M-113A1 e M-113MB1 VtrBldEspSL

História e Desenvolvimento. 
A origem e o emprego dos carros blindados de transporte de tropas em larga escala no campo de batalha, ocorreria durante o transcurso da Segunda Guerra Mundial, fazendo uso de veículos com tração do tipo meia lagarta, com destaque para o modelo  Hanomag  Sd.Kfz. 251 no Exército Alemão (Wehrmacht). Já junto aos exércitos norte-americanos e britânicos, a predominância deste tipo de veículo no campo de batalha seria representada pela família de meias lagartas dos modelos M-2, M-3 e M-5 Half Track Car, sendo empregados em grandes quantidades em todos os fronts do conflito. Apesar de seu importante papel no esforço de guerra na execução das tarefas de transporte de tropas e carga, repousava sobre o modelo norte-americano uma grave deficiência, que era representada pela ausência de uma estrutura de cobertura blindada. Esta falha de projeto tornava os infantes desprotegidos quando expostos de armas leves e estilhaços de projéteis, a fim de se sanar este problema ainda durante as últimas fases do conflito, seria desenvolvido o projeto M-44 (T16), um veículo blindado de transporte de tropas originalmente derivado do carro de combate M-18 Hellcat. Seu conceito inicial estava focado principalmente em prover proteção total a seus ocupantes, resultando em um veículo de dimensões muito superiores aos carros meia lagarta em uso naquele momento, apresentando uma capacidade de transporte de até 24 soldados totalmente equipados, com um peso total de combate de 23 toneladas. Três protótipos seriam construídos, passando a ser submetidos a ensaios e teste em campo, e neste processo de verificaria que seu peso total limitava em muita sua velocidade na capacidade de transpor terrenos irregulares, levando a decisão de cancelamento. Apesar disto a ideia não seria abandonada sendo reformulados os parâmetros de projeto para este tipo de blindado, e em setembro do mesmo ano  seria deflagrada uma concorrência, que visava o desenvolvimento de um novo veículo blindado dedicado a tarefa de transporte de tropas com capacidade para até dez soldados. Dentre suas especificações destacava-se a necessidade deste novo modelo ser baseado na plataforma e chassi do veículo de transporte de carga T-43 Cargo Carrier. Diversas montadoras apresentariam suas propostas em meados do ano de 1946, com estes sendo avaliados pelo comando de material do Exército dos Estados Unidos (US Army). Os resultados apontavam para o modelo conceitual T-18EI apresentado pela empresa  International Harvester Companu (IHC), levando a celebração de um contrato para a produção de quatro protótipos iniciais. Estes seriam completados e disponibilizados para testes a partir do início do ano de 1947, com este programa se estendendo por mais de oito meses, resultando em uma série de demandas de melhorias ao fabricante. Após a implementação destas alterações, os quatro protótipos seriam novamente ensaiados, recebendo na sequência sua homologação para a produção em série. Um primeiro contrato para aquisição de mil unidades seria celebrado em maio de 1950, com o modelo recebendo a designação oficial de M-75 Veículo de Infantaria Blindado (Personnel Carrier - APC).   

Os primeiros veículos blindados deste modelo começariam a ser disponibilizados as unidades de infantaria do Exército dos Estados Unidos (US Army) a partir do início do ano de 1952, passando de imediato a substituir os blindados meia lagarta White M-3 e M-5 Half Track ainda em operação. Apesar de ser mais leve que os protótipos do modelo M-44 APC, este veículo de infantaria blindado apresentava ainda um peso total de combate de dezoito toneladas podendo ser considerado alto ainda, e durante seu emprego em exercícios operacionais, verificaria-se que estes não conseguiam acompanhar no campo de batalha os demais carros de combate. Este cenário infringia uma importante regra básica da mobilidade, a qual rezava a sincronia na movimentação das unidades motorizadas de uma força terrestre. Esta realidade causaria extrema preocupação, levando assim a decisão de ser cancelar o contrato de produção ainda em vigência. Emergencialmente esta medida demandaria a reativação de algumas centenas de veículos meia lagarta que anteriormente haviam sido transferidos para a reserva.  A fim de se resolver este problema em dezembro de 1953, uma nova concorrência seria lançada, objetivando o desenvolvimento de um novo veículo desta categoria, prevendo a aquisição de pelo menos cinco mil unidades. Este novo veículo blindado manteria a premissa básica de prover adequada proteção a seus ocupantes, porém deveria apresentar menor peso total de deslocamento, relativa capacidade anfíbia para transposição de rios e pequenos cursos de água, podendo ainda ser aerotransportado nos aviões de transporte de grande porte que se encontravam em desenvolvimento. Neste programa o modelo T-59 apresentado pela Food Machinery and Chemical Corporation (FMC) se destacaria sobre seus rivais, com sua escolha sendo assim definida pelos militares norte-americanos. Neste momento seria celebrado um contrato prevendo a produção de oito carros pré-série, para serem submetidos a um segundo programa de ensaios operacional, com este planejado para ocorrer entre os meses de setembro e outubro de 1953. Os primeiros carros de série, passariam a ser incorporados as unidades de infantaria do Exército dos Estados Unidos (US Army) em agosto de 1954, sendo recebidos com muito entusiasmo devido ao seu porte imponente e modernas linhas. No entanto em uso, o modelo apresentaria graves deficiências relacionada a potência do M-59, velocidade, autonomia e mobilidade com estes fatores sendo causados principalmente devido ao seu alto peso de deslocamento. Está problemática despertaria grande preocupação por parte do comando do Exército dos Estados Unidos (US Army), evidenciando a real eficiência e capacidade de sobrevivência do FMC M-59 em um cenário de conflagração real moderno que hipoteticamente poderia ocorrer na Europa contra as forças soviéticas.    
Neste mesmo momento, o comando militar do Exército dos Estados Unidos (US Army), passaria a elaborar planos para a futura substituição do M-75 APC, que apesar de sua robustez e confiabilidade se mostrava inadequado a missão, com o novo M-59 APC reprisando esta mesma problemática operacional de desempenho no campo de batalha. Criava-se então no ano de 1958, uma demanda para o desenvolvimento de um novo veículo blindado de transporte de tropas, com este modelo devendo unir as melhores características operacionais do M-75 e M-59. Este novo veículo blindado deveria apresentar velocidade compatível aos carros de combate no campo de batalha (principalmente o M-41 e M-48), relativa capacidade anfíbia e possibilidade se ser aerotransportado. Estes parâmetros resultariam no desenvolvimento do conceito AAM-PVF - Airborne Armored Multi-Purpose Vehicle (Veículo Multiuso Blindado Aerotransportado).  Uma concorrência seria deflagrada no final deste mesmo ano, e em meados de 1959 a FMC Food Machinery Corp seria declarada vencedora. Grande parte desta decisão recairia sobre o inovador sistema de blindagem proposto, sendo composta por uma liga de duralumínio que fora desenvolvido em parceria com a empresa Kaiser Aluminium and Chemical Company. Esta solução proporcionaria ao veículo uma suficiente proteção blindada e uma grande mobilidade e velocidade no campo de batalha devido ao seu baixo peso final. Este projeto receberia a designação militar de T-113, sendo celebrado um primeiro contrato para a produção de três carros pré-série quer seriam destinados a avaliação. Estes veículos blindados de transporte de tropas seriam equipados com um motor a gasolina Chrysler 75M com 8 cilindros em "V" com potência de 215 hp, seriam entregues em maio de março de 1950, sendo imediatamente submetidos a um intensivo programa de ensaios em campo, com este processo se estendendo até o mês de setembro. Os resultados validaram sua produção em série, com um primeiro contrato sendo celebrado logo em seguida, envolvendo inicialmente novecentas unidades, com o modelo recebendo a designação militar de M-113AO APC, com os primeiros sendo entregues as unidades operativas do Exército dos Estados Unidos (US Army) entre os meses de maio e junho do ano de 1960. Em campo o novo M-113 podia transportar até a linha de frente onze soldados totalmente equipados, servindo de proteção e apoio até o desembarque da tropa, devendo então recuar para a retaguarda. Como armamento de autodefesa, o blindado contava com uma metralhadora M-2 Browning de calibre .50 (12,7 mm) operada manualmente pelo comandante. Passariam também logo a ser desdobrados em operações aerotransportadas nos novos aviões de transporte pesado, Lockheed C-130 Hercules e Lockheed C-141 Starlifter da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF).     

Após sua completa introdução operacional, seria decidido implantar o novo M-113AO em um cenário de conflagração real, para fins avaliação real no campo de batalha, com esta demanda sendo atendida em 1962, pela cessão de trinta e dois blindados deste modelo para o Exército da República do Vietnã (ARVN). Em operação na Guerra do Vietnã, os M-113AO, passariam dotariam duas companhias mecanizadas, com seu batismo de fogo sendo realizados em janeiro de 1963 durante os eventos da Batalha de Ap Bac na província de Dinh Tuong (agora Tien Giang). Apesar de seu relativo sucesso, diversos ensinamentos seriam tirados desta experiencia, levando a adoção de significativas melhorias na blindagem e sistemas críticos ao projeto original. Estas mudanças levariam ao desenvolvimento em 1964, de uma nova versão designada como M-113A1, que apresentava como maior destaque a adoção do motor a diesel Detroit 6V53T de 265 hp de potência que praticamente dobrava a autonomia do veículo. Durante os anos seguintes os M-113 seriam deslocados em larga escala para o Vietnã para o emprego do Exército dos Estados Unidos (US Army) naquele conflito, onde receberia o apelido de "Táxi de Combate".  Seria usado para romper matagais pesados no meio da selva para atacar e invadir posições inimigas. Era amplamente conhecido como "APC" ou "ACAV" (veículo blindado de assalto de cavalaria). No entanto neste cenário seriam também conhecidos por suas fragilidades na blindagem inferior, caso atingisse uma mina terrestre, por essa razão, muitos soldados preferiam viajar sobre a cobertura do blindado ao invés de ocupar o seu compartimento interior. Em 1978 o modelo já representava um sucesso estrondoso, registrando exportações para mais de vinte países, com sua produção já atingindo a cifra de mais 25.000 unidades, levando a Food Machinery and Chemical Corporation (FMC), a desenvolver uma nova versão designada como M-113A2. Este novo modelo apresentaria melhorias significativas na suspensão e sistema de refrigeração, tornando assim o blindado como uma plataforma viável para emprego em cenários de combate de alto atrito. Seu projeto se mostraria ainda extremamente customizável para o emprego em versões especializadas, como carro comando, antiaéreo, porta morteiro, lança chamas, socorro, oficina e antitanque (com misseis Tow). Estas versões seriam produzidas aos milhares, elevando os níveis de padronização das frotas blindadas de diversas nações. As Forças de Defesa de Israel se tornariam o segundo maior operador do M-113AO, com mais de seis mil veículos em serviço, com os primeiros a serem incorporados sendo representados por veículos jordanianos foram capturados na Cisjordânia durante a Guerra dos Seis Dias e integrados as forças israelenses.  Em 1970, a Força de Defesa de Israel (IDF) começaria a receber centenas de M-113A1 para substituir as antiquadas meias lagarta, e em mais de cinquenta anos de atividade, estes veículos blindados teriam destacada participação nos conflitos regionais. 
Em 1987 seria apresentado pelo fabricante o novo M-113A3, versão na qual seriam introduzidas novas melhorias com o objetivo de proporcionar uma "sobrevivência aprimorada no campo de batalha". Este programa passaria a incluir um garfo para direção em vez do sistema laterais, um pedal de freio, um motor mais potente (turbo 6V-53T Detroit Diesel) e revestimentos internos para melhor proteção da tripulação. Ainda seriam adotados tanques de combustível blindados, instalados em ambos os lados da rampa traseira, liberando 0,45 metros cúbicos (16 pés cúbicos) de espaço interno. Este modelo obteria grande destaque durante a primeira Guerra do Golfo Persico contra o Iraque, quando passariam a desempenhar papéis importantes, tanto no combate urbano quanto nas diversas funções de manutenção de paz, provando assim sua versatilidade e a combinação precisa de volume interior, perfil exterior, construção simples e fácil manutenção. Sua comprovada e versátil plataforma levaria ao desenvolvimento de versões especializadas como o M-58 Gerador de Fumaça, M-106 Porta Morteiro, M-132 Lança Chamas, M-125 Porta Morteiro, M-150 Antitanque, M-163 VADS antiaérea, M-577 Comando, M-579 Socorro, M-48 Chaparral antiaéreo, M-1064 Porta Morteiro, M-113 Ambulância, M-806 Socorro e Recuperação, M-113 "C & R" (Comando e Reconhecimento) e M-901 ITV Antitanque. Seu sucesso comercial internacional seria catapultado por programas de apoio na aquisição de material militar norte-americano, como o programa Military Assistance Program – MAP (Programa de Assistência Militar) e posteriormente o programa Foreign Military Sales – FMS (Vendas Militares a Estrangeiros), facilitando o acesso a sessenta países. Estes veículos estiveram presentes nos principais conflitos regionais ocorridos durante os séculos XX e XXI, como as guerras do Vietnã, Camboja-Vietnamita, Sino-Vietnamita, Guerra dos Seis Dias, Indo-Paquistanesa de 1965 e 1971, Yom Kippur, Invasão Turca de Chipre, Civil Libanesa, Líbano de 1982, Irã-Iraque, Golfo Pérsico, Kosovo, Afeganistão, Iraque, Noroeste do Paquistão, Segunda Intifada, Líbano de 2006, Gaza, Civil Líbia, Insurgência iraquiana, Civil da República Centro-Africana (2012-2014), Civil iraquiana, Civil do Iêmen, Houthi-Arábia Saudita e por fim a invasão Russa da Ucrânia a partir de outubro de 2022. Ao longo de mais de trinta anos seriam produzidas cerca de 80.000 unidades, com 4.500 destes montados sob licença em empresas na Bélgica, Itália e Coreia do Sul. Atualmente estima-se que grande parte da frota mundial ainda esteja em operação, e constantes programas de modernização em curso mundo afora, permitirão seu emprego ainda por décadas no século XXI. 

Emprego na Marinha do Brasil.
A Força de Fuzileiros de Esquadra ou FFE foi criada no de 1950 a fim de estabelecer uma estrutura de combate anfíbia, com os primeiros passos sendo dados nos anos seguintes com o objetivo de se constituir uma força de combate anfíbia nos moldes do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos (USMC). Em seguida seriam recebidos os primeiros navios especializados na missão de transporte de tropas, o G-20 Custodio de Mello, G-16 Barroso Pereira, G-21 Ary Parreiras e G-22 Soares Dutra e também as embarcações de desembarque de pessoal, material e viaturas (EDVP e EDVM), criando as bases para o lançamento para operações anfíbias em larga escala. Neste momento seriam adquiridos os primeiros veículos destinados ao emprego nas operações de desembarque anfíbio como os jipes M-38A1, M-38A1C, Willys CJ-5 e utilitários leves como os Dodge M-37, que operariam a partir das Embarcações de Desembarque de Viaturas e Material (EDVM). Seriam iniciados os primeiros ciclos de adestramento fundamentados na realização de desembarques de pequena complexibilidade, envolvendo tropas, veículos leves, peças de artilharia e cargas. Nos anos seguintes seriam realizados estudos visando a aquisição de veículo anfíbios de transporte como os robustos LVTP-5 ou blindados de transporte de tropas FMC M-113, porém apesar de serem modelos com cunho aspiracional, seus custos de aquisição eram algo completamente fora da realidade orçamentária da Marinha do Brasil. Uma solução paliativa seria efetivada em 1972 com a aquisição de um lote de caminhões anfíbios GMC Duwk oriundos dos estoques da Marinha Nacional Francesa (Marine Nationale), porém ainda figurava na força a necessidade em se dispor de um moderno veículo blindado de transporte de tropas. Esta demanda seria atendida no ano seguinte, quando seriam incorporados os primeiros Engesa EE-11 Urutu a fim de dotar o recém-criado Batalhão de Transporte Motorizado (BtlTrnpMtz),  unidade subordinada diretamente a Comando da Divisão Anfíbia. No entanto em operação estas viaturas seriam avaliadas como poucos eficazes nas operações de desembarque anfíbio, principalmente devido sua tração por rodas acarretar problemas de trafegabilidade em certos tipos de terreno como as faixas de praia.  Apesar desta limitação operacional o Engesa EE-11 Urutu acabaria sendo fundamental na tarefa de servir como embrião da doutrina de utilização de veículos blindados de transporte de tropas para o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN). Neste momento o comando da Marinha do Brasil, passaria considerar a aquisição de uma família de veículos blindados de transporte de tropas com tração sob esteiras, a fim de atender as demandas de suas operações de desembarque anfíbio.   

As aspirações iniciais do comando do Fuzileiros Navais da Marinha (CFN) apontavam para a adoção de um lote dos novos veículos norte-americanos de assalto anfíbio FMC AAV-7A1, porém estes apresentavam um custo unitário de aquisição proibitivo, excedendo em muito a previsão orçamentaria naquele momento. Uma solução mais viável seria baseada na incorporação do veículo blindado de transporte de tropas FMC M-113A1, que apesar de não atender a todas as especificações almejadas para operações anfíbias poderiam ser adquiridas em condições econômicas favoráveis. Pesava ainda sobre esta escolha o fato do modelo ser empregado em larga escala pelo Exército Brasileiro, comprovando excelentes resultados operacionais em campo. Desta maneira a partir de abril de 1974 seriam conduzidas negociações entre o Ministério da Marinha e o governo norte-americano, que logo se materializariam na celebração de um contrato, para a aquisição de um lote de trinta carros novos de fábrica da família FMC M-113. Este acordo previa o fornecimento de quatro versões, sendo vinte e quatro na versão M-113A1 Transporte de Tropas, dois M-125A1 carro porta morteiro, um M-113A1G oficina e por fim um carro socorro do modelo XM-806E1. Os primeiros veículos começaram a ser recebidos em 07 de novembro de 1976, passando a ser incorporadas ao Batalhão de Transporte Motorizado (BtlTrnpMtz), neste momento um grande programa de treinamento operacional seria ministrado por equipes do fabricante em parceria com oficiais e mecânicos do Exército Brasileiro, oriundas de unidades operativas que já faziam uso deste mesmo veículo. Após o término desta fase o modelo seria declarado operacional em dezembro de 1977, recebendo a designação de Viatura Blindada Especial Sobre Lagartas (VtrBldEspSL) M113 de Transporte de Pessoal (TP). Neste momento passariam a operar em conjunto com os Engesa EE-11 Urutu. Visando adequar a nomenclatura a missão principal da unidade, o Batalhão de Transporte Motorizado (BtlTrnpMtz), seria extinto, sendo criado assim em seu lugar, a Companhia de Viaturas Blindadas (CiaVtrBld).  Em operação estes veículos viriam a trazer a um novo patamar de operacionalidade a Força de Fuzileiros de Esquadra, participando ativamente nos anos seguintes de inúmeros treinamentos e operações anfíbias como a série das Operações Dragão. Em 1986 a unidade passou a ser designada como Batalhão de Viaturas Anfíbias (BtlVtrAnf) permanecendo até 2003, quando da ativação do Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais (BtlBldFuzNav), concentrando todas os veículos da família M-113 em operação nesta unidade. Com a desativação dos Engesa EE-11 Urutu, até o recebimento dos FMC AAV-7A1 Clanf, os M-113A1 seriam os os únicos veículos blindados de transporte de tropas em serviço no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). 
No inicio da década de 2000, os  blindados M-113A1, M-125A1 Porta Morteiro, M-577A1 Carro Comando, M-113A1G Carro Oficina e XM-806E1 Carro Socorro, estavam próximos de completar quarenta anos  de excelentes serviços , junto ao Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN). Este emprego intensivo ao longo dos anos no entanto cobraria seu preço, com a frota apresentando  disponibilidade operacional média de apenas 66 %, afetando em muito a capacidade de mobilidade da Força de Fuzileiros de Esquadra (FFE). Este cenário era proporcionado por graves problemas mecânicos e elétricos originados em função de uma combinação de fatores críticos, como desgaste operacional, conservação, manutenção inadequada e falta de regularidade na aquisição de suprimentos e peças de reposição, que já não eram mais facilmente encontradas no mercado internacional. Visando resolver este problema, em 2007, o Comando da Marinha do Brasil iniciaria estudos visando a substituição de toda a sua frota de Viaturas Blindadas Especial Sobre Lagartas FMC M-113A1, chegando a considerar a aquisição de terceiro lote de veículos de assalto anfíbio United Defense AAV-7A1. Porém neste período, o orçamento da Marinha do Brasil enfrentava um processo drástico de contingenciamento, o que eliminaria este possibilidade de aquisição. Desta maneira, uma nova frente de debate seria estabelecida, buscando alternativas que iam desde a compra de oportunidade ou implementação de um programa de modernização. A decisão recairia sobre a segunda opção, envolvendo um processo completo em termos de mecânica, elétrica e sistemas, que depois de concluído pudesse recuperar a capacidade operacional da frota, estendendo ainda sua vida útil pôr no mínimo vinte anos. Uma equipe técnica passaria então a analisar diversos programas semelhantes já aplicados ao longo dos anos a veículos desta família em outros países, e  as percepções obtidas, norteariam o estabelecimento dos critérios e objetivos a serem alcançados, gerando assim os parâmetros a serem aplicados em uma futura concorrência internacional. Este processo seria deflagrado no final do ano de 2007, com a Marinha do Brasil, passando a receber um grande número de  propostas elaboradas por empresas especializadas neste segmento de atuação.  Um criterioso estudo comparativo seria realizado, com a decisão pendendo para a proposta apresentada pela empresa israelense Israel Military Industries, (IMI). Assim desta maneira, em 28 de novembro de 2008, seria assinado pela Comissão Naval Brasileira em Londres (CNBE), um contrato no valor de US$ 15,8 milhões, prevendo a à modernização de vinte e quatro viaturas de transporte de pessoal M-113A1, duas viaturas posto de comando M-557A2, duas viaturas porta-morteiros M-125A1, uma viatura de reparos M-113A1G e um veículo de recuperação XM-806E1.

Além de apresentar a melhor relação custo-benefício, este pacote oferecia como principal diferencial a execução de todos os trabalhos junto as instalações do Centro de Reparos e Suprimentos Especiais do Corpo de Fuzileiros Navais (CTeCFN), operando sobre a tutela do Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTecCFN) com assistência da Israel Military Industries, (IMI). Entre os pilares se encontrava a adoção do motor Catepillar C7 (224 kW-300HP), automático com injeção eletrônica; versão militar (off-road); possui componentes encontrados no comércio nacional, que minimizam custos; e asseguram a disponibilidade de suprimento de sobressalentes por longo tempo, operando em conjunto com uma caixa de transmissão Allison 3200SP automática, possuindo seis marchas para frente e uma reversa; é controlada eletronicamente; com componentes encontrados no comércio nacional. Aperfeiçoamento da suspensão, com novas barras de torção, novos amortecedores mais robustos, acréscimo do setor de contato com o amortecedor e batentes de proteção do patim. Novos conjuntos do braço da roda de apoio (estações de roda 1, 2, 4 & 5), o que garante maior afastamento do solo e melhor absorção de choques,  kit reposicionamento do conjunto tensor da lagarta e braço da roda tensora. Adoção de um kit Aperfeiçoamento de Controle de Direção, com novo controle de direção aperfeiçoado, de funcionamento hidráulico, possuindo volante de direção, semelhante ao do CLAnf (substituindo os manches da versão atual). Substituição das Lagartas pela Diehl System Track 513 Agressive proporcionando aumento da da vida útil do patim (sapata maior) e da área de contato, proporciona melhor desempenho, redução de vibrações e ruído e das rodas de apoio. Instalação de tanques de combustível externos de 360 litros cada, proporcionando aumento da autonomia; segurança da tropa em caso de incêndio no interior da viatura, e em caso de avaria em apenas um tanque não impede o seu funcionamento. Já na área elétrica e eletrônica, as viaturas receberiam novos rádios de comunicação, alternador de 200 AMP, ar-condicionado fornecido pela Marvin Land Systems e sistema de extinção de fogo. Outro destaque seria concedido com instalação de uma moderna estação de armamento elétrica Platt PLATT MR555 Mod-2 (26), podendo receber metralhadoras e lança granadas dos modelos FN HerstlL.50 – Browning M2HB QCB, LAG 40 mm SB-M2, MAG 7,6 2mm e Minimi 5,56 mm. Todos as viaturas modernizadas passariam a dispor da possibilidade de emprego de um kit de navegação, o qual poderia ser acoplado ao veículo para transposição de cursos d`água. O pacote de modernização, previa ainda a preparação para a adoção posterior de acessórios mais complexos como, imageadores termais e telas digitais, kits de proteção balística externa e interna e conjunto de lançadores de granadas fumigenas de 76 mm. 
Os blindados da versão de transporte de pessoal, emergiriam deste processo com a designação M-113MB1, com as sete primeiras viaturas sendo oficialmente entregues 15 de junho de 2013, com uma destas estando equipada com o sistema de câmera termal, a fim do conjunto ser ensaiado para aprovação e futura adoção. Durante a edição da LAAD 2013 – Defence & Security, o Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil (CFN) apresentaria um M-113MB1VtrBldEspSL, equipado com um kit de flutuação composto pelos blocos de navegação acoplados ao veículo comprovando a versatilidade do processo de modernização efetivado.  Todas as viaturas podem ser equipadas com este kit, quando se mostrar necessário transpor cursos de água, tanto que na maioria das vezes estas viaturas podem ser observadas sem este kit e sem a quebra ondas. Neste mesmo ano seria adquirido para testes um kit de blindagem externa do sistema "High Hard Appliqué Armor Toga" de fabricação israelense, contra armas do tipo RPG-7 e munição de calibre.50. Em sua parte interna, a viatura recebeu uma blindagem do tipo "Internal Spall Line". Com o conjunto sendo finalizado com a adoção de um sistema de "Drive Night Vision" - aparelho de navegação termal e um "Smoke Grenade Systen 76 mm (lançador de granada fumígena). Os testes foram muito sucedidos, podendo esta configuração ser adotada no futuro por mais viaturas da frota.  Os últimos M-113MB1VtrBldEspSL seriam entregues no início de 2016, encerrando um excelente projeto, que não só trouxe um novo patamar de operacionalidade, mas também proporcionou a equipe técnica da Marinha do Brasil um grande ganho de conhecimento e experiência, principalmente nos assuntos relacionados à soldagem, manutenção, mecânica e integração de sistemas. O contrato firmado em 2008 previa um acordo de compensação (OFFSET), no qual o fabricante forneceria o treinamento completo ao pessoal técnico da Marinha do Brasil, em todos os níveis, para assim capacitá-los na operação e manutenção dos blindados modernizados, além de qualificar diversas empresas brasileiras para executar manutenções de 3º e 4º escalões, as quais fornecem sobressalentes, componentes e materiais como aquisição de bens e serviços relacionados a modernização daqueles veículos.  Para finalizar em seu histórico de serviços, destacamos a participação destes veículos, em junho de 2010, nas operações e processos de pacificação de comunidades do Rio de Janeiro, como o Complexo do Alemão e a Rocinha, onde além de transportar os fuzileiros navais para as áreas de conflagração, também operariam em prol dos integrantes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar. Os comandantes desta organização deram grande relevância do emprego dos M-113A1 nestas missões de segurança, podendo operar em cenários de alto atrito, onde os blindados convencionais da polícia com tração sobre rodas não conseguiam operar, pois muitas vezes seus pneus eram os alvos prioritários dos traficantes e milicianos.   

Em Escala.
Para representarmos o modelo modernizado M-113MB1 VtrBldEspSL , empregamos como o base o antigo kit do  M-113 ACAV produzido pela Academy, na escala 1/35. Para compormos a versão atual em serviço junto Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), é necessário proceder uma série de modificações em scratch building com destaque para a estação de amas Platt MR555 Mod 2). Utilizamos ainda pelas peças avulsas oriundas do kit M-163A1 Vulcan também da Academy. Fizemos uso de decais confeccionados pela Decals e Books presentes no set " Forças Armadas do Brasil". 
O esquema de cores (FS) descrito abaixo representa o padrão de pintura de camuflagem tática empregada em todos os veículos blindados da família M-113MB1 VtrBldEspSL modernizados, representando uma pequena evolução sobre o segundo padrão camuflagem que fora adotado na década de 1990 em todos os  blindados do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN).



Bibliografia : 
- M-113 APC - http://en.wikipedia.org/wiki/M113_armored_personnel_carrier
- Fuzileiros Blindados - Operacional - http://www.operacional.pt/fuzileiros-blindados-i/
- M-113 no Brasil o Clássico Ocidental  – Expedito Carlos Stephani Bastos
- CFN recebe últimos blindados M113MB1 modernizados - www.forte.jor.br/2016/08/15/cfn-recebe-ultimos-blindados-m113mb1-modernizados/