A definição dos conceitos que resultariam nos esforços iniciais para o desenvolvimento e produção de um veiculo leve blindado com tração integral 4X4 para o emprego na Força Terrestre Brasileira, remete inicialmente a década de 1970, quando seriam apresentadas as primeiras ideias pela equipe técnica de projetos do Parque Regional de Motomecanização da 2ª Região Militar de São Paulo (PqRMM/2). O principal objetivo na concepção deste novo blindado, seria o de substituir na tarefa de veículo de exploração, os velhos jipe norte-americanos Willys MB e Ford GPW empregados nos Regimentos de Cavalaria Mecanizada (RC Mec). Plataformas essa que apresentavam grande vulnerabilidade para seus ocupantes, por não apresentar nenhum nível de blindagem. Dessa forma neste período, surgiria logo em seguida o primeiro conceito deste tipo de viatura, que seria designado inicialmente como “Autometralhadora 4X4”. Este programa seria desenvolvido em conjunto com o projeto da Viatura Blindada Brasileira (V.B.B), um projeto que tinha por objetivo principal substituir os antigos blindados sobre rodas norte-americanos Ford M-8 Greyhound, recebidos durante a Segunda Guerra Mundial e empregados na Itália pelo 1º Esquadrão de Reconhecimento na Campanha pertencente a Força Expedicionária Brasileira (FEB). No entanto estes dois programas não avançariam além das fases de mock up e protótipos, pois neste momento o interesse do comando do Exército Brasileiro estaria voltado na aquisição de um veiculo blindado sobre rodas com tração 6X6, ao invés das duas soluções com tração 4X4 apresentadas. Esta demanda levaria ao reprojeto da Viatura Blindada Brasileira (V.B.B), que ao final do projeto culminaria no blindado leve de maior sucesso da indústria de material de defesa nacional, o Engesa EE-9 Cascavel. A introdução deste novo modelo e seu consequente sucesso operacional no Exército Brasileiro como viatura de combate, reconhecimento e exploração, inibiriam qualquer possibilidade de sucesso para implementação de um novo veículo com tração 4X4 a ser destinado a neste escopo de missão na Força Terrestre Brasileira.
O retumbante sucesso comercial em exportações de defesa para dezenas de nações, representado não só pelo Engesa EE-9 Cascavel, mas também do blindado de transporte de tropas EE-11 Urutu, proporcionariam a empresa, os recursos necessários para o desenvolvimento de uma variada gama de novos produtos militares. Apesar do negativo interesse do Ministério do Exército pela aquisição de um veículo blindado com tração integral 4X4, neste momento, a diretoria comercial da empresa, vislumbrava no mercado de exportação, um grande oportunidade para viaturas com esta configuração de emprego operacional. Os parâmetros iniciais para a criação deste novo projeto visavam o desenvolvimento de um veículo leve blindado, que deveria contar com uma tripulação composta por um motorista, um comandante e um atirador. Devia ainda apresentar um sistema de tração integral 4X4, direção hidráulica integral (permitindo acionamento mecânico em caso de emergência), já seu grupo motriz a diesel, deveria ser posicionado na parte traseira da viatura, sendo acoplado a transmissão mecânica de cinco velocidades à frente e uma à ré. Deveria ser equipado com um sistema elétrico de 24 volts, prevendo circuitos de iluminação civil e militar. O veículo proposto em sua configuração padrão, poderia ser armado para autodefesa com uma metralhadora externa de calibre 7,62 mm, ou 12,7 mm, instalada numa torreta giratória blindada, operando em conjunto com quatro lançadores de granadas fumígenas. Curiosamente o modelo poderia ser empregado como plataforma anticarro, podendo ser integrado ao sistema de misseis MBDA Milan 1A2. Visando otimizar o custo benefício operacional, a nova viatura apresentaria um alto grau de comunalidade com os demais veículos blindados produzidos pela empresa, empregando ainda rodas de aço estampado idênticas ao usadas no Engesa EE-9 Cascavel, pneus à “prova de balas” com sistema automático de enchimento, dispunha ainda de um sofisticado conjunto ótico de periscópios para observação além como item opcional dispor de um sistema passivo de visão noturna.
O retumbante sucesso comercial em exportações de defesa para dezenas de nações, representado não só pelo Engesa EE-9 Cascavel, mas também do blindado de transporte de tropas EE-11 Urutu, proporcionariam a empresa, os recursos necessários para o desenvolvimento de uma variada gama de novos produtos militares. Apesar do negativo interesse do Ministério do Exército pela aquisição de um veículo blindado com tração integral 4X4, neste momento, a diretoria comercial da empresa, vislumbrava no mercado de exportação, um grande oportunidade para viaturas com esta configuração de emprego operacional. Os parâmetros iniciais para a criação deste novo projeto visavam o desenvolvimento de um veículo leve blindado, que deveria contar com uma tripulação composta por um motorista, um comandante e um atirador. Devia ainda apresentar um sistema de tração integral 4X4, direção hidráulica integral (permitindo acionamento mecânico em caso de emergência), já seu grupo motriz a diesel, deveria ser posicionado na parte traseira da viatura, sendo acoplado a transmissão mecânica de cinco velocidades à frente e uma à ré. Deveria ser equipado com um sistema elétrico de 24 volts, prevendo circuitos de iluminação civil e militar. O veículo proposto em sua configuração padrão, poderia ser armado para autodefesa com uma metralhadora externa de calibre 7,62 mm, ou 12,7 mm, instalada numa torreta giratória blindada, operando em conjunto com quatro lançadores de granadas fumígenas. Curiosamente o modelo poderia ser empregado como plataforma anticarro, podendo ser integrado ao sistema de misseis MBDA Milan 1A2. Visando otimizar o custo benefício operacional, a nova viatura apresentaria um alto grau de comunalidade com os demais veículos blindados produzidos pela empresa, empregando ainda rodas de aço estampado idênticas ao usadas no Engesa EE-9 Cascavel, pneus à “prova de balas” com sistema automático de enchimento, dispunha ainda de um sofisticado conjunto ótico de periscópios para observação além como item opcional dispor de um sistema passivo de visão noturna.

Pesquisas de mercado realizadas pela diretoria de marketing da empresa elencavam o Exército Iraquiano ( القوات البرية العراقية), como o principal cliente em potencial para o novo Engesa EE-3 Jararaca. Negociações seriam conduzidas sendo concretizadas em um contrato para a exportação de duzentos e oitenta viaturas, gerando excelentes perspectivas para seu novo blindado, e estimativas iniciais de mercado, o projetavam como um dos principais produtos do portifólio da empresa a longa prazo. Infelizmente nenhum Engesa EE-3 Jararaca seria efetivamente entregue, pois nesse mesmo momento o degringolar das condições de inadimplência daquele país em relação a contratos anteriores firmados com a Engesa S/A, levariam a empresa a abortar qualquer entrega futura. Este fato representaria um grande baque para o projeto, no entanto a empresa continuaria a acreditar no projeto, e logo o modelo celebraria seu primeiro êxito comercial. Em 1983 um contrato seria firmado para a exportação de quinze EE-3 Jararaca para o Chipre, estas viaturas seriam adquiridas para compor um parte de um grande plano de modernização das forças armadas do pais, demandado em meio a tensões desencadeadas pela declaração de independência do norte de Chipre. Estes blindados seriam intensamente empregados pela Guarda Nacional Cipriota (Εθνική Φρουρά, Ethnikí Frourá), mas não no papel de veículos de reconhecimento e exploração e sim em missões antitanque, sendo integrados com misseis guiados MDBA Milan, operando em conjunto com os Engesa EE-9 Cascavel. Novas negociações seriam agora conduzidas junto ao governo da Líbia, e neste contexto este possível cliente exigiria que estes veículos fossem equipados com um completo sistema de proteção que os permitissem operar proporcionando efetiva segurança para seus tripulantes em ambientes de guerra nuclear, química e biológica (NBC). Desta maneira a equipe de engenharia da empresa rapidamente atenderia a esta demanda fazendo o uso de kits especiais de origem norte-americana atendendo a contento assim a especificações apresentadas pelo Alto Comando das Forças Armadas (al-Qiyada al-ulya lil-quwwat al-musallaha). Novamente esta venda seria concluída, pois esta negociação seria vetada pelo governo norte-americano que avaliou que a Líbia seria apenas um intermediário, com estes blindados sendo destinados a outros países que no momento apresentavam embargos internacionais.

Em meados da década de 1970, o Exército Brasileiro passava a vivenciar um representativo processo de modernização, envolvendo neste contexto principalmente sua força motomecanizada, que ainda estava baseada em veículos oriundos dos acordos de Leand & Lease Act Bill (Lei de Empréstimos e Arrendamentos), recebidos durante a Segunda Guerra Mundial. Fazendo uso dos termos de programas de ajuda militar norte-americana, seriam recebidos centenas de caminhões militares, carros de combate e veículos blindados de transporte de tropa. Apesar deste cenário, neste momento a empresa paulista Engesa S/A começava a se consolidar como um dos principais fornecedores das Forças Armadas Brasileiras (e um grande player internacional), recebendo grande contratos para a produção de veículos como os caminhões EE-15 (4X4) - EE-25 (6X6) e veículos blindados sobre rodas (6X6) como os EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu. Apesar das negativas anteriores do Ministério do Exército em adotar blindados sobre rodas com tração integral 4X4, a empresa detinha um excelente relacionamento com os militares brasileiros e faria uso disto para iniciar um programa de cooperação, envolvendo os planos iniciais referentes ao modelo VBB-1 (Viatura Blindada Brasileira 1) desenvolvido anteriormente. Este projetos seriam fornecidos pela equipe técnica do Parque Regional de Motomecanização da 2º Região Militar de São Paulo (PqRMM/2). Além de visar principalmente o mercado de exportação, esta iniciativa objetivava a participação da empresa em uma possível futura concorrência nacional, que se avizinhava prevendo a aquisição de mais de mil e duzentas viaturas blindadas leves sobre rodas, divididas em variantes especializadas como reconhecimento, anticarro, radar, posto de comando, observador avançado e porta-morteiro. E como fator competitivo a alta taxa de comunalidade de componentes básicos e críticos, com os EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu, poderia representar uma grande vantagem a favor da empresa nesta possível contenda, gerando assim a Força Terrestre, uma excelente relação de custo-benefício em termos de operação e manutenção.
Apesar da notória falta de interesse do comando do Exército Brasileiro neste momento, a empresa mais uma vez demonstraria sua faceta de ousadia, e fazendo uso de recursos próprios iniciaria a produção de dois protótipos funcionais, que seriam concluídos em fins do ano de 1979. Os primeiros testes de campo realizados internamente pela equipe da avaliação da Engesa S/A, revelariam a existência de inúmeros problemas de ordem técnica, levando assim a uma ampla revisão de seu projeto, com este processo se arrastando durante todo o ano de 1980. Superada esta fase de redesenho, estes dois protótipos do agora denominado EE-3 e batizado como Jararaca, seriam entregues ao Exército Brasileiro em abril de 1981, sendo transportados para o Campo de Provas de Marambaia, no Rio de Janeiro para avaliação. Neste momento estes dois veículos blindados sobre rodas, seriam submetidos a um amplo programa de testes em campo, levando a viatura até seus limites máximos operacionais, com este programa sendo concluído em meados de março do ano seguinte. Por fim, o relatório final de avaliação, acabaria por não recomendar a adoção desta viatura, não em si pelo conceito de um modelo com tração integral 4X4 (em função do processo de implementação dos blindados 6X6 EE-9 Cascavel e EE-11 Urutu), mas por novamente apresentar inúmeras falhas mecânicas, quando da operação do veículo, nos mais diversos tipos de terreno. Especula-se que estas deficiências aparentemente seriam originadas em falhas de engenharia que foram negligenciadas durante o estágio de projeto, muito em função da busca frenética pelo atendimento ao cronograma de conclusão dos protótipos funcionais para apresentação a seus possíveis clientes. Esta decisão negativa por parte do comando do Exército Brasileiro, sepultaria então possibilidade atual ou futura de aquisição no pais deste tipo de viatura blindada leve com tração integral 4X4.

Entre os muitos credores da massa falida, se destacava o Governo Federal como principal, com dividas alicerçadas em empréstimos bancários e impostos, e assim seria decidido que grande parte dos ativos, veículos e peças de reposiçao deveriam ser incorporados ao Exército Brasileiro por autorização judicial. Neste pacote, se encontravam os dois protótipos originais e funcionais do EE-3 Jararaca. Neste mesmo ano seria definido que estas viaturas deveriam ser alocadas junto ao 13 º Regimento de Cavalaria Mecanizado (13 º RecMec) baseado na cidade de Pirassununga no interior de São Paulo. Estes blindados seriam antes completamente revisados nas oficinas do Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP). Após serem terem sua capacidade operacional reestabelecida, os dois blindados da Engesa S/A seriam transladados até a sua unidade destino, onde passariam a atuar em missões de reconhecimento de campo de batalha em conjunto com os Engesa EE-9 Cascavel. Uma destas viaturas apresentava uma configuração única, destinada originalmente a operar em cenários de guerra química, e apresentava como missão primordial identificar e marcar a presença de diversas substâncias tóxicas em pontos do território do campo de batalha, fazendo para isso de um sistema de dispenser de bandeirolas coloridas instalado na parte traseira do veículo. Este EE-3 Jararaca estava equipado com sofisticado sistema de proteção para guerra nuclear, química e biológica (NBC), contando com elaborados filtros de ar condicionado e mascaras de proteção química. Infelizmente a existência de apenas duas unidades em serviço no Exército Brasileiro, gerava grande limitação operacional de emprego para este modelo, e no de 2012 seria decidido que um destes deveria ser retirado de serviço sendo incluído no acervo do Museu Blindado do Centro de Instrução de Blindados General Walter Pires (CIBld) no Rio de Janeiro. Já o último Engesa EE-3 Jararaca, permaneceria ainda em serviço restrito junto ao 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado (13 º RecMec).

Para representarmos a versão básica de reconhecimento do Engesa EE-3 Jararaca, fizemos uso da única opção disponível, um modelo em resina de produção artesanal na escala 1/35. Este kit apresenta características rústicas e espartanas devendo ser reparado e corrigido . Este modelo deve ter sido baseado no Cascavel produzido pela mesma empresa (versão encurtada) e por isto necessita de inúmeras correções, mudanças e inclusões para se aproximar da versão real. Iremos abordar o processo de conversão futuramente em um novo artigo na seção de Reviews. Empregamos decais produzidos pela Decal e Books presentes no set " Forças Armadas do Brasil 1983 - 2002 ".
O esquema de cores ( FS ) descrito abaixo representa o padrão de pintura tático em dois tons, empregado em todos os carros blindados do Exército Brasileiro a partir do ano de 1983. No entanto estas viaturas blindadas foram recebidas ostentando dois distintos esquemas de camuflagem.
Bibliografia :
- EE-3 Jararaca 4X4 Um Conceito Esquecido, por Expedito Carlos Stephani
Bastos
- Engesa EE-3 Jararaca, Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/EE-3_Jararaca
- Uma Realidade Brasileira - por Expedito Carlos Stephani Bastos