unidades operativas do Exército Brasileiro, os primeiros L-118 Light Gun 105 mm recuperados, permitindo assim estender a vida útil destas peças de artilharia até a sua provável substituição no final da década de 2020. O processo de recuperação dos obuseiros leves L-118 Light Gun 105 mm seria o primeiro passo para a atualização de sua capacidade operativa, o próximo passo seria modernizar os Sistemas de Pontaria Direta, com a solução sendo nacionalmente desenvolvida pela estatal Imbel S/A. Esta solução se basearia no uso do Modulo Genesis, um sistema computadorizado de direção e coordenação de tiro Nível Brigada, que objetivava substituir os métodos tradicionais, de forma a atender às necessidades de Apoio de Fogo das Armas de Infantaria, Cavalaria e Artilharia. Dotado de equipamentos apropriados para o emprego em campanha, o sistema possibilitaria maior precisão e um expressivo ganho de velocidade no processamento das missões de tiro, permitindo que o comandante intervenha no combate pelo fogo no momento oportuno e com munições e volumes adequados. O Sistema Gênesis torna o Apoio de Fogo contínuo e preciso, realizando a centralização de todas as unidades de tiro que estão sob seu controle operacional. Além disso, o Sistema Gênesis é flexível e modular, permitindo a redistribuição de seus módulos em função das necessidades táticas. Esta união de esforço permite recuperar a capacidade efetiva da artilharia de campanha do Exército Brasileiro, até a provável substituição destes obuseiros, planos que já estão em estudo derivando para opções como a aquisição de até oitenta e seis  peças do modelo norte americano M-119A2 de 105 mm, oriundos dos estoques do Departamento de Defesa do governo dos Estados Unidos (DoD), junto a materiais para a sua operação, através do “Foreign Military Sales” (FMS). Esse projeto está incluído no Subprograma Sistema de Artilharia de Campanha (SPrg SAC), integrante do Programa Estratégico do Exército Obtenção da Capacidade Operacional Plena (Prg EE OCOP), levando em conta as demandas do combate moderno e as necessidades de mobilidade tática. O principal objetivo deste programa é o de substituir os atuais M-101AR já com setenta e cinco anos de uso e, futuramente, os obuseiros L-118 Light Gun e M-56 Oto Melara.

Em Escala.
Para representarmos o obuseiro L-118 Light Gun 105 mm, fizemos uso do excelente kit impresso em 3D do fabricante nacional 3D Scale Models na escala 1/35. Modelo de fácil montagem e bom nível de detalhamento. Para se representar a versão usada pelo Exército Brasileiro, não é necessário proceder nenhuma mudança, com o modelo podendo ser montado direto da caixa. 
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o primeiro padrão de pintura tático em dois tons, aplicado aos obuseiros quando de seu recebimento durante a década de 1980. Este esquema seria alterados após a implementação do programa de recuperação e atualização realizado pelo  Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP). Este sendo muito semelhante ao empregado nas peças pertencentes ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.



Bibliografia: 

- L118 Light Gun 105 mm - https://www.no-regime.com/ru-pt/wiki/L118_light_gun
- 25º Grupo de Artilharia de Campanha - http://www.25gac.eb.mil.br/
- Sistema Gênesis GEN-3004 - https://www.imbel.gov.br/index.php/comunicacoes-eletronica-e-sistemas 
- Obuseiro M119A2 para o Brasil? - https://tecnodefesa.com.br/obuseiro-m119a2-para-o-brasil/
- Recuperação de obuseiros de 105mm - Paulo Roberto Bastos Jr. www.tecnodefesa.com.br